I
Esfreguei os olhos. Me Sentei a beira da cama.
Que espécie de sonho foi esse?
Tá, eu sei que já tive sonhos mais loucos do que isso, mas, me pareceu tão real. Como seu eu sentisse cada coisa em minha pele, desde os raios solares batendo no meu rosto como o vento levando o meu cabelo, fora que o cheiro da meresia era quase palpável!
Como se realmente meu coração houvesse saltado pela boca na hora que eu avistei aquele homem.
E que homem.
Olhos azuis. Cabelos negros. Alto e robusto. Lindo, e quase real.
Me direcionei até o banheiro lavando meu rosto. Olhei meu reflexo no espelho. A garota do sonho, era diferente, parecia diferente, mas era absolutamente eu, com toda certeza, mas ao mesmo tempo diferente.
Toquei meu rosto.
- Estela...
Falei em voz alta.
De onde surgiu esse nome? Estela? Quem era Estela? E porque o nome soou tão normal na minha voz, mas normal que meu próprio nome?
Eu nunca amei meu nome, nem muito menos o odiei, sempre achei ele razoavelmente bom, e fácil, mas Estela? Estela tinha um significado legal, e era tão mais melodioso.
- Estela.
Falei mais convicta. Olhei mais uma vez o meu reflexo.
- Você ainda vai ficar doida, Aurora.
Resmunguei pegando minha escova de dente.
Mas sem tirar a imagem constante do homem da minha mente.
***
São 15:00 e meu subconsciente está totalmente voltado para Valério.
Valério foi o nome que eu dei ao cara do meu sonho. Eu sempre acho que ele era bonito demais para um nome bonito demais, então pus Valério, carinhosamente, já que eu achava um ultraje se referir a ele como um ninguém já que era tão real na minha mente.
E seus olhos azuis, tão azuis como o mar de Oceânia.
Uma onda veio na minha mente.
Eu sabia o nome do lugar.
Logo tratei de jogar o nome no Google.
A curiosidade a mil. Será que havia um lugar chamado Oceânia?
Os resultados apareceram, e eu já estava prestes a ler quando Ralph surgiu.
- Olá moça.
Ele me estendeu um café.
- Oi.
Falei sem nenhuma empolgação fechando meu notebook.
- o que foi?
Ele sentou na poltrona a minha frente e bebeu o seu café.
- Nada.
Eu disse. Ralph estreitou os olhos cinzentos e estalou a língua.
- me diz o nome do sortudo!
Olhei espantada.
- sortudo? Sortuda seria eu.
Falei choramingando.
- o que foi amiga? Bom de mais?
Ele estalou a língua.
- Não.
Mordisquei o lábio. Como eu queria que Valério fosse real. Sério, em apenas um sonho eu quase me apaixonei por ele, e por tudo que aquele sonho me mostrou, aquele homem só podia ser um deus, e como eu queria invocá-lo naquele instante.
- Está grudado nos meus sonhos.
Resmunguei. Ralph se ajeitou na poltrona.
- Sonho? Como assim?
Respirei fundo.
- Eu tive um sonho meio louco hoje. Com um cara muito bonito. Só que, não foi só um sonho, foi ridiculamente, real.
Ralph abriu a boca.
- O que significa "ridiculamente real"?
- que não me parece um sonho. Foi como uma memória.
Ele sacudiu a cabeça.
- impossível. Você já alguma vez já viu esse tal homem?
- Valério.
Corrigi ele.
- e não.
Resmunguei outra vez. Eu só queria que essa sensação saia de mim.
- dizem que os sonhos são uma projeção daquilo que mais desejamos. Outro dia eu sonhei que estava nos braços de Chris Evans.
Eu não me contive e ri.
- vai que esse Valério seja algum desejo seu. Mas diga, como ele era?
Eu relatei cada detalhe do meu sonho para Ralph, não o poupei de nada, disse cada característica de Valério, enaltecendo sua beleza gloriosa e seus majestosos olhos azuis de oceanos.
