XVI

Estela estava majestosa.
Ela é uma verdadeira rainha.
Ela anda com confiança, e superioridade, mesmo ela não tratando as outras pessoas com superioridade. Ela é gentil, e corajosa.

- o que foi?

Ela se sentou no banco da carruagem. À minha frente.

- O quê?

Pergunto. Ela gira os olhos nas órbitas e diz:

- Você está com essa sua cara de bobo.

Eu sorri.

- é porque eu sou bobo por você.

Sorri mostrando os dentes.
Ela não demonstrou nada além do que um franzir de sombracelhas.

Passamos maior parte do tempo calados. Não era minha intenção, eu queria ouvir ela falar, por vários e vários minutos, apenas ouvir sua voz.

- Qual é sua cor favorita?

Perguntei. Ela direcionou os olhos para mim.

- azul.

Eu gostei da resposta.

- é a cor do meus olhos.

Murmurei.
Ela sorriu, não abertamente, mas de uma forma tristonha.

- de Cristóvão também.

Ressaltou.

O que eu estou fazendo? Estou tentando arrancar algo genuíno. Estela não me amava, e nunca me amaria, sua devoção e seu coração é de Cristóvão, porquê eu queria tanto tirar isso? Não posso.

- Estela.

Murmurei.

- Você o ama.

Não foi uma pergunta. Foi uma afirmação.

- Sim.

Ela falou suave.

- Eu quero que você o ame.

Falei. Eu não posso trair meu irmão desse jeito.

- Maximus...

Eu Neguei.

- me chame de Max.

Ela assentiu e voltou seus olhos para a janela.

- por Deus porque eu amo tanto você?!

Falei exasperado. Ela se assustou, fiquei calado.

- Eu tento não te amar. Toda vez que eu olho pra você me entrego, mas vejo que você nunca será minha. Me sinto um judas traindo meu irmão desse jeito.

Ela estava estática com os olhos bem abertos.

Ficou calada e mal respirava.

- fale alguma coisa, Estela.

Supliquei com dor.
Ela me causa dor, mas me proporciona toda espécie de prazer possível.

- como você sabe que é amor?

Ela questionou.
Eu arrumei minha postura.

- Porquê todo dia, quando os raios de sol atravessam as janelas do palácio, eles fazem com que seus cabelos fiquem ainda mais dourados. E lhe deixa com feição de anjo. E que toda manhã, às 10 em ponto você está no jardim, sozinha.  Porque você é bondosa, e todo dia ajuda alguém.

Dei uma pausa e foquei em seus olhos.

- porque você transmite todo o seu ser, e se abre de alma. Porque se eu pudesse fazer qualquer coisa, mínima que seja, eu estaria no porto naquele dia, naquele dia que você encontrou Cristóvão. Eu estaria lá, simplesmente para merecer seu coração.

Ela parecia ao ponto de chorar.

- Eu sei que é amor, porquê quando eu vejo você, eu não enxergo mais nada. Porque eu seria um cego, se não fosse para olhar somente para você. E todos os dias quando eu a encontro, meu coração fala, que você, que somente você, está nele. Eu sei que é amor, porquê eu sinto, eu sinto que podia ser qualquer coisa, pra amar você.

Ela não fala nada, eu não falo nada. A carruagem se agita então alguém grita do lado de fora.

- Chegamos majestade!

Então eu pulo pra fora da carruagem, deixando Estela aturdida ali dentro.

***

O baile dado em honra do rei Philipe começou. Tínhamos viajado muito tempo somente para prestigiar nosso reino vizinho.
Eu não estava muito animado.
Mas eu precisava, era questões políticas.

- sua majestade Maximus Polús e sua rainha Estela. Reis de Oceânia.

O lacaio nos anunciou. Eu passei meu braço pela cintura de Estela e a apertei.

- sorria.

Grunhi para ela.
Ela porém deu o seu melhor sorriso.

Entramos no salão e os outros convidados mos saudaram.
Ficamos calados ainda, eu não queria estourar a bolha de pensamentos que cercava Estela, então respeitei seu espaço.
O rei Philipe adentrou no salão e foi muito aplaudido, ele parecia ser um rei muito autoritário e nenhum pouco simpático.

