Parte um.


Você;

Estava sentada no meu quarto, a luz suave do abajur iluminando o teclado do meu notebook. Eu estava há horas navegando em sites de empregos, tentando encontrar algo que me ajudasse a juntar dinheiro suficiente para a faculdade. Meus pais faziam o que podiam, mas eu sabia que eles não podiam arcar com todos os custos por muito tempo. Eu precisava encontrar um emprego, e rápido.

— Já pensou em ser babá? — A voz de Michele me tirou dos meus pensamentos. Olhei para ela, surpresa. Michele era minha melhor amiga e sempre tinha ideias inesperadas. — É meio trabalhoso, mas acho que você ganharia muita grana. Você é boa com crianças.

Suspirei, considerando a sugestão.
— Sim, eu sou... mas não quero trabalhar com isso.

Michele revirou os olhos e deu um sorriso encorajador.
— Amiga, mas é só um trabalho até você conseguir grana pra faculdade! Depois, você sai e acha outro emprego.

Eu sabia que ela estava certa.
— Você tem razão — admiti, fechando o notebook por um momento e encarando o teto.

Pensar em cuidar de crianças me deixava um pouco nervosa, mas eu precisava do dinheiro. E rápido.

Enquanto refletia, abri novamente o notebook e comecei a pesquisar vagas de babá. Não parecia tão ruim. Alguns anúncios ofereciam bons salários e até acomodação. Além disso, eu sempre gostei de crianças, mesmo que nunca tivesse pensado em fazer disso uma profissão.

— Michele, acho que vou tentar — disse, mais para mim mesma do que para ela. — Vou ver se encontro algo que se encaixe.

Michele sorriu, satisfeita.
— Isso aí, Vai dar tudo certo, você vai ver. — ela sorriu, enquanto foi se acomodar no outro quarto, ao lado do meu.

Comecei a preencher alguns formulários e enviar currículos. Era um trabalho temporário, apenas até eu conseguir juntar dinheiro suficiente para a faculdade. Depois disso, poderia procurar algo mais alinhado com meus interesses.

Postei meu anúncio em alguns sites de babá e esperei.

(...)

Na manhã seguinte, acordei cedo, curiosa para ver se havia alguma resposta ao meu anúncio. Abri meu notebook e, para minha surpresa, havia uma mensagem na minha caixa de entrada.

A mensagem era de uma mulher chamada Sra. Martins. Ela explicava que estava procurando uma babá para seu filho, que era um pouco complicado. O trabalho incluía um quarto próprio para mim no condomínio "Éden" e um salário de R$ 3.000,00 por mês.

Li a mensagem várias vezes, ponderando sobre a oportunidade. O salário era ótimo e a ideia de morar em um lugar como esse condomínio parecia incrível. Mas eu também sabia que cuidar de uma criança era complicado poderia ser desafiador. Além disso, era estranho uma mulher oferecer um valor tão alto para uma babá.
Michele entrou no quarto, percebendo minha expressão pensativa.

— O que foi? — perguntou ela, curiosa.

— Recebi uma proposta — respondi, mostrando a mensagem no notebook. — É uma oferta muito boa, mas o salário é alto demais. Parece estranho.

Michele leu a mensagem, levantando uma sobrancelha.

— Realmente é um bom salário... mas talvez o garoto seja realmente difícil de lidar. E morar com eles não é nada mau.

Ela tinha razão. Talvez o salário fosse alto justamente por causa da dificuldade do trabalho.

— Michele, ela quer que eu comece amanhã .

A Sra.Martins era intrigante, mas eu ainda estava incerta. Michele, como sempre, me encorajou a seguir em frente. — Então vai! — disse ela, empolgada. — Pode ser uma boa oportunidade, amiga!

— Mas é estranho... — murmurei, preocupada. — Ela mal me conhece e já quer que eu comece amanhã. E se eu não for a pessoa certa para cuidar do menino?

Michele riu e deu de ombros.
— Ele só deve ser um garoto atentado. Vai lá amanhã mesmo e veja como é.
Concordei relutantemente.

— Tá tudo bem, eu só achei estranho...

Você;

Acordei cedo e me vesti rapidamente, escolhendo uma calça jeans preta, uma blusa de gola alta marrom e um casaco escuro combinando. Completei o visual com uma bota de cano médio e salto grosso.

Saí de casa às pressas e segui para o endereço fornecido. O condomínio era impressionante, com grandes portões de entrada e segurança visível. Parei perto da guarita, esperando enquanto a Sra. Martins autorizava minha entrada.

(...)

Entrei na casa da Sra. Martins e fiquei impressionada com a elegância e o conforto do ambiente. O hall de entrada era decorado com móveis clássicos e tapetes persas bem cuidados. As paredes exibiam pinturas artísticas, e grandes vasos de plantas verdes adicionavam um toque de sofisticação.

Gente rica.

A Sra. Martins me recebeu calorosamente na espaçosa sala de estar. — Você é a quinta babá que tentamos para Jungkook —, ela confessou com um suspiro. — Ele é um jovem complicado.

Concordei com um leve aceno, sentindo um pouco de ansiedade. — Entendo. Estou aqui para ajudar da melhor maneira possível.

— Agradeço muito —, disse a Sra. Martins. — Preciso viajar hoje à noite, então você ficará aqui sozinha com Jungkook. Ele está no quarto dele agora.

