35. chapter thirty five

Namjoon sentiu a respiração engatar, os olhos lacrimejando com lágrimas que embaçavam sua visão.  Ele os piscou e rezou para um milhão de deuses de todas as religiões que ele conseguia se lembrar.  Ele orou para que, quando as lágrimas desaparecessem e sua visão clareasse, ele não visse Jin no chão, sangrando e morrendo.

Ele pisca de volta as lágrimas, desejando que elas se afastem;  precisando ver que Jin estava bem.  Ele precisava dessa garantia mais do que qualquer coisa.  É fácil dizer que esses poucos segundos são os momentos mais assustadores de sua vida.  Namjoon respirou fundo, desejando abrir os olhos.

Bem ali, na frente dele, sólido e firme no chão estava Seokjin.  Seguro.  Ele estava seguro.  Não havia sangue nele.  Ele estava ali, na frente de Kang, com um sorriso arrogante no rosto e exalando confiança.

Namjoon sentiu como se pudesse respirar novamente.

– Você achou que eu viria aqui sozinho, Kang? – Jin disse, sabendo que ele tinha cerca de 30 pessoas esperando seu sinal.

– Você está fodido... – Kang começou a xingar, segurando a mão na outra, assobiando de dor, a arma no chão na frente dele.

– Dê mais um passo à frente e eu juro por Deus que meus homens vão atirar em você como eles fizeram na sua arma.  – Jin ameaçou, veneno amarrando todas as suas sílabas.

Kang apertou a mão com mais força, xingando baixinho enquanto tentava formular um plano em sua mente.

– Eis o que vai acontecer. – Jin disse a ele, dando um passo à frente, comandando sua atenção junto com a atenção de todos os outros no cais. – Você vai sair e prometer deixar minha gangue e eu em paz, ou eu mato você e levo toda a sua turma comigo.

– Eu aceitarei a opção três. – Kang disse. – Eu mato você e pego tudo o que você possui. Incluindo a putinha que você chama de namorado. Aposto que posso fazê-lo gritar muito bem.

– Foda-se. – Jin xingou baixinho e investiu contra Kang, derrubando-o no chão enquanto ele o esmurrava com o punho.

O resto dos homens tomaram isso como um sinal para começar a brigar. Os que estavam nas sombras sairam e avançaram contra os homens de Kang.

Jungkook avançou para o outro lado, correndo a toda velocidade e socando a primeira pessoa que viu, com força, na mandíbula antes de passar para a próxima.

Jimin não podia ver além de todo o movimento: em um segundo, Jin estava na frente de Kang e no próximo todos estavam brigando.  Ele viu Namjoon socando alguém à sua direita e Jungkook enfrentando duas pessoas ao mesmo tempo.  Ele viu Hoseok atirar em duas pessoas na perna, enquanto Yoongi socava uma pessoa no nariz e chutava alguém na canela antes de dar uma cotovelada nele e depois socá-lo, fazendo-o apertar o nariz e cair no chão antes de Yoongi passar para a próxima.  Jin ainda estava em Kang, socando e atingindo cada centímetro de pele que ele poderia alcançar.

– Cuidado, Jimin! 

Jimin ouviu antes de ser puxado para o lado e ouvir um grunhido sair de alguém seguido por um grito alto de dor. Ele se virou e viu Taehyung puxando uma faca da pele de alguém antes de empurrá-lo para longe.

– O que??

–O que você está fazendo, Jimin? Por que você não está prestando atenção?! O que você está vendo é mais importante do que sua segurança agora? – Taehyung gritou, sentindo a adrenalina correndo por suas veias.

– C-como você faz isso, Tae? – Jimin perguntou.

– Eles estão aqui apenas para nos machucar, Jimin. Temos que lembrar disso. – Taehyung disse, olhando ao redor dele em busca de ameaças em potencial. – Olha, de jeito nenhum eu vou matar alguém! Mas eu posso derrubá-los ou machucá-los, eu não sei! Estou com medo, ok?!  aterrorizado! Eu não quero matar, mais também não quero morrer e nem quero que minha família morra! Esta é minha família e eu tenho que protegê-los. Ninguém vai morrer hoje! Não, se eu puder evitar.

Jimin assentiu, ouvindo as palavras, mas não as absorvendo completamente.  Tudo o que ele podia ouvir eram grunhidos e gritos de dor e tiros.  Ele estava apavorado.

