Capítulo 16: Conflito

(ATENÇÃO!! O CAPITULO A SEGUIR PODE CONTER  PALAVRIADOS INPROPRIOS E AGRESSÃO)

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Boa leitura.📖

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 Na manhã seguinte, acordei um pouco que tarde. Olhei para o lado e vi Luke dormindo tranquilamente, era até lindo vê-lo daquele jeito todo fofo na cama.

Levantei sem acordar ele e fui até o banheiro. Depois desci as escadas e os meus pais estavam na cozinha.

-Olha só quem acordou. –Disse meu pai olhando no relógio.

-Bom dia pai, bom dia mãe. –Falei um pouco envergonhado.

-E cadê Luke? Ele não acordou ainda? –Perguntou ela.

-Ainda não. –Falei. –Sobre ontem...

-Não precisa explicar nada Lian. –Disse o meu pai. –Nós entendemos. –Ele sorriu e colocou a mão no meu ombro.

-Querido, nós vamos continuar te amando independente da sua escolha. Apenas queremos que você seja feliz. –Disse minha mãe.

-E você está feliz? –Perguntou meu pai.

Sacudi a cabeça que sim e com um sorriso enorme para os dois. Eu não conseguia dizer nada, porque estava um pouco emocionado por eles serem tão compreensivos.

-Como vocês descobriram?

-Desde aquela vez em que Luke dormiu em casa, você se lembra? Vimos vocês do mesmo jeitinho de ontem. Depois disso, você sempre falava de Luke e víamos em seus olhos como eles brilhavam quando você falava dele. Até que decidimos nos mudar para cá, para te ver ao lado dele.

-Então o emprego do papai...

-Não, isso é sério, ele recebeu essa proposta, mas não pensávamos em nos mudar tão cedo para cá.

-Vocês sabiam que são os melhores pais de todo o mundo? –Falei soltando um enorme sorriso para eles. –Mas por favor, não digam nada para o Luke, ele não quer que ninguém saiba.

-Não se preocupe, nós vamos manter segredo. –Disse meu pai.

Depois de alguns minutos, Luke desceu as escadas ainda sonolento.

-Lian, porque você não me acordou? –Perguntou ele bocejando.

-Porque você estava dormindo tão tranquilamente que eu não quis atrapalhar o seu sono.

-Bom dia senhora Lisa, e senhor Adam.

-O que é isso querido, deixa essa parte de senhora para lá. –Respondeu minha mãe com um sorriso enorme. –Vem, vem tomar um café da manhã bem gostoso.

-Luke, eu estava pensando. Hoje tá um ótimo dia, o que você acha de irmos até a praia para um piquenique? Você poderia chamar o seu pai, faz um tempo que não vejo ele. –Disse meu pai.

-Posso ver com ele se ele pode ir.

-Seria uma boa, todos em família. –Disse minha mãe colocando mais um pedaço de bolo para o Luke.

Ele não parecia muito feliz em convidar o pai. Algo estava o incomodando.

-Está tudo bem com você? –Perguntei.

-Claro. –Ele sorriu e comeu um pedaço do bolo em seu prato.

≈≈≈≈≈≈

Fomos os primeiros a chegar no local combinado. Estávamos tirando as coisas do carro. Por mais que tenha passado uma chuva forte ontem, hoje já estava um sol quente e ardido. A areia já estava quase que totalmente seca.

Era um desses espaços familiares que ficavam próximos ao mar. Colocamos a toalha na mesa, meu pai já foi preparando a churrasqueira que tinha levado e colocamos o resto das coisas em cima da mesa.

As ondas estavam calmas e a brisa que vinha do vento era gostosa. Estava um dia gostoso. Luke apareceu com o seu pai, que parecia estar cansado. Ele estava com um engradado de cerveja na mão e Luke com algo de comer. Eles se aproximaram de nós e meu pai foi cumprimentar o pai dele.

-Dominik, quanto tempo amigo. –Ele estendeu a mão e em seguida o abraçou.

-É verdade Adam, quanto tempo que não nos víamos. Lisa, linda como sempre, não é? –Ele colocou o engradado na mesa e os três começaram a papear.

