Capítulo 19: Dramas e perdões
(ATENÇÃO!! ⚠ O CAPITULO A SEGUIR CONTEM ESCRITA INAPROPRIADA PARA MENORES) 😈
🦊🦊🦊🦊🦊
Não esqueçam de votarem clicando na 🌟 e de comentarem 💬
Boa leitura.📖
≈≈≈≈≈≈≈≈≈≈≈≈≈≈≈≈≈≈
Na manhã seguinte, pensei que tudo estava indo muito bem. Luke me mandando mensagem, querendo que a gente se encontre mais tarde, meus pais felizes mais do que nunca, meu projeto estava pronto... O dia parecia que iria ser perfeito.
Tomei o meu café, coloquei a bolsa nas costas e peguei minha bicicleta e pedalei para o colégio.
Assim que cheguei, fui direto para o meu armário, guardar alguns livros que pesavam em minha mochila. Quando estava fechando a porta do armário, vi Brandon e Noah conversando, pareciam tensos com alguma coisa que estava na minha direção. Olhei para o outro lado e então vi um homem de terno e uma pasta na mão. Acho que já vi ele da TV, mas porque os dois estariam tão preocupados com ele?
Continuei observando os dois e tentando entender o que havia acontecido e por mais que eu os conhecia, não podia chegar assim neles para perguntar o que estava acontecendo, acho que ainda não tinha a sua amizade. Fiquei calado e disfarcei mexendo dentro do meu armário enquanto eles passavam.
Depois vi Ethan andando pelos corredores e sendo perseguido por mais garotas, eu acho que elas não estavam aqui no dia que ele defendeu Luke, ou elas não se ligaram que ele é gay. Soltei um leve sorriso, fechei a porta do meu armário e andei para a minha sala.
A carteira do Luke ainda estava vazia, mas por ele sempre chegar atrasado, estava sendo quase que normal esse atraso. Coloquei o meu material na carteira e comecei a folhear qualquer livro, antes do professor entrar na sala.
As pessoas da minha sala começaram a cochicharem a respeito de uma tal festa que estão montando. Olhei para uma das garotas ao meu lado que estava contando sobre a festa e prestei mais a atenção. Parece que Ethan tinha decidido fazer uma festa em sua casa, como comemoração do enfrentamento de Marcos, mas acho que eu não poderia ir, nunca fui em uma festa e nem sei se irão me convidar, por mais que eu tenha ajudado, apenas um pouco, não acho que irei.
Voltei a atenção no livro e em alguns segundos o sinal tocou e o professor já entrava na sala. Olhei para a carteira vazia de Luke e depois em direção a porta.
-Ele só está atrasado como sempre. –Sussurrei.
O professor colocou sua bolsa em cima da mesa, retirou seu material e já começou escrevendo no quadro. Os minutos iam se passando e nada do Luke aparecer. Olhava no meu celular para ver se havia mensagem e nada. Eu tinha que ser bem cauteloso ao mexer no celular, porque esse professor é daqueles que se você olhou para o celular ele já retira de você.
No segundo horário, Luke também não apareceu. Peguei o celular e mandei uma mensagem perguntando se ele estava bem, mas nem visualizada ela havia sido. O que estava começando a me deixar preocupado, porque se ele estivesse no colégio, com certeza iria visualiza-la. Continuei tentando então a falar com ele, conforme as aulas passavam, mas era inútil, parece que ele tinha desligado o celular ou não tinha sinal algum.
No intervalo, procurei por ele pela cantina toda, mas nem aqui ele estava. Me sentei em um lugar vazio, coloquei minha bandeja sobre a mesa e me sentei. Por um momento fiquei parado, observando todos conversando, rindo e até mesmo chorando, provavelmente por algum garoto. Os mais barulhentos eram o pessoal do time de lacrosse e baseball, já os de basquete, comiam e brincavam um com o outro educadamente, sem muito barulho.
-E aí, você vai na minha festa hoje?
Olhei rapidamente para saber quem era. Ethan estava se sentando ao meu lado.
-Sua festa? –Perguntei tímido.
-Vai me dizer que não tá sabendo, é o que todo mundo mais comenta hoje, como você pode não saber? –Ele sorriu e pediu permissão com a mão estendida para a minha maçã.
-Eu.... Eu não sei. –Respondi. –Nunca fui em uma festa antes.
-Então agora tem a chance de ir em uma e garanto que vai ser incrível. –Disse ele mordendo a maçã. –E além do mais, você tem que ir porque é uma comemoração.
-Mas....
-Mas nada, você estava defendendo o seu amigo, então mais do que tudo você tem que ir, porque a festa é pra você também, que teve coragem por enfrentar aquele panaca. –Respondeu Ethan, dando mais uma mordida na maçã. –Agora me passa o seu celular.
-Mas pra que?
-Pra eu te dar o meu número e onde vai ser, né bocó? –Ele riu.
Entreguei o celular e ele digitou o seu número nele e em seguida discou, para que ele pudesse salvar o meu, depois mandou uma mensagem com o lugar e a hora da festa.
-Não chegue no horário, porque ninguém chega no horário. –Ele piscou. –E não se esqueça de chamar o seu amigo. –Concluiu ele se levantando.
-Uma festa? –Falei baixo.
Seria bom um pouco de diversão e eu nunca havia ido numa festa antes, só se contar festas de aniversários, porque essas eu fui em muitas, mas não acho que é a mesma coisa.
Esperei as aulas acabarem e então tentei falar com Luke, mas só dava caixa de mensagem. Eu não poderia ir na sua casa, por causa do seu pai e porque ele iria ficar zangado, então não era uma boa eu passar lá, não depois de ontem.
Avisei aos meus pais que eu havia sido convidado para essa festa, mas pensaram que era algum aniversario que eu iria, então nem se preocuparam muito. Coloquei um moletom de touca, vermelho, uma calça preta com um rasgo no joelho e um ténis branco. Arrumei o cabelo, fazendo o mesmo penteado de sempre, peguei uma caixinha de chicletes de menta, retirei um e coloquei na boca e o restante, coloquei no bolso e para finalizar, passei aquele perfume que não poderia faltar. Olhei o celular, para conferir a bateria e se havia alguma mensagem de Luke, mas até agora nada e como sei que ele odeia que eu fico no pé dele, então acho melhor deixar ele no espaço dele.
-Nossa, como ele tá chique. –Disse minha mãe retirando as louças da mesa.
Meu pai deu uma olhada da poltrona, abaixando o jornal e logo em seguida se levantou.
-É uma festa de aniversário ou uma baladinha? –Brincou minha mãe e eu apenas ri para não levantar suspeitas.
-É que a festa de hoje em dia, você sabe né mãe? Tem que ir bem arrumado. –Respondi.
-Na minha época não tinha essas frescuras, íamos do jeito que podíamos... –Dizia meu pai.
-É pai, mas não estamos mais naquela época. –Brinquei e com um sorriso no rosto.
-Bom, tome bastante cuidado por aí, não venha tarde pra casa e de maneira alguma, tome bebida alcoólica. –Alertou minha mãe.
-Sim senhora.
-E se tiver algum problema, basta ligar pra gente que vamos lá te buscar. –Concluiu meu pai. –E acho que isso deve dar para o taxi. –Meu pai retirou um montinho de dinheiro e entregou para mim. –Mas apenas para o taxi.
-Sim senhor. –Respondi, dei um abraço nos dois e sai para a casa do Ethan.
Fui depois do horário, como ele havia dito e acho que ele estava certo, porque havia gente chegando junto comigo. Caminhei até a porta de entrada e toquei a campainha, logo atrás de mim, apareceu um grupo de pessoas esperando comigo.
Ethan abriu a porta, convidando todos para dentro. Assim que me reconheceu, agradeceu por eu ter ido.
-Não tinha como eu não vir, não é mesmo? –Respondi com um sorriso no rosto.
-É isso aí, assim que se fala. E cadê o seu amigo?
-Ah, ele.... Ele não se sentia bem. –Menti.
-Que pena, diga a ele que eu desejei melhoras. –Respondeu Ethan se despedindo e indo para a cozinha.
A casa estava cheia de gente, havia balões no teto e caídos no chão da casa. Pessoas sentadas nos sofás, em pé dançando uma música animada, comendo salgadinhos e bebendo alguma coisa naqueles copos azuis e outros vermelhos. Caminhei pela casa, observando o lugar e desviando de algumas pessoas, para não ser amassado por elas.
