Distopia

A raiva foi para casa antes
Com tensão, deixou marcas nas panelas.
Olhando ao horizonte,
Como entram as duas velas,
O amor volta sobre nossa essência
Mas não para nos apaixonar
Trouxe apenas um sonho no altar.

Os peixes nadam ainda felizes
Libertos sobre as correntes
Frias e pouco mais quentes.
Ele está preso em uma garrafa
Todos podem sentir sua energia
Tudo que vê, queima com porfia
Mas a água não consegue, ela esfria...
Esfriava, agora sente o calor
Traz enchentes, derrete as correntes
Nela... a vida se acaba.

A arte agora é um padrão
Rotulado, transmitido, comprado.
Pensar em coisas maiores
Me parece tanto uma ilusão.
O escondido surge como o gado
Quebrando as perspectivas menores
Como é tristonho sair de um lado,
Aparecem as intenções verdadeiras
De ter todo o poder com tanto ódio
Com o ópio da imprensa nas empresas.

Com o fim das grandes narrativas
Me contam somente histórias
Aquelas sobre como tudo vai acabar.
Cada número se torna rafeiro,
O dinheiro agora é ilusório
Mas me protege contra amarras
Que enclausuram os pobres.
Queria ir para o outro lado
Ultrapassar esse horizonte
Que não é mais meu sonho.

Com a cabeça cheia de tacho
Com vontade de ir para rua
Minha lua fica em casa
Pensando no futuro e em cada nicho.
Se é nas crises que surgem
As grandes oportunidades,
O futuro me parece uma distopia.

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