Capítulo 20: Monstro
Não esqueçam de votarem clicando na 🌟 e de comentarem 💬
Boa leitura.📖
🦊🦊🦊🦊🦊
Sequei a última lágrima que ainda escorria pelo o meu rosto. Coloquei as coisas dentro da caixa e a guardei novamente. Eu simplesmente poderia jogar tudo aquilo fora, mas eu não conseguia.
Continuei sentado naquele piso de carpete marrom, com os joelhos dobrados e os braços envolvendo eles. Soltava um leve sorriso, por estar lembrando de momentos felizes que passamos juntos.
Mas aos poucos, o sorriso ia se desmanchando ao lembrar do que tinha acabado de acontecer. Meu peito doía cada vez que eu pensasse nisso. Porque você teve que brincar comigo dessa maneira? Porque Luke? Você sabe o quanto eu te amo e mesmo assim decidiu brincar com os meus sentimentos.
Eu sei que agora, não tem mais volta, porque você decidiu ser feliz sem eu estar ao seu lado. Todos esses anos, toda essa nossa amizade, nem mesmo isso vamos levar conosco. Porque em um instante, você decidiu cortar esse nosso laço. Era triste. Muito triste.
A luminosidade da lua, refletia no piso de madeira do quarto, enquanto eu estava sentado no closet, observava ela calmamente, tentando espairecer, tirar toda essa merda da cabeça. Aos poucos, ela foi sumindo, com enormes nuvens escuras tapando sua linda luz. Pequenas gotas de água tocavam o vidro da minha janela e quando percebi, uma imensa chuva havia começado.
Me levantei do chão, abri o laço da gravata no meu pescoço, desabotoei dois botões da minha camisa e andei até a nossa.... Minha cama. Deitei de barriga para cima, olhei para o teto branco, em busca de me distrair com qualquer coisa. Virei na cama e fiquei de lado, olhando para a janela, vendo cada pingo toca-la.
Acompanhei duas gotas que seguiam lado a lado, até elas duas se separarem e desmancharem no peitoril da janela. Era assim que eu imaginava que minha vida era. Nós estávamos lado a lado, mas por um motivo, acabamos nos separando mais uma vez... E sem menos dar conta eu já estava cochilando.
Estava tudo muito escuro, não conseguia enxergar nada e muito menos me mover. Era como se estivesse amarrado em algo. E então ouvi vozes.
-Mas como eu iria te esquecer. Eu nunca vou te esquecer Lian.
-Como você pode ter certeza disso?
-Porque eu sinto que nosso destino não é esse, que nós dois devemos ficar juntos.
De repente, tudo ficou quase que visível. Eu estava sentado em um acento de um brinquedo de parque de diversão. E sombras apareceram em minha frente e por mais que eu quisesse me levantar para ir conferir, eu não conseguia.
-Toma.
-Mas Luke...
-Eu fico com a outra metade.
O carrinho começou a andar rapidamente até bater em uma parede. Tentei me proteger do impacto, mas quando abri os olhos, estava sentado em um banco de bar.
-Pensei que essa noite seria para nós dois nos acertarmos e sermos como antigamente.
-Mas eu não sou o mesmo de antes Lian.
-E é aí que tá. Você mudou muito e parece não me querer por perto.
-Mas é claro que não. Eu sempre quero você por perto e você sabe disso, melhor do que qualquer um.... Por favor, não vá embora, de novo.
-Eu.... Preciso ficar....
Antes de terminar, o outro o puxou e o calou com um beijo e novamente elas desapareceram, como se fossem fumaças.
Espera, eu sei o que é isso.... Agora olhando atentamente.... Esses são eu e Luke. Mas porque eu estou vendo essas coisas? Porque estou me lembrando de tudo isso?
Uma luz clara e forte brilhava no meu rosto, como faróis de carro e ele estivesse vindo em minha direção. E novamente, tentei me proteger como podia e dessa vez eu estava sentado na minha cama, do meu antigo quarto.
-Você não é gay. (risos)
-Claro que sou e você sabe disso.
-Não tem como você ser, você não sai com outros meninos.
-Mas eu saio com você Luke e querendo ou não nós estamos ou estávamos tendo algo.
Tentei me soltar, mas por mais que eu tentasse, mais eu ficava preso. Era como estar em uma areia movediça que quanto mais se mexe, mais você afunda.
-Eu tenho sorte de ter você Lian.
Parei atentamente e fiquei observando as silhuetas.
