XIV

Andei pelos corredores rápido.
Eu mataria aquele desgraçado.

Eu não aguentava mais a presença dele.
Ele estava à cada dois passos de mim, me perseguindo, e me tentando de todas as maneiras possíveis. Como se eu fosse um desafio.

Maximus pediu a minha ira. Agora ele a têm.

- Bom tarde, querida.

Ele sorriu lindamente o que me fez ainda mais irada.

- Não me chame de querida.

Rosnei alto para ele. Ele apenas sorriu mostrando os perfeitos dentes.

Tudo em Maximus me causa raiva e profunda irritação. Ele é bonito demais, e sabe disso. Ele é inteligente demais, e sabe disso, ele é poderoso demais, e usa isso. Ele tem domínio sobre mim, e usa isso.

Tudo nele me causa irritação, principalmente sua respiração.
Me sinto morta de arrependimento por ter aceitado aquela maldita proposta, porquê Cristóvão achou isso uma boa idéia? Eu estaria bem melhor longe do irmão aproveitador dele.

- Claro, meu bem.

Ele sorriu novamente.

- pare com isso!

Eu explodi. Maximus riu.

- Com o que ?

Ele demonstrou calma ao falar.

- com o que Estela? Com a minha fascinação por você? Pela minha paixão por você? O que quer que eu pare?

Sua voz foi suave e doce, mantendo um nível baixo apenas para os meus ouvidos.

- Você não me ama.

Falei fixando meus olhos nos dele.

- é apenas desejo carnal.

Falei com os dentes trincados.

- apenas da sua parte.

Completei. Então uma gargalhada estrondosa quebrou o silêncio do lugar.

- Desejo apenas de minha parte? Seja franca consigo mesmo, Estela Mason!

Ele rugiu mas manteve sua coluna ereta mantendo sua postura.

- Se eu a lhe beijasse agora, estaria imersa em um profundo desejo carnal não só meu, mas também seu.

Ele se aproximou e eu não me esquivei. Seus olhos ardiam.

- Eu não o amo e não sinto nenhum apreço por você.

Falei.

Ele negou, mesmo eu vendo que eu acabara de deixar em fagalhos seu coração.

- Diga isso, daqui há dois meses.

Ele tocou o meu ombro.

- me diga logo após isso.

A mão dele desceu sobre meu braço e pousou sobre minha cintura. Seus dedos apertaram minha pele, e um calor ardeu dentro de minhas vestes.

- Diga, Querida Estela.

Seu rosto se inclinou e se encontrou no vão do meu pescoço. Eu não conseguia mover um dedo sequer.

- Diga.

Ele pediu.

Seus lábios desceram até estarem no meu ombro desnudo, e subiu novamente, fazendo coisas imagináveis com a ponta da língua, me levando ao ponto do delírio.

A mão que se mantinha na minha cintura desceu até o caminho das minhas nádegas, levando-me à ponto de gritar.

- Ainda não.

Ele se afastou e observou meu rosto.

- Eu amo você.

Falou baixo.

- mesmo sabendo que você é capaz de destruir tudo que é meu. Inclusive meu coração.

Então com um sorriso triste ele sumiu no corredor. Deixando-me prestes a cair, e sem controle nenhum sobre minhas pernas, e com o coração meio louco no peito.

***

Abri a porta sem bater.
Então avistei o rosto confuso de Maximus.

- O que houve?

Ele perguntou se sentando à beira da cama.

- Não consigo dormir.

Falei breve fechando a porta de traz de mim.

- e por acaso eu sou a solução disso?

Ele sorriu mostrando os dentes.

- Faça isso parar.

Falei me aproximando.

- o que?

Perguntou confuso.

- Faça parar.

Falei novamente.

- doce Estela eu poderia até parar, se soubesse o que é.

E fazendo um esforço sobrenatural falei:

- faça com que o meu ser pare de pensar em você.

Então uma gargalhada explodiu.

- Não há graça.

Falei com raiva.

- há sim.

Ele entre risos.

- Bom...Eu não tenho a receita disso. Mas se porventura você quiser tentar algo diferente. Estou à disposição.

Semicerrados os olhos eu disse:

- o que insinua, Polús?

Ele deu de ombros. E Acenou.

- Venha cá.

Eu olhei receosa.

- Eu não mordo, Estela. A não ser que peça é claro.

Me aproximei ainda temendo que ele me puxe e faça alguma coisa.
Mas não. Me aproximei e ele apenas olhou no fundo dos meus olhos.

- Faça parar.

Implorei mais uma vez.

- Farei.

Ele disse sincero.
Então com delicadeza ele me puxou de encontro ao peito dele, e oubi seu coração descompassado, e sua respiração pesada. Ele me acomodou em seu colo, e eu não reclamei.
Eu estava confortável, e ele parecia caridoso e bondoso, e seu peito e coração, pareciam quentes demais e acolhedor, fazendo-me se aquientar e me sentir em casa.

O queixo de Maximus foi parar no topo da minha cabeça, e com uma lentidão dos anjos ele passava as mãos em meus cabelos, me fazendo relaxar em um profundo descanso.

Eu nunca havia me sentindo assim antes. Tão completa, tão cheia, de certeza, como se ali, fosse o meu lugar.

- Se sente melhor?

Ele perguntou.

- Você é algum tipo de anjo?

Levantei os olhos para ele, encarando seus majestosos olhos azuis de céu.
Eles brilhavam. Só para mim.

- Sou o que você desejar.

Falou com a voz cheia de sentimentos.

Eu me aconcheguei mais ainda nele.

- Qualquer coisa?

Ele concordou.

- o que mais anseiar.

Voltei os olhos para ele.

- e se eu pedir pra você ser a minha vida?

Ele me apertou.

- serei sua vida então.

Ele sorriu.

- e se eu pedisse pra ser o mar?

Ele se inclinou, e numa voz solene disse:

- Seria eu, o mar mais azul, apenas para ser teu.

Eu sorri.

- Eu desejo, o céu então.

Falei me aprumado nele.

- Sou o céu, se você for me contemplar. Sou o céu, se esse for, o teu desejo.

Então eu dormi nos braços firmes de Maximus. Sentindo sua respiração e ouvindo o som alto do coração dele.
Enquanto ele estava me apertando, e jurando ser o céu mais azulado da face da terra, apenas para o meu desejo.

- seu coração bate forte.

Falei após um longo tempo.
Ele ergue os lábios em uma dança majestosa.

- Ele reconhece quando você está perto.

Então com essa última frase, voltei ao meu sonho quieto, sonhando com o céu mais celestial e azul de todos.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top