cap5
Acabo dizendo:
- é verdade: sou uma tremenda queimação de filme, um enorme desastre prestes a acontecer,totalmente. Com certeza não sou ameaça a ninguém. Sobretudo porque não estou interessada. Sei que é difícil acreditar, porque o cara é a quilo tudo: bonito,lindo,estonteante,gostoso, um abuso, seja lá o nome que vocês queiram dar. Mas a verdade é: não gosto de eriol ! Que mais eu posso dizer?
- Hmm. . . acho que mais nada- sussurra regina, olhando para frente sem nem piscar.
Sigo o olhar dela e deparo com. . . eriol. Parado, os cabelos pretos reluzentes, olhos ardentes, um corpo maravilhoso e aquele conhecido sorriso. E meu coração quase vem a boca quando, sorrindo, ele abre a porta da sala e diz:
- madelayne você primeiro.
Traço uma reta em direção ao fundo da sala por pouco não tropeço na mochila que a inimiga boto no caminho. Meu rosto queima de vergonha, pois sei que eriol vem logo atrás de mim e que ouviu tudo o que eu disse a miles e regina, cada uma daquelas palavras horríveis. Jogo minha mochila no chão, escorrego carteira adentro, coloco o capuz e ligo o iPod no volume máximo, na esperança de abafar o zum-zum-zum a minha volta e de esquecer o que acabou de acontecer. Afirmo para mim mesma que um cara como ele, não se abala com que diz uma garota como eu.
Mas assim que começo a relaxar, já decidida a não ligar mais para isso, levo um susto devastador, uma descarga elétrica que invade minha pele e segue correndo pelas veias, fazendo meu corpo inteiro formigar. E tudo porque eriol colocou a mão sobre a minha. Não é fácil alguém me surpreender. Desde que adquiri os poderes, só a mily consegue essa façanha, aliás, acredite, ela sempre encontra um jeito novo de fazer isso. Mas quando levanto os olhos de minha mão para o rosto de eriol, ele apenas sorri e diz:
- Eu queria devolver isto aqui.- e me entrega o exemplar de o morro dos ventos uivantes.
Sei que soa estranho, talvez um tanto maluco, mas quando ele abriu a boca e falou não ouvi nada mais a minha volta. Sério, foi como se eu, em um momento, estivesse ouvindo pensamentos e vozes ao acaso e, em outro, começasse a ouvir isto:_______.
Sabendo como isso é ridículo, balanço a cabeça e digo:
- Tem certeza de que não quer ficar com ele mais um pouco ? Não estou precisando,já sei como a história termina.- eriol recolhe a mão,mas o formigamento continua ainda um tempinho.
- Também já sei o fim- ele diz, olhando para mim de um jeito tão intenso, tão obstinado e íntimo que rapidamente desvio o olhar.
E quando vou recolocar os fones no ouvido, afim de bloquear os comentários maldosos de Isabela e Anabel, eriol novamente pousa a mão na minha e diz:
- O que você está ouvindo ?
E o silêncio se refaz. Sério, durante aqueles poucos segundos somem as espirais de pensamentos, os cochichos maldosos, tudo, menos a voz suave de lírica de eriol. Da outra vez que isso aconteceu, achei que fosse maluquice minha. Mas agora sei que é real. Porque, embora as pessoas continuem a falar, a pensar e a fazer tudo o que normalmente fazem, nada chega a meus ouvidos. Só o som das palavras dele.
Mais uma vez percebo a corrente elétrica que invade meu corpo, sinto como ele está quente e penso no que poderia estar causando isso. Bem, não é que esta tenha sido a primeira vez que alguém segura a minha mão, mas nunca antes senti nada nem de longe parecido.
- Perguntei o que você está ouvindo.- ele sorri. Um sorriso tão íntimo e particular que me deixa com as bochechas vermelhas.
- É. . . hmm. . . é só uma coletânea de músicas góticas que minha amiga regina baixou pra mim. A maioria é coisa antiga, tipo Siouxsie and the banshees, Bauhaus, the cure. . . - respondo, afinal, dando de ombros. Desta vez não consigo desviar o olhar. Encarando-o de volta, tento descobrir a cor exata dos olhos dele.
- você gosta de góticos? - pergunta eriol, surpreso e cético, correndo os olhos por mim como se estivesse me inventariando: o rabo de cavalo, o moletom azul-marinho, o rosto totalmente desprovido de maquiagem. . .
- Eu, não. Mas a regina curte muito. - Deixo escapar uma risada nervosa, estridente, dessas que assustam. Tenho a impressão de que ela ricocheteia pelas quatro paredes da sala antes de voltar para mim.
- E você, curte o quê? - eriol ainda me encara, claramente gostando da conversa.
Estou prestes a responder quando o sr. Adriano entra na sala com as bochechas muito vermelhas, mas não por ter vindo correndo pelo corredor, como todo mundo acha. Eriol se recosta na carteira, e eu respiro fundo, aliviada por voltar ao ruídos de sempre: a ansiedade típica dos adolescentes, o estresse com as provas, a insatisfação com a própria aparência, as frustrações do sr. Adriano, os pensamentos de Isabela, Anabel e Pedro, todos se perguntando o que um gato desses pode querer comigo.
----------
Oeeee pessoal ^^
Como estão ? Espero que bem ^^
Esse foi mais um cap de imortais, depois de décadas ficar sem postar nada kkk
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top