-Vamos sair daqui? –Falei baixinho.

-Mas é claro. –Respondeu Luke sacudindo a cabeça para o lado.

Saímos de fininho, acho que ninguém notou que não estávamos por lá. Luke retirou a camisa e andou em direção ao mar. Fiz a mesma coisa e corri em sua direção.

Não passamos muito tempo dentro da água, porque logo minha mãe nos chamou para passar o protetor, algo muito importante por sinal.

-E então Dominik, como andam as coisas. –Perguntou meu pai.

-É aquela coisa de sempre né Adam. –Ele bebeu um gole de sua cerveja. –Com o que eu trabalho, não ganho muito, então não consigo ter muita coisa ou gastar muito.

-E você continua com o mesmo negócio de antes? –Perguntou meu pai enquanto virava os hambúrgueres.

-Pai! –Olhei feio para ver se ele parava com as perguntas.

-É a mesma coisa, mas aqui tem mais demandas, mas para eu conseguir dar conta, preciso de funcionários e eles não são baratos. –Riu Dominik e em seguida bebeu mais um gole.

-Acho que você não deveria exagerar hoje. –Alertou Luke.

-Não precisa ficar no meu pé quanto a isso. –Respondeu ele de mal humor. Os dois não parecia estarem se entendendo. –E quanto a você Adam? O que te fez mudar para a cidade grande?

-Recebi uma proposta de emprego aqui que me pagava melhor e com ótimos benefícios.

-Isso é a sua cara. –Ele ingeriu mais um gole da cerveja e Luke o olhou com reprovação. Ele limpou os lábios, passando a manga da camisa na boca e apreciou sua cerveja.

Perto do pai de Luke eu estava me comportando, não mostrava interesse amoroso nele para que o pai não desconfiasse e depois de vê-lo ingerindo muita cerveja, fiquei um pouco com medo dele.

Fora que a sua fisionomia já me dava um pouco de medo. Aquela roupa um pouco gata, a barba malfeita e os cabelos bagunçados, mas tentados serem disfarçado com um boné que também era gasto. Já dava para ter um certo medo. E o pior de tudo, era o seu olhar. Era frio, sem sentimento algum, obscuro. Agora entendia o porquê do Luke sentir medo de seu pai.

Protetor passado pelo corpo, voltamos para dar mais um mergulho e apreciar a água naquele dia quente. Fizemos algumas competições, como de mergulhar, nadar até tal lugar, de pega-pega dentro da água e de longe o pai de Luke e os meus nos observavam.

Minha mãe fez um sinal para voltarmos até a praia e comermos os hambúrgueres. Em cima da mesa, varias latas do engradado estava vazia. Enquanto comíamos o silencio reinava por ali. Meu pai até tentou puxar alguns assuntos, mas o pai de Luke sempre dava respostas curtas para evitar conversar.

Luke terminou de comer e alertou o pai novamente com a cerveja, deveria ser a sexta ou sétima que ele tomava. Sendo que depois da morta da mãe do Luke, ele começou a ter esse problema com a bebida, mas por estar aqui na cidade grande, pensávamos que ele tinha resolvido isso, mas pelo visto, ainda continuava sendo o mesmo de sempre.

Minha mãe começou a contar uma história de quando éramos crianças, era da vez em que eu e Luke nos conhecemos, quando a mãe dele foi falar com a minha porque eu havia entrado em confusão, mas que na verdade Luke tinha me protegido. A mãe dele havia ido pessoalmente em casa com ele para se desculpar e foi dai em diante que nos tornamos amigos.

O pai dele não estava muito contente de relembrar da falecida esposa, já que minha mãe contava a história e o que ele só fazia era beber e beber.

-Aqueles eram outros tempos. –Disse ele amargurado. –Hoje eu tenho que tomar conta de um adolescente sozinho.

-Eu sei me cuidar muito bem. –Afrontou Luke.

-Hump. Sabe se cuidar. –Ele bebeu novamente. –Você só sabe porque a sua mãe te ensinou algumas coisas, coisas que é dever da mulher fazer.

