XXV
Ivo Dominique Tormenni
Em casa enfim
Poderia eu fazer coisas incríveis, ler os melhores livros, ouvir as canções mais extraordinárias, e comtemplar a beleza que esse mundo possui.
Mas eu nunca seria capaz de olhar para você e não te amar.
É assim que me sinto ao vê-la. Eu não tenho capacidade de passar um segundo e não amar Ísis.
Eu amo olhar em seus olhos azuis, amo ouvir ela falar, amo sua voz macia aos ouvidos, amo me sentar e admirar toda sua beleza, sua inteligência, a forma como os raios de sol ilumina os cabelos dourados dela, a forma como ela inclina o rosto em direção ao céu, como se estivesse captando a energia daquele momento.
Pode haver duas semanas que me encontro com a senhorita ísis. Todos os dias, as 16 da tarde me encaminho em direção a casa de fachada branca e imensas janelas, encontro-a na biblioteca, com um livro no colo e uma feição concentrada. Eu a observo com avidez, como se eu pudesse decorar cada detalhe minuciosa sobre ela, seus cabelos dourados, sua boca perfeita, suas mãos hábeis com as paginas dos livros, seus lábios lendo cada frase em um sussurro baixinho.
Muitos não acreditam nisso, mas eu acredito.
Acredito que ela pode ser o meu céu, que de alguma forma, eu possa estar longe de casa mas no verdadeiro lar.
Você já esteve em um lugar agradável? Imagino que eu esteja lá fora, uma imensa tempestade me ataca, e posso até morrer de hipotermia, mas então, uma porta se abre, com maestria e uma adorável sinfonia, entro, e aquele lugar esteja quente e agradável, como se houvesse sido construído só pra fim, simetricamente, como uma consonância. É assim que eu me sinto ao encontrar Ísis, é assim quando você esta em casa.
Eu estou em casa.
- Leia para mim.
peço em quase uma suplica. Ela sorri e leva os olhos para o livro que descansa em seu colo.
- Estou á deriva. Meu corpo balança em meio a multidão, e posso dizer que me encontro perdido. O sentimento vazio instala na alma, e eis que me pergunto o que poderei fazer para reverter tal flagelo? tento de todas as formas recuperar a bonança em meu ser abissal, profundo e oculto. Tento rir, mas o riso embora foi de mim. Eis que perdido estou, nessa filosofia da vida, e não perco tempo, em saber que causas em mim a falta de uma imensidão.
Ela da uma pausa, e seus olhos amenos se encontra com os meus. Eu sorrio e ela volta para sua leitura.
- Então olho para você, e todo mal se esvai, porque não há nada obscuro que não se rende a sua luz. Vejo então, que vivo para ter por perto o sol do teu coração brilhando em meu amago.
Ela encerra fechando o livro com delicadeza. Eu me levanto e me aproximo dela.
- Permanecerá aqui?
Ela assente com doçura.
Eu sorrio e beijo a testa dela.
- Agora vejo que me faz ser.
Ela me olha com ternura.
- Vejo que sou sua bondade.
Ela completa com a voz baixa, então mentalmente, agradeço aos céus.
porque eis ali a minha frente o meu lar mais sincero, mais alentador, e cheio de bondade.
Então eu abraço, jurando a mim mesmo que ela é o meu céu.
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