-Lian... Eu.... Eu acho que te amo.... Mas eu acho que é mais do que amigo. Como.... Como se fossemos namorados.
E novamente elas se desintegraram como fumaças e apareceram em outro momento. Agora no canto do quarto.
-Obrigado Lian.
-Pelo o que Luke?
-Por você cuidar de mim.
-Você é ótimo Lian. Eu tenho sorte de ter você na minha vida.
-Eu que tenho sorte de ter você Luke.
E novamente mudaram de lado do quarto. Estavam próximas a mim agora, só que visíveis. Era nós dois, olhando um para o outro e até parecia ser real.
-Eu te amo Lian Miller.
-Eu te amo Luke Hunt.
O quarto começou a se partir, como se estivesse ocorrendo um terremoto. As paredes estavam todas quebradas e o teto começava a rachar. As sombras já haviam sumido e agora eu estava no atual apartamento, em pé, olhando para a cama, onde estava eu e ele, dormindo lado a lado.
Agora eu estava livre, conseguia me mover tranquilamente. Me aproximei da cama e olhei para ele, que estava abraçado comigo, do mesmo jeito que ele sempre fazia.
-Você podia ter impedido. -Disse ele.
-O que?
-Porque você me deixou fazer uma coisa dessas? -Disse ele se levantando.
-Eu não entendo. Do que você está falando? -Perguntei me afastando enquanto ele ficava me encarando.
-Você não me ama mais? -Perguntou ele.
-Mas é claro que eu te amo, sempre amei e você sabe disso. -Respondi.
-Então, porque você não me impediu?
-Eu tentei. Eu juro que tentei.... -Abaixei a cabeça.
-Não desiste de mim Lian. -Disse ele estendendo o braço e se afastando, como se estivesse sendo sugado.
Olhei para ele no mesmo momento e via em seu rosto, lagrimas escorrendo. Tentei segurar ele com a mão, mas não conseguia alcança-lo. Por mais que eu corria, nunca me aproximava. E quando cheguei no final, estava eu lá novamente, vendo muitas sombras olhando para mim, todos com olhos vermelhos e a única pessoa visível era Luke, que estava em minha frente.
-Luke! Luke, não faça isso... -Falei tentando chegar até ele, mas por um motivo eu estava começando a ficar tonto.
-Eu aceito. -Disse ele de frente para mim.
-Luke? Luke? -Tentei chama-lo novamente e então acordei com o barulho da porta e todo ofegante.
A campainha tocava freneticamente ao mesmo tempo que batidas na porta. Abri uma pequena fresta na porta e olhei para fora.
-Erick? O que você está fazendo aqui? -Perguntei.
-Será que eu posso entrar? -Perguntou ele.
Abri a porta e o deixei entrar. Ele foi até a pequena cozinha, colocou as sacolas em cima do balcão, abriu um dos armários e pegou duas taças e me entregou.
-O que você está fazendo aqui?
-Você não atendia minhas ligações, então eu tive que vir até aqui. -Disse ele abrindo a gaveta.
-Mas porque você está aqui?
-Porque eu sei o que aconteceu e sei como você deve estar se sentindo. -Respondeu ele com um abridor de vinho nas mãos.
-Não precisava você vir até aqui, eu estou bem. -Menti.
-Bem mal, quer dizer né? Olha só esse seu rosto, como você está acabado. -Ele retirou de uma das sacolas, uma garrafa de vinho suave. -Conhecendo você, aposto que passou o dia todo chorando.
-Eu queria ficar sozinho...
-Não comigo aqui.... -Disse ele despejando a bebida nas taças e me entregando uma delas. -Amigos são para esses momentos e além do mais, você precisa desabafar com alguém. Eu já passei pela a mesma coisa, só que com uma garota, mas o sentimento é o mesmo. Então vamos beber um pouco e conversar a respeito.
-É sério, eu estou bem... -Antes de eu terminar qualquer outra palavra ele encarou seriamente.
Vocês devem se perguntar, porque Erick está ali com ele? Mas ele não pegava no pé dele quando criança? Pois é, como o mundo da volta, hoje ele é um dos poucos amigos que eu confio.
Depois do colégio, ele me ajudou a conseguir um emprego, esteve ao meu lado várias vezes, acompanhou várias vezes a minha briga com o Luke e até deu uma de reconciliador algumas vezes. Ele podia ser aquele babaca na época do colégio, mas hoje ele era totalmente o oposto do que era naquela época, ele estava mais maduro, mais sábio, mais respeitoso.