Andei até a cozinha, onde parecia mais sossegada. Um garoto estava despejando salgadinhos em algumas tigelas, para as pessoas comerem, ofereci ajuda, mas ele havia dito que tudo estava bem e que era para eu aproveitar a festa.
Continuei andando até o lado de fora e a festa ainda continuava desse lado. Tinha até um palco improvisado, com um grupo cantando alguma música animada que eu desconhecia, dentro da casa era mais balada e fora era como um show ao vivo.
O lugar era imenso, nem dá para perceber quando se olha pela frente da casa que ela teria um quintal imenso desses. Do lado oposto do grupo, tinha mais mesas com bebidas e salgadinhos e as pessoas pareciam se divertirem, dançando, bebendo e comendo enquanto o grupo tocava. Mais para o fundo, tinha até mesa de pingue pongue que as pessoas improvisaram para um jogo com copos, o objetivo era acertar a bola dentro do copo do outro lado da mesa e onde ela caísse o outro time teria que beber tudo.
Continuei andando e observando as pessoas, próximo a arvore que era quase o ponto central do lugar, ela estava rodeada de luzes amarelas, todas pelo seu imenso tronco e iam até alguns galhos e ficavam suspensas, deixando uma iluminação linda. O banco que tinha ali perto, era usado para um tipo de pegação, porque era o que mais tinha. Homem com homem, mulher com mulher, homem e mulher e até um solitário segurando vela ali tinha. Fiquei com pena dele, coitado.
Voltei para dentro da casa e novamente mandei mensagem para Luke, para saber se realmente estava tudo bem, mas a falta de comunicação com ele estava me deixando bravo, porque até agora ele não visualizou as outras mensagens. Enquanto olhava para o celular, alguém passou e entregou um copo para mim e aquilo não parecia ser só refrigerante. Guardei o celular e percebi Noah entrando com Brandon e com um gesto de coragem, levantei a mão e os saudei.
-Porque fui fazer isso, porque? –Falava para mim mesmo envergonhado.
Eles responderam com um sorriso e uma mexida de cabeça e em seguida caminharam para a cozinha de mãos dadas. Coloquei o copo em cima de algum móvel e fui em busca de algum banheiro. Subi as escadas, com um pouco de dificuldade, porque tinha gente até aqui, paradas enquanto conversavam, dançavam ou apenas bebiam. No lado de dentro estava muito barulho, parecia que um cara que dizia que era DJ havia chegado, então começaram a tocar apenas músicas eletrônicas.
Terminando de subir as escadas fui em busca do banheiro. Olhava para aquelas portas fechadas e tentava deduzir qual delas era o banheiro, não queria entrar em um lugar que eu não deveria. A primeira porta era o quarto de hospedes, que estava uma bagunça só, por causa da festa, então fui para a próxima porta, mas estava trancada, não sei se era ali o banheiro e por isso estava trancada, mas decidi olhar nas outras portas.
Já tinha visto quase todos os cômodos e faltava duas portar para eu dar uma olhada. Elas ficavam bem no final do corredor, uma de frente para a outra. Me aproximei, coloquei a mão na maçaneta e abri delicadamente. Coloquei o rosto dentro do quarto e vi uma garota quase que seminua na frente de alguém.
Eu poderia muito bem dar a volta e fechar a porta, mas eu conhecia aquele garoto, mesmo vendo o pouco que dava para ver dele. Então abri mais a porta e praticamente entrei no quarto.
-Luke? –Perguntei.
Uma parte do seu rosto apareceu e pude ver nitidamente o seu rosto. Sua expressão era de surpresa. Ele olhou para a garota e depois para mim, ela se virou tapando os seios e sorriu. Olhei para os dois novamente e senti um aperto no peito. Me virei em direção para a porta e me retirei do quarto.
-Lian.... Espere. –Disse ele se levantando rapidamente. –Não é nada disso que você está pensando. –Tentava ele explicar, enquanto vinha atrás de mim.
-E o que é então Luke? –Perguntei em meio as escadas.
-Eu não tive nada a ver com aquilo, ela simplesmente retirou a roupa dela e....
-E pelo visto você estava curtindo bastante, não é mesmo? –Falei enquanto mostrava a mancha de batom em seu pescoço.
Voltei a descer as escadas e ele andando atrás de mim, tentando me parar.
-Você tem que entender que eu não fiz nada de errado.
-Não fez porque eu cheguei a tempo, porque aposto que era isso que você queria ter feito. –Respondi dando as costas para ele.
-Lian, espere um pouco. –Ele segurou o meu braço.
-Luke, me solta. –Puxei o braço da mão dele e continuei andando em direção a porta.
-Meu pai me expulsou. –Gritou ele no meio da sala de estar, que agora era a pista de dança.
-E por isso você iria fazer aquilo? –Falei me virando e voltando para perto dele.
-Você não iria entender, mesmo que eu te contasse.
-Você não confia em mim, como eu confio em você, é por isso. –Respondi.
-Meu pai ficou sabendo da confusão no colégio Lian e ele já sabe do que se trata e me disse coisas horríveis, coisas que ninguém deveria ouvir...
-E não é por isso que você sai por aí pegando qualquer umazinha e indo para um quarto com ela, você tem que aceitar o que você é Luke e nenhuma mulher vai mudar isso em você. –Falei dando as costas e indo para casa.
Eu sei que posso ter sido grosso e um pouco duro com ele, mas ele tem que parar com essas idiotices dele e aceitar de uma vez por todas quem ele é.
No dia seguinte, havia recebido duas mensagens de Luke perguntando como eu estava e se podíamos conversar mais tarde. Ignorei todas elas e voltei a tomar o meu café.
-Tchau mãe, tchau pai. –Falei andando para a porta.
-Ué, hoje não vai esperar o Luke? –Perguntou minha mãe.
-Hoje eu quero chegar cedo mãe. Tenho uns livros para entregar e quero fazer isso antes do sinal tocar. –Menti.
Assim que cheguei no colégio antes do Luke, porque não vi sua bicicleta no lugar de sempre. Olhei para os lados e prendi minha bicicleta, depois disso fui até o meu armário, peguei os livros para a aula e entrei na sala. Me sentei, arrumei os materiais na carteira e comecei a folear o livro de história.
Assim que o sinal tocou, percebi que Luke não tinha chegado ainda, mas era o jeito dele, de chegar sempre atrasado, então não tinha nada de anormal nisso. Depois de uns quinze minutos mais ou menos, a secretaria da diretora, apareceu na porta, com Noah, Wally e Ethan do lado dela. Ela chamou o professor, pediu licença e pediu para alguns alunos acompanharem ela.
-Senhor Harley, Marcos Harley. Miller, Lian Miller. Myle, Lucas Myle. Whynn, Thomas Whynn. Hunt, Luke Hunt e Corbett, Brandon Corbett. Por favor, me acompanhem. –Disse ela se retirando da sala e esperando do lado de fora da sala.
Não sabia do que se tratava, mas pelo que parecia era sobre a tal reunião que todos diziam. Me levantei e acompanhei Gloria, junto com os outros garotos. Assim que estávamos chegando na sala, Gloria bateu na porta e parecia que os pais estavam em algum tipo de debate.
Gloria pediu para que entrássemos, todos em fileira, um após o outro e ficássemos parados na frente do quadro, virado para os pais. Minha mãe já sabia o que tinha acontecido, então ela sabia que eu iria estar naquela sala, mas se surpreendeu por não ver o Luke.
-Bom, trouxemos esses garotos para que peçam desculpas pelos atos cometidos contra o senhor Harley. –Disse a diretora toda contente, achando que estava fazendo um bom trabalho.
-Me desculpe diretora, mas que atos foram esses? –Perguntou Ethan desafiando ela.
-De que vocês humilharam publicamente o colega de vocês. –Disse ela toda sorridente, mas um pouco sem grassa.
-Podemos explicar? –Disse Ethan olhando diretamente para Marcos, como se quisesse dizer algo para ele.
-Claro que não, já não me humilharam o suficiente? –Disse Marcos, tentando cobrir a fala de Ethan e impedir de que ele falasse algo.
-Eu acho justo eles se explicarem, já que só temos a versão do filho desse cara. –Disse um cara barbudo, sentado no meio.
-Se todos estiverem de acordo, podemos ouvir os jovens garotos. –Disse a diretora, ao perceber que maioria concordava.
