Capítulo 20

Foi difícil encontrar alguém como você
Como você, como você
Envie sua localização, apareça
 
Não consigo dormir mais
Na minha cabeça, nós pertencemos
E eu não posso ficar sem você
Por que não consigo encontrar ninguém como você?
(Streets - Doja Cat)

⚠️Capítulo com conteúdo sexual⚠️

*Billy Hargrove*

   Fazia uma semana desde a festa de ano novo, e uma semana desde que dormi na casa de Anastasia, sem ao menos me lembrar do que havia acontecido, apenas alguns flashes. Após pensar muito naquela noite, consegui uma imagem nova de um beijo. Um beijo calmo, sereno e extremamente confortável. Mesmo que eu não lembrasse de mais nada, eu sabia que era com aquela maldita garota. Tinha que ser com ela, todo toque, todo mísero detalhe era diferente.

   Durante essa uma semana, não parei de pensar nela inclusive. Tinha vontade de dirigir até aquela casa e a tomar para mim por inteiro, e eu não sabia explicar o porquê, e nem como aquilo estava acontecendo comigo. Tentei espantar mais uma vez aqueles pensamentos acendendo um cigarro. Traguei já sentindo a nicotina preencher meus sentidos e alimentar meu vício. Fechei os olhos tentando pensar em qualquer outra coisa, até ouvir batidas tímidas na porta do meu quarto, que se encontrava aberta.

   Encarei o corredor, me deparando com a figura de Max ali parada. Ela parecia um pouco tensa, o que achei estranho, já que ela sempre assumia uma postura de deboche e enraivecida quando vinha falar comigo. Mesmo assim, ainda lancei meu melhor olhar raivoso a ela. Max revirou os olhos.

   — Deixa quieto... — Ela disse, pronta para caminhar pelo corredor, mas uma voz, muito temida e odiada por mim, se fez presente.

   — Peça a ele, Maxine. — Neil, autoritário e babaca como sempre. Max travou, e finalmente entendi a tensão de antes, porque eu fiquei do mesmo jeito ao ouvir a voz de meu pai.

   — Pode me levar até a casa de Will? — Ela perguntou, ainda tensa. — Vai ter noite de filmes. — Ela explicou. Pensei por um momento no nome.

   — Will Byers? — perguntei, ela fez que sim com a cabeça. — Vamos. — disse de imediato, pegando as chaves em cima da cômoda perto da cama.

   Anastasia veio em minha mente. De novo. Apenas por isso aceitei tão rápido. — E pela pressão de Neil Hargrove — Por que eu queria tanto ir lá? O que eu faria? Eu iria descer do carro? Se eu a visse, eu diria alguma coisa? Porra, Byers, você só mexe com a minha cabeça, como uma praga que não me deixa em paz.

   Percebi Max franzir as sobrancelhas, mas não disse nada, apenas me seguiu porta a fora até o carro. Não olhei para meu pai em nenhum momento, eu sempre evitava, e aquele dia não era diferente. Entramos no carro e logo eu já dirigia pelas ruas de Hawkins, até a casa da garota que roubava minha sanidade. O caminho já era conhecido, mesmo que eu tenha ido até lá poucas vezes, ficou gravado em minha mente.

   Quando cheguei, não desci do carro, mas fiquei olhando enquanto Max batia na porta. Quem abriu, infelizmente foi Joyce Byers, eu ainda esperava ver Anastasia, mas provavelmente não seria naquele dia.

   — Ah, oi, Billy não é? — Joyce Byers gritou, como se lesse meus pensamentos. — Por que não entra? Anastasia fez bolo.

   A simples informação mexeu comigo de novo. Mais um talento oculto de Nasty Byers? Mais alguma coisa para mexer com a porra da minha sanidade? Não fazia ideia, só me dei conta de que aceitei o convite quando passei pela porta de entrada. Eu nem ao menos sabia o porquê de estar ali, ainda mais com os pirralhos e os esquisitos da escola. Que merda seria minha reputação se alguém soubesse disso? Mas, de novo, era por conta dela. Daquela maldita garota.

