28. chapter twenty eight

Jimin remexia nervosamente, ansioso, olhando o relógio a cada dois segundos e olhando ao redor do cais lotado no seguinte.

- Onde ele está, Tae?! - Jimin disse, olhando ao redor da multidão novamente, tentando detectar o rosto familiar.

- Ele estará aqui. - Taehyung disse, uma mão solidária e compreensiva no ombro de Jimin.

- A luta vai começar a qualquer momento e Namjoon ainda não está aqui! - Jimin resmungou. - Onde ele poderia estar?! Quando ele disse para encontrá-lo aqui, pensei que ele já estaria aqui, esperando por nós! Não o contrário.

- Dê a ele um minuto, Jiminie. - Taehyung disse, não convencido de suas próprias palavras. - Ele estará aqui. Ele não perderia algo assim. Ele sabe o quanto isso significa para você. Para nós.

Jimin suspirou. Ele não podia evitar. Ele estava ansioso...

Verdade seja dita, ele estava sentindo muitas emoções agora: desgosto arrependimento, tristeza, ansiedade; só para citar alguns. Mas agora, ele não conseguia se concentrar nisso. Este não era o dia dele.

Jimin olhou em volta do píer e viu muitos homens cercando a área, como guarda-costas. Ele não podia diferenciar o Clã Kim do Clã Hwan, e isso só aumentou a sua ansiedade. Ele estava sentado atrás, ao lado de Taehyung. Longe o suficiente para ele se misturar com a multidão, mas perto o suficiente para poder ver a luta.

- Minnie, eu acho que é ele! - Taehyung disse, e a cabeça de Jimin levantou e olhou para a direção que Taehyung estava apontando.

Namjoon olhou em volta, tentando encontrar seus amigos, parecendo exausto, passando as mãos pelos cabelos, expressão preocupada no rosto.

Taehyung não quis chamar seu nome, por medo de chamar a atenção, mesmo que o Pier estivesse cheio de conversas e emoções. Ele balançou as mãos descontroladamente, tentando chamar sua atenção.

- Eu acho que ele nos viu. - Jimin disse, olhos ainda examinando a área, apenas por precaução. Ele não pôde deixar de estar impaciente e nervoso.

- Ele está... ele está bem? - Taehyung perguntou, sobrancelhas franzindo em confusão e preocupação quando Namjoon se aproximava cada vez mais deles.

- Namjoon, onde diabos você es... - Jimin começou a dizer, levantando a voz, mas parou depois de ver o olhar em seu rosto. - O que há de errado?

- Eu encontrei... - Namjoon disse. - Eu descobri quem estava roubando o dinheiro.

- O que? - Taehyung disse, quase pulando de seu assento. - Quem é?

No momento em que Namjoon ia responder, um rugido irrompeu na multidão. Os três viraram a cabeça para o centro do píer, onde o lutador do clã Hwan passava pela entrada da direita.

- Eu não tenho tempo para explicar. - Namjoon disse rapidamente, - Precisamos encontrar Jin antes que seja tarde demais.

Taehyung disparou da cadeira, pronto para ir.

Jimin se levantou também.

- Eu vou com vocês.

Taehyung pegou seu pulso, virando-se.

- Não.

- O que? Por que não? Eu sou tão parte dessa gangue quanto você... - Jimin começou a discutir, ficando bravo, mas Taehyung o parou com um olhar suave nos olhos.

- Ele precisa de você agora. - Foi tudo o que Taehyung disse enquanto olhava para o anel.

Jimin virou-se para olhar também. E foi quando ele viu... Jungkook.

Jimin viu todos os lados que Jungkook tinha.

Ele o viu quando estava feliz, e como seus olhos se enrugavam ao seu lado, nariz torcido e boca curvada para cima em um sorriso.

Ele o viu quando estava triste, e como seus outrora mel, olhos castanhos, brilhavam com lágrimas não derramadas que ele nunca admitiria ter.

Ele o viu zangado, tão zangado que não era mais ele mesmo. Tão bravo que uma escuridão dentro dele, uma que Jimin tinha certeza de que Jungkook nem sabia que possuía, o dominava, tornando seus olhos pretos, a boca em uma linha reta e a mandíbula apertada e firme.