Os pais sacudiram a cabeça positivamente, menos os pais dos três garotos e o pai de Noah, que ainda permanecia com os braços cruzados e olhando fixamente para o filho, como se não estivesse gostando daquilo, era até um pouco tenso vê-lo daquela maneira.
Minha mãe olhou para mim e soltou um sorriso, de como tudo ficaria bem.
-Já que a maioria está de acordo, então acho que podemos ouvir as duas histórias então. –Disse a diretora pedindo uma cadeira para Gloria.
-Noah, você fala. –Sussurrou Ethan.
-Porque eu? –Perguntou ele.
-Porque você sabe falar bem para o público. –Falei timidamente.
Todos olhamos para ele, como forma de incentivo, para que ele falasse por todos nos. Ele sacudiu a cabeça, mas desde que ele contasse toda a verdade, o que de fato aconteceu, mas omitindo algumas partes. Acho que pelo fato do pai dele estar lá.
Assim que Noah se pronunciou, dizendo que contaria toda a verdade, Marcos o interrompeu, dizendo que iria contar a sua versão primeiro.
-Era hora do recreio, eu estava com os meus amigos no pátio, tomando o meu lanche como de costume. Então, um garoto veio até mim, acho que o nome dele é Luke. –Ao sair o nome da boca dele, o Pai de Luke se atentou. –Ele veio e disse que eu era muito bonito, e eu agradeci, mas disse que não curtia esse tipo de coisa, então ele fez algumas caricias em minha mão e eu a tirei rapidamente de perto dele, depois ele ficou insistindo em pegar o meu número porque estava apaixonado por mim e eu disse para ele se afastar e novamente disse que não curtia esse tipo de coisa, mas ele insistiu mais ainda. Foi então que disse para os meus amigos para a gente sair de lá.
-Que mentira. –Sussurrei para Noah. –Luke foi falar para ele parar de me incomodar.
-E quando a gente saia, ele disse que e iria ser dele e foi então que esses daí apareceram, bloqueando o caminho e me forçando a sair com esse tal garoto. E como todos eles namoram um com o outro. –Marcos fez questão de dizer essa última parte, era como se satisfazia com esse tipo de comentário e ainda assim permanecia com a cara de coitado. –E pelo círculo que eles fizeram, todos vieram para ver o que estava acontecendo e então eles começaram a me chamar de vários nomes no meio de todos. –Terminou ele com uma cara de choro.
-Eu não acredito que esses garotos tenham feito algo assim. –Disse o barbudo inconformado.
-Eu também não. –Disse uma mulher. –Tá na cara que isso é tudo invenção dele.
E novamente o debate tomou conta dentro daquela enorme sala. Os únicos calmos ali era o pai de Luke e o pai de Noah. Eles continuavam calados e sérios.
Brandon sussurrou algo para Noah, que não pude entender por causa das conversas. A diretora tentava acalmar todos, e dizia que tinha a segunda versão para eles ouvirem.
Noah se colocou na frente de todos e ficou calado alguns segundos, olhando para todos os pais. Estava um silencio e todos atentos no que ele iria dizer.
-Vou contar a vocês a verdade. –Disse ele após ter respirado fundo.
-A sua verdade, não é mesmo? –Disse Marcos.
Um turbilhão de SHIIII foi para cima dele, pedindo para que não interrompesse.
-Acontece que eu estava na minha sala, quando ouvi o sinal tocar e todos saírem correndo da sala de aula, porque havia uma briga entre dois garotos. Então eu segui a multidão para ver o que acontecia e foi aí que eu vi Marcos em pé e um garoto no chão e ele se vangloriando por ter batido nesse garoto....
-Isso é mentira, não aconteceu nada disso, ele está inventando. –Disparou Marcos, tentando interromper novamente.
Todos olharam para ele com olhar frio e parece que ele havia entendido que deveria calar a boca.
-Como eu estava dizendo, eu parei atrás da multidão e vi o garoto caído, um dos seus amigos pediu para que ele parasse e ele simplesmente ignorou o aviso do amigo e então continuou atormentando o garoto dizendo que teria que dar uma lição nele e tinha que acabar com essas bichinhas, o garoto tentou se levantar e foi aí que Marcos acertou um golpe na barriga do garoto e foi então que eu interferi no meio, para que ele não batesse mais no garoto.
O pai de Luke não estava nada contente de ouvir que seu filho apanhou e ainda ouvindo o termo bichinhas. No canto da sala dava para ouvir o sussurro de Marcos, tratando aquilo como absurdo. O restante dos pais estavam todos atentos em Noah.
-Meu amigo até tentou me impedir. –Ele apontou para Wally que se encolheu no canto. –Mas por ver a situação do garoto eu não podia deixar que ele batesse mais no garoto, então me pus na frente dele e do garoto. –Disse Noah tomando folego e engolindo seco. Ele olhou para trás e todos sinalizamos para que ele continuasse. –Fui até o garoto que estava no chão e disse que iria ficar tudo bem e que iriamos sair dali, para que ele pudesse ir na enfermaria, mas Marcos impediu que eu saísse dali com o garoto e em um dos momentos ele chamou o garoto de chupa rola e foi quando eu disse que para ele ter dito algo assim ele deveria ter ficado vendo o garoto fazendo tal ato.
Algumas pessoas da sala soltaram uma risadinha. O pai de Marcos olhou friamente para essas pessoas incluindo minha mãe.
-Depois de falar umas verdades para ele, Marcos queria vir para cima de mim, para me espancar, como fez com o outro garoto que se não me engano se chama Luke. Então Brandon entrou na frente, impedindo de que ele avançasse, foi aí que ele disse que Brandon era uma mulherzinha e mesmo assim, disse que daria conta de mim e Brandon e então Ethan perguntou se fosse três contra ele, já que ele queria bater em nós dois, depois veio Wally e por fim Lian, tudo para impedir que ele continuasse com as ameaças. –Noah fez uma pausa para recuperar o folego.
Todos estavam silenciosos e pensativos, que o que acabaram de ouvir, faz muito mais sentido do que a história de antes.
-Então foi isso que aconteceu, ninguém pediu o número dele e ninguém é gay....
-Eu sou. –Disse Ethan levantando a mão e dando um passo para frente. –Só queria deixar isso claro e não tenho nenhum problema em dizer isso.
-Isso é um absurdo, essa história não tem sentido nenhum, porque meu filho iria bater num garoto assim, do nada? –Disse o pai de Marcos.
-Você não acabou de ouvir a história do garoto? –Perguntou um cara grande que estava sentado lá no fundo.
-Isso não tem o menor sentido. Então porque só os dois estavam fora da sala de aula? E como todos ficaram sabendo da briga se todos estavam em sala de aula.
-Oh queridão, hoje em dia existe celular. –Ironizou Ethan.
-Como é garoto? –Disse o pai de Marcos, fechando os punhos.
-Vamos manter a calma por favor. –Disse a diretora. –Esse é um assunto um pouco delicado.
-Delicado? –O garoto gosta de bater no filho dos outros, isso tem que ser resolvido. –Disse uma das mães.
-Isso mesmo, esse garoto tem que ter algum tipo de punição. –Disse o barbudo.
Marcos engoli seco ao ouvir a palavra punição e provavelmente já estava pensando em alguma forma de sair dessa.
E novamente todos os adultos começaram a discutir a respeito do Marcos. Era um falando mais alto do que o outro, um querendo ter mais razão do que o outro. Na verdade, era a sala toda, menos o pai de Noah e Luke, contra o pai de Marcos, Thomas e Lucas. Ethan então se aproximou de Noah e sussurrou algo em seu ouvido, apena pude ouvir Noah negando.
-Olha para a cara dele Noah, ele está todo feliz porque sabe que vai se safar dessa e nós vamos levar a bronco por ele e além do mais eu quero que o papaizinho dele saiba o filho que tem. –Disse Ethan com ódio nos olhos.
-Eu acho que isso vai piorar as coisas. –Disse Noah. –Mas já que você quer, eu vou usar isso caso veja que as coisas não estão indo bem
Eu estava sem entender nada, será que eles tinham alguma coisa que poderia prejudicar Marcos e acabar com tudo isso? Então porque eles não usam isso e podemos acabar de vez com isso tudo? Depois Brandon tocou o ombro de Noah e disse:
-Está quase na hora Noah.