Ele retirou uns petiscos da outra sacola, colocou em uma vasilha e as colocou em cima da mesinha de centro da sala. Segurou a sua taça com delicadeza, mexeu ela, para misturar o vinho bem e se sentou, acomodou e me chamou.
-Agora me diz tudo o que aconteceu. -Disse ele saboreando o seu vinho.
DOIS ANOS ATRÁS....
Há dois anos atrás, estávamos muito bem no nosso relacionamento. Ele sempre me tratava com carinho e se preocupava comigo. Mas foi até sabermos que o seu pai havia saído da reabilitação.
Ele tinha problemas com álcool, então ficou um tempo em uma clínica, tentando parar com as bebedeiras, o que havia levado alguns anos. Acho que por isso Luke parecia despreocupado e feliz.
Mas quando ele recebeu a notícia de que o pai iria sair, ele começou a se distanciar. Não que ele não se preocupasse comigo, era o que ele estava fazendo, se preocupando e quando ele faz isso, começa a se sobrecarregar por coisas que ainda nem aconteceram.
-O que foi? -Perguntei olhando ele ficar parado com a correspondência nas mãos.
-Meu pai... Ele vai sair. -Respondeu ele, um pouco tremulo.
-Fica tranquilo. -Deixei o pano de prato no balcão e fui até ele. -Isso é uma notícia boa, não é?
-É mais... Ele não sabe da gente... -Disse ele preocupado.
-Um dia ele teria que saber Luke...
-Mas não agora Lian. Ele acabou de sair da reabilitação, imagina o que pode acontecer se ele tiver uma recaída? -Luke parecia bem ansioso e preocupado.
-Fique calmo, não vai adiantar nada você ficar nervoso agora. Eu entendo que você não queira dizer para ele, mas o seu pai não é bobo Lian e uma hora ele vai perceber.
-Você dizendo isso não ajuda em nada, sabia? -Disse ele.
-Desculpa, estou apenas sendo realista. -Respondi saindo de perto dele.
-Lian.... -Ele segurou o meu braço. -Independente de como ele souber, saiba que.... -Ele me olhou. -Eu te amo.
-Isso eu sempre soube Luke. -Me virei e dei um selinho nele. -E eu também te amo.
Depois disso, ele começou a sair mais com o pai dele. Eu até entendo, porque ele ficou, acho que quase dois anos, apenas indo em horário de visita e tendo que ficar no mesmo ambiente sempre.
O pai dele sabia que nós dois morávamos no mesmo quarto do alojamento, era mais que um pequeno apartamento para os alunos da faculdade, do que apenas um quarto. E por mais que morássemos sozinhos, tínhamos os nossos quartos e as vezes eu ia para o quarto dele e as vezes para o meu. Mas sempre juntos.
-Lian. Lian. -Disse Luke animado.
-O que aconteceu? -Perguntei.
-Você não sabe, mas aconteceu algo surreal hoje. -Continuava ele alegremente.
-E o que foi?
-Meu pai.... -Ele se segurava. -Ele defendeu um casal gay hoje. -Disse ele na maior empolgação.
-Tá... -Fiquei olhando para ele sem entender. -E isso quer dizer exatamente?
-Que ele tá mudando, ele tá aceitando aos poucos e então ele vai me aceitar, nos aceitar. -Dizia ele todo contente.
-Luke. -Segurei as suas mãos. -Às vezes, as pessoas aceitam aquilo que não acontece na família deles.
-E lá vem você de novo com baixo astral. -Disse ele desanimando e soltando das minhas mãos.
-Eu apenas estou sendo realista e não quero ter esperanças por algo que talvez não aconteça. Porque depois será muito mais duro.
-O que quer dizer? Que meu pai não pode mudar nunca?
-Não foi dessa maneira, mas eu acho que talvez, você esteja tendo muita esperança, por alguém que talvez, não mude. -Tentei ser o mais delicado possível, porque eu sabia o quanto o pai dele era importante.
-Você está errado Lian. Você diz isso, porque você não gosta dele, é só por isso. -Disse ele dando as costas e saindo do apartamento.
Luke continuava com a ideia de que o pai dele tinha mudado, mas eu sabia que isso era difícil de acontecer. Luke então o convidou para um almoço no nosso apartamento e adivinhe só quem iria ter que cozinhar?