Ele viu praticamente todos os lados de Jungkook, mas nenhuma uma vez, ele viu Jungkook tão vazio de emoção do jeito que estava agora.

A pessoa que ele estava olhando não era seu Jungkook. Parecia com ele, mas não havia como ele ser o Jungkook que ele conhecia. De onde Jimin estava parado, tudo o que ele podia ver era um robô. Alguém passando pelos movimentos da vida, mas que não estava presente nem um pouco. Seus olhos estavam em branco; vazio. Não tinha emoção, quase nenhuma cor e nenhuma alma.

Jimin fez isso. Ele foi o responsável.

- Ele admitindo ou não. - Taehyung disse, trazendo-o de volta de seus devaneios. - Ele precisa de você agora mais do que nunca.

- Taehyung, vamos lá, estamos ficando sem tempo. - Namjoon disse, puxando Taehyung levemente.

- Ele ainda te ama. - Taehyung o lembrou, enquanto soltava a mão de Jimin.

Jimin sentou-se novamente, os olhos nunca deixando Jungkook.

- Vamos lá, Kookie. - Ele sussurrou, como se não houvesse mas ninguém no píer, exceto os dois.

[...]

       
- Jin.

- Jaehwan. - Ele respondeu no mesmo tom, cruzando os braços sobre o peito, de pé.

- O juíz foi necessário? - Jaehwan quase zombou, parado ao lado dele, olhando para os dois lutadores que tinham acabado de entrar no ringue.

- Sim. - Foi tudo o que Jin respondeu.

- Você não confia em mim, Jin? - Jaehwan disse, quase cinicamente, como se estivesse fazendo uma piada.

Jin não respondeu.

- Quem é o juiz, afinal? - Ele perguntou.

- Um profissional. Ele não é dos meus homens, nem é do seu. - Jin disse, finalmente olhando para ele. - Dessa forma, nenhum de nós podemos contestar os resultados.

- Uau, você realmente não confia em mim, Kim?

- Você me deu um motivo para isso?

Jaehwan sorriu:

- Acho que aprendemos algo novo todos os dias. Aprendi que você não confia em mim e você aprendeu que não deve confiar nos outros tão facilmente.

Jin fechou os punhos, soltando um suspiro profundo enquanto continuava a ignorar Jaehwan.

- Bem, então, bons amigos sempre ensinam coisas novas. - Jaehwan continuou a provocar. - A propósito, de nada.

Ele não pôde deixar de sorrir ao ver como Jin estava se segurando. Sua mandíbula estava esticada, os olhos se estreitavam e as mãos estavam tão obviamente enroladas de raiva. Mas ele não pôde evitar. Jin era tão fácil de irritar. Ele prosperou com as contendas e tormentos internos que estava causando. Era quase viciante, do jeito que Jin tentava segurar sua raiva. O poder que Jaehwan estava liberando apenas o manteve.

- Eu me pergunto se o seu precioso lutador no ringue já aprendeu a não confiar em ninguém. - Jaehwan falou. - Bem, acho que tive que ser o único a ensiná-lo, já que nenhum de vocês fizeram.

- A menos que você queira que eu pessoalmente arraste sua bunda no ringue e bata em você, sugiro que cale a boca e assista a luta.

- Ora, ora, Jin, eu tenho que lhe ensinar uma lição sobre controle da raiva também? - Jaehwan disse, com um sorriso sinistro no rosto. - Eu pensei que meu pequeno pacote de cuidados para a sua academia seria suficiente para você.

- Você o colocou nisso? - Jin perguntou, virando-se para encará-lo, levantando a voz.

- Por que... quem você quer dizer?

- Jimin. Taehyung... - Jin disse, engolindo em seco antes de continuar. - e Namjoon. Você os colocou nisso?

- Eu gostaria de poder receber crédito por eles. - Disse Jaehwan. - Mas não. Eu não fiz. Embora, vendo como eles fizeram um trabalho maravilhoso, talvez considere contratá-los para o meu novo clã. Quem sabe, talvez Namjoon possa ser o legítimo herdeiro do Kim Clan.

