38. chapter thirty eight

– Onde estamos? – Jungkook perguntou, quando Jin parou em um lugar desconhecido.

As ruas eram iluminadas por nada além dos faróis do carro e da luz da lua que começava a se pôr no céu noturno.  Havia fileiras de árvores ao redor do pequeno chalé quebrado que ficava no meio do vasto terreno.

– Eu não sei. – Jin disse, já desconfiado do lugar.  – A polícia me deu as coordenadas, e eu apenas as segui.

– E se ele não estiver aqui? – Yoongi perguntou.

– Ele tem que estar. – Jin disse. – Aparentemente alguém deu uma dica.

– Não há sinal. – Hoseok disse a eles, verificando seu telefone. – Sem wifi. Sem sinal. Nada.

– Ele definitivamente está aqui. – Jin disse, desligando o motor, envolvendo o local na escuridão. – Ele está nos esperando também.

Jungkook abriu o porta-luvas, distribuindo as armas, facas e outras armas.

– Lembre-se, precisamos dele vivo. – Jin disse a eles.

– Vivo, eu posso deixar. – Jungkook disse, inclinando a arma: – Só não garanto que ele esteja inteiro.

Yoongi olhou pela janela, vendo apenas a escuridão.

– Não sabemos quantas pessoas tem com ele. Podem ser 10, 30 ou mais... Iremos correr esse risco?

– Pode não ter ninguém também. – Rebateu Hoseok.

– Isso tem que acabar hoje à noite. – Jin falou. – Não podemos continuar olhando por cima dos ombros a cada dois segundos. Um número suficiente de pessoas se machucou. Perdemos muitas pessoas para ficarmos indiferentes a isso e deixá-lo ir. Inferno, quase nos perdemos.  Você realmente quer esse filho da puta por aí quando ele pode apodrecer na cela pelo resto da vida?

– Vamos fazer isso. – Jungkook disse, enfiando a faca no bolso da calça, segurando a arma na mão direita.

– Lembre-se. – Jin alertou, olhando para todos eles. – Precisamos dele vivo. Não deixe que ele fique sob sua pele. Não deixe que ele provoquem vocês.

– Kang é meu. – Jungkook os lembrou, antes de sair do carro, não se incomodando em trancá-lo, pois Kang já sabia que eles estariam aqui.  Eles nem estavam tentando ser discretos.  Kang sabia que eles estavam vindo e estava esperando por eles.

Todos eles estavam com as armas nas mãos, prontos para enfrentar o que havia atrás daquela porta.  O lugar estava vazia, exceto pelas árvores que pareciam levar a uma floresta na extrema direita e a casa podre no meio dela.  Eles realmente estavam no meio do nada, sem sinal de vida em lugar algum.

– Três, dois... – Jungkook sussurrou baixinho, se preparando para chutar a porta.  E nem precisou de muito esforço.  Ele sentiu o cheiro da madeira podre no segundo em que saiu do carro.

– Um. –  Hoseok terminou por ele.

Jungkook puxou a perna para trás e chutou a porta logo abaixo da fechadura de metal enferrujada.  A porta se abriu com um baque, caindo no chão com um som alto.  Eles prepararam suas armas, prontos para atirar em quem estava no caminho.

– Vocês demoraram mais que o esperado. – Kang disse, sentado no meio da sala mal iluminada.

A visão os deixou perplexos.

Não havia ninguém alí além de Kang.  Ele estava sentado em uma cadeira de madeira no meio da sala com mais nada na casa além de uma mesa, um copo e uma garrafa de uísque.  A casa estava vazia.

– Tenho que dizer, Kang. – Disse Jin, avançando e assumindo a liderança. – Estou surpreso.

– Eu costumo fazer o inesperado. – Kang disse simplesmente, tomando um longo gole de sua bebida.

– Há uma diferença entre ser estúpido e ser inesperado. – Disse Jin, com a arma bem firme. – Você é definitivamente o primeiro.