*Anastasia Byers*

   Era dia de reunir os amigos em nossa casa. Sempre adoramos fazer isso e fazíamos quando conseguíamos. Will convidou todos os amigos do clube Hellfire, em consequência, Gareth, Jeff e Eddie também vieram. Munson ainda tentou trazer Genevieve, mas consegui ser mais rápida então ela era a minha convidada. Jonathan chamou Nancy e logo a casa estava cheia, falante e feliz. Mike e Jane foram os primeiros a chegar. Hopper apenas não ficou pois tinha que trabalhar. Logo veio Lucas e Freak — Um dos amigos que eu menos conhecia, na real, apenas descobri o nome dele hoje. — Eddie, Gareth e Jeff juntos, e por fim faltava apenas Max. Me perguntava a todo momento se Billy a traria, mas logo tentava espantar o pensamento.

   Genevieve e Nancy já estavam aqui, e com a ajuda delas, terminei de assar um bolo de chocolate, receita que eu havia aprendido com minha falecida avó, a qual mamãe nunca conseguiu preparar com perfeição, já eu, tinha uma mão ótima para doces, sem querer me gabar. Todos já elogiavam o cheiro e estavam prontos para tirar uma lasca, porém eu chamava a atenção de quem quer que fosse. Aquele bolo iria esfriar e ninguém tocaria nele em minha vigia.

   Depois de quase dez minutos, ouvimos barulho na porta. Joyce foi atender, obviamente era Max, e novamente me peguei pensando em Billy. Se ele estava ali, onde estaria, se só havia deixado a irmã e ido embora. De algum jeito, aquele garoto conseguia estar em todas as minhas memórias, e eu nunca entendia o motivo.

   — Olá, Max... — Minha mãe cumprimentou, deixando ela entrar. — Ah, oi, Billy não é? — Porra. Meu coração acelerou levemente e me xinguei internamente por isso. Jonathan me encarou na hora, junto de Gen e Eddie. Sou tão previsível? — Por que não entra? Anastasia fez bolo.

   Eu amo minha mãe, de verdade, com todo meu coração, mas naquele momento queria simplesmente pular em seu pescoço. Eddie segurou a risada, sendo repreendido por Genevieve com um tapa leve no braço. Parte de mim torcia para que ele recusasse o convite, mas outra parte implorava para que eu visse o corpo daquele garoto entrando pela porta.

   — Tenta disfarçar. — Jonathan cochichou em meu ouvido. Dei uma leve cotovelada em sua costela, sem machuca-lo.

   Após alguns segundos, quando já desisti da ideia de ver Billy entrando pela porta, fui surpreendida pela figura grande e imponente dele ao entrar na sala. Ele encarou todos os mais novos com uma careta desgostosa, como se tivesse se arrependido de ter entrado, mas quando finalmente colocou os olhos em mim, vi sua feição mudar completamente. Lá estavam os olhos azuis famintos e extremos do garoto que não saía da minha cabeça.

   Ele me analisou de cima a baixo, com aquele maldito sorrisinho malicioso de canto. Não fiquei para trás, óbvio, ele sempre provocava as melhores reações em mim, então devolvi o olhar na mesmíssima intensidade, até mais um pouco, parando por alguns segundos no volume presente em sua calça. Algumas memórias surgiram em minha mente e não controlei um sorriso travesso. Apenas parei de quase comê-lo com o olhar quando senti Genevieve me empurrar com o ombro. Olhei para ela e recebi um olhar ao mesmo tempo de repreensão e diversão.

   — Sinta-se a vontade, Billy. — Joyce ditou, apontando para o sofá, algumas poltronas ou até mesmo o chão da sala, onde todos estavam esparramados aleatoriamente.