Estava preparando um molho para ir no macarrão e ao mesmo tempo, tentava fazer almondegas, quando os dois chegaram.
-Lian, nós já chegamos. -Disse Luke alegremente.
-Então é aqui que você mora filho? -Disse o pai dele olhando em volta. -Parece menor do que eu imaginava.
Enxuguei as mãos em um guardanapo e fui cumprimentar ele.
-Seja bem-vindo senhor Hunt. -Estendi a mão.
-Que isso, pode me chamar de Dominik, nada de formalidade. -Disse-ele apertando fortemente a minha mão e com um sorriso tanto duvidoso.
-Fique à vontade que eu vou terminar de preparar o almoço. -Falei.
-Então você que cozinha? -Disse ele no tom de zoação.
-Sim senhor. Algum problema com isso? -Perguntei educadamente.
E ele ficou calado com o mesmo sorriso duvidoso e negando com a cabeça.
-E então filho, vai me mostrar o lugar ou não? -Perguntou ele enquanto tirava o casaco e entregava para Luke. -E onde é que você dorme?
Sabia que aquela pergunta era pra saber se nós dois dormíamos juntos, no mesmo quarto. Como disse, nós dois tínhamos nossos quartos, com as nossas coisas, mas o que ninguém sabia era que dormíamos juntos sempre. Continuei mexendo a panela de molho enquanto os dois iam para os quartos.
Depois eles se sentaram na sala e ficaram conversando e rindo.
-E então, quantas garotas você já trouxe para cá? -Perguntou Dominik.
-Pai!? -Disse Luke tentando chamar a atenção.
-O que? Vai me dizer que você dorme sozinho naquela imensa cama? -Perguntou ele.
-Isso não é coisa pra se perguntar. -Luke o repreendeu novamente.
-Mas o que foi? -Perguntou ele.
Estava começando a me irritar com os comentários idiotas daquele cara. Me controlava ao máximo para não entrar no meio e dar umas respostas para eles.
-Vai me dizer que o Lian não te deixa trazer garotas para cá. -Disse ele tentando me atacar com as palavras.
-É regra do alojamento, sem garotas nos apartamentos. -Falei ainda de costas mexendo o molho.
Ele deu uma virada para o meu lado e me encarou.
-Mas ninguém precisa seguir a regra, não é mesmo? -Disse ele dando uma risada irônica no final.
-O que o senhor diria se Luke não seguisse as suas regras? -Perguntei friamente e direto.
Ele deu uma pigarrada e tentou mudar o assunto. Luke tentava ao máximo de que nós dois continuássemos com "a conversa", porque ele sabia que uma hora os dois não iria mais se segurar e acabaria em uma briga.
-Lian, o almoço já está pronto? Estamos com fome. -Disse Luke sem graça.
-Mesmo se Luke quebrasse as regras, seria por algo bom....
-Mas o senhor não iria admitir que ele fizesse a mesma coisa, não é mesmo? -Perguntei.
Eu sabia que nós dois estávamos falando sobre o mesmo assunto.
-Porque não é o certo, não foi isso que eu ensinei a ele.
-Então ele trazer uma garota aqui não é o certo, porque são as regras e se ele quebrar ele vai ter consequência o que vai levar ele a não fazer novamente. -Falei desligando o fogo.
-Vamos acalmar vocês dois? -Disse Luke.
-Eu estou tranquilo, estou apenas conversando com o seu pai a respeito das regras do alojamento, não é senhor Dominik? -Soltei um sorriso forçado para ele.
-Hum.... É isso que estamos fazendo, é apenas uma conversa sobre regras.
Depois do pequeno clima tenso, fomos comer. Ali na sala mesmo, porque não tínhamos mesa de jantar. Depois de terminarmos o jantar, até ouvi alguns elogios sobre a comida dele, mas não sabia se ele estava realmente sendo sincero ou era apenas um jogo para mostrar como ele era gentil e educado.
Luke havia saído para ir até o banheiro, aproveitei e me levantei para retirar os pratos da mesinha de centro e ir lava-los, quando senti um peso no meu braço. Era ele me segurando seriamente.
-Você nunca vai ficar com ele. -Disse ele. -Eu não aprovo isso entre vocês dois e por mim, vocês nunca ficaram juntos. -Ele largou o meu braço bruscamente.
-Um dia essa sua máscara vai cair e ele vai se dar conta do monstro que você é. -Falei me retirando.
-O que você quer dizer com isso? -Perguntou ele.