– E por que, Jin? – Kang perguntou, um sorriso malicioso no rosto, como se soubesse um segredo que eles não sabiam.

– Você disse que estava nos esperando, nos faz vir até aqui no meio do nada, onde você poderia claramente nos matar no segundo em que pisamos na propriedade, e ainda assim, aqui está você, bebendo álcool, sozinho nesta... casa seria uma palavra muito agradável para isso.

Kang riu, jogando a cabeça para trás, gargalhadas caindo de seus lábios.  O resto deles se entreolharam, confusos, sem confiar nele. E então ele parou.  Foi como se um interruptor fosse desligado.  O riso não diminuiu pouco a pouco, como normalmente faria.  Apenas parou.

Jungkook fez uma careta.  Algo não estava certo.  Ele olhou ao redor da casa, tentando procurar alguma coisa, qualquer coisa, para fortalecer essa suspeita que ele tinha.  Para uma velha casa podre, o interior parecia muito melhor do que o exterior, como se tivesse acabado de reformar.  Era uma casa de um andar e, no entanto, não havia nada no grande espaço em que estavam, exceto uma pequena mesa e uma cadeira.  Os olhos de Jungkook percorreram a sala, tentando encontrar uma porta trancada, ou mesmo uma tábua irregular, talvez até um pequeno solavanco nas paredes.

– Para alguém que se mantém com um padrão tão alto, você realmente é uma decepção, Kim Seokjin. – Disse Kang antes de beber o resto da bebida,  batendo o copo de cristal sobre a mesinha, fazendo-o balançar com a força absoluta por trás da ação.  Ele se levantou da cadeira, sorrindo enquanto dizia. – Seu pobre pai. Pensar que ele morreu em vão, deixando o que já foi um grande império para você... Tristeza, é o que ele pensa de alguém como você administrando uma gangue.

Jin rosnou, preparando-se para atacar Kang do jeito que ele fez algumas horas atrás. Yoongi o puxou, parando-o.

– Acabou, Kang. – Ele disse simplesmente. – Todos os homens que você tem estão mortos ou fugiram. Encare isso, Kang, você está sozinho. Sem proteção. Sem gangues. Sem drogas. Sem dinheiro.

Hoseok sorriu.

– Jaehwan ainda teria uma gangue. Para alguém que alegou ser melhor que ele, você não passa de um fracasso. Um aspirante. Um imitador que não conseguiu nem fazer um trabalho certo.

Jungkook continuou olhando em volta.  Olhos vagando, examinando enquanto os outros conversavam, mantendo Kang ocupado.  Ele olhou por cima dos muros, apertando os olhos como se isso o ajudasse a ver melhor, e lhe desse uma visão melhor de quaisquer segredos que Kang mantinha.  Ele sabia que não seria assim tão fácil.  Ele sabia que Kang não estaria sentado aqui desprotegido.  Ele só tinha que descobrir seu plano.

– Você acha que eu sou burro o suficiente para vir aqui sem proteção? – Kang rosnou, pegando a arma do coldre que descansava logo abaixo da camisa. – Eu já matei um de vocês antes, e vou fazê-lo novamente.

– Você não conseguiu nem atirar quando eu mandei antes, covarde! – Jin cuspiu.

Os olhos de Jungkook esbugalharam-se quando ele o viu.  As paredes eram diferentes.  Como ele não percebeu isso antes?!  A parede esquerda era mais grossa que a direita e a tinta descascava, como se estivesse mal pintada sobre alguma coisa.

– Quartos escondidos. – Jungkook murmurou para si mesmo.

Yoongi ouviu.  Ele olhou para Jungkook interrogativamente, perguntando onde estava, com nada além de um pequeno aceno de cabeça.  Jungkook olhou por cima do muro, desejando que Yoongi visse seu olhar antes de desviar o olhar e voltar a Kang.

Kang apontou a arma para Jin, inclinando-a, colocando o dedo no gatilho.

Jin zombou, revirando os olhos.