— Entendido —, respondi, tentando esconder minha surpresa. — Onde exatamente fica o quarto dele?

— Aqui em cima, no final do corredor —, explicou a Sra. Martins, indicando a direção.
— Deixe-me mostrar onde você ficará.

Enquanto a Sra. Martins me levava até o quarto de hóspedes, deixei minha bolsa no sofá da sala de estar. — Está tudo bem —, pensei comigo mesma, tentando me acalmar.  — É só por um dia.

A Sra. Martins logo se despediu, deixando-me sozinha na casa. — Boa sorte —, ela disse com um sorriso. — Se precisar de alguma coisa, estarei disponível por telefone.

Depois que a Sra. Martins partiu, subi as escadas e me aproximei da porta do quarto de Jungkook. Ao chegar, percebi que a porta estava trancada. Bati com cuidado, esperando uma resposta.

— Jungkook? — chamei. — Tá afim de brincar de alguma coisa?

A porta se abriu de repente, revelando um rapaz alto, de olhar sério.

— Eu não sou um bebê — ele disse com uma expressão desafiadora.

Eu me assustei, esperando encontrar uma criança de 5 a 8 anos, não um jovem adulto.

— Quantos anos você tem? — perguntei, tentando disfarçar meu choque.

— Dezoito — ele respondeu, cruzando os braços.

Minha mente girava enquanto eu tentava processar a informação. Ele não era nada do que eu esperava.

tentei recompor minha postura. — Ah, certo. Desculpe, eu... eu só não estava esperando isso. — Eu ri nervosamente. — Então, você quer fazer alguma coisa? Assistir a um filme, jogar algo?

Ele me olhou com desdém, como se estivesse analisando cada movimento meu.
— Nada. Eu geralmente faço minhas coisas. Não preciso de uma babá — ele respondeu, sua voz firme e desafiadora.

Respirei fundo, tentando não me deixar intimidar.

— Entendo, mas sua mãe me contratou para ajudar. Então, vamos tentar fazer isso funcionar da melhor maneira possível, ok?

Jungkook apenas deu de ombros e voltou para o quarto, fechando a porta atrás de si. Fiquei parada por um momento, processando a situação, antes de descer novamente para o andar de baixo indo até a cozinha.

(...)

A cozinha era moderna e bem equipada, e a sala de estar tinha um sofá enorme e uma televisão de tela grande. Havia uma biblioteca repleta de livros e uma sala de jogos com uma mesa de bilhar. Tudo parecia muito organizado e luxuoso.

Decidi preparar algo para o jantar, já que estava quase na hora. Fiz uma lasanha rápida e deixei no forno, esperando que o cheiro atraísse Jungkook para fora do quarto.
Para minha surpresa, ele apareceu na cozinha pouco depois, observando-me enquanto eu terminava de preparar a salada.

— O que está cozinhando? — ele perguntou, espiando o forno.

— Lasanha — respondi, tentando parecer amigável. — Você gosta?

— Sim — ele disse, sentando-se à mesa da cozinha. Enquanto eu terminava de preparar o jantar, percebi que Jungkook me observava atentamente.

— Tá calor aqui, não é? — ele comentou de repente, tirando a camiseta e me pegando de surpresa.

Tentei não dar muita importância. Afinal, ele estava em sua própria casa e tinha o direito de se sentir à vontade.

— Quantos anos você tem? — ele perguntou, quebrando o silêncio.

— Vinte e cinco— respondi, colocando a lasanha na mesa. — E você, além de ter dezoito, o que gosta de fazer?

Ele deu de ombros novamente, mas parecia um pouco mais relaxado.
— Não muito. Gosto de malhar e jogar videogame.

— Por que sua mãe contrata babás para cuidar de você? — perguntei casualmente. — Você já está bem grandinho, não acha? E eu já sou a quinta babá.

Ele riu, um som inesperado que iluminou seu rosto por um momento.

— Minha mãe acha que preciso de supervisão constante — ele respondeu com um tom de sarcasmo. — Ela é superprotetora e acha que não consigo me virar sozinho.

— E você acha que consegue? — perguntei, genuinamente curiosa.

— Claro que sim — ele respondeu, com uma confiança que parecia um pouco forçada. — Só que ninguém me dá uma chance.

Enquanto cortava os legumes, a curiosidade me consumia. — Mas o que aconteceu com as outras babás? — perguntei, tentando parecer casual. — Elas foram despedidas?

Jungkook riu, um riso que parecia misturar diversão e algo mais sombrio.

— Elas não me suportaram — disse ele, com um sorriso perverso. — Não conseguiram lidar comigo.

Fiquei intrigada e um pouco preocupada.
— E o que você fez para elas? — perguntei, tentando manter a voz firme.

Ele deu de ombros, ainda sorrindo.
— Apenas fui eu mesmo. Elas não aguentaram.

Olhei para ele por um momento — Bem, talvez eu seja diferente — disse, tentando manter a confiança. — Estou aqui para ajudar e não vou desistir tão facilmente.
Ele me olhou com um interesse renovado, como se estivesse avaliando minha determinação.

— Veremos — ele disse novamente, antes de se levantar e sair da cozinha.

One shot disponível também no Instagram: @jjbows_

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top

Tags: #bts#jjk#sn