– Foda-se, porra! – Taehyung gritou em seu rosto, sacudindo Jimin. – Você não pode simplesmente ficar aqui e não fazer nada, Jimin! Você está se tornando um alvo aberto! Ou lute ao nosso lado ou vá embora.

E foi como se um interruptor fosse acionado no cérebro de Jimin.  Ele não era uma pessoa fraca, frágil e quebrável.  Ele treinou por horas e horas ao lado de dois dos melhores lutadores de todo o país: Yoongi e Jungkook.  Essa também era sua família.  Essas pessoas precisavam dele.  Eles não precisavam desse personagem que Jimin inventou na primeira vez que os conheceu.  Eles precisavam da pessoa que ele era hoje.  Claro, ele pode não ser o melhor lutador, mas seria condenado se apenas ficasse aqui e não fizesse nada.

Jimin enfiou a mão na cintura da calça jeans e tirou a faca que ele colocou lá para se proteger.  Com o fogo aceso em sua barriga e um espírito de luta correndo por ele, ele olhou para Taehyung e assentiu.  Eles fariam isso juntos.  Eles estavam indo para lutar por sua família.

         
Kang empurrou Jin para fora dele, provando o sangue em sua boca.  Jin apenas sorriu, o peito arfando pelo simples esforço da luta.

– Pronto para desistir, seu caralho doente? – Jin cuspiu.

– Sobre o meu cadáver. – Kang disse entre dentes.

– Isso pode ser arranjado. – Jin disse antes de se lançar para frente.

           
Jungkook se esquivou do soco, curvando-se para a frente antes de chutar o homem no estômago, ouvindo-o grunhir, instintivamente agachando-se.  Jungkook aproveitou a oportunidade e deu uma cotovelada nas costas dele, e depois usou o joelho para quebrar o nariz do homem.  Então, ele deu um soco no rosto novamente antes de empurrá-lo no chão.  Ele se virou e viu outro homem vindo em sua direção.  Tudo o que ele fez foi sorrir, sabendo que venceria novamente.

Hoseok lutava contra o estrangulamento do homem, arranhando o braço dele e até retirando sangue. Mas o homem não fez nada além de sufocá-lo com mais força.  Hoseok não conseguia sequer pegar a arma que ele largara e estava ficando sem oxigênio.  Ele mal podia se mover.

– HOBI!

HoSeok ouviu antes de sentir algo quente pigar nele.

– Porra. – O homem grunhiu, puxando o braço para longe instintivamente, a bala se alojando ali, profundamente.

Hoseok caiu no chão, os olhos cheios de lágrimas enquanto respirava com dificuldade, tentando encher os pulmões de ar novamente.  Ele podia sentir fracamente alguém batendo nas costas dele, e se ele se concentrasse o suficiente, podia ouvir as palavras sendo dirigidas a ele.

– Você está bem, baby. Respire, Hobi. Estou bem aqui. Ninguém vai machucá-lo, Hoseok. Respire, baby, respire. – Yoongi disse, dando um tapinha nas costas dele, acariciando-o com carinho.  Ele olhou para cima, depois para a esquerda e para a direita, procurando sinais de perigo em qualquer lugar.  Ele tinha uma arma carregada e não tinha medo de usá-la para qualquer um que apresentasse o menor risco.

– Merda. – Hoseok conseguiu tossir, recuperando o ar no seu pulmão.

– Você está bem? – Yoongi perguntou.

– Porra, eu esqueci como era ser estrangulado assim. – Hoseok conseguiu falar, rouco, sentindo a garganta como uma lixa.

– Você geralmente é quem me sufoca. – Yoongi riu.

– Deus, como podemos brincar sobre isso enquanto estamos no meio de um campo de batalha. – Disse Hoseok, tossindo no meio de sua frase, tentando se levantar.

– Sou eu quem estou com a arma aqui. – Yoongi falou, olhando em volta novamente. – Ninguém vai vir atrás de nós.

Hoseok se inclinou para pegar sua arma, sem se dar ao luxo de descansar.  Ele levantou e acenou para Yoongi.

– Você tem certeza que está bem? – Yoongi perguntou novamente, não confiando realmente nele.

– Você está aí, não está? – Hoseok disse com um sorriso. – Do que eu teria medo?

– Vejo você do outro lado? – Yoongi disse com um sorriso, arma na mão.