Jin respirou fundo, não querendo que ele visse o quanto suas palavras o afetavam. Mas ele não pôde evitar. De alguma forma, Jaehwan sabia todos os botões certos para apertar. Ele tinha que confiar em Namjoon, no entanto. Mas ele não sabia se podia mais.

Ele poderia aprender a confiar em alguém novamente?

Não. Ele não conseguia pensar agora. Nada disso era importante. A única coisa que era importante era a luta.

- Vamos lá, Kook. - Jin murmurou baixinho, um peso pousando em seu peito, ficando cada vez mais pesado a cada tensão que passava em segundo.

[...]

      
Jungkook estava no ringue, não ousando olhar para outro lugar, exceto no oponente à sua frente.

Ele não queria olhar nas arquibancadas. Ele estava com medo e não havia como admitir isso a ninguém, muito menos a si mesmo. Mas ele não sabia do que tinha mais medo: encontrar Jimin nas arquibancadas ou não encontrá-lo.

Se ele olhasse para cima, e ao redor, e encontrasse o familiar garoto de cabelos rosa, então ele saberia que Jimin realmente o amava, e isso o assustou. Porque como alguém que você ama pode traí-lo de maneira consciente e voluntária? Como alguém que você ama pode olhar nos seus olhos, pronunciar essas três palavras mágicas, beijá-lo com suavidade e delicadeza, dizer que você vale mais felicidade no mundo do que estrelas no universo, dizer que elas estarão lá para você através dos bons e maus momentos, e depois de passar o dia com você, voltar para casa e escrever tudo sobre isso para o mundo ver, expôr todos os segredos que ele lhe disse no escuro, confiando que ele o guardaria no coração e nunca diria uma palavra.

Mas se ele não encontrasse Jimin nas arquibancadas... Então ele saberia que nada disso era real. Nenhum dos beijos, nem os olhares roubados, nem os sorrisos particulares que eles reservaram apenas para os dois eram reais. Que nenhuma das promessas feitas e as noites que passaram juntos, ou o fato de Jungkook realmente começar a acreditar que ele valia a felicidade, o amor e os toques que não machucavam... Que nada disso era real. E era disso que ele tinha medo.

Ele não sabia qual temia mais.

No momento, ele não podia pensar nisso. Ele não se permitiria. Este não é mais o Jungkook. A pessoa que está neste ringue agora não é Jungkook. Ele é JK. O JK imbatível.

Essa luta não era apenas sobre manter seu título. Era sobre manter sua casa. Sua família. Seu porto seguro. Sua identidade.

Tudo estava em jogo.

- Ok, rapazes. - Disse o juiz, ficando entre eles. - Aplicam-se regras normais de luta subterrânea. Esta luta é de 3 raud. O primeiro a vencer 2 rodadas ganha a luta. - Ele olhou entre os dois e depois disse. - Boa sorte.

Eles esperaram a campainha sinalizar que a partida havia começado.

Jungkook respirou fundo, soltando-o lentamente.

Foco. Foco. Vamos, Jungkook, concentre-se. Você pode fazer isso, Kookie. Eu acredito em você.

Ele não conseguia pensar em mais nada agora. Ele não podia deixar-se distrair. Ele não deixaria nada distraí-lo. Nem mesmo o fato de sua voz interior soar como Jimin agora. Nem mesmo se essa voz fosse a única coisa que o fundamentava.

Ding Ding Ding.

A campainha tocou.

A partida havia começado.

Jungkook saltou de pé, mantendo os olhos fixos no oponente. Ele já passou por brigas antes, mas nunca como essa. Nas outras brigas, ele estava equilibrado, confiante, pronto para matar no local, se necessário. Mas agora... Bem, agora ele mal estava focado. Ele estava longe de ser confiante e, se fosse sincero, estava nervoso. Tão nervoso que ele podia sentir isso em seus ossos.