   Billy escolheu a poltrona mais afastada de todos, e parecia extremamente desconfortável em estar ali. O que era compreensível, porque o que seria da reputação de Billy Hargrove se fosse visto com os nerds, os esquisitos e a vadia do colégio, não é? Ri das caretas que ele fazia conforme observava os mais novos conversando.

   — Eu tô falando, eu teria ganhado aquela partida se você não tivesse mexido a mesa e mudasse o dado de lugar. — Dustin gritava, apontando o dedo na direção de Lucas.

   — Eu não mexi merda nenhuma, você que é ruim e azarado. — O outro respondeu.

   Vi Billy fazer mais uma careta, e não consegui segurar a risada. Ele pareceu ouvir, já que levou os olhos até mim de novo. Lancei um sorriso a ele, dessa vez sem segundas intenções, antes de voltar a encarar os mais novos discutindo. Eu diria que quase se estapeando, se dependesse do pequeno Henderson, era o que iria acontecer.

   — Tudo bem, calem a boca. — Eddie gritou, ao lado de Jonathan, com dois filmes nas mãos. Eles ficavam encarregados de escolher, sempre. — Halloween 3 ou Footloose? — Ele voltou a perguntar, mas ergueu a primeira opção com um sorriso no rosto.

   — Footloose. — Genevieve respondeu.

   — Halloween 3. — Todo o resto disse logo em seguida, em uníssono. Menos Billy, óbvio, ele ficou em silêncio ainda fazendo caretas. — Não se preocupe, Gen, Eddie te abraça. — provoquei, recebendo uma almofadada na cabeça por parte dela.

   Nos arrumamos na sala enquanto Jonathan colocava o filme. Acabei me sentando na ponta do sofá, ironicamente perto de onde a poltrona afastada de Billy ficava. O resto se acomodou no chão e em cadeiras. Logo minha mãe trouxe a pipoca e se sentou conosco. Durante o filme, a Byers mais velha comentou que teria preferido Footloose também, igual a Gen, mas ninguém deu muita importância.

   Na metade do filme, percebi todos extremamente atentos, menos minha mãe, que apesar de ter dado sua opinião minutos antes, já havia se encostado na outra ponta do sofá e dormido. Olhei para o garoto ao meu lado, e vi que ele encarava o filme atento, mas assim que percebeu meu olhar, devolveu com o dele. Mordi o lábio inferior, ele estava tão perto. Suspirei uma vez, observando-o tensionar o maxilar, eu sabia exatamente o que fazer para mexer com ele.

   Sem aguentar mais, me levantei do sofá, tentando não fazer nenhum barulho. Jonathan foi o único que se importou em olhar, mas logo voltou a ver o filme quando coloquei o dedo indicador sob os lábios pedindo para que não falasse nada. Voltei a encarar Billy, dessa vez sugestivamente, enquanto passava pela poltrona e seguia até o corredor onde existia os quartos e o banheiro.

   Apoiei as mãos no mármore da pia enquanto olhava para o espelho, esperando Billy me seguir até ali. Quando vi sua silhueta entrando ao meu lado, desviei meus olhos até ele. Suas pupilas estavam dilatadas e os olhos azuis brilhando intensamente. Fiz um gesto para que ele trancasse a porta e assim ele fez.

   Não dei tempo para que ele dissesse nada. Rapidamente o empurrei até que encostasse as costas na porta trancada, dessa vez assumindo o controle que eu estava acostumada. Mesmo que Billy conseguisse me ter tão submissa como nunca fui, estava morrendo de vontade de dominá-lo, e não apenas uma vez. Percebi que ele ficou surpreso com minha ação, mas tentou não demonstrar.