Ele parecia estar planejando fazer algo, já que os dois ficaram debatendo sobre algo que eu não fazia a mínima ideia do que era. Apenas fiquei no meu canto, com os braços para trás e calado, não queria piorar as coisas. Por um instante, pensei em Luke e tentei deduzir porque ele não havia vindo para o colégio, porque ele poderia contar a parte dele, porque Marcos havia batido nele.
Enquanto eu ficava pensando em Luke, Marcos se aproximou de Noah e disse alguma coisa para ele e sem medo, Noah sussurrou algo em seu ouvido o que o deixou um pouco abalado.
Depois de um tempo, os dois estavam fuzilando um ao outro com o olhar e com as irônicas palavras que saiam de suas bocas, até que Noah comento que Marcos havia um segredo, algo que todos iriam gostar de saber. Marcos tentou dizer para o pai que não sabia do que ele estava falando que provavelmente era tudo mentira dele, mas é que na verdade, Noah sabia de algo que o amedrontava, deve ser algo que Ethan havia sussurrado em seu ouvido momentos antes. Foi então que ele soltou que Marcos era afim de Ethan e que havia o chamado para sair para um encontro em um dos restaurantes mais caros da cidade e que depois os dois poderiam ir para a casa de Marcos, porque o pai dele não iria estar lá.
Só vi a expressão do rosto do pai dele mudar completamente e o ódio em seu olhar atordoavam Marcos que estava lá na frente. No fundo da sala, o pai de Luke ainda permanecia em silencio, mas dava para ver que ele sentia o mesmo que o pai de Marcos. Ele me olhava com tanta frieza, com tanto rancor que eu me sentia mal de ficar ali, queria me esconder daqueles olhos rancorosos.
Enquanto isso, os meninos tentavam a todo custo provar que Marcos era quem deveria pedir desculpas e de alguma forma Brandon conseguiu convencê-los de ver alguns vídeos que provaria o que eles estariam dizendo. O primeiro vídeo era de Marcos no corredor se achando o rei do corredor e maltratando algumas pessoas, depois mostrou outros de que ele maltratava as pessoas e não só nos corredores, mas nos banheiros e até mesmo no refeitório. A diretora estava branca, não sabia o que dizer, porque nem mesmo ela sabia que esse tipo de coisa acontecia em seu colégio. E para finalizar, Brandon colocou o vídeo do dia da confusão, mostrando o que realmente aconteceu naquele dia. Agora, como ele iria provar que aquele vídeo era falso? Mas mesmo assim, todos começaram a um debate sem fim, tudo por causa do pai de Marcos que não aceitava o que estava vendo, mas Brandon parecia ter uma última jogada, ele voltou a atenção de todos para ele e então mostrou o ultimo vídeo que ele tinha, o dia do campeonato de lacrosse.
Marcos tentava a todo custo retirar o pai dali, porque já sabia do que se tratava, porem foi tudo em vão. O pai dele soltou sua mão ao ver o filho esperando por um garoto debaixo da arquibancada, sem perceberem, o menino do outro time o abraça carinhosamente e dá um cheiro no pescoço de Marcos, repletos de felicidades, os dois deram um beijo, o que todos esperavam, menos o pai de Marcos.
Depois de verem o que havia acontecido, as pessoas começaram a aplaudirem e a gostarem do que estavam vendo, até soltaram mostre a verdade para ele no meio da comemoração. Mas tudo acabou quando o pai de Noah se pronunciou, achando total perda de tempo, por ter participado daquela reunião. Ele parecia ser pior que o pai de Luke, que a todo momento, não disse uma palavra.
Ele deu um final para a reunião e no final, acabou ficando do jeito que estava, mas Marcos havia aprendido que não poderia mais se aproveitar de todos nós.
Enquanto voltávamos para a sala de aula, todos eles pareciam felizes com o que haviam feito.
-Você foi demais Brandon, onde conseguiu aqueles vídeos? –Perguntou Wally.
-Ah, eu pedi uns favores para uns amigos aí. –Respondeu ele todo contente.
-Foi uma bela jogada. –Reconheceu Ethan.
-Valeu por isso. Mas só acreditaram pelo o que você disse lá. –Disse Brandon.
-Sobre o segredo dele? Ah isso nem chegou perto do que você fez. –Finalizou Ethan.
-Pelo menos deu tudo certo e ficamos por um bom tempo, longe daquela matéria chata. –Disse Wally. –Acho que deveríamos comemorar.
-Eu também acho. –Disse Ethan olhando para ele.
Eu apenas fiquei calado, porque não conhecia eles ainda, então não sabia o que dizer, como interagir com eles.
-Você sempre foi calado assim? –Perguntou Noah, chegando por trás de mim.
-Eu.... Não sou muito de falar. –Respondi vergonhosamente.
-Ele é tão calado que as vezes esqueço que ele está aqui. –Disse Wally. Ethan deu um cutucão nele, para ver se ele não falava besteira.
-E quanto ao seu namorado? –Perguntou Noah. –Porque ele não veio?
-Ele não é o meu namorado. –Falei timidamente. –Não mesmo!
Eles todos olharam para mim e ficaram calados. Acho que entenderam o que estava acontecendo comigo, já que todos eles se aproximaram de mim.
≈≈≈≈≈≈
Depois de um bom tempo, eu não estava falando com Luke e muitas coisas aconteceram no colégio, como por exemplo, o pai de Noah quando descobriu a verdade entre ele e Brandon, decidiu o colocar em um colégio interno, esse era o assunto mais falado no colégio, depois houve a notícia de que Brandon havia se acidentado, enquanto estava procurando por Noah, o que era bonito, mas imprudente da parte dele.
Luke ainda estudava na minha sala e quase que não nos falávamos, apenas quando era necessário. Quase sempre quando eu chegava no colégio, ele estava colocando as correntes na sua bicicleta, me dava um oi seco e se afastava de mim. Mas acho que um pouco era sobre o seu pai, que começou a leva-lo a esses clubes de estirpes para ver se o filho endireitava e depois disso ele passou a sair mais com garotas e até mesmo tentar algo com elas, mas nunca fiquei sabendo que ele havia conseguido.
Em uma de suas saideiras durante as aulas, acabei pegando ele e uma garota tentando fazer algo que eu sabia que ele não conseguiria. Eu havia saído para ir ao banheiro e assim que cheguei lá, ouvi certos sons que eu não queria ter ouvido. Era estalos dos lábios e respiração ofegante. A porta de uma das cabines estava quase que fechada, mas boa parte aberta. Não era minha intenção de saber quem estava ali, porque não era da minha conta. Sai de uma das cabines e fui lavar a minha mão e elas ficavam atrás das pias. Continuei olhando para baixo, para não ver o que não deveria, mas quando levantei o olhar para o espelho, vi o que eu não queria ter visto.
Rapidamente olhei para a agua que escorria pelas minhas mãos, mas levantei o olhar novamente e aquele corpo me parecia familiar. Eu sei que era errado e eu parecia um tarado olhando pelo espelho o que acontecia dentro daquela cabine, mas eu sabia que conhecia aquela pinta em cima de um dos gomos na sua barriga.
Então, quem quer que seja, desceu as mãos por aquele tanquinho e segurou firmemente o pau daquela pessoa, abriu o botão da calça e desceu ela rapidamente e foi então que quando ela retirou o pau dele de dentro da cueca eu sabia quem era. LUKCY.
-Luke!? –Falei alto e ele rapidamente guardou o pau e levantou a calça. Ele terminou de abrir a porta da cabine e me olhou envergonhado, enquanto levantava a calça e tentava abotoa-la.
-Lian, eu posso explicar. –Disse ele.
-Então explica. –Falei e ele ficou me olhando sem entender nada.
-Você quer mesmo que eu te explique? –Perguntou ele.
-Claro que não Luke, eu não tenho nada a ver com a sua vida, faça o que quiser dela. –Respondi dando as costas para ele. Parecia legal eu ter dito algo assim para ele, mas me doía vê-lo sempre com uma garota, porque no fundo eu ainda o amava. Enquanto muita coisa acontecia e esse tempo sem a gente conversar, pedi algumas dicas para Ethan e implorei que me ajudasse a superar o Luke, porque eu queria colocar um ponto final nisso, até sai com alguns garotos, mas todas as vezes que eles me beijavam, eu sempre dava uma desculpa e fugia deles. Talvez porque eu ainda goste do Luke ou porque eu nunca terei ninguém.