Ele estava esperando o oponente atacar primeiro. Ele dançou ao redor do ringue, tentando abafar a multidão, tentando se concentrar apenas no oponente que estava fazendo a mesma coisa. O homem corpulento e cheio de cicatrizes absorveu a visão de Jungkook, sorrindo como se pudesse sentir seu medo de onde estava. Jungkook não podia baixar a guarda.

O homem apontou o punho direito para Jungkook, que se abaixou e conseguiu se esquivar. Ele se levantou, pulando sem parar, nem por um segundo. O homem balançou novamente, mais forte, mais rápido. Jungkook se esquivou, aproveitando esta oportunidade para balançar o próprio punho, o mais forte que pôde, antes de entrar no quadril do homem, empurrando-o para trás com um grunhido alto. Jungkook ficou mais reto, com os olhos fixos apenas no homem.

O soco de Jungkook parecia ter alimentado um fogo em seus olhos. O homem rangeu os dentes, dando um passo e depois outro, e outro e antes que Jungkook percebesse, punhos estavam sendo golpeados em sua direção. Jungkook caiu no chão do ringue, erguendo os braços para proteger o rosto na tentativa de bloquear o máximo de socos possível. Mas ele podia sentir. Ele sentiu o poder dos punhos do homem corpulento em sua pele nua, os socos ardendo, um após o outro, com certeza deixando um machucado. Ele resmungou e gemeu a cada golpe que recebia.

Em uma luta normal, o homem teria sido arrancado dele. Mas essa não era uma luta normal. Era a coisa mais distante disso. Esta era uma luta clandestina. Sem restrições. Quase nenhuma regra.

Jungkook chutou o homem com todas as suas forças, observando-o tropeçar em seus pés e depois cair com um baque. Ele usou esse tempo para levantar, trêmulo, a respiração difícil. Ele caminhou até o homem, com fogo nos olhos quando deu um soco na mandíbula. Ele se abaixou e começou a bater os punhos da mesma maneira que o homem fazia com ele. Olho por olho. Um soco por um soco. O homem tentou bloquear os socos, mas Jungkook não deixou seus braços subirem. Ele sentiu o punho bater no osso da mandíbula e a pele esticada no peito. Jungkook estava dando socos em qualquer lugar que pudesse. Ele se levantou, dando ao homem uma chance justa de lutar.

- Levante-se e lute, idiota. - Jungkook pontuou.

O homem se levantou, o sangue escorrendo pela boca. Ele rosnou para Jungkook, mantendo contato visual enquanto cuspia o sangue salivar em sua boca.

Jungkook fez um gesto com a mão para o homem atacá-lo. E ele fez. Ele correu para Jungkook, punhos prontos para balançar. Jungkook se esquivou para a direita. Ele deu um soco o mais forte que pôde, apontando para o quadril do homem. O homem grunhiu e tropeçou para trás. Jungkook aproveitou esta oportunidade e deu um soco no queixo no mesmo lugar que ele fez agora. O homem recuou e bateu no chão com um baque.

Jungkook viu o árbitro começar a contar.

Ele esperava com todas as suas forças que o homem ficasse no chão. Ele não queria mais lutar. Ele não tinha energia para isso.

- Cinco seis.... - O árbitro contou.

Jungkook prendeu a respiração. Segundos pareciam se arrastar, parecendo mais horas neste momento.

- Nove. - O árbitro disse, e de repente a campainha começou a tocar. - Dez!

Jungkook soltou um suspiro de alívio.

- A primeira rodada acabou! Kim Clan ganha um ponto!

Jungkook se arrastou até o final do ringue, onde Yoongi estava esperando por ele com uma garrafa de água, uma bebida energética e um banquinho para sentar.

- Você está bem, garoto? - Yoongi perguntou, passando-lhe a água, que Jungkook pegou graciosamente. Ele desenroscou a tampa e começou a engolir o líquido frio.

Yoongi pegou uma toalha e começou a limpar o suor e o sangue seco de Jungkook.

- Você parece distraído.

- Eu não estou. - Jungkook mentiu.

- Kook...

- Estou bem! - Jungkook insistiu.

- Jungkook, está tudo bem...