Meu pai olhou para a minha mãe não querendo entender o que acabara de dizer.

-Eu não vou aceitar de você colocar outra mulher dentro de casa. –Disse Luke um pouco nervoso. –Toda semana é uma mulher diferente que aparece por lá e isso está me enchendo o saco.

-Escuta aqui, eu sou o seu pai, não fale comigo dessa maneira. –Disse ele com um tom mais alto. –E além do mais, se tivesse uma mulher para fazer as coisas de mulher dentro de casa, eu não precisaria ver você parecendo uma. –Ele virou o rosto e cuspiu na areia.

-Vamos manter a calma por um instante, gente, estamos em um momento de família, vamos aproveitar. –Disse minha mãe tentando evitar que ocorresse uma briga.

-Pra você é fácil né Lisa? Seu filho sempre pareceu uma.

Todos olharam para ele espantado.

-Dominik, por favor, mais respeito pela minha família. Vou pedir para que você se retire, se não for pedir muito.

-O que foi Adam? Não gostou de ouvir o que eu disse do seu filho? Eu espero muito que ele não influencie o meu filho para essas coisas.

Luke já estava puxando ele pelo braço para que eles fossem embora dali. A sua cara estava completamente vermelha de vergonha e ele parecia muito irritado. Enquanto isso, o pai dele resmungava palavras ofensivas e tentava se soltar dos braços dele.

Meu pai me acolheu, junto da minha mãe e tentava o possível para que eu não presenciasse aquela cena. Era algo horrível de ser ver. A forma com que ele tratava o filho, acho que não consigo imagina isso comigo e muito menos com o Luke.

No final da tarde tentei falar com Luke, mas nada dele me responder e eu podia entender porque. Agora ele precisaria de espaço ou de alguém para conversar. Que nó na cabeça que estava me dando. Eu me importo muito com ele, mas não quero que ele se sinta que eu quero me meter, apenas estou preocupado com ele.

Depois do jantar, eu subi para o meu quarto, ler um novo capitulo de um quadrinho que eu estava acompanhando e tentar falar com Luke novamente. Entrei no meu quarto, deitei na cama e comecei a ler. Fiquei tão entretido que quando vi a hora era quase que meia noite. Bom, como o outro dia era domingo, não precisaria me preocupar em acordar cedo, então acho que posso ficar acordado mais uns minutinhos.

-Lian, chega de ficar no computador, olha a hora. –Disse minha mãe passando pelo corredor.

-Mas.... Como sabia?

-Eu sei de tudo, eu sou a sua mãe. –Disse ela do outro quarto. –Já está tarde para você ficar nesse seu computador.

-Prometo que daqui a pouco eu vou desligar mãe, deixa só eu terminar de ler sobre o meu quadrinho. –Respondi.

-Te dou mais quinze minutos. –Disse ela aparecendo na porta. –Depois disso mocinho, cama.

-Tudo bem, tudo bem. –Falei revirando os olhos.

Voltei a ler sobre o quadrinho e depois que deu os quinze minutos certinho, era como se minha mãe estivesse cronometrando, porque ela surgiu do nada bem na porta do meu quarto dizendo "Lian, hora de desligar esse computador", justo na melhor parte do quadrinho, mas como tinha prometido para ela que iria desligar, obedeci.

Entrei no banheiro para escovar os meus dentes e depois deitei na cama. Meu pai passou pelo corredor e me deu boa noite, depois foi apagando todas as luzes do corredor e dos cômodos ainda acesos.

Olhei para o teto, apenas olhando para o nada. Eu não estava com sono, mas não poderia ir para o computador. Peguei meu celular e mandei mais uma mensagem para Luke, para ver se ele estava bem e se precisava de alguma coisa. Esperei por mais alguns minutos e nada, nem se quer ela foi entregue. Suspirei e comecei a navegar pelo celular.

Já estava quase adormecendo, meus olhos pareciam cansados e pesados. Apertei eles com um pouco de força e voltei a olhara para a tela do celular. Me assustei ao ouvir barulhos vindo da janela do meu quarto. Me virei para o outro lado lentamente, com um pouco de medo e fiquei olhando. A sombra que era projetada no chão do meu quarto, não dizia o que poderia ser, mas era algo grande.