Quando anunciaram a época do baile de inverno, todos estavam ansiosos para a festa, enquanto eu estava deprimente, por saber que todos iriam com alguém que gostasse. Nesse tempo, Noah havia voltado de alguma maneira, mas ainda não tinha conversado com ele, já que quem sempre vinha me procurar era o Brandon.
Acho que porque eu fui um bom amigo, quando fiquei sabendo de que ele precisava ter terminado com Noah, mas nunca quis me contar o motivo. Eu entendia a dor dele e o que ele estava passando, porque eu estava igual a ele, por mais que nós dois distanciávamos de quem gostávamos, a dor parecia aumentar e esse buraco no peito, só aumentava.
-Porque vocês dois terminaram Brandon? –Perguntei enquanto caminhávamos pelo corredor.
-Eu não posso contar Lian, porque é um assunto delicado e eu não sei se você entenderia. –Disse ele.
-Pode ter certeza de que eu entenderia. –Falei baixo e cabisbaixo. –E o que você vai fazer se ver ele pelos corredores?
-Eu tenho que mostrar que eu superei ele, pra ele entender que não tem mais volta. –Respondeu ele com um pesar na voz.
-Eu ainda acho que você ama ele.
-É claro que não. –Disse ele. Fiquei encarando ele. –Tudo bem, eu ainda amo ele, mas nós dois não podemos ficar juntos, não por causa do pai dele.
-Então é por isso que você não quer ficar com ele? Só por causa do pai? Se você realmente ama ele, luta pelo amor de vocês dois, você sempre lutou, não vai ser agora que vai desistir né?
-Eu digo o mesmo pra você. –Tuchê. Ele sabia o que havia acontecido, sabia que eu estava odiando Luke, mas que ainda o amava.
-Mas comigo é totalmente diferente, vocês dois se amam, diferente de mim que só tem amor de uma das partes.
-Calma amigo, nós dois estamos juntos nisso e vamos passar por tudo isso, você vai ver. –Disse ele tocando o meu ombro.
-Quero ver você passar por aquilo então. –Apontei para Noah no corredor e andei rumo a porta da sala de aula.
Brandon afrontou Noah, dando um beijo em uma garota que estava por ali, deixando Noah totalmente furioso. Sabia o que ele pretendia fazer e não podia deixar os dois se estranharem agora.
-Sai da minha frente, garoto. –Disse Noah furioso.
-Se eu fosse você não faria isso. –Respondi.
-Quem você pensa que é para me dizer algo assim? Por acaso vocês dois tem algo junto? Não. Não precisa me dizer, eu não quero saber. Apenas quero conversar com ele.
-Vai por mim Noah, hoje não é um bom dia para você falar com ele. Me diga o que você quer com ele que eu falo para ele.
-O que é isso? Correio de voz? O que eu quero conversar com ele eu preciso dizer pessoalmente. –Disse ele tentando passar por mim, mas continuei barrando ele.
-Ele ainda te ama Noah. –Falei tentando acalmar ele.
-O que você disse?
-Isso mesmo Noah. Ele ainda te ama. –Repeti.
-Me dá licença Lian. Isso é para evitar que eu entre numa briga com ele, é isso?
-Não Noah, ele me disse que ainda te ama e que sente muito sua falta.
-Mas não parece, ele não me responde, não interage comigo, não me olha nos olhos.
-Porque ele precisa fazer isso, ele está passando por alguns problemas Noah e você precisa dar um pouco de espaço para ele.
-Mais ainda? –Disse ele suspirando. –Fala para ele que se ele realmente me ama é para ele me esperar no vestiário da quadra coberta. Não vai ter aula lá hoje, então vai estar vazio para podermos conversar. –Disse ele dando as costas para mim e andando em direção ao Wally.
Eu queria ajudar aqueles dois, sentia que deveria fazer isso. Sentia um enorme carinho pelos dois, acho que por eles terem me ajudado no começo. Voltei para a sala com um sorriso no rosto, passei o recado para Brandon e aconselhei de que ele deveria estar naquele vestiário, porque seria bom para os dois.
Olhei para a carteira de Luke e ele ainda tinha o mesmo olhar de quando não gostava que eu conversasse com outros garotos, o que era incrivelmente irônico, porque ele não queria ficar comigo, mas também não queria que eu ficasse com outras pessoas. Revirei os olhos e voltei a atenção para o quadro.
Na volta para casa, estava caminhando, empurrando minha bicicleta do lado. Coloquei o meu fone de ouvido, coloquei aquela melhor música e aumentei o volume. Parei em um dos cruzamentos, esperei o sinal abrir para pedestre e atravessei a faixa calmamente. Faltando quase que uns três quarteirões de casa, em uma das esquinas havia uma loja de conveniência e fora dela, duas bicicletas, o que me fez lembrar de quando éramos crianças e de quando confundi camisinha com chicletes. Comecei a sorrir sozinho.
-Nostalgia né? –Disse ele do meu lado.
-Que susto garoto. –Falei retirando os fones. –Me admira você lembrar daquela época.
-Foi a melhor época da minha vida.
-Eu percebo, porque depois disso você se tornou um azedo. –Falei e ele riu.
-As coisas mudam, as pessoas mudam Lian.
-Não vem com esse papinho adulto para cima de mim não, porque isso não funciona mais. –Respondi enquanto voltava a caminhar. –E o que você quer comigo? Achei que tínhamos parado de conversar.
-Eu não sei porque você me trata dessa maneira Lian.
-Porque eu cansei Luke. Cansei de ficar correndo atrás de você, cansei de ser magoado, de ter esperança e depois elas serem destroçadas com você com uma garota, eu estou cansado dessas coisas.
-Sinto muito por te fazer se sentir dessa maneira.
-E aí você aparece pedindo desculpas e eu como sempre, perdoo você, mas no final acaba sempre do mesmo jeito. –Falei.
Ele ficou calado por alguns instantes e permanecia do meu lado, caminhando comigo.
-E então, o que você quer?
-Eu queria te pedir desculpas, mas acho que isso eu não vou conseguir, então queria te explicar algumas coisas. –Disse ele parando e segurando meu braço no guidão da bicicleta. –Eu nunca tive uns pais como os seus Lian, que sempre te deram tudo, sempre te elogiavam, te tratavam como um verdadeiro filho, eu até tinha, a minha mãe. –Ele fez uma pausa. –Mas depois que ela se foi, tudo mudou e o meu pai, sempre me tratou com frieza, me menosprezava, me fazia enxergar como a vida era de verdade, por isso que nos mudamos e por isso eu mudei, por causa dele.
-Isso não é desculpa Luke, os atos quem comete é você e não o seu pai. –Respondi.
-Mas depois daquele dia que ligaram para ele falando da reunião, ele já suspeitava de alguma coisa, então bebeu muito a ponto de não conseguir ficar mais em pé, mas de uma coisa ele conseguia.... De me dar uma surra. Eu tentei me defender como eu podia, principalmente o meu rosto, porque as outras partes eu poderia esconder das pessoas, mas o meu rosto não. E antes disso, ele sempre levava mulheres para casa e sempre queria que eu as tocasse e fizesse coisas com elas, mas eu sempre as mandava embora, até que no dia da festa, ele estava sóbrio e me obrigou a sair com uma delas ou ele me colocaria para fora foi então que eu fui para aquela festa, eu precisava de um lugar pra ficar, que não fosse a sua casa, porque seria o primeiro lugar que ele iria aparecer e eu não queria te trazer problemas, mas ai, alguém me deu uma bebida, que deveria ter álcool no meio e com raiva acabei tomando mais do que deveria e é por isso que você me pegou com aquela garota no quarto.
Fiquei apenas calado tentando entender o lado dele. Tá certo que ele tem problemas com o pai dele, mas poderíamos ter dado um jeito.
-E porque você foi embora naquele dia? Podia ter ficado em casa....
-Eu não podia ir para a sua casa....
-Não estou falando desse dia. –Olhei para ele. –Estou falando do momento que tivemos, ou aquilo pra você foi apenas um experimento?
Ele ficou calado novamente e dessa vez evitava olhar para os lados, ficou me olhando fixamente.
-Porque eu não queria te machucar. –Respondeu ele.
-Como você poderia?
-Porque.... Eu estava gostando de ficar com você, intimamente.
-E desde quando isso é problema? Só porque éramos melhores amigos? Ou porque somos dois garotos?
Luke tentou dizer algo, mas travou, não tinha coragem suficiente para me dizer qualquer argumento que me fizesse mudar de ideia.
