Capítulo 16
No segundo em que você entrou, minhas pernas começaram a tremer
Sangue fervendo, coração batendo como se tivesse a porra de um terremoto
Um olhar pra mim e eu me perco nesses olhos azuis
E eu não pude fechar os meus, não importa o quanto tentasse
Tantos sentimentos quando você disse o meu nome
Porque eu te quero tanto que preciso de amarras
(BONES - Demi Lovato)
*Anastasia Byers*
Algumas semanas haviam se passado, e tudo não poderia estar melhor. O Natal e o ano novo estavam perto, o que significava respectivamente o melhor momento em família, e depois festa, bebida e sexo a noite inteira. O último eu esperava mais que o normal, já que eu não havia tido muitas oportunidades para provar um certo alguém novamente. Billy não visitou meu quarto durante a noite, e nem ao menos tivemos mais nenhum encontro no banheiro afastado da escola, e por mais que eu negasse, já estava sentindo falta do orgasmo rápido e delicioso que ele me proporcionava.
Além disso, quase tudo ao meu redor dava certo. Eu e meus amigos passamos para nosso último ano de colégio e meus irmãos não poderiam estar mais felizes; Jonathan já havia oficializado seu relacionamento com Nancy, e Will finalmente conseguira o sinal verde de Eddie para que ele e seus amigos pudessem fazer parte do clube Hellfire. Eddie apenas que não havia tido tanta sorte, já que era para ter se formado nesse ano de 1984, então deveria enfrentar mais um ano de escola conosco. Aliás, por falar em Eddie, pelo menos ele e Genevieve não poderiam estar mais grudados. Agiam como um casal meloso e inseparável, em alguns momentos tinha que implorar para passar um tempo a sós com minha melhor amiga.
Mesmo com os olhares, os gestos e palavras de carinho, eles ainda afirmavam que não tinham nada sério, e que nada havia acontecido ainda. Sinceramente, eu apenas acreditei que eles ainda não haviam transado porque Genevieve me contou. Eu não confiaria na palavra de Eddie Munson em relação a isso. Porém, todos já os viam como um casal de verdade.
E por falar em Eddie de novo, naquele momento estávamos juntos na loja de instrumentos da cidade, onde eu passava muitos dos meus tempos livres cantando, tocando e compondo. Um dos funcionários da loja era um dos meus contatos, então ele deixava que eu usasse alguns instrumentos guardados em um tipo de porão que existia ali. Muitos não sabiam sobre minhas aventuras compondo músicas, e outros não sabiam que eu conseguia tocar muitas coisas além do baixo... Na verdade, Jonathan, Eddie e Genevieve eram os únicos com tal conhecimento.
Minha mãe jamais soube sobre minha vocação com outros instrumentos, e eu não deixaria saber, porque a conheço, e sei que ela faria de tudo para que eu tivesse cada um deles em casa, assim como sempre tentava dar os melhores lápis de cor para Will e a melhor câmera para Jonathan. Porém, além de ser mãe solteira, era a única que trabalhava por enquanto, então eu não queria sobrecarrega-la com absolutamente nada, e meu pai... Bom, não vou entrar nesse assunto agora. Minha sorte que eu conhecia gente o suficiente para que eu conseguisse fazer o que fazia de melhor.
— E então, o que acha? — perguntei para Eddie após mostrar um caderno velho no qual eu anotava minhas composições e alguns rascunhos.
— Nas... Quando escreveu isso? — Ele devolveu a pergunta, com os olhos cerrados na minha direção, um tanto desconfiado.
— Umas semanas atrás? Sei lá, não lembro. — Dei de ombros, tentando desconversar, mas ele já havia notado. Eddie jamais deixava algo passar em relação a mim.
— Na mesma época em que um certo cara veio pra cidade?
Franzi as sobrancelhas, tentando ao máximo me fazer de desentendida sobre o assunto, mas Eddie cerrou os olhos em minha direção mais uma vez, e não precisei dizer nada para que um sorriso irritante e enorme tomasse conta da feição do garoto.
— Eu não quero escutar uma só palavra, Munson. — Coloquei meu melhor olhar ácido ao falar.
Como resposta, Eddie inclinou o tronco para trás e soltou uma gargalhada alta enquanto cruzava os braços. Revirei os olhos e peguei o caderno das mãos dele, observando a letra e os acordes escritos em lápis grafite. Respirei profundamente, mais uma vez no dia tentando esquecer Billy Hargrove e fingir que não sentia o que ele me causava só com uma lembrança.
— Gostou ou não? — perguntei finalmente, quando o bestinha terminou sua risada.
— Nas, isso tem muito potencial. — Ele fez uma pausa. — Tudo o que você escreve tem, na verdade... Por que esconde de todo mundo? — Seu olhar parecia sincero ao perguntar. Dei de ombros mais uma vez.
