XVII

Ela bebeu o café.
Sorriu pra mim.

- Gosto daqui.

Ela falou.

- é um bom lugar.

Digo. Aurora sorri novamente.
Os olhos dela são tão azuis, tão oceanos mais tão cor de céu.
Eu queria tanto mergulhar neles.

- Você está afim de ir a praia?

Perguntei. Ela meneia a cabeça e diz:

- Não acha que devemos ir atrás de mais pistas?

Eu Nego.

- quero um dia  bacana. Nada de vida passada, apenas presente. O dia mal começou.

Ela abri um sorriso imenso e então se levanta.

- me leve ao mar então.

Ela estendeu a mão e eu a segurei, e sim, ela coube perfeitamente na minha.

***

Deitei na areia e observei Aurora molhar os pés na água rasa do mar.
Eu quis fica de longe para a observar, ela parecia uma criança animada.

- Você foi ao mar quantas vezes?

Eu perguntei assim que ela caiu ao meu lado.

- milhares! Mas nunca me canso dele. Mas o mar daqui é diferente.

Olho para ela.

- diferente?

Ela assente.

- Não sei explicar.

Compreendo. Há tantas coisas que eu não sei explicar.

- meu avô era dono de um aquário.

Falei depois de um tempo.

- Eu passei minha vida toda lá. Ele me ensinou tudo que o mar tinha, morávamos perto da baía, quase uns vinte cinco passos. E em toda a minha vida, eu nunca me imaginei em outro lugar que não fosse no mar.

Os olhos dela brilharam.

- Eu me sinto em casa.

Ela falou.

- Eu também.

O sol batia sobre nós, não era forte, era a agradável. E durante todo esse tempo, ficamos presos ao encanto da praia e do mar a nossa frente.
Mas acima de tudo eu estava encantado com Aurora, em como ela agia, em como ela falava, eu não tinha dúvidas que ela realmente era a minha paixão.

Fomos almoçar.
Comprei dois hambúrgueres pra viagem e levei para o carro.

- Não vamos comer aqui?

Ela questionou olhando para o restaurante.

- Não seremos mais um clichê.

Ela sorriu e adentrou no carro.
Comecei a dirigir, então a música entoou no carro, junto com a voz de Aurora, que não era nenhum pouco afinada, mas que aos meus ouvidos  se tornaram verdadeiro louvor dos anjos.

E eu cantei junto, três vezes pior do que ela, a fazendo rir. Ela abre a janela e põe a cabeça para o lado de fora, e o vento e o cheiro do mar entra dentro do carro.

Parei o carro na colina.
Estendi a manta no chão e coloquei em pratinhos descartáveis os dois hambúrgueres e os refrigerantes.

Ela deitou na relva e se espreguiçou.

- Nada melhor do que relaxar.

Eu entreguei para ela o hambúrguer.

- Você acredita em almas gêmeas?

Perguntei entre uma mordida e outra.
Aurora ainda com a boca cheia de carne nega.

- Não. Óbvio que não.

Ela falou com a boca vazia depois.

- Não há almas gêmeas, porquê almas são diferentes e não iguais. Talvez há as almas que se diferem. Acho que encontrar no outro o que não há em você é o melhor de tudo.

Analisei a idéia dela. Parecia certa.

- então quer dizer que a alma de Cristóvão era a alma gêmea de Estela, mas a alma de Maximus, era diferente da de Estela. Por isso que eles eram apaixonados?

Ela parecia confusa, mas mesmo assim concordou.

- Eu acredito que amor esteja nos detalhes mais mínimos, talvez lá no fundo. Tenho certeza que Cristóvão era a alma gêmea de Estela, mas Estela era a alma gêmea de Maximus.

Ela come mais um pouco do seu hambúrguer, e eu prefiro encerrar aquele assunto.

Passamos a tarde quase toda deitados na grama curtindo o momento. Eu só queria que ela ficasse perto de mim.

***

andávamos pelas calçadas da orla afim de curtir o pôr do sol.

Aurora estava cada vez mais imersa no clima de Ocêania, e quando eu menos esperava a mão dela estava na minha, eu observei nossas mãos juntas. Ela riu.

- Eu tenho que voltar pra casa.

senti algo parecido com o coração partido.

- Mas eu já me sinto em casa.

olhei pra ela.

- Eu acho que você é o meu lar.

falei.

- tenho a mesma sensação.

e quando estávamos prestes  selar aquilo com um beijo apaixonante alguém se aproximou.

- Majestade!

o homem magro gritou, varias pessoas olharam para nós.

- Rei Maximus, Rainha Estela.

O homem se prostrou diante de nós, ele estava a acabar com tudo que eu conhecia, tudo que eu havia acabado de conseguir.

- quem é você?

Aurora perguntou. Ele então se levantou e disse:

- a resposta para todas as suas perguntas. Eu estive esperando pelas majestades.

o homem abriu o sorriso, e um tremor se alojou no meu peito.

- venham.

Aurora não pensou duas vezes.

Eu iria perdê-la.

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