– Isso é para me assustar? Eu poderia ficar bem na frente daquele maldito barril e você ainda não atiraria.

– Diga oi a Jaehwan por mim. – Disse Kang com um sorriso, pressionando o gatilho.

– Aperte o gatilho e eu atiro no seu pau, Kang, eu juro por Deus. – Jungkook  falou imediatamente, puxando Jin para trás com uma mão enquanto a outra apontou a arma para Kang.

– Ah, Jin, Jin, Jin. – Disse Kang, balançando a cabeça. – Sempre precisando de alguém para salvá-lo.

– Pelo menos eu tenho pessoas prontas pra me ajudar. – Jin respondeu. – Você não tem nada além de sangue em suas mãos.

– Você acha que eu vim sozinho? – Kang zombou, revirando os olhos. – Eu vim com um exército de pessoas.

E assim, as portas foram arrombadas, a tinta lascando-se totalmente da parede quando 20 pessoas saíram da sala de uma vez.

– Porra. – Jungkook xingou baixinho, atirando em qualquer um que pudesse ver.

– Não deixe Kang fugir! – Hoseok gritou, os olhos seguindo Kang enquanto sua arma estava apontada para outra pessoa.

Tiros, grunhidos de dor, o som da pele batendo na pele encheu a sala, ricocheteando nas paredes, enchendo seus ouvidos com mais e mais som.

Jungkook empurrou a multidão, acertando socos e chutes onde quer que pudesse, com os olhos fixos apenas em Kang, que estava tentando fazer uma fuga rápida pelas porta dos fundos.  Ele correu, desejando que a adrenalina começasse a bombear para que ele pudesse pegar Kang e acabar com isso de uma vez por todas.  Era hoje ou nunca e ele sabia disso.  Pouco antes de chegar à porta, ele se virou para ver se Yoongi, Jin ou Hoseok precisavam de ajuda.  Ele sorriu para si mesmo quando os viu se comportando bem.  Ele sabia que podia contar com eles.

Jungkook abriu a porta, deixando seus olhos se ajustarem à noite quase escura, a lua do outro lado do céu, desaparecendo antes do amanhecer estourar mais uma vez.

– Saia e lute como um homem, imbecil! Você fala em grande jogo, vamos ver se você consegue cumpri-lo! – Jungkook gritou, mantendo os ouvidos abertos para ouvir até o mais leve farfalhar de folhas que indicasse onde Kang estava.

Jungkook ouviu algo, mas antes que ele pudesse se virar, sentiu uma dor aguda nas costas.  Ele tropeçou, instintivamente estendendo a mão para o lugar onde foi atingido.  Ele rapidamente se virou, para ver um Kang sorridente.

– Você não consegue me enfrentar, então tem que recorrer ao jogo sujo?! – Jungkook zombou, a raiva borbulhando dentro dele, querendo nada mais do que colocar uma bala no quadril de Kang, da mesma forma que esse fez com Jimin, e depois vê-lo sangrar.  Mas ele teria que seguir o plano.  Ele estava jogando o jogo longo aqui e a morte era uma fuga fácil demais para alguém como Kang.

Antes que Kang pudesse pensar em uma réplica, Jungkook pulou para frente, acertando um murro no queixo.  Ele tropeçou para trás, largando a arma, a mão imediatamente alcançando a mandíbula. Jungkook aproveitou esta oportunidade e chutou o quadril, fazendo o homem dobrar de dor.  Ele estendeu a mão e puxou Kang pela camisa. Jungkook percebeu que Kang não esperava um golpe tão forte;  um golpe que poderia derrubá-lo completamente.  Jungkook balançou o punho uma vez e depois novamente, atingindo exatamente o mesmo lugar, no estomago. Kang cuspiu sangue, grunhindo e gemendo de dor.  Jungkook se deleitava com os sons do sofrimento de Kang. Depois de tudo o que o homem fez, Jungkook finalmente estava se vingando e nada parecia melhor do que isso.