Hoseok levantou a arma.

– Do outro lado.

           
Namjoon caiu no chão com um grunhido, sentindo punhos sendo golpeado nele.  Ele levantou as mãos para proteger o rosto, os olhos fechados com força quando sentiu os punhos entrando em contato com a pele de novo e de novo e de novo.  Ele não pôde deixar de soltar assobios e gemidos de dor.  Ele os sentiu parar e não pôde deixar de abrir os olhos para ver o porquê.  O homem acima dele sorriu ameaçador.  Namjoon sentiu medo picar cada poro de sua pele.  O homem sacou uma faca e a puxou para trás, pronto para empurrá-la para baixo.  Namjoon estendeu as mãos, tentando detê-lo da maneira que pudesse.  Ele empurrou as duas mãos que estavam pressionando, tentando machucá-lo e mutilá-lo.  Ele estava ficando sem força.  Nesse ponto, Namjoon estava prendendo a respiração, sentindo as mãos cederem, a força bruta do outro homem dominando ele.  Namjoon estava prestes a admitir a derrota e apenas aceitar qualquer destino que estivesse reservado quando, de repente, sentiu o homem sendo puxado dele e empurrado para o chão.  A faca voou para um lado e o homem estava sendo esmurrado.

Namjoon sentou-se, uma onda de alívio tomou conta dele como um banho quente em um dia frio.  Ele virou e viu Jin socando o homem incansavelmente, liberando qualquer raiva que ele tivesse.  Jin parou, pegando a faca, então Namjoon se levantou e puxou o braço dele para longe.

– Jin, pare. – Namjoon disse, segurando o cotovelo. – Eu estou bem. Por favor, Jin. Pare.

– Considere-se fodidamente sortudo! –  Jin gritou para o homem agora sangrando. – Se não fosse por ele, eu estaria estripando você como um peixe, fazendo você assistir seu interior sair.

Jin levantou-se, agarrando Namjoon pelo pulso e puxando-o para o lado, procurando por cortes ou contusões.

– Eu estou bem, Jin. Estou bem. Não estou machucada. – Namjoon continuou tranquilizando-o, demorando um tempo para olhar para Jin também.

Jin pegou sua bochecha e esfregou o polegar sobre a pele macia e suada.

– Está quase acabando, Joon.

Namjoon assentiu.

– Nós vamos ficar bem. O plano A está funcionando. – Jin tranquilizou.

– Onde está o Kang? – Namjoon perguntou, olhando ao redor para as pessoas que estavam lutando e as que estavam no chão.

– Eu não sei. – Jin admitiu. – Em um segundo eu estava lutando com ele e no outro eu vi você no chão e saí correndo.

– Eu não quero ser a razão disso...

Jin balançou a cabeça.

– Se alguma coisa, você é a única razão pela qual eu ainda estou aqui, vivo. Eu não estaria aqui sem você.

Namjoon assentiu, olhando em volta para a destruição que era o cais.

– Estamos quase lá, Joon. Quase no nosso felizes para sempre. – Jin tranquilizou, apertando sua mão, querendo nada mais do que levá-lo em seus braços, mas ele não podia.  O perigo estava em toda parte e a segurança de Namjoon era sua prioridade número um.

– Felizes para sempre. – Namjoon disse para si mesmo, precisando dessa garantia de que tudo ficaria bem.

– Vamos. – Jin disse, pegando sua mão em uma mão e inclinando a arma com a outra.

          
Jimin estava ofegante, seu peito subindo e descendo enquanto ele evitava o soco vindo do outro homem. Ele aproveitou a oportunidade para acertar o homem no estômago, observando-o dobrar de dor.

As palavras de Yoongi estavam passando por sua cabeça enquanto ele se movia: Você é pequeno, Jimin.  Assim como eu.  As pessoas vão criar um perfil para você.  Eles vão dar uma olhada em você e imediatamente subestimá-lo.  Agora, você pode fazer uma de duas coisas: você pode ficar de mau humor e chorar.  Ou, você pode usar isso para sua vantagem.  Trabalhe com isso.  Extorque-o.  Use esta imagem de garoto frágil contra eles.  Faça-os se arrepender de subestimá-lo em primeiro lugar.  A única pessoa que cria sua narrativa é você, Jimin.  Ninguém mais.  Eles não podem machucá-lo se você transformar suas fraquezas em seus pontos fortes.