   Sorri travesso mais uma vez, olhando profundamente em seus olhos, enquanto levava minhas mãos até o cinto que segurava sua calça jeans. Suas orbes azuis me acompanhavam a todo momento, mas deixando que eu fizesse o que eu queria. Talvez ele próprio nunca tenha cedido tanto a uma garota antes, e esse pensamento me levou a loucura. Abaixei um pouco sua calça e sem demora enfiei minha mão direita por baixo da sua roupa íntima, já sentindo o volume cada vez maior do seu membro.

   Billy gemeu uma vez, talvez não tenha conseguido controlar, enquanto levava uma mão até minha cintura e deixava um aperto forte ali. Direcionei minha mão esquerda até sua nuca e o puxei até que seus lábios colassem nos meus, evitando qualquer outro barulho que nos fizesse ser descobertos. Ele cedeu quando pedi para aprofundar o beijo e logo sentia seu gosto de cigarro misturado com menta que tanto me deixava fora do ar.

   Meus movimentos da mão direita continuavam a todo momento, enquanto eu me deliciava com seu gosto. Billy mordeu meu lábio inferior quando apertei um pouco mais seu amiguinho em minha mão, já molhado, facilitando ainda mais meus movimentos de vai e vem cada vez mais acelerados. Ele gemeu, mas foi um barulho abafado por ainda estar com a boca colada na minha. Senti meu sangue ferver com as reações que eu arrancava dele.

   Senti que ele estava prestes a chegar ao ápice quando ele apertou minha cintura com as duas mãos de maneira tão forte, que consegui sentir suas unhas pequenas em minha pele. Ele levou uma das mãos até os cabelos em seguida, deixando-os levemente bagunçados, até que chegasse na boca. Ele mordeu o dorso, controlando um último gemido alto e incrivelmente sexy. Pude senti-lo finalmente se desmanchar em minha mão.

   Sorri satisfeita enquanto me afastava e esperava ele me olhar. Seus olhos devoraram meu corpo todo, e quando ele finalmente chegou em meu rosto, levei minha mão direita até a boca e chupei meus dedos. Um por um, encarando-o fixamente durante o processo. Ele respirava pesado, e via claramente seu maxilar tenso inúmeras vezes.

   — Vou deixá-lo se limpar, baby. — disse, finalmente, enquanto me direcionava até ele de novo, mas dessa vez para alcançar a porta.

   Ele segurou meu braço com firmeza, e me puxou para mais perto. Senti sua respiração em meu rosto e seu cheiro amadeirado impregnando meus sentidos.

   — Não vou deixar sair agora. — Ele disse, ainda ofegante. Por mais que eu quisesse que ele me devorasse por completo, me afastei de seu corpo, e o encarei com mais um sorriso, dessa vez vitorioso.

   — Aprenda a se controlar, querido. — respondi e abri a porta. — Ah, e quero te ver submisso assim mais vezes.

   Lancei uma piscada de olho em sua direção, saindo do banheiro e caminhando até a sala. Lavei minhas mãos na pia da cozinha e voltei a me sentar no meu lugar, como se nada tivesse acontecido. Minha mãe ainda dormia, graças a Deus. Apenas Genevieve e Jonathan me lançaram olhares. Ao passo que minha amiga cerrou os olhos, meu irmão ergueu as sobrancelhas. Porém, quando Billy voltou, arrumando os cabelos loiros, Eddie também percebeu, e soltou uma gargalhada, fazendo com que alguns chamassem sua atenção, mas não ligassem muito para isso.

   Nem sequer prestei atenção no resto do filme, ainda estava tensa, lotada de desejo e tesão acumulado, mas iria extravasar tudo isso outra hora, com uma pessoa específica. E, depois do que eu fiz hoje, com certeza ia ser mais que satisfatório.




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OI GENTE! mais um capítulo pra vcs! esse foi mais 🔥 pq o próximo vai ser um pouco mais triste, já aviso!

espero mto que estejam gostando, não esqueçam da estrelinha e sintam-se livres pra comentarem o quanto quiserem, me ajuda muito!

Bjin procêis💙

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