- Ganhei a primeira rodada, não ganhei! - Jungkook gritou.

Yoongi suspirou.

- Sim, garoto, você fez.

- Estou bem. - Jungkook disse novamente, sem saber se ele estava tentando convencer a si mesmo ou a Yoongi neste momento.

- Você quer saber? - Yoongi perguntou.

- Sabe o que?

- Se ele está aqui ou não?!

- Não. - Jungkook falou, afastando-se de Yoongi. - Eu não dou a mínima.

- Você nunca foi um bom mentiroso. - disse Yoongi.

- Eu tenho uma partida para vencer. - Jungkook falou. - E você está mais preocupado com algum fuck buddy que eu costumava ter?

- Ele nunca foi um fuck buddy para você e você sabe disso.

- Ele não é importante. - Jungkook disse, descartando a conversa, não querendo mais falar sobre isso. - Isso aqui é mais importante.

Yoongi suspirou.

- Ok, Kook.

- O que eu tenho que fazer? - Jungkook perguntou.

- Foco. - Foi tudo o que Yoongi disse.

A campainha tocou uma vez, sinalizando o fim do intervalo.

Ding Ding Ding

- Segundo round. - O árbitro disse, esperando os dois homens ficarem no ringue, prontos para ir.

Jungkook mal teve tempo de piscar antes de sentir uma dor aguda na mandíbula. Outro soco foi dado em seu peito e, em seguida, seu quadril e a próxima coisa que Jungkook sabia, ele estava no chão do ringue. Ele se enrolou em posição fetal, dobrando de dor. Ele podia sentir o sangue escorrendo pela testa, caindo no piso. Ele sentiu um chute nas costas e grunhiu e gemeu de dor pela força por trás dele. Jungkook não conseguia ouvir nada além do sangue escorrendo em seus ouvidos e ele não podia sentir nada, exceto a dor subindo de quase cada centímetro de sua pele.

Ele ouvia fracamente a contagem vindo de um lado da orelha, mas não podia fazer nada. Tudo o que ele podia fazer era tentar respirar, e torcer para que a dor desaparecesse.

Ding Ding Ding

A próxima coisa que Jungkook soube foi que ele estava sendo arrastado para um lado do ringue.

- Kook! Kook! Jungkook! - Ele ouviu.

Jungkook apenas grunhiu de dor.

- Vamos Jungkook! Me responda, garoto!

- Eu... eu estou bem. - Jungkook gaguejou, tentando se sentar, a adrenalina finalmente chutando, quase entorpecendo a dor que ele sentia, mas apenas o suficiente para ele se sentar e cair contra o poste do ringue.

Eles não disseram nada enquanto Yoongi limpava Jungkook. Eles não disseram nada enquanto Jungkook bebia a água, o fogo queimando apenas em seus olhos. Eles não disseram nada quando Yoongi se sentou na frente de Jungkook, um olhar preocupado e distante nos olhos dele.

- Diga o que você quer dizer. - Jungkook disse. - Você não tem muito tempo.

70 segundos. Isso era tudo o que restavam antes do terceiro e ultimo raud.

- Esta é a última rodada. - Yoongi disse.

- Eu sei.

- Você venceu a primeira. Ele venceu a segunda. - Yoongi disse.

- Eu sei.

- O que quer que aconteça... - Yoongi tentou dizer.

- Não perca tempo. - Disse Jungkook. - Me diga o que eu preciso fazer.

- Foda-se a defesa, Kook! - Yoongi disse. - Ataque! Com tudo o que você tem! Não se segure! Esqueça tudo o que eu ensinei sobre defesa e apenas siga em frente! Não há restrições!

Jungkook assentiu. Ele olhou para o homem no canto oposto do ringue, sorrindo como se soubesse algo que Jungkook não sabia.

O árbitro sinalizou para eles.

Jungkook levantou-se, pronto para ir, mas Yoongi agarrou seu pulso e o segurou.

- Estou orgulhoso de você, Kook. - Yoongi disse. - Ganhando ou perdendo, eu não dou a mínima. Eu amo você de qualquer maneira e tenho orgulho de você.