Quase que comecei a entrar em pânico, não sabia se continuava ali, se iria ver o que era ou se chamaria os meus pais, mas se fosse alguém tentando entrar em casa, iria saber que tem alguém em casa e poderia fazer algo, mas ele estava do lado de fora, então não poderia fazer muita coisa. Olhei para o celular e pensei duas vezes antes de chamar a emergência, mas algo dizia para eu conferir o que era.

Retirei o edredom de cima de mim, comecei a andar nas pontas dos pés, puxei a cortina bem de leve e me assustei ao perceber que era Luke.

-Pode me dar uma ajudinha aqui? –Ele sorriu. –Está difícil de se segurar com uma mão só.

Abri a janela e o puxei para dentro do quarto.

-O que você está fazendo aqui? –Perguntei baixo.

-Eu precisava de um lugar para ir e como eu não conheço outra pessoa a não ser você. –Respondeu ele tentando de esconder na escuridão do quarto.

Andei até a porta e fechei ela para que meus pais não percebessem que ainda estava acordado.

-O que está acontecendo? –Perguntei tentando trazer ele para o claro da janela.

-Não é nada. –Disse ele recuando. –Eu... Eu só preciso de um lugar para dormir essa noite. –Disse ele cabisbaixo.

-Luke.... –Segurei em suas mãos. –Pode confiar em mim. –Falei trazendo ele para o claro novamente. –Eu ainda sou o seu melhor amigo, então confia em mim.

Conforme fui puxando ele para a claridade da janela, vi que seu rosto estava machucado, com um pequeno corte em cima da sobrancelha, a maça do rosto toda avermelhada e um leve corte no lábio.

-O que.... O que aconteceu? –Perguntei preocupado.

Luke não conseguia me olhar, se sentia muito envergonhado para dizer qualquer coisa. Coloquei ele sentado na cama, fui até o banheiro do corredor e peguei álcool, um algodão e um curativo.

Voltei para o meu quarto na ponta dos pés e novamente tranquei a porta. Me aproximei dele e me ajoelhei.

-Tá bom, isso vai doer um pouco. –Alertei.

-Não tanto com o que eu estou sentindo. –Disse ele triste.

Molhei o algodão no álcool e passei com delicadeza em sua testa, peguei um outro pedaço e molhei com um pouco de água que peguei da torneira do meu quarto e passei em seu lábio, para limpar um pouco do sangue que ainda estava saindo do corte.

Antes de colocar o curativo, vi que ele estava um pouco encolhido.

-Você sente dor? –Falei ainda ajoelhado olhando para cima e olhando em seus olhos. Eles estavam brilhando, como se estivesse segurando as lágrimas. Ele se quer disse uma palavra, mas sua mão tocando o seu braço e tentando esconder alguma coisa, denunciava que havia algo a mais. –Luke, por favor, fale comigo.

Ele respirou fundo e novamente aquele olhar triste me encarou. Ele levantou a manga de sua camisa e dava para ver uma pequena mancha em seu braço, como se alguém tivesse segurado forte.

-Foi o seu pai quem fez isso? –Perguntei tentando acalmar ele. E mais uma vez ele se calou. –Tem mais algum lugar que doí?

Ele segurou em minhas mãos e as levou até as suas costas. Toquei elas de leve, ainda por cima da sua blusa. Comecei a levantar ela lentamente e conforme levantava, podia ver o tamanho da mancha que tinha. Fiquei um pouco chocado com tamanha violência que ele tinha sofrido.

Olhei fundo em seus olhos perdidos no meio das lagrimas e o abracei levemente.

-Não precisa se segurar, pode chorar Luke. Coloque tudo para fora. –Falei calmamente enquanto acariciava o seu cabelo em meio ao abraço.

Senti alguns soluços vindo dele e algumas das lagrimas tocarem o meu ombro. Meu peito doía por eu não saber o que poderia ser feito nesse momento. Eu estava com raiva, mas também triste por não poder ajudar ele.

-Vem, vamos tomar um banho. –Falei desfazendo o abraço e me levantando.