-Dizer com o que? -Perguntou Luke entrando no cômodo.
-Pergunte ao seu pai, ele quem estava me dizendo algo, não é senhor Dominik? -Soltei um leve sorriso e me apoiei sobre o balcão.
-É que... Como vocês fazem com as despesas.... Era isso que eu queria dizer. -Gaguejou ele.
-Ah, os pais de Lian são bem generosos e ajuda muito ele, o que eu ganho na cafeteria, também ajudo aqui, temos um controle ótimo e dividimos tudo em partes iguais.
Luke, como você é ingênuo, sempre cai nas lábias desse ai. Não dava para acreditar que dentro da minha casa esse maldito me ameaça. Mas isso era só o começo de toda essa merda.
Depois disso, eles começaram a sair cada vez mais e até mesmo irem a bares com stripper. Luke já chegou tarde da noite, bêbado e com um sutiã em volta do pescoço. Na manhã seguinte, tivemos uma briga feia por causa disso. Acho que todos do andar havia escutado nossa discussão.
E foi nesse dia em que procurei Erick para conversar. Já tínhamos saído algumas vezes e ele até tentava me empurrar um amigo gay dele. E dessa vez eu estava disposto a sair com qualquer colega dele, porque aposto que Luke havia feito algo naquela noite. O que era inaceitável e ele ainda dizia que não se lembrava, como não lembraria se até com um sutiã de uma delas ele estava.
Erick me chamou a atenção de como eu estava sendo infantil por pensar coisas que talvez nem possa ter acontecido, mas nunca se sabe. Já que ele não se lembra e apareceu bêbado em casa, há uma grande probabilidade de algo assim ter acontecido.
-Se você não está gostando de como ele tá te tratando, então larga dele. De um tempo a vocês dois, se é isso mesmo que você quer. Assim ele pode sair com quem quiser e aproveitar o pai.
-Não. Não vou me separar dele por coisa boba. -Falei.
-Então o que vocês dois tem a fazer é sentar e conversar, porque não adianta você ficar incomodado com o que ele faz e não dizer a ele, porque isso só vai piorar as coisas entre vocês dos. -Respondeu ele. -E além do mais, se você fizer isso, vai estar entregando o Luke de bandeja para o pai dele.
-Isso jamais. Não vou deixar ele nas mãos daquele monstro.
-Então comece a agir e não ficar só observando. -Concluiu ele.
Havia contado ao Luke o que o pai dele havia me dito na noite do jantar, mas ele preferiu não acreditar que o pai havia dito algo assim, porque na cabeça dele, o pai estava se saindo bem com ele, depois de muitos anos.
Isso foi acontecendo durante um bom tempo, até que um dia ele chegou na porta de casa, procurando Luke. Ele ainda não tinha chegado do trabalho. Ao lado dele estava uma mulher bonita, que imaginei que era alguém que ele provavelmente estava tendo um caso, mas na verdade era outra coisa.
-Essa aqui é a Agata. -Disse nos apresentando.
-Muito prazer. -Estendi a mão para ela enquanto o pai de Luke me encarava.
-Se importa de esperarmos aqui? -Perguntou ele. -É que tenho algo a dizer a Luke.
-Fiquem a vontade, mas eu estou estudando para uma prova, então me desculpe, mas vou precisar deixar vocês a sós. -Falei me retirando.
Quando Luke chegou, os dois se levantaram rapidamente do sofá. Do meu quarto, eu conseguia ver nitidamente a sala, então assim que ele chegou, fiquei observando o comportamento deles pela fresta da porta. Percebi que Luke não tinha ficado nada contente com aquela garota, talvez seja mais uma para o caso dele.
Continuei estudando, mas sempre com um olho na sala e os dois agora pareciam estar se desentendendo pela mulher que continuava ali sentada. Eu queria muito saber sobre o que era, mas não queria mostrar que sou curioso e além do mais isso era entre pai e filho.
Foquei em um dos exercícios por um momento e então fui interrompido com a porta sendo aberta violentamente.
-Foi você, não é? -Disse Dominik entrando no meu quarto.
-Pai, para com isso. -Disse Luke logo em seguida.
-Você corrompeu meu filho, com esse seu jeitinho. -Disse Dominik com desprezo.
-Mas o que foi que eu fiz? -Perguntei inocentemente.
-Não faz essa cara de quem não sabe o que você fez, porque você sabe. -Disse Dominik se aproximando de mim. -Mas eu não vou deixar isso acontecer, não com o meu filho. -Concluiu ele saindo do quarto.