A respiração de Jungkook ficou presa na garganta. Em todos os anos em que conheceu Yoongi, esse nunca disse que o amava. Jungkook sempre soube que ele fazia, mas nenhum deles jamais disse as palavras em voz alta, sempre escolhendo mostrá-lo através das pequenas ações que eles fizeram. Jungkook mostrou isso através da maneira como ele respeitava Yoongi, e como ele nunca escondia nada dele, ou como ele nunca desrespeitava ou desobedecia o mais velho. E Yoongi mostrou isso pela maneira como cuidava do garoto mais novo, tratando-o como família desde o primeiro dia. Ele protegeu Jungkook do mal, sempre o protegendo do mundo, tanto quanto possível. Ele lhe ensinou autodefesa, querendo que o garoto mais novo pudesse se proteger. Ele vestiu-o, alimentou-o, mas o mais importante, ele o amava como um irmão mais novo.

- Eu sempre estarei torcendo por você. - Yoongi disse enquanto soltava o pulso com um sorriso caloroso.

Jungkook assentiu, sobrecarregado demais para dizer qualquer coisa. Mas ele sabia que Yoongi sabia exatamente o que ele queria dizer.

- Já está morrendo, JK? - O homem sorriu para ele, com sangue seco no lábio cortado.

Jungkook zombou, parado em frente a ele, boca erguida em um sorriso arrogante.

- Contra alguém tão cagado quanto você? Isso é brincadeira de criança.

- Não foi brincadeira de criança quando eu te nocauteei em menos de um minuto na última rodada agora, foi? - Ele provocou. - Por que eles te chamam imbatível de novo?

- Talvez porque eu venci a merda... - Jungkook rosnou, mas foi cortado pelo árbitro.

- Joguem bem, meninos. - O juíz disse.

Jungkook não pôde deixar de zombar da ironia. Ali estavam os dois, sangrando por causa dos punhos um do outro e o árbitro queria que eles 'jogassem bem'.

- Última rodada. - O árbitro disse, olhando para os dois antes de tocar a campainha. - O vencedor leva tudo. Boa sorte.

Ding Ding Ding

[...]

        
Jimin estava na beira do assento, com os dedos ao lado, cavando no assento, os olhos treinados em Jungkook enquanto ele murmurava orações silenciosas a um Deus que ele nem sabia que existia.

Ele assistiu Jungkook pulando nos calcanhares, circulando o anel, o fogo queimando em seus olhos para o que o homem disse a ele antes que a campainha tocasse. Ele notou como Jungkook não olhava para outro lugar além de seu oponente e por um segundo se perguntou se aquilo era deliberado ou não.

Jimin poderia jurar que se ele piscasse, ele teria perdido. Ele teria perdido a maneira como o homem atacou Jungkook, deixando-o sem equilíbrio. O homem levou uma fração de segundo em que Jungkook ficou surpreso por balançar o punho o mais forte que pôde em sua mandíbula. Mesmo com a distância, era como se Jimin pudesse ouvir o grunhido de dor que escapava de Jungkook.

Jimin saltou da cadeira entre os aplausos do píer gritando por sede de sangue. Ele não pôde evitar que as lágrimas brotasse em seus olhos. Observar o amor de sua vida se machucar bem na frente dele e não poder fazer nada a respeito era o pior castigo que se podia imaginar.

- Por favor, Kook. - Jimin murmurou baixinho.

O homem balançou novamente, e novamente, e novamente.

Tudo o que Jimin viu foi o sangue de Jungkook em sua pele, fluindo para o ringue branco; O sangue de Jungkook nas ataduras brancas da mão do homem enquanto ele balançava os punhos sem piedade, atacando Jungkook várias vezes.

Jungkook conseguiu empurrá-lo, chutando-o com tanta força quanto ele pôde reunir. Os aplausos ecoaram pelo píer enquanto Jungkook tropeçava trêmulo, forçando-se a se levantar em meio à dor. Ele levou a mão ao rosto, sentindo um líquido quente e úmido. Sangue. O sangue dele. Ele virou a cabeça para o lado e cuspiu o líquido metálico, contaminando mais o anel já manchado de sangue.