Ele passou por mim e Estela e então seus olhos demoraram em nós. Em nós não, em Estela.

- Polús.

Ele mostrou os dentes.

- Tommeni.

O comprimento. Apertei meu braço ao redor de Estela. Os olhos dele pousaram em meu braço na cintura de minha esposa.

- adorável,sua rainha.

Estela murmurou um obrigada.
Então ele saiu com sua postura ereta.

Então Estela se afastou de mim.

E a festa continuou.
Passei maior parte apenas observando os outros se divertirem, esqueci completamente que um dia eu fora um homem louco por festas.
Bebi mais uma tarça, outra e mais outra.

Estela se manteve ao meu lado o tempo todo. Ela não disse nenhuma sílaba direcionada à mim, ela apenas se manteve olhando fixamente para o salão.

Então depois de quase uns vinte minutos, ela soltou:

- Eu quero dançar.

Falou.
Eu a olhei.

- acho que qualquer outro cavaleiro daria os braços só para dançar com você.

Ela girou os olhos e pulou pra fora da cadeira.

- Eu não vou ficar plantada aqui.

Eu olhei enviesgasdo para ela.

- seria uma bela planta.

Ela não se dá por Satisfeita e puxa-me para fora da cadeira.

- está bem.

Falei sendo arrastado por uma garota que não pesa nem cinquenta quilos.
Paramos no centro do salão. Minha mão foi para junto à lombar dela, juntamos as mãos, mas agora foi diferente.

Ela então quebrou todas as regras de etiquetas que ela recebeu para ser rainha. Ela simplesmente encostou a cabeça no meu peito, ficando abaixo do meu queixo, e profundamente abraçada em mim.

Então nossos pés fizeram algo parecido com dança.

- Não quero sair daqui.

Ela disse depois de um tempo.

- do castelo do rei Tommeni?

Perguntei.

Ela sorriu.

- Não.

Então eu inclinei meus olhos para ela.

- Não quero sair daqui.

Ela enfiou o nariz na minha camiseta, se aprumando e se encaixando perfeitamente.

- Eu também, querida.

***

Tirei o colete e o pus na cabeceira da cama.
Respirei fundo.
Hoje foi um dia difícil, mas tudo valeu à pena.

Então a porta se abriu e Estela surgiu.

- Olá flor.

Ela sorriu meiga então disse:

- tudo aquilo que você disse na carruagem era verdade?

Parei por um segundo.

- óbvio que era. Cada vírgula.

Ela pois as mãos na cintura e pensou.

- certamente você merece um prêmio por saber usar tão bem as palavras.

Eu dei um sorriso maroto.

- na verdade Lady May merece os créditos.

Ela piscou várias vezes.

- quem é lady May?

- minha tutora de literatura.

O rosto de Estela adquiriu um semblante aliviado.

- de certo que sim. Mas creio que o senhor merece um por ser tão bom aluno.

Concordei.

- Nuca recebi prêmios por ser bom aluno.

- Receberá um agora.

Eu não pude perguntar por que, simplesmente Estela se aproximou e numa dança melodiosa ela tocou meus lábios com os lábios dela.

Foi uma explosão de sentimentos, eu nunca havia sentindo isso, foi a coisa mais brutal e delicada que eu já tive.

Abri meus olhos, então encontrei uma Estela muito quieta.

- Eu queria Isso à tanto tempo.

Falei botando um fio de cabelo dela atrás da orelha.

- Você é tão irreal.

Mas antes que eu pudesse falar alguma coisa, nossos lábios voltaram a dançar, e dessa vez foi intenso, muito mais, foi uma mistura de sabor e paixões, e quando eu terminamos, estávamos sem fôlego.

- Eu poderia fazer uma pintura sua agora mesmo.

Falei. Mas ela apenas gargalhou alto.

- outro dia querido Max.

Foi lindo a forma como ela me chamou. Ela me chamou como se eu fosse íntimo dela, e pertencesse apenas ela. Eu gostei.

- posso dormir hoje aqui?

Ela perguntou com as bochechas coradas.

- só se você me prometer nunca sair daqui.

Ela sorriu.
Eu sorri. Eu a amo.

- Eu não quero sair. Eu não vou. Prometo.

Pra sempre eu quis dizer.

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