Mas deixei de fora o detalhe que mas me mantinha medo. A forma de como aquilo tudo, fez meu coração deslizar, em todos os lugares possíveis, no meu sonho, e na realidade. Valério, seja uma projeção minha ou não, com certeza seria o amor da minha vida, não pela sua beleza inevitável, mas por algo a mais, algo mais.
E eu não sabia o que era.
***
Me sinto exausta.
Por isso tomo um banho quente e decido terminar o meu trabalho na cama.
Isso é uma das mil vantagens de morar sozinha, não ter barulho algum. Por isso, é tão mais fácil fazer o trabalho quando está tão morta quanto viva.
Meu dia foi literalmente normal para minha rotina entendiante e monótona.
Trabalho, almoço, trabalho, casa.
Apenas isso, Somente isso.
Minha vida seria uma daqueles livros sem graça fino que fica escondido na prateleira.
A vida tediosa e chata de Aurora Martin.
Acho que não passaria do terceiro capítulo.
Olhei para o meu computador, o cursor brilhado esperando pelas minhas palavras. E eu não tinha inspiração nenhuma para elas.
Então abri a aba que havia a minha pesquisa sobre Oceânia. Tentei bloquear o máximo possível o sonho, mas falha com sucesso foi dita.
E minha alta curiosidade falou mais alta.
"Oceânia, ou melhor, confederação Oceânica do Sul.
Com mais de 24 mil habitantes, o arquipélago de Oceânia é um conjunto de ilhas turísticas banhada por dois oceanos.
Tendo como sua capital a ilha de Lividus.
Oceânia foi comandada por muito tempo por monarquia absolutista, mas esse fato foi mudado no reinado do rei Paul Lourenço II.
Lividus e toda a Oceânia foi marcada por uma guerra sangrenta no final do século 16, no reinado do Rei Maximus Fiellis Moerttis I.
Um das histórias mais marcadas da literatura de Oceânia é a história do triângulo amoroso do príncipe Ricciardo e seu irmão Philippo e a duquesa Minna de Alburén."
Mas nada.
Havia poucas fotos do lugar, e nada mais sobre Oceânia e seus reis.
Eu queria saber mais.
Saber porque meu cérebro me levou para aquele lugar.
Porque ?
Então com os olhos fixos na página do site, senti minhas pálpebras pesarem, e as letras ficarem turvas. Ao ponto de não discerni mais nada.
Então afastei o notebook e arrumei as cobertas. Então dormir.
Vento.
Mar.
Sol.
Olhos azuis.
Novamente olhei para ele. Seu sorriso era diferente, tão jovial.
Então ele desceu do cavalo e fez uma reverência elegante. As vestes dele eram de um luxo inegável, mas eu via em seus olhos a simplicidade.
Ele ergue-os para mim novamente, com ternura.
- como posso chamar essa linda criatura?
A voz dele era grave, mas ao mesmo tempo macia. E isso só me de querer que aquela voz pronuciasse meu nome.
- Estela, milorde. Estela Mason.
Falei fazendo uma reverência.
Ele deu um passo adiante e eu pude contemplar ainda mais sua beleza.
- é um prazer sem tamanho, tê-la senhorita Mason. Meu nome é Cristóvão Polús.
Meu corpo gelou, mas ao mesmo tempo gemeu. Eu queria tanto que ele falasse meu primeiro nome. Que eu nem notei que Polús era um nome um tato incomum a Oceânia, mais especificamente em Lividus. Só haviam alguns Polús na cidade, e eles perteciam a realeza.
Deus.
- Não se assuste.
Disse ele com doçura.
- nessas horas, sou apenas Cristóvão.
- Você é...
Ele fechou os olhos com temor, como se sentisse dor.
- Sim, milady. Sou o príncipe herdeiro.
Aquela confissão, mudou tudo.
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