-Não precisa Lian. Eu só quero.... –Disse ele limpando os olhos.

-Luke, não se preocupe. Vai tomar um banho para relaxar e depois.... Depois eu cuido desses seus machucados. –Falei soltando um sorriso para ele.

-Mas eu não trouxe nenhuma roupa Lian.

-Isso é o de menos, você pode usar uma minha. –Falei indo em direção ao armário. Luke entrou no banheiro e ligou o chuveiro. Pude ouvir um pequeno gemido de dor quando ele sentiu a água bater em suas costas.

Assim que ele saiu, entreguei a roupa para ele e com a luz do banheiro acesa, pude perceber nitidamente o tamanho da mancha em suas costas. Não conseguia imaginar o que houve com ele para que ela fosse daquele tamanho.

-Obrigado Lian. –Disse ele meio rouco.

-Pelo o que Luke?

-Por você cuidar de mim. –Disse ele terminando de colocar a regata.

-É isso que se faz por alguém que a gente gosta, não é mesmo? –Sorri para ele.

-E me desculpe.... Pelo meu pai. –Disse ele desviando o olhar.

-Tudo bem Luke, não se preocupe com isso.

-Ele não deveria ter bebido tanto hoje. –Ele dizia enquanto cerrava o punho. –Eu disse pra ele não beber hoje, mas ele não me escuta.

-Luke, fique calmo, já passou. –Falei tocando em suas mãos e desmanchando os punhos. –Não precisamos falar disso se você quiser. Tudo tem o seu tempo.

-Você é ótimo Lian. –Ele tocou em meu rosto. –Eu tenho sorte de ter você na minha vida.

Fiquei um pouco corado.

-Eu que tenho sorte de ter você Luke. –Sorri para ele e senti o seu lábio encostar no meu levemente. Ele cessou o beijo e me abraçou, como se fosse aquilo que ele precisava.

Deitei com ele na cama, deixei ele o mais confortável possível, mas antes coloquei o curativo em sua testa e dei um analgésico para dor. Depois ele segurou meu braço e passou por cima de seu corpo, me puxando para ficar colado com ele e logo Luke adormeceu.

Assim que o dia estava amanhecendo, acordei com Luke me encarando do meu lado. Ele estava com um sorriso enorme no rosto. Levou sua mão até o meu rosto e acariciou ele.

-Bom dia. –Disse ele.

-Bom dia. –Respondi um pouco rouco de sono.

-Obrigado por deixar eu passar a noite aqui.

-Você sabe que pode contar comigo sempre. –Soltei um sorriso para ele.

Ele ficou me encarando por alguns segundos antes de se levantar, pegar a sua roupa e trocar em minha frente.

-Me desculpa, mas eu preciso ir Lian.

-Mas porque Luke? Fica e toma pelo menos o café da manhã. –Insisti.

-Foi mal Lian, mas eu realmente preciso ir. –Disse ele calçando o tênis meio que desajeitado. –Eu.... Ai droga. –Resmungou. –Olha, prometo que eu volto. –Ele pôs as duas mãos em meu rosto e me encarou. –Não se preocupe comigo, eu vou ficar bem. –Em seguida me deu um selinho e saiu pela janela.

-Esse garoto. –Falei sorrindo e tocando os meus lábios.

Quando deu meio dia, meus pais e eu saímos para comer algo fora. Minha mãe estava cansada de todo domingo ela cozinhar e então fomos para um restaurante do centro.

Mostraram nossa mesa e nos sentamos. O lugar não era nada muito chique, mas de aparência agradável, com vigas aparentes e moveis um pouco rústicos. A comida deveria ser ótima, já que o local estava quase lotado.

Pedimos os nossos pratos e aguardamos eles estarem prontos.

-E então Lian, como Luke está? –Perguntou o meu pai.

-O que? Porque?

-Porque o pai dele ontem deu um pouco de alteração e tenho certeza de que ele se sentiu mal por isso.

Suspirei aliviado.

-Não acho que eles estejam se dando bem. –Falei.

-E porque não? –Perguntou minha mãe.

