XIII
Abri a porta do apartamento e dei passagem a Aurora. A garota dos meus sonhos que eu costumava chamar de Estela.
Aurora parecia manter meu coração em suas mãos. Ela dava pequenos passos e se alastrava no meu coração.
Eu sabia que tudo não passava de uma loucura, mas tudo fez o absoluto sentindo quando Aurora surgiu, como se eu estivesse num buraco escuro, e ela fosse meu raio de luz.
Quando comecei até os sonhos na pele de Maximus, eu vi toda a paixão de Maximus ser transferida à mim, eu amei Estela à cada segundo de cada sonho meu, eu adorava os sonhos só para poder ter um pouco de Estela.
Mas quando Aurora surgiu, eu percebi que Estela não era minha, Estela era de Maximus, o destino foi bondoso em ter me presenteado com Aurora.
Então eu agradeço.
Agradeço e louvo aos anjos.
- Você quer alguma coisa?
Eu perguntei à ela. Ela negou e apenas se sentou no sofá, familiarizada com o lugar.
Fui até a cozinha e busquei um pouco de água. Eu não podia acreditar, o amor da minha vida havia se materializado na minha frente.
Claro que a diferença da cor dos olhos de Estela e Aurora ainda me intriga, mas eu sei que ainda teremos respostas.
Me Sentei de frente pra ela.
- Você trabalha com o que?
Eu quis saber.
Ela reencostou as costas no sofá e falou :
- trabalho com design de projetos.
Concordei olhando para ela.
Todas as vezes em meus sonhos, eu me via afundado nos olhos de Estela, era uma das coisas que eu mais amava nela, os olhos. Eram amenos e perfeitos, praticamente da cor de mel de abelhas, e tinha um olhar doce e angélical. Mas agora, olhando para os olhos azulados de Aurora, me vi ainda mais apaixonado por suas íris, pareciam uma daquelas lagoas profundas de alma, mas ao mesmo tempo na cor mais vivida do céu.
Era o equilíbrio perfeito, entre céu e mar, dentro dos olhos de Aurora.
- e você?
A voz dela me despertou dos meus devaneios.
- Sou biólogo marinho.
Respondi com orgulho.
- Você é um dos amantes do mar?
Ela sorriu. Eu não precisei responder, talvez meus olhos diziam tudo. Eu sempre fui apaixonado pelo mar.
- Também sou.
Ela confessou.
Ficamos cerca de dois minutos apenas encarando um ao outro.
- Tudo bem.
Quebrei o silêncio.
- Eu tenho andado feito algumas coisas em relação aos sonhos.
Ela assentiu.
Me levantei e peguei um caderninho de capa preta.
- nesse caderno.
Mostrei a ela.
- tem algumas anotações que eu julguei serem as mais importantes.
Ela assentiu novamente.
- todas as vezes que um sonho novo aparece, eu escrevo aqui, e vou até o lugar aonde ele se passou.
Ela ponderou minhas palavras e falou :
- ótima idéia. Você está juntando as peças. Eu preciso organizar as minhas. Você já encontrou algo no palácio?
Eu já tinha ido ao palácio uma porção de vezes. Mas em nenhuma das minhas visitas havia sido produtivas. Fiquei um pouco frustrado no início.
- Bom, não. Mas lá pode haver algo que você saiba e eu não.
Ela meneou a cabeça.
- Certo.
Assenti.
- vamos amanhã ao palácio.
***
Parei o carro em frente ao hotel que Aurora está. Ontem mesmo ela me deu o seu número e endereço, e eu não passei um segundo sequer sem pensar em Aurora.
- Bom dia!
Falei abrindo a porta do carro pra ela.
- Bom dia.
Ela devolveu alegre. Ela parecia animada.
- Eu estou um tanto nervosa. Aquele palácio me causa isso.
Eu sacudi a cabeça.
- acontece o mesmo comigo.
Segurei a mão dela, mas isso só fez com que uma espécie de energia rasgassem minhas veias.
- Vai ficar tudo bem.
Falei baixo. Aurora sorriu e pôs o cinto de segurança, e eu comecei a dirigir em direção ao castelo aonde estava construída toda a vida de Maximus e Estela.
Não conversamos muito, apenas alguns comentários e nada mais. Ela se mantinha calada e eu a respeitei.
Mas eu não podia deixar de dizer que todo o meu ser esta em êxtase com ela ao meu lado.
- chegamos.
Falei estacionando o carro numa vaga. Aurora saltou do carro e foi comprar os ingressos. Entrei pelo jardim e avistei a grama bem aparada, e automaticamente fui levado aos meus sonhos em que os protagonistas eram Maximus e Estela.
Estela fechou o semblante e cruzou os braços. Ela não parecia muito contente, mas eu iria até o fim.
- Não seja rabugenta.
Falei esticando a toalha no chão e me sentando na mesma. Estela ficou me encarando apenas.
- faz o que aí?
Perguntei analisando ela. Ela deu um sorriso irônico.
- apenas contemplando sua beleza e arrogância.
Mas antes que ela terminasse a frase, eu a puxei para o meu colo e a apertei em meus braços.
- fale novamente.
Eu falei no ouvido de Estela. Eu a mantinha entre os meus braços, ela nem se moveu.
- o que ?
Ela estava a um suspiro de mim, meus lábios se deleitavam com o pescoço dela, mas não cheguei a tocar em seus macios lábios rosados.
- Seu louco !
Ela pulou pra fora do meu colo me empurrando. Eu ri alto.
Ela estava magoada consigo mesmo porque havia gostado dos meus Beijos.
Então ela se afastou e fingiu está interessada nas flores ali perto.
Ah Estela, você não escapa de mim.
Abri meus olhos. Eu estava de volta no jardim, mas às sós. Era no mesmo lugar em que o meu sonho havia me levado. Então de súbito arranquei o caderno do bolso e escrevi o resumo do mais novo sonho.
Então encontrei Aurora.
Ela parecia pálida.
- o que houve?
Ela estava em choque.
- houve uma guerra.
E eu senti o pavor.
- A guerra que matou Estela e Maximus.
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