VII


- Eu não sou doida. Eu não sou doida.

Repeti isso umas três vezes até Ralph  explodir.

- Ah mais eu vou se você não cala a boca!

Olhei pra ele no banco de trás.

- obrigada.

Voltei minha atenção para a janela.

- tenho mesmo que ir a um psicólogo?

Olivia concordou passando a macha do carro.

- Sim. E ele é ótimo. Talvez explique isso.

Olhei para o rosto bonito de Olivia.

- Você tá pegando ele não é?

Perguntei semi-cerrando os olhos.

Ralph explodiu em uma gargalhada.

- adorooo. A bebê Brinklin está nos legando pra conhecer o boy!

Olivia parou o carro e com um olhar furioso ela nos encarou.

- vejam bem, ele parece ser perfeito. Lindo modesto e inteligente. Ralph não dê em cima dele. E estou tentando ajudar a minha melhor amiga.

Ela parou e deu uma longa respirada.

- e claro. Quero muito a opinião de vocês

Ralph se inclinou e deu um beijo no rosto de Olivia.

- só não me diga que ele é realmente um daqueles médicos sexys, porquê aí eu não me controlo.

Sorrimos e entramos na clínica.
Subimos algumas escadas e logo estávamos numa sala de espera muito chique e elegante.

- Você esqueceu de anexar "E muito rico." Se deu bem, Ollie.

Então a porta se abriu e um cara alto de cabelo bem arrumado saiu. Ele usava uma calça formal e uma camisa bem passada da mais fina grife, ele tinha um rosto bonito e simpático.
Ralph olhou boquiaberto para Ollie.

- Menina...

Ele sussurrou chocado mas antes Olivia foi até ele.

- Hans esses são os meus amigos.

Hans sorriu e nos estendeu a mão.

- Hans Wesrwood. Prazer.

- Estela Mason...

Então senti um choque dentro da minha cabeça me lembrando que eu não sou Estela Mason.

- Aurora, Aurora.

Firmei o aperto um pouco confusa, Hans parecia ainda mais confuso, mas sorriu mesmo assim.

- Raphael. Mas pode me chamar de Ralph...

Disse Ralph com a voz rouca sorrindo e segurando a mão de Hans com delicadeza.

- Bom Hans, eu trouxe a Aurora pra uma consulta.

- a claro. Pode me acompanhar senhorita.

Ele abriu a porta para mim mas antes beijou a bochecha de Ollie.

- te vejo mais tarde.

Então a porta se fechou e eu fui parar em um divã e o doutor gato de Olivia em uma poltrona.

- vamos começar.

Então comecei a falar. Cada mísera coisa que minha mente se lembrava, do dia que conheci Cristóvão, ou quando nos casamos, em todas as sensações, e quando vi Cristóvão morto, ou até mesmo no sonho passado, aonde eu vi Maximus pela primeira vez.

Foi diferente, muito diferente de quando eu vi Cristóvão.
Eu poderia ter me apaixonando por Cristóvão naquele mesmo sonho, mas Maximus era total a verso do irmão.

O que eu estava pensando?

- Você pode me ajudar?

Perguntei assim depois que falei tudo.

- Bom. Isso é algo surreal.

- Eu sei, eu sei. Ninguém mais sabe disso como eu.

Falei pondo a mão no peito lembrando de cada mínimo detalhe dos últimos sonhos.

- Eu acredito que realmente deva ser memórias.

Ele cruzou os braços.

- Ah é?

Ele concordou.

- mas elas não são minhas.

Falei bufando.

- Sim claro. Mas se for de outra você?

Parei um instante. Outro eu?

- um clone?

Ele riu.

- Sabe Aurora, algumas pessoas acreditam em vidas passadas. Talvez seja isso.

Comecei a rir.

- vida passada? Reencarnação? Qual é?

Ele negou e se levantou.

- isso é a única explicação plausível. Não há outra. Você vem  andado tendo esses sonho reais até demais. Desculpas, mas a sua imaginação não deve ser tão fértil!

E não era. Nunca foi, e nem mesmo quando eu era criança.

- Então como eu me livro disso?Dessa vida passada. Se eu for mesmo a Estela?

Ele parou um segundo e inspirou o ar.

- Deus me proteja. Nunca pensei que falaria isso. Mas eu sei quem pode te ajudar.

***

- Uma cigana?!

Falei olhando para a entrada da casa.

- Arram e mais respeito, ela é a minha tia avó.

Olhei para Hans que já havia saído do seu papel de doutor sexy.
Agora estávamos parados olhando para a casa de um cigana.

- Será que ela pode me ajudar?

Ele pôs as mãos na cintura e olhou para o céu.

- sempre achei ela louca, mas ela não pode está mais louca do que isso que você tá passando.

Então ele entrou dentro da casa e eu fui atrás. Eu só queria me livrar de Estela, nada contra, é claro, ela parecia ser muito forte e legal, mas poxa, eu mal dou conta da minha vida imagina de outra vida?!
E além do mais, eu nunca mais quero sentir a dor que eu senti quando Cristóvão morreu.

Será que realmente Estela é a minha vida passada? Será que ela realmente existiu e foi casada com um rei?

- Tia Lúcia.

Uma mulher baixinha apareceu do nada. Ela tinha muitas correntes pelo corpo e um sorriso simpático, ela podia parecer doida com aqueles monte de trecos no corpo, mas era uma típica tia.

- Hans...

Ela Beijou as bochechas do sobrinho quer era duas vezes mais alto do que ela.

- Tia, essa  é Aurora.

Ele apontou pra mim, e os olhos da velha cigana se encontraram com os meus. Ela se aproximou devagar, seus olhos fixos.

- Já posso morrer em paz.

Falou suave.

- Eu a encontrei.

Ela disse me deixando confusa, mas mais louca do que eu já estou eu não posso ficar.

- prazer majestade, estou feliz em recebê-la.

Ela se curvou diante de mim, fazendo meu coração se arrepiar,  todo o meu ser voar para Oceânia.

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