— Não acho que seja tão bom assim. — disse, me sentindo livre para mostrar um pouco de vulnerabilidade ao lado de Eddie.
— Anastasia, nossa primeira e única música já é cantada pela cidade inteira. Imagina o que podemos fazer quando uma rádio nos descobrir... Como vai se sentir quando o mundo inteiro cantar nossas músicas?
Ele estava certo. Nossa música Trouble havia se espalhado pela cidade de uma forma muito satisfatória, principalmente entre os jovens. Nosso maior sonho sempre foi apresentar nossa música para o mundo, e ver os olhos brilhantes de Eddie ao lembrar disso me motivava cada vez mais. Eu só não conseguia deixar de acreditar que minhas criações não eram tão boas assim.
— Acho melhor continuarmos com a ideia de que você cria as músicas. — disse após uma pausa. Os ombros de Eddie caíram, demonstrando desânimo.
— Você é tão confiante em tudo... Confia mais essa vez.
Foi a última coisa que ele disse antes de seguir caminho até nosso ensaio de quinta feira. Estávamos ensaiando um pouco mais que o normal, já que havíamos sido convidados para tocar na maior festa que vai acontecer no ano novo. Completamente lotada de jovens alterados e com hormônios a flor da pele. Adultos estritamente proibidos, do jeito que eu mais gostava.
Pedi que Eddie fosse antes, suas palavras fizeram uma necessidade de pensar enorme em minha cabeça, e quando isso acontecia, eu gostava de caminhar pela cidade, independente se eu tivesse um destino ou não. Talvez ele estivesse certo, afinal. Depois que ouvi nossa primeira música pronta, percebi o quanto era boa e o quanto poderia ser aproveitada. De início não acreditei que eu mesma havia a criado... Talvez estivesse na hora de compartilhar um pouco mais.
Após alguns minutos, avistei a garagem da casa de Gareth, onde já podia ver Jeff ajustando o teclado e seu baixo, — o qual às vezes ele usava no meu lugar — Eddie com sua tão amada guitarra e o próprio Gareth aquecendo com a bateria. Munson foi o primeiro a me ver chegar, e lançou um sorriso um tanto encorajador. Os outros dois fizeram o nosso gesto especial, o qual era beijar nossos dedos e logo em seguida lançar o sinal mais conhecido do rock n' roll; indicador e mindinho para cima, com os outros abaixados. Fazíamos isso quase sempre quando nos encontrávamos.
— Olá, queridos. — disse ainda terminando de caminhar, abrindo um sorriso confiante no rosto. — Talvez eu tenha algo novo pra nós. — Jeff ergueu as sobrancelhas ao passo que Gareth as juntou.
— O que seria? — O último perguntou.
Levantei o canto dos lábios em um sorriso ladino antes de levar meus olhos a Eddie, que já sorria presunçoso e esperançoso em minha direção. Pedi a guitarra que ele tinha em volta do tronco e ele a entregou para mim. — O que era extremamente raro, já que pouquíssimas pessoas tinham a permissão do rockeiro de sequer tocar em seu tão amado instrumento.
Envolvi a alça da guitarra no tronco e já pude sentir os olhares confusos dos outros dois integrantes por me verem com um instrumento que não fosse meu baixo. Retirei o caderno da mochila que eu carregava e o posicionei no tripé que havia ali.
— Ok... — Respirei profundamente. — Estão prontos?
Os três se aproximaram de mim como resposta, para que pudessem dar uma olhada nos acordes junto com a letra da nova música que eu estava mostrando. Quando comecei, balancei a cabeça no ritmo que estabeleci, enquanto movia meus dedos de forma suave no instrumento. Cantei as primeiras palavras e carreguei minha voz para que soasse o melhor possível. Eu nem sequer precisava encarar o papel, já havia olhado tantas vezes para aquelas palavras e aqueles desenhos, perguntando para mim mesma se eram bons o bastante, que já estavam gravados em minha mente.
Conforme eu seguia com a música, a letra me fez trazer as memórias com Billy de volta. Como nossos corpos se encaixavam deliciosamente. Ou como ele me excitava apenas com um mísero toque. Ou como eu já estava molhada só de vê-lo me olhando com aqueles olhos azuis e penetrantes. Eu sentia que poderia tocar e ter aquele cara o quanto eu quisesse, que jamais seria o suficiente. Como ele poderia me deixar daquele jeito? Eu não fazia ideia, mas por enquanto, gostava da sensação.
— De onde você tirou isso, Anastasia? — Jeff perguntou quando terminei de cantar e tocar.