Jimin usou toda a sua energia e levantou a perna, chutando o homem na canela, fazendo-o tombar.  Jimin agarrou sua faca e a enfiou em um balanço, forte e rápido, na perna do homem.  Jimin observou o homem se contorcer de dor e tentou afastar os sentimentos de culpa.  Ele engoliu a náusea, lembrando a si mesmo que essa era a única maneira de proteger sua família e ele agora.  Jimin se levantou, ofegante, certificando-se de que o homem estava definitivamente derrubado.

Ele olhou em volta, vendo a destruição e o sangue que cobriam o cais.  Ele verificou os corpos no chão, um por um, esperando e rezando para que nenhum deles fosse alguém que ele amava.  Ele não sabia o que faria se fosse.

– Jimin! – Taehyung o chamou.

              
– Desista, Kang. –  Jin disse, com o dedo no gatilho de sua arma. – Você perdeu. Seus homens se foram e você está sozinho agora.

Kang riu maniacamente:

– Você acha que eu perdi? Você acha que ganhou tudo isso?

– Você não tem ninguém. – Jungkook rosnou. – Nós o cercamos. Desista antes de te matarmos aqui mesmo.

Kang olhou em volta, e tudo o que viu foram os sete, unidos e prontos para atacar a qualquer momento.

Ele levantou a arma e apontou para Jin.

– Deixe-me ir ou eu atiro.

Imediatamente, mais quatro armas foram apontadas para ele.

– Porra, tente. – Jungkook cuspiu, inclinando a arma.

– Nós desafiamos você. – Hoseok rangeu.

– Tudo bem. – Kang disse, com um sorriso, abaixando a arma.

Jin não confiava nele, mas assentiu com o resto para abaixá-lo também.  Estavam todos em guarda, como se esperassem que Kang fizesse alguma coisa.

Quando Jin estava prestes a dizer algo, num piscar de olhos, Kang apontou a arma para Jungkook.

– NÃO! – Jimin gritou, pulando em Jungkook, empurrando os dois para o chão.

Dois tiros consecutivos foram disparados e, por um segundo, todos ficaram congelados no local, ninguém respirando, ninguém sabendo o que havia acontecido.

Jimin sentou-se, estendendo a mão para tocar em Jungkook, para verificar se ele estava machucado ou se havia sangue em algum lugar que lhe pertencia.

– Você está bem?! –  Jimin perguntou, mãos sobre o namorado, faca há muito esquecida no chão frio e ensanguentado em algum lugar do cais, a adrenalina em suas veias diminuindo, e por algum motivo sentindo-se enfraquecido.

– V-você...

– O que? – Ele disse, confuso, olhando para a expressão de horror crescente de Jungkook: sua boca aberta, os olhos arregalados e cheios de um medo sombrio que ele nunca tinha visto antes em ninguém.

Jimin estendeu a mão para onde Jungkook estava olhando, escovando o lado e trazendo de volta aos olhos.  Molhado.  Vermelho.

– Oh. – Foi tudo o que Jimin conseguiu dizer quando a realidade finalmente o atingiu, a adrenalina completamente desaparecida.

Nesse momento, ele tombou no chão duro e frio, sua mão ensanguentada caindo flácida para o lado enquanto ofegava.  Jimin sentiu Jungkook puxá-lo para seus braços e tudo o que ele pode pensar naquele momento foi...

Seguro.  Caloroso.  Seguro.  Caloroso.  Seguro.  Caloroso.  Seg...

– Jung... Jungkook. – Jimin engasgou, a voz falhando no meio, uma tosse escapando dele enquanto tentava sugar o máximo de ar possível, a dor o ultrapassando da pior maneira possível.  Mas ele fez o possível para ignorá-la.  Jimin não podia mostrar que estava com dor.  Isso mataria Jungkook, e ele sabia disso.  Então, ele estampou um sorriso no rosto e tentou olhar através do filme que brilhava sobre seus olhos em forma de lágrimas, confundindo tudo.  Ele queria que suas últimas memórias fossem de Jungkook.  Somente de Jungkook.

– Shh. Shh baby. Não fale. – Jungkook disse, tentando manter a calma, tentando pressionar a ferida.  Suas mãos estavam cobertas de sangue.  Sangue que não era dele.  Sangue que era de Jimin.  A sensação quente e úmida não era nova para Jungkook e ele geralmente não entrava em pânico.  Mas geralmente ele estava no ringue, e a pessoa que estava sangrando não era o amor de sua vida.