-Se isso era tudo que você queria me dizer, eu agradeço, mas agora eu preciso ir para casa. –Subi na bicicleta e comecei a pedalar para longe dele. Luke ficou parado, me olhando ir embora.
Até parece que tudo que acontece na vida dele é por causa do pai. Pra qualquer coisa que ele faça agora é culpa do pai dele? Até onde sei, não é o pai dele que está forçando ele a ficar com essas garotas.... Se bem que ele pode fazer algo assim... Mas não é justo Luke fazer as coisas e depois tentar me explicar. Eu não vou mais aceitar isso e se for preciso dar fim a nossa amizade, que assim seja.
Na noite do baile, para não irmos sozinhos, o combinado era eu ir com Brandon, mas como amigos. Eu sabia que ele queria era fazer ciúmes em Noah, mas aceitei porque iria gostar de ver esses dois juntos novamente. Ele estava incrivelmente bonito e até por um momento me imaginei ao lado dele. Mas sabia que o seu coração era de outra pessoa, então a realidade bateu e a imaginação foi embora.
Assim que ele entrou, chamou a atenção de algumas pessoas, enquanto eu vestia um blazer normal preto e com o mesmo penteado de sempre. Os dois ficaram na mesma história de sempre, um tentando provocar o outro e depois diziam que não sentiam nada um pelo o outro.
Fiquei no meu canto, apenas observando as pessoas dançarem e curtirem a festa. Não estava com humor para isso hoje, mesmo algumas pessoas me convidando para dançar, estava completamente desanimado.
Fui até a mesa de frios para ver o que tinha e comer algo. Olhei para o que tinha e quando fui pegar um dos sanduiches, toquei sem querer a mão de um garoto.
-Eu sei que você gosta desses. –Disse ele.
-Me desculpe, mas quem é você? –Perguntei.
-Não se lembra mais de mim? –Ele riu.
-Eu deveria?
-Mas como você é esquecido, como pode se esquecer de mim, que te atormentava quase todos os dias.
-Erick? –Perguntei surpreso. –O que você está fazendo aqui?
-Minha namorada estuda aqui, então ela me convidou para esse baile. –Respondeu ele sorrindo.
-Você está tão....
-Diferente? Eu sei. –Disse ele sorrindo. Na verdade, eu iria dizer lindo, porque não se parece nada com aquele garotinho branquelo e com um topete enorme. –Você ainda está devendo uma saída comigo.
-O que?
-Não da maneira que você está pensando, mas tem alguém que eu queria te apresentar. –Ele sorriu novamente e todas as vezes que ele fazia isso, quase que me derretia todo, porque aquele sorriso dele era incrível.
-Está bem. –Respondi.
Depois disso ele se despediu pegando duas bebidas e voltando para pista de dança. Acompanhando ele com os olhos, vi Luke sentado na mesma mesa que Noah, ele provavelmente deveria estar tentando dar algum conselho para o Noah. Ele então voltou os olhos para mim, fiquei levemente corado e virei o rosto rapidamente.
Será que ele estava falando de mim ou isso foi coincidência? Ou ele estava olhando para uma outra pessoa e eu pensei que era para mim?
Voltei para a pista de dança e arrisquei alguns passos, tentei de toda maneira me distrair e ficar ao máximo longe dele. Era isso ou eu iria para casa.
Depois de um tempo bebendo refrigerante, precisava ir ao banheiro. Andei tranquilamente, cumprimentei Wally e Ethan no caminho e entrei no banheiro. Fui direto para o mictório, desabotoei minha calça e comecei a fazer xixi e novamente ele estava do meu lado.
-Qual é, você vai ficar me seguindo para todos os lugares agora? –Falei chateado.
-Eu apenas vim no banheiro. –Disse ele.
-Bem quando eu estou nele, não é mesmo? E porque você está do meu lado? Não sabe da regra que existe de ficar um mictório de distância um do outro?
-Não tem nada aí que eu não já tenha visto. –Completou ele. –Sabe Lian, eu acabei de dizer para o Noah confessar os seus sentimentos para o Brandon e insisti de que ele deveria conversar com ele antes de tirar qualquer conclusão.
Abotoei minha calça e fui para a pia lavar as mãos. Ele permaneceu do meu lado, lavou as mãos e ficou me olhando pelo espelho.
-E eu cheguei a uma conclusão. –Disse ele. –Eu deveria me abri mais para você e deveria dizer o que eu sinto. –Ele se virou. –Porque, desde quando você veio para cá, eu não soube mais pensar em outra coisa. –Ele tocou levemente as pontas de seu dedo na minha bochecha. –Porque você sempre esteve ao meu lado, você sempre foi a minha metade, a minha paz. Quando eu estou com você, nada mais importa. –Ele permanecia acariciando o meu rosto. –Por isso.... Eu queria.... Te dizer.... –Ele foi se aproximando dos meus lábios, até tocarem os seus com o meu e me beijar lentamente. –Eu te amo. –Sussurrou ele após descolar nossos lábios.
Eu fiquei um pouco paralisado, sem saber o que dizer ou o que fazer, era como se meu coração estivesse bombeando o sangue rapidamente por minhas veias, sentia o calor delas pelo o meu corpo, a palpitação no meu peito e o arrepio passar pelo meu corpo.
-O que.... O que você disse? –Perguntei enquanto ele se afastava.
-É isso mesmo que você ouviu Lian. –Ele piscou para mim.
-Luke!? –Falei com tremor na voz.
-Eu sei Lian. –Ele continuava sorrindo. –Vamos torcer para ficarmos juntos um dia. –Finalizou ele saindo do banheiro, me deixando sem reação.
Eu não sabia se ficava feliz ou triste, não sei se sorria ou chorava, era uma tremenda confusão agora, porque as palavras dele, era como se estivéssemos nos despedindo. Me recompus e corri atrás dele. Olhei por todas as pessoas na pista de dança, mas não conseguia vê-lo. Perguntei para Wally e Ethan se tinham o visto, mas eles nem sabiam.
-Luke!? –Murmurei tristemente.
≈≈≈≈≈≈
Luke havia sumido, não respondia minhas mensagens, nem mesmo as ligações. Não podia ir em sua casa, porque sei como ele odiava que aparecessem sem avisar e além do mais, não queria mais trazer complicações para ele com o pai.
Depois daquele baile, pode-se dizer que muita coisa aconteceu, mesmo se passando pouco tempo. O que mais todos comentavam era sobre Noah, novamente. Mas dessa vez era algo sério. Estávamos todos na sala do tribunal acompanhando o caso dele com o pai e por mais que me doía, eu pensava que Luke poderia passar a mesma coisa e que no final, nossas histórias eram quase que similares.
Um dia antes de darem o veredito sobre o caso dele, decidimos montar uma festa surpresa para ele, já que era o seu aniversário e nada melhor do que reunir os amigos. Mas depois do longo dia, eu estava um pouco exausto e ainda assim pensando que o pai de Luke se parecia com o pai de Noah e pensei se isso poderia acontecer com Luke, não o fato de ir a julgamento, mas o fato do pai dele tratar ele dessa maneira que o pai de Noah o trata e se for isso, agora entendo pelo o que ele tem passado.
Voltei para casa, para tomar um banho e descansar um pouco, na verdade eu não estava nem um pouco afim de sair, porque comecei a lembrar do passado, de como éramos amigos e depois a nossa primeira vez e tudo mais.
Enquanto estava deitado, relembrando as melhores memorias, ouvi a campainha tocar e em seguida minha mãe dizer que era visita para mim. Pedi que subissem, porque estava me arrumando.
-Olá. –Disse Noah entrando no quarto.
-Noah!? –Falei sorrindo. –O que você faz aqui?
-Pensei em dar uma passada por aqui e te agradecer por hoje lá no tribunal.
-Ah, mas não precisa me agradecer, você sabe que nunca deixaria um amigo sozinho. –Falei me sentando na cama.
-E quanto ao Luke?
-O que tem ele? –Perguntei dando uma de desentendido.
-Porque você deixou ele sozinho?
Abaixei a cabeça.
-Eu sei que eu fui egoísta de se preocupar só comigo, mas ele também foi e sempre que eu me aproximava dele, ele sempre me afastava....
-Luke passou por muita coisa Lian, e eu entendo o medo que ele sente, mas isso não era motivo de você abandonar o seu amigo, justo quando ele mais precisava. –Disse Noah.