— E como tá tocando tão bem? — Gareth seguiu. Pude ouvir a risada divertida de Eddie ao meu lado, enquanto assistia o quão incrédulos os outros dois estavam.
— Eu compus, na verdade. — disse dando de ombros, como se eu não tivesse todo um complexo em relação às minhas criações.
— Você compõe?
— Querido, de onde você acha que nossa melhor música veio? — Eddie respondeu dessa vez, colocando as mãos na cintura e fazendo uma de suas caretas.
— Trouble? Achei que tinha vindo do Eddie. — Gareth franziu as sobrancelhas de novo.
A discussão continuou divertida, até o momento em que Gareth e Jeff finalmente aceitaram que eu era mais talentosa do que eu costumava ser, sem querer ser tão convencida. Passamos o ensaio inteiro naquela nova música, adicionando sonoridade e alguns detalhes aos acordes e letras. Eles faziam tudo ficar melhor, por isso eu sempre amei os dias de ensaio.
Já era pôr do sol quando decidimos terminar o ensaio. Era quase possível ouvir as engrenagens de nossos cérebros trabalhando de tanto que pensamos e focamos na música, a qual chamei de BONES. Mais um ensaio produtivo chegava ao fim. Quando segui Eddie até seu carro, para que ele me desse uma carona para casa como de costume, vi algo mais interessante na rua, um pouco mais afastado.
— Aquele não é...? — Eddie começou a pergunta, parando ao meu lado.
— Billy Hargrove. — O nome saiu da minha boca com a mais pura malícia, enquanto um sorriso fraco, porém presunçoso se formava em meu rosto.
Billy estava em seu carro, poucos metros mais afastado de onde estávamos. Seus olhos eram completamente focados em mim, e como sempre me senti devorada apenas pelo azul de suas orbes. Meu corpo inteiro pegou fogo e senti cada centímetro dele reagir. Percebi também um sorriso se formar na feição do garoto parado no carro.
— Pode ir pra casa, Munson. — disse e fiz uma pausa, sem desviar meus olhos dos de Billy em nenhum momento. — Já tenho carona hoje.
Ouvi a gargalhada de Eddie enquanto ele caminhava até seu carro, mas nem isso me fez tirar os olhos de Billy. Caminhei até ele, e o vi mordendo o lábio inferior e depois passava a língua pelo mesmo lugar. Porra, como consegue ser tão sexy? Pensei, suspirando profundamente e fazendo o possível para controlar meu corpo.
Quando finalmente cheguei até seu carro, observei enquanto ele abaixava o vidro. Em seguida, apoiei na lataria da porta do veículo, inclinando um pouco meu tronco para frente. Billy passou seus olhos por cada canto do meu corpo, sem nem tentar disfarçar, e quando finalmente voltou a encarar meus olhos, ergui uma das sobrancelhas, esperando que ele dissesse algo.
— Música nova? — Ele perguntou, puxando um cigarro do bolso e o acendendo, logo voltando sua atenção até meu rosto; não sem antes passar os olhos por mim de novo.
— Uma coisinha que criei. — respondi, carregando minha melhor voz aveludada.
— O que foi a inspiração? — Filho da puta. — Ou quem? — Ele sorriu abertamente, em seguida deu mais um trago no cigarro.
Cerrei meus olhos em sua direção enquanto sorria fraco, sem dizer absolutamente nada. Só pelo olhar sacana que ele me lançava, ele tinha uma ótima ideia sobre quem aquela música falava, e isso me frustrava um pouco, já que eu não conseguia estar mais no controle. Porém, ao mesmo tempo me excitava e me deixava cada vez mais viciada naquele cara.
— Quer ir a um outro lugar?
Billy abriu mais um sorriso com a minha pergunta, e apenas com um aceno de sua cabeça, entrei no carro no banco do passageiro e seguimos caminho até o motel mais próximo.
Sendo bem egoísta, quero você todo pra mim
E algum dia eu vou te deixar sem querer mais ninguém
Deixe-me fazer seus ossos pularem
Começando a perder o controle
Tirando suas roupas
Ninguém precisa saber
Deixe-me fazer seus ossos saltarem
(BONES - Demi Lovato)
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OI LINDOS, como passaram o Natal???
gente, recadinhos: aconselho DEMAIS a ouvir a música, pq é exatamente ela que a Anastasia "compôs". Imaginem ela cantando, pq na minha cabeça é MUITO claro ela arrasando e pensando no Billy com ela... outra coisa, a expressão "jump your bones" que tem na música, é uma conotação sexual q eles usam lá nos EUA ok?? só explicando mesmo... ouçam a música quando puderem hihi
foi isso, gente, não esqueçam da estrelinha e sintam-se livres pra comentar, me ajuda mto!!
Bjin procêis💙
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