Ele estava prestes a bater de novo e fazer Kang gritar de dor e implorar de joelhos por misericórdia, implorar por perdão e implorar pela morte, o que seria muito, muito menos doloroso do que qualquer plano doentil e distorcido que Jungkook tivesse em mente para ele.  Jungkook puxou o punho para trás, a outra mão ainda apertada na camisa de Kang quando a porta dos fundos foi praticamente arrancada de suas dobradiças de metal velhas e enferrujadas.

– Pare. – Yoongi chamou, segurando a mão para frente.

– Eu o tenho exatamente onde eu o quero. – Jungkook rosnou, os olhos focados no sangue pingando da pele de Kang, a raiva cegando-o.  Ele queria ver vermelho, vermelho e nada além de vermelho.  Ele queria que Kang sangrasse, visse o sangue em suas mãos como se isso limpasse a memória do sangue de Jimin que estava em sua mão apenas algumas horas atrás.

– Ouça-me, Kook. – Yoongi falou em uma voz baixa e suave. – Você precisa ouvir a minha voz, ok? Fazer isso não vai ajudar. Matá-lo não vai ajudar.

– Ele machucou...

– Eu sei Kook. Eu sei. – Yoongi disse a ele, dando um pequeno passo em sua direção, observando como a escuridão que inundava Jungkook estava lentamente se afastando. – Eu também o odeio. Eu não quero nada além de colocá-lo a 6 pés embaixo da terra. Mas temos um plano, certo? Devemos seguir com o plano.

Kang riu, molhado, escuro, cuspindo sangue para o lado.

– Você queria vingança, certo? Pegue.

– Não dê ouvidos a ele... – Yoongi disse.

– Vingue-se. Me mate. – Kang falou, provocando Jungkook, cujos olhos negros estavam encarando Kang, tremendo de raiva. – Me mate da mesma maneira que eu teria matado a porra do seu namorado. Deus, a bala foi feita para você, sabe? Eu ia te matar e então eu ia pegar aquela provocação de cabelos rosa e empurrá-lo no chão, fazendo-o implorar e gritar sacanagem com sua boca cheia do meu pau...

– Cale-se! – Jungkook gritou, empurrando Kang no chão, pegando sua arma e puxando o gatilho.

– JUNGKOOK, NÃO! – Yoongi gritou.

Mas era tarde demais.  A arma havia sido disparada.  A bala encontrou seu novo lar aninhado profundamente na pele de Kang.

Jungkook se ajoelhou, a arma ainda quente na mão.

– Você poderia ter dito qualquer coisa, e eu ainda não teria lhe dado a satisfação da morte, Kang.

Jungkook enfiou a mão no bolso e tirou o botão que a polícia deram a eles antes de deixarem o hospital.

– Pressione. – Jin disse com um aceno de cabeça.

Jungkook apenas olhou para Kang que estava se contorcendo de dor, sibilando e gemendo, as mãos no ferimento de bala na perna que estava jorrando sangue.

– Acabou para você. – Foi tudo o que Jungkook disse antes de apertar o botão, alertando a polícia de que sua missão estava completa.

Em questão de minutos, a polícia invadiu a área, profanando gritos e levando Kang sob custódia.

O oficial que fez o acordo com Jin foi até eles, completamente impressionado.

– Bem, vocês conseguiram, meninos. – Ele disse, como uma forma de parabenizá-los.

– Nós fizemos. – Jin assentiu.

– Você completou o seu lado da barganha, por isso é justo que completemos o nosso. – Disse a polícia. – Você tem sua imunidade. Todos vocês.

Eles não podiam deixar de sorrir, estavam felizes sabendo que o perigo estava para trás.  Que eles não precisavam olhar por cima do ombro a cada segundo ou a cada passo que davam.

Eles ganharam.

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Iraaaaaaa. Kang vai apodrecer na cadeia. Vai comer o pão que o diabo amassou la, principalmente com outras gangues que ele provocou, assim como fez com Jin, que provavelmente será presa lá com ele. Kkkkk

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