-Acho que os dois estão em conflito um com o outro e Luke não se sente feliz lá. –Respondi.

-Mas está tudo bem?

-Eu já tentei falar com ele mãe, mas só que a senhora conhece o Luke, ele sente que tem que aguentar tudo isso sozinho, como se precisasse aguentar o peso todo sozinho e nunca fala dos seus problemas pessoais.

-Nem mesmo com você? –Perguntou meu pai surpreso.

-Às vezes ele comenta algo, mas não se aprofunda para eu saber como ajudar ele.

-Às vezes, por você estar dando ouvido a ele, isso deixa ele melhor. Acho que o que ele quer é ser ouvido por alguém. –Disse minha mãe tocando o meu ombro.

-Não fique triste com ele Lian, ele é um bom garoto. Nunca deu problema para os pais. –Disse meu pai com um sorriso no rosto. –Escute o que eu digo, se você se sente feliz com ele, lute por vocês dois.

-Adam. –Alertou minha mãe.

-O que foi Lisa? Eu estou apenas tentando encorajar o menino. –Respondeu ele tentando entender minha mãe.

-Mãe, deixa o pai, ele só queria me ajudar e além do mais talvez ele esteja certo.

-O que o seu pai disse, está certo, você só tem que saber se isso vai valer a pena e se ele quer isso também Lian.

-Luke não iria fazer nada para me magoar mãe.

-Oh meu querido. –Ela disse soltando um lindo sorriso. –Eu me preocupo com você, porque tudo isso é novo para você....

-Podemos mudar de assunto? –Perguntei um pouco envergonhado.

-Acho melhor, não é mesmo? –Disse meu pai olhando para a minha mãe.

-Mas querido, tem muita coisa que precisamos conversar com nosso pequeno, inclusive sobre sexo.

-MÃE! –Falei um pouco alto e envergonhado. Eu quase estava indo para debaixo da mesa. –Eu preciso sair daqui. –Falei me levantando e indo até o banheiro.

Entrei no banheiro e fui jogar água no rosto. Juntei as duas mãos, fiz uma espécie de concha e deixei encher de água, em seguida levei ao rosto e espalhei por ele todo. Peguei um pedaço do papel toalha e sequei o meu rosto.

-Mas olha só quem temos aqui. –Disse alguém da minha idade e que por sinal e conhecia aquela voz. Olhei imediatamente.

-E-Erick? –Falei surpreso. –O que você está fazendo aqui?

-Ah você sabe como é né? Estou apenas a passeio. –Disse ele se aproximando. –Na verdade, vim conhecer uma garota. Mas e você Lian?

-O que tem eu?

-Como você está?

-Ah, estou bem. Obrigado.

-Legal. –Disse ele com as mãos nos bolsos da calça. –Estou esperando aquele seu convite para sairmos.

-Hãn? Você quer sair comigo?

-Não assim seu bobão. –Disse ele rindo. –Como amigos, você sabe que o meu negócio é as garotas. –Ele se olhou no espelho e arrumou o seu cabelo. –E além do mais, eu não sabia que você era gay. Bom, na verdade eu suspeitava.

-Como assim? –Perguntei confuso.

-Ah, por causa daquele grude todo com o..... Como era o nome dele mesmo? Luke. –Disse ele estalando o dedo. –Vocês eram muitos próximos no colégio e isso me deixou com uma pulga atrás da orelha.

-Mas.... Mas.... Eu não sou gay.... –Gaguejei.

-Tudo bem Lian. –Disse ele se virando para mim. –Eu sou outra pessoa agora e eu sei guardar segredo. –Ele deu uma piscada e colocou as mãos nos meus braços. –E além do mais, eu não tenho preconceito com esse tipo de coisa. –Depois soltou do meu ombro e caminhou até a porta. –Vou ficar esperando o seu convite. –Em seguida saiu.

O que ele quer? Porque quer tanto sair comigo assim do nada? Eu sei que ele pode ter mudado, mas não tem motivo dele querer sair comigo. A não ser que ele queira alguma coisa. Ah mas esse Erick, é claro que ele quer alguma coisa, só me resta descobrir o que é.

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