Fiquei olhando para Luke sem entender nada e um pouco assustado. Em seguida ouvi a porta bater.
-Mas que merda foi essa? -Perguntei para Luke.
-Meu pai acha que é você que me impede de ficar com outras garotas. -Disse cabisbaixo.
-Eu já falei sobre ele não foi?
Luke saiu do quarto rapidamente e se trancou em seu quarto. Tentei falar com ele, mas ele sempre permanecia em silencio.
Depois de alguns dias, ele parecia estar melhor e não via o pai com tanta frequência assim. Acho que agora ele tinha se tocado de como o pai dele era e que não iria mudar nunca. Mas isso foi só por um breve momento, já que algumas semanas depois, os dois voltaram a se falar e o pai dele chegou a me pedir desculpas pelo o que tinha me dito, mas eu sabia que era só palavras da boca pra fora. E depois disso, o pai dele começou a dormir em casa, o que impedia de nós dois dormirmos juntos e acho que essa era a intenção dele.
Isso tudo durou cerca de um mês mais ou menos e eu já estava farto disso e precisava dar um jeito nisso.
-E então senhor Dominik, o que o senhor pretende fazer daqui pra frente?
Luke me encarou por um momento.
-Bom, eu preciso encontrar um novo lugar para morar e reabrir a oficina. -Disse ele.
-E quanto tempo acha que isso leva? -Fui direto. Dominik me olhou com desaprovação.
-Quem sabe, pode ser semanas ou meses. -Disse ele me desafiando.
-Entendo. -Respondi com um sorriso bem simpático. -Só espero que as nota de Luke não caiam com o senhor aqui.
-Está insinuando de que eu estou distraindo o meu filho? -Perguntou ele.
-É que com essas saideiras de vocês dois.... Ele quase não tem tempo para estudar. -Falei.
-Lian! -Disse Luke me chamando a atenção.
-Ele pode ficar se ele quiser, eu não o obrigo a sair comigo toda as vezes. E se tudo isso não der certo, essa vida de conto de fadas, ele pode voltar de onde ele parou, na sua verdadeira casa, no seu verdadeiro lugar.
-Perdão? -Perguntei. -E onde seria?
-Pai, o que o senhor quer dizer? -Perguntou Luke.
-Que se você quiser ir morar comigo, as portas vão estar sempre abertas. E pense só, seria muito mais fácil pra você, já que iriamos estar entre família. -Respondeu Dominik com brilho nos olhos. -E além do mais, seria mais fácil para você ficar de olho em mim.
Esse maldito quer usar o seu problema com a bebida para tirar ele daqui... Esse velho....
-Mas pai, aqui eu tenho tudo o que preciso e Lian quem prepara a minha comida. -Disse Luke tentando recusar educadamente.
-Esqueci que Lian decide tudo para você aqui. Até parecem marido e mulher. -Dominik foi diminuindo o tom da voz. -De qualquer forma, se quiser voltar para casa.
-Mas o senhor ainda não tem um lugar senhor Dominik, como pode pedir para o Luke ir com o senhor, dessa maneira? -Afrontei.
-Tem razão garoto. Mas isso aqui é provisório. Logo eu vou ter o meu lugar e ai sim, você pode ir comigo Luke, enquanto isso, continue brincando de casinha. -Ele me olhou com desaprovação novamente.
-Eu.... Eu tenho que pensar pai. -Disse Luke me surpreendendo.
-Mas Luke! -Olhei para ele que desviava o olhar. Me levantei do sofá e fui caminhando para o quarto. -De qualquer forma, me avisa com um mês de antecedência, para que eu possa encontrar um novo colega de quarto. -Em seguida entrei no meu quarto.
Não dava para acreditar que ele cogitava a me deixar aqui sozinho, só para viver com o pai dele. Quanto mais tempo ele passa com aquele monstro, mais irreconhecível ele fica. Porque você está fazendo uma coisa dessas Luke?
🦊🦊🦊🦊
E ai meus amores, o que estão achando da historia? Vem, vamos conversar um pouquinho. 🙃
Não esqueçam de votarem clicando na 🌟e de comentarem 💬
Adicionem a sua biblioteca, me segue pra ficar por dentro de novos capítulos e compartilhem com os amigos. 📋👥
Obrigado por lerem e nos vemos no próximo capitulo. 😘🌈
Super Beijo em vocês.😚🦊
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top