-Mas eu não o abandonei, pelo contrário, foi ele quem me deu as costas e sumiu.
-Se você tivesse a oportunidade de vê-lo mais uma vez, o que você diria?
-Pediria desculpas.
-Então acho que você pode fazer isso. –Disse ele apontando para a porta. Luke entrou sem graça no quarto. –Acho que vocês dois tem muita coisa para resolver. –Ele sorriu. –Espero que vocês dois se resolvam o quanto antes, porque não quero ver meus amigos se separando por bobagens e Luke, vou dizer a mesma coisa que você disse para mim uma vez, diga para ele o quanto você o ama, não deixa essa chance passar, escolha o lado certo dessa vez e faça de tudo para vocês dois darem certo. –Ele tocou o ombro dele, sorriu e em seguida se despediu.
-Me desculpa por ter sumido. –Disse ele.
-E o que aconteceu com você? Me deixou preocupado sabia?
Ele desviou o olhar.
-Sinto muito por não entender o seu lado Luke.
-Não Lian, não peça desculpas, porque você não fez nada de errado. O culpado aqui sou eu. Eu quem me distanciei, foi eu quem tentei ser o filho certo para o meu pai.... E eu queria muito que voltássemos a ser, melhores amigos.
Então era isso, ele quer ser apenas melhores amigos.
-Mas do nosso jeito. Onde podemos estar sempre juntos, fazermos o que quisermos e ser quem quisermos.... Eu sei que não deveria pedir isso para você, mas eu não queria que meu pai soubesse, porque, como eu disse para o Noah, ele sempre fez tudo por mim, mesmo sendo o monstro que ele é, sinto que não deveria magoar ele, porque querendo ou não, ele é o meu pai e não tem como eu mudar isso.
-Luke, eu te entendo agora, eu sei o quanto você se esforçou para que nada disso acontecesse, eu sei que o seu pai é importante para você e é por isso que eu aceito ser o seu melhor amigo. (Mesmo que essas palavras doam, quando saem da minha boca). –Pensei. –Porque desde a última vez que nos vimos, eu não consigo te tirar da minha cabeça e hoje, vendo o caso do Noah, eu não consigo imaginar pelo o que você passou, pelas dores, sofrimento e até mesmo as surras que você suportava por nós dois.
-Então vamos voltar a sermos amigos? –Perguntou ele.
-Mas é claro que vamos, mas eu preciso mesmo tentar te esquecer antes, para que eu não sofra....
-Não, não, não Lian.... Eu quero você de outra maneira também. –Ele se aproximou e me olhou nos olhos.
-Mas você acabou de dizer que....
-Que quero ser o seu melhor amigo, sim eu disse, mas namorados também podem ser melhores amigos e o que eu te disse no baile, é o que eu realmente sinto por você. –Disse ele segurando as minhas mãos. –Eu te amo Lian Miller. –Ele levou uma das minhas mãos até o seu rosto. –Eu não posso prometer que vamos ser felizes como todos os outros, mas vamos ser felizes do nosso jeito, juntos. –Finalizou ele colando minha testa na dele.
-Luke!? Você disse que....
-Que te amo. Como eu sei que você me ama e sempre amou, desde quando éramos criança. Esse sentimento que você sente, eu sempre senti a mesma coisa por você, mas eu não sabia como as coisas iriam ser e se te veria novamente.
-Eu te amo. –Falei todo envergonhado, com o rosto abaixado e todo vermelho. Tomei coragem e levantei o olhar. –Eu te amo Luke Hunt. –E o puxei para dar um beijo.
Depois de nos resolver, fomos para a festa na casa do Wally.
-Olá, estou entrando. –Falei entrando sorrindo.
Estavam todos os amigos de Noah lá. Bonnie, Wally, Ethan, Brandon e mais duas pessoas que não conhecia.
-Lian! –Disse Noah todo contente vindo em minha direção. –Ué, e cadê o Luke? –Fiz uma careta para ele pensar que não tínhamos nos resolvido.
-Quem é que me chamou? –Disse Luke entrando.
-Aahh, não acredito que até que enfim, vocês se acertaram. –Respondeu Noah alegremente.
-É, não diria que cem por cento, mas estamos ai em uns sessenta. –Falei rindo.
-Sessenta? –Perguntou Luke.
Olhei para a cara dele e comecei a rir. Wally apareceu entregando refrigerante para nós dois e nos arrastando para o meio da festa.
-Que ótimo que vocês estão aqui Lian, eu fico muito feliz. –Disse Noah.
-Eu tenho que te agradecer por isso. Eu não sei o que você disse para ele, mas parece que ele quer ser o meu melhor amigo de novo, mas dessa vez com um novo começo.
-Mas e vocês dois?
-Ah, vamos deixar isso o tempo nos dizer. –Sorri. –Mas como você está?
-Bom, estou rodeado de amigos, numa festa que é para mim, acho que estou ótimo. –Ele riu.
Ficamos em silencio um momento.
-Parece que foi ontem que eu fui falar com você a respeito do Marcos.
-Faz tanto tempo né?
-Pois é. –Suspirei. –Você até defendeu o Luke na frente de todo o colégio.
-Ah, para com isso que você também estava lá, na frente de Marcos a ponto de levar um soco dele por causa do Luke, então o mérito não é só meu.
-Mas o que eu quero dizer é que se não fosse por você, eu não sei o que eu teria feito, eu nem conseguia vê-lo daquela maneira no chão.
-Eu sei como isso é Lian, mas não esqueça que você é forte e inteligente e que pode dar um jeito nas coisas.
-Que isso Noah.
-Mas é sério. Quantas vezes eu não fui atrás de você para me ajudar com o dever, mas o que foi melhor foi você ter cuidado do Brandon, quando ele estava machucado por causa do nosso termino.
-Amigos são para essas coisas. Mas olha, ele não parava de falar de você para mim. –Sussurrei a última parte.
-Mas muito obrigado por ter cuidado dele Lian e espero que você possa cuidar um pouco mais....
-Ei. –Falei sério. –Você não está pensando em dispensá-lo, não é?
-Não, claro que não. Mas com essas coisas que estão acontecendo. –Ele olhou na direção do Brandon. –Ele pode acabar precisando de um amigo que nem você. –Ele tocou o meu ombro. Depois disso uma das mulheres, nos chamou para aproveitar mais a festa.
Luke dançava no centro da sala e me convidava para o meio e eu todo tímido arriscava alguns passos, mas nada extravagante. Todos ao redor batiam palmas e riam. Depois foi a vez de Wally e Ethan dançarem no centro. Luke brincou dizendo que não podíamos perder para os dois e aquilo estava se tornando uma competição pacifica. Estavam todos curtindo, dançando, bebendo, sorrindo e aproveitando cada minuto da festa. Não era só uma festa de aniversário qualquer, era uma festa para os amigos também.
Depois que a festa acabou, parece que sentia que Noah estava se despedindo da gente, o que me deixava um pouco triste. Estávamos voltando para a minha casa, havia concordado que Luke iria dormir em casa.
-Mas então, qual é dessa de você e seu pai? –Perguntei.
-Ah, eu decidi que iria sair da oficina e com o dinheiro que eu ganho no café, da para eu fazer o que eu quiser, claro que uma parte eu dou para ele, porque não sou ingrato, mas eu aluguei um quarto pra mim. –Disse ele.
-Que legal, então você já está morando sozinho.
-Tecnicamente sim, mas eu moro dividindo o quarto com outro garoto, que é da minha idade.
-Você então está em um alojamento?
-É, acho que é esse o nome. Mas é melhor do que ficar com o meu pai, assim eu pelo menos tenho controle na minha vida. –Disse ele alegremente.
-Você parece ter crescido tanto. –Falei com um sorriso sem graça no rosto.
-E isso não é bom? –Ele bagunçou meu cabelo.
-Acho que sim. Mas se você está tão maduro assim, não vai querer ficar perto de alguém como eu. Vai se enjoar rápido. –Falei enquanto me equilibrava em cima do meio fio.
-Para com essas baboseiras, eu já te disse o que eu sinto. Gosto de você do jeito que você é, sem mudar nada. –Ele sorriu envergonhado.
Chegamos em casa e fomos para o quarto. Meus pais já estavam dormindo, mas minha mãe se levantou para dar boa noite para nós dois. O colchão já estava posto do lado da minha cama, com travesseiro e um cobertor e um pijama dobrado.