– Kookie.

– O que é, baby? O que é isso, Jimin? – Jungkook perguntou, olhando para ele e tentando descobrir o que ele poderia fazer.  Ele desviou o olhar por um segundo, gritando no alto de seus pulmões. – Porra, faça alguma coisa! Qualquer coisa! Ligue para alguém! Obtenha ajuda!

– Kookie. Olhe para mim. – Jimin disse, sorriso ainda em seu rosto, seus cabelos emaranhados de suor, grudando na testa, enquanto ele ofegava, sentindo o sangue escorrer pelo lado do quadril, no chão já ensanguentado ao lado da perna do boxeador.

Jungkook olhou para ele, seus próprios olhos brotando de lágrimas. Desamparado, ele conseguiu grunhir um suave e quebrado.

– Jimin...

– Você quer ouvir um fato divertido? – Jimin perguntou a ele.

– Jimin agora não é a hora...

– O bebê de porcos-espinhos são chamados de porcos-espinho.

Jungkook sorriu.  Como ele não poderia?  Como ele podia ficar sentado ou ficar com raiva quando tudo o que Jimin queria fazer, tudo o que ele queria era fazer outras pessoas sorrirem.  Foi a primeira coisa que Jungkook se apaixonou nele.  Foi a primeira coisa que mais se destacou no garoto, mesmo no primeiro dia em que eles se conheceram no vestiário.  Jimin se importava com ele até então.  Mesmo quando ele era um completo estranho e quando Jimin não sabia quem ele era.  Mesmo alguns dias depois que ele começou na academia, quando Jungkook não era mais que um estranho para ele, Jimin pulou na frente de uma arma para ele.  E agora, ele fez a mesma coisa.

Jungkook soltou um soluço destruído e seco.

– Por que Jimin? Por que você tinha que ser tão estúpido?!

– Através dos momentos bons e ruins.

– Isso não é a mesma coisa, Jimin! – Jungkook gritou, ainda pressionando o ferimento de bala.

– Kookie. – Jimin disse, estendendo a mão trêmulo para tocar sua bochecha, sentir seu calor como se fosse a última coisa que ele faria.

– Jiminie. – Jungkook disse, agarrando seu pulso com a mão livre, apertando-o levemente enquanto se inclinava contra seu toque.

– Me desculpa por tudo. – Jimin se desculpou com um pequeno sorriso.

– Não! Não! Você não pode fazer isso, Jimin! Foda-se! Não! Você não pode ser egoísta dessa vez! Você acha que pode compensar tudo sacrificando a si mesmo?! Não! Você não merece o direito de ser mais egoísta! Eu nunca vou te perdoar por isso, Jimin! Nunca! Você está me ouvindo?

Jimin manteve o sorriso no rosto, lágrimas escorrendo livremente pelas bochechas enquanto ofegava com a dor.

Com uma voz suave, como se a raiva nunca existisse, Jungkook disse:

– Por favor, não vá, Jimin, prometi que voltaria para casa. Como vou voltar para casa quando você não está lá? Você é minha casa.

– J-Jungkook... – Jimin disse, a voz ficando cada vez mais longe.

– Jimin. Jiminie, por favor. – Jungkook quase implorou, sussurrando na escuridão. – Você é minha casa, Jimin. Não tire minha casa de mim.

Jimin mal podia ouvir o som de seu nome sendo chamado e lamentado por Jungkook.  Tudo o que ele podia ouvir era o som de sua respiração ofegante e o sangue correndo em seus ouvidos.  Ele não conseguia mais sentir as mãos gentis e afetuosas em seu corpo.  Tudo o que ele podia sentir era dor.  A dor agonizante, quente e ofuscante da bala ao seu lado e o sangue jorrando.

Jimin pensou consigo mesmo que se ele morresse agora, não teria arrependimentos.  Seus últimos momentos seriam dele recebendo carícias gentis e atenção exclusiva e dedicada.  Ele estava cercado pelas pessoas que ele ama e pelas pessoas que também o ama.  Mesmo em seu momento mais sombrio e doloroso...

Ele não sentiu nada além de luz.

– ... Sempre juntos.

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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NÃO É SAD FIC.

Eu estou desidratada de tanto chorar. E vocês?

Mas calma que ainda não acabou.

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