XXIV

Ísis Annelise Bouvaan
De volta pra casa


Meu vestido é azul.
Combina com os meus olhos azul-céu.
Sorrio paro o espelho.

E é quando papai vem me buscar. Ele para no vão da porta e em seu olhar possuí fascínio.

- minha menininha.

Eu me aproximo e selo um beijo rápido em sua bochecha.

- Você está linda.

Ele me elogia. E eu sorrio.

- obrigada papai.

Ele segura o meu braço e juntos seguimos até a carruagem que nos espera la fora.
Me acomodo no assento e olho pela janela. Vejo o caminho em um borrão.

Fico pensativa por um só segundo.
Penso em trilhões de coisas. Mas não penso naquela noite.
Naquela noite em que me dirijo ao Palácio.

Somos nobres. Mas não tão nobres.
Mas mesmo assim, me surpreedo com o fato de sermos aceito em uma festa de tão alta corte do rei.

Mas isso não me faz pensar tanto.
Me faz pensar em outras coisas, algo que eu não sei significado.

Ao longo do dia de hoje, me achei um tanto estranha, e bizarra. Como se algo dentro de mim estivesse inquieta.
Incompleta.

Mal sabia eu.

Que estava me aproximando de casa.

***

Casa.
Eu nasci na casa de Denique-domi, a mansão longe da cidade que pertence a minha família desde sempre.

Foi lá que o meu pai nasceu.
Fora lá que eu cresci.

A casa de Denique-domi sempre fora meu lar. Todo vez que eu olho para imensa fachada, sinto meu coração aquecer e aquela sensação de estar de volta em casa, me pegava. E eu passava os dias mais aquientadores e amorosos de toda a minha vida.

Porque o fato de Denique domi ser a minha casa, é o fato dela ser o meu lar, foi o primeiro lugar aonde eu realmente fui amada. Então, é o único lugar aonde eu também realmente amo está.

O Palácio não parece um lar.
Ele parece mais um ornamento cheio de ornamentos.

Isso é interessante, mas tediante.
Algumas pessoas nos cumprimentam, e vamos para os nossos lugares.

Mas então olho para trás.
Meus olhos varrem o âmbito, como se estivessem a procura de algo.
Então como um clique, eu o vi.

Possuía um sorriso no rosto, e uma postura relaxada.

Eu o vi.

E eu sabia que ali, que ali, era o que eu havia procurado por tanto tempo.

***

Ivo. Seu nome é Ivo.

Ivo significa Deus é cheio de graça.
Mas Ivo poderia significar beleza, ou bondade. Porque isso cabe muito bem nele.

Bondade e beleza.
Ele expira isso.
Como se fosse um dom.
Ivo? Sabias que possuí o dom mais divino de todos? Aquele que aquieta almas, e traz bom ânimo e bonança?

Eu me sentia daquela forma.
E nem me importava o fato de Ivo ser o príncipe herdeiro.
O que importava era saber que ele era o que eu procurava. Diante de tudo, ele era o que eu procurava.

Ele se virou cuidadosamente, e seus olhos negros por um só instante, se fixaram nos meus.

Deus é cheio de graça.
Deus encheu Ivo de graça.
Porque ele é a criação mais prefeita.
Ivo então sorriu.

***

Eu toamava chá tranquilamente na biblioteca.
Quando a porta se abriu e o mordomo sorriu.

- Senhorita.

Falou ele com um sorriso colado no rosto.

- o que deseja, Stuart?

Ele não parava de sorrir, e até eu sorria sem motivos.

- a senhorita possui uma visita.

Poucos me visitavam.

- e quem seria?

Então ele surgiu no vão da porta.
Com os cabelos lisos bem penteados, com o seu traje alinhado, e seu coração bondoso e cheio de graça.

- seria eu.

Eu nunca tinha ouvido sua voz. Mas era exatamente aquilo que eu imaginava, como uma carícia a alma.

Rapidamente eu me curvei diante a ele.
Mas ele sorriu de forma traquila.

- não fomos apresentados ontem.

Ele explicou.

- me chamo Ísis, alteza.

Ele riu novamente, e seu riso era cheio, de tudo aquilo que poderia ser bom e agradável. O riso dele, era angelical.

- Ivo, querida Hemel.

Eu ia corrigir. Dizer a ele que me chamo Ísis e não Hemel.
Mas mesmo assim, o nome caiu bem, tanto em sua voz quanto em mim.

E eu gostei.

Gostei de ser Hemel.

Então sorri.
Ele sorriu.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top