Esperei ela entrar em seu quarto e então fechei a porta. Luke começou a retirar a roupa perto de mim e ficou nu.
-Você não se importa né? –Perguntou ele apontando para o banheiro.
Sacudi a cabeça, coloquei a mão discretamente na frente do meu corpo disfarcei a excitação. Ele andou até o banheiro, completamente pelado. Tirei qualquer pensamento erótico da cabeça, mas era difícil, porque todo momento ficava vendo a imagem dele pelado em minha mente.
Comecei a arruma a minha cama para distrair. Retirei a minha roupa e fiquei de cueca enquanto procurava um outro pijama. Deixei ele separado em cima da cama e peguei a roupa que estava no chão.
Vi a cueca de Luke próximo ao pé da cama, ainda por cima de sua calça. Fiquei um pouco tentado a tocá-la, mas acho que era rápido demais pra fazer tal coisa. Ele saiu do banho, totalmente pelado e seco, com a toalha em volta do pescoço secando o seu cabelo, seu pau estava quase que excitado, não sei se foi por algo que fez no banho ou por estar pensando em algo.
-Você também vai? –Perguntou ele me olhando apenas de cueca.
Sacudi a cabeça e continuava com a mão na frente do corpo, esperando ele se virar para eu correr para o banheiro.
-Você bem que poderia ter entrado comigo então. –Disse ele se virando para o espelho. Fiquei completamente corado, fazia um bom tempo que eu não tinha relações, então era normal o meu corpo querer. –Não vai me dizer que você ainda sente vergonha?
Sacudi a cabeça negativamente e escondendo ainda mais, já que nesse momento eu estava completamente excitado ao ver o seu pau ficando duro, pelo reflexo do espelho.
-Lian!? –Murmurou ele tocando em seu pau e em seguida se virando para mim.
-Luke! –Sussurrei me levantando e mostrando que eu também estava de pau duro.
Nós dois nos aproximamos, tocamos nossas mãos e as entrelaçamos. Com a outra mão, ele deslizou ela pelo o meu pequeno corpo e o puxou para colar com o seu. Em seguida, ele começou a me dar vários beijos delicados em meu pescoço, acendendo ainda mais a minha vontade. Deslizou a língua pelo meu peito e continuou descendo.
Retiro a minha cueca calmamente, beijou a minha coxa, apertou a minha bunda e se levantou, me levando até a parede mais próxima e me pressionando contra ela. Levantou as minhas mãos e de alguma maneira, conseguiu segurar as duas, enquanto com a outra, ele passava pelo meu corpo.
Depois tocou o meu rosto e ainda assim permanecia segurando minhas mãos para o alto, prensada na parede. Se aproximou lentamente dos meus lábios e me beijou profundamente. Sua língua ia de um lado para o outro, tocando a minha, bem suavemente e lentamente, depois deslizou sua mão para o meu pau e o segurou junto ao seu. Ele estava quente e pulsando, dava para sentir algumas veias passando por ele.
Soltou os meus braços, segurou na minha nuca e suavemente foi me conduzindo até o seu lindo pau. O coloquei na minha boca rapidamente, sentindo ele pulsar dentro dela. Sua vontade era tanta que ele não resistiu e soltou um leve gemido baixo.
-Lian!? –Murmurou meu nome bem baixo.
Me levantou e me beijou novamente, mordeu meu lábio com vontade, mas delicadamente. Podia sentir a vontade em seu corpo e o tamanho esforço que ele fazia para se segurar e não ir rápido demais. Mas eu sentia a mesma coisa e não queria deixar isso passar.
Ele cessou o beijo, novamente, beijou meu pescoço e se ajoelhou e foi direto para o meu pau. Ele segurou firmemente e colocou a ele na boca com vontade. Como era gostoso sentir o calor da boca dele no meu pau, eu me contorcia para não soltar um gemido alto.
Luke levantou uma das minhas pernas e colocou sobre o seu ombro, deixando mais confortável para ele lamber as minhas bolas e aproveitar um pouco do meu cú. Sabia que ele estava com vontade disso e confesso que eu também.
Novamente ele se levantou, me colocou de costas e começou a esfregar o seu pau na minha bunda e tenho que confessar que a sensação era gostosa, mas só aquilo não era suficiente para mim. Luke prendeu meus braços na parede novamente e esfregava com mais vontade ainda, começou até a colocar apenas a cabeça do seu pau, e que sensação maravilhosa era aquela, eu empinava minha bunda, querendo mais. Ele foi até a sua calça, abriu a carteira e retirou a camisinha que tinha nela, colocou em seu pau e voltou em minha direção.
Depois ele me virou novamente, soltou os meus braços e os colocaram envolvendo o seu pescoço, segurou em meu bumbum e me levantou, ainda prensado na parede, ele me pôs como se estivesse sentado no ar. Posicionou o seu pau no meu cú, foi me descendo lentamente e a cada centímetro que entrava, meu cú apertava o pau dele ainda mais, o que o deixava quase louco.
Assim que ele estava completamente dentro de mim, ele calou o meu gemido com um beijo intenso e excitante. Luke começou a meter em mim lentamente e como não conseguia fazer qualquer movimento, ele mesmo me levantava e descia em seu pau. Depois de um certo tempo assim, ele me carregou até a cama, ainda sentado em seu pau. Me deitou e voltou a meter em mim. Ele não podia ir muito rápido, porque não poderia fazer barulho, já que meus pais estavam quase que no quarto ao lado.
Eu tinha que me controlar para não soltar os gemidos altamente, o que era a minha vontade. Me contorcia no lençol todo, bagunçando toda a cama. Luke estava completamente safado, ele abriu mais ainda as minhas pernas e metia com vontade. As vezes ia devagar e do nada aumentava a velocidade. Mas toda vez que sentia o pau dele dentro de mim, era uma sensação completamente diferente de qualquer outra que eu já tenha sentido.
O pau dele entrava e sai com facilidade, nessa altura. Depois ele me virou de costa, me colocou de quatro, mas apoiando o peito na cama. Apertou a minha bunda com vontade e colocou o seu pau de uma só vez. Confesso que doeu um pouco, mas o prazer era maior, o que me fez esquecer da dor e colocar um travesseiro na boca para não gemer alto demais.
A respiração de Luke estava quase que aguçada e era misturara a sons de prazer vindo dele. Ele as vezes deslizava suas mãos pelas minhas costas e até certo momento, percebi que ele queria segurar os meus cabelos, mas ele hesitou e ficou segurando apenas o meu quadril. Enquanto ele metia, eu me masturbava e a cada estocada que ele dava era um movimento que eu fazia no meu pau e posso dizer que era muito bom.
Luke colocou um pé apoiado na cama e continuava metendo em mim, mas não tão rápido para não fazer certos sons altos. Depois ele retirou o seu pau de dentro de mim, retirou a camisinha rapidamente e começou a se masturbar e em seguida, senti aquele liquido quente tocar no me coque e escorrer pelo meio da minha bunda.
Era tanto tesão que ao sentir o liquido tocando em mim, uma explosão veio de dentro de mim e a minha vontade era de querer mais daquilo. Luke então foi mais ousado, limpou o excesso em seu pau, me virou e enfiou o seu pau dentro da minha boca novamente. Aquilo fazia meu tesão transbordar e a vontade de gozar era imensa, mas eu queria continuar aproveitando ele todo. Já estava soltando pequenos gemidos baixos, dando sinal de que iria gozar, então ele me levantou, se colocou no meio das minhas pernas e deixou que a minha porra caísse sobre o seu peito. Enquanto gozava, ele me tocava calorosamente o meu corpo, eu sentia que por ele poderíamos repetir tudo isso nesse exato momento.
Depois de nos limparmos, ele permaneceu sem camisa, deitou em minha cama, já exausto, me chamou para deitar do seu lado. Deitei por cima de um dos braços dele e fiquei apoiado o rosto em seu tórax.
-Dessa vez eu não irei embora. –Disse ele dando um beijo em minha testa e apagando a luz.
≈≈≈≈≈≈
E ai meus amores, o que estão achando da historia? Vem, vamos conversar um pouquinho. 🙃
Não esqueçam de votarem clicando na 🌟e de comentarem 💬
Adicionem a sua biblioteca, me segue pra ficar por dentro de novos capítulos e compartilhem com os amigos. 📋👥
Obrigado por lerem e nos vemos no próximo capitulo. 😘🌈
Super Beijo em vocês.😚🦊
≈≈≈≈≈≈
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top