O homem sorriu para ele, pulando novamente. Jungkook estava pronto desta vez. Ele evitou o golpe e usou o cotovelo para acertar o homem o mais forte que pôde. Jimin soltou um suspiro de alívio. Ele assistiu Jungkook fazer esse movimento em quase todas as lutas e venceu com isso. Jungkook sempre considerou esse o seu passo final.

          
- Namjoon, vamos lá! Pare de se distrair! - Taehyung disse, puxando Namjoon, para desviar o foco da partida e encontrar Jin. Eles não tinham muito tempo restante.

- Eu não posso vê-lo! - Namjoon reclamou.

- Ele definitivamente não está no ringue, eu vou te dizer isso. - Taehyung murmurou, revirando os olhos, entrando e saindo da multidão, olhos examinando os rostos na tentativa de encontrar Jin.

- Ele está indo bem. - Namjoon disse, olhando para o anel novamente e viu o punho de Jungkook colidir com o quadril do homem.

- Jimin ficaria aliviado. - Taehyung disse.

- Assim como todo mundo.

- Ali está ele! - Taehyung disse, apontando para o outro lado do píer, onde Jin estava parado, com os olhos fixos no ringue, com uma cara de pôquer.

- Ele está preocupado. - Namjoon disse com um pequeno suspiro.

- Ele parece bem para mim.

- Eu posso lê-lo melhor do que ninguém. - Disse Namjoon com um sorriso triste. - Ele está tentando permanecer neutro.

- Como você pode dizer que ele não está bem?

- Os olhos dele. - Namjoon respondeu: - Se você pudesse ler e entender os olhos dele, saberia que mentiroso terrível ele realmente é.

Taehyung parou no meio da caminhada.

- Eu posso ir sozinho se for muito... doloroso...

Namjoon balançou a cabeça.

- Isso não é sobre mim, ou ele, ou mesmo nosso relacionamento. Isso é sobre sua família, a gangue. É maior que nós. Uma conversa não vai nos matar.

- Ele vai nos ouvir? - Taehyung perguntou, preocupado.

- Se é sobre a família dele, ele fará.

- Última chance, Joon. - Taehyung avisou.

Namjoon sorriu, pegando o arquivo com as evidências da mão de Taehyung enquanto caminhava até Jin.

- Jin. - Namjoon chamou.

Jin relutantemente desviou os olhos da partida. Seus olhos se arregalaram, uma mistura de emoções correndo através deles. Namjoon viu todas elas: Surpresa, felicidade, tristeza, traição, mágoa... Neutro.

- O que você está fazendo aqui? - Jin perguntou. - Como você pode mostrar seu rosto novamente depois de tudo o que fez?

- Olha Jin, apenas nos ouça...

- Saia. - Ele exigiu. - Antes de eu expulsar você.

- Isso não é sobre nós! É sobre a gangue! - Taehyung interrompeu.

- Você não fez o suficiente 'para a gangue'?! - Jin gritou, querendo que suas palavras pingassem veneno, mas em vez disso, saiu dolorosa... - Deixe-nos em paz!

- Você realmente acredita que eu poderia fazer isso com você? - Namjoon perguntou, os olhos brilhando de dor. - Depois de tudo o que dissemos um ao outro, depois de todas as promessas que fizemos, todas as noites que passamos juntos, toda vez que você voltava às quatro da manhã... Você realmente acredita que eu poderia machucá-lo assim?

- Se você me perguntasse isso há dois dias, minha resposta seria não, não acredito. - Foi tudo o que Jin disse.

- Você não confia em mim? - Namjoon perguntou a ele, olhos brilhantes.

- Coloque-se no meu lugar, Joon-Namjoon. - Jin corrigiu rapidamente: - Depois do que aconteceu ontem, como você responderia a essa pergunta?

Namjoon olhou para Jin, magoa em seus olhos, palavras não ditas sendo ditas com apenas um único olhar entre eles. Ele apertou a pasta com mais força, quase amassando-a.

- Namjoon. O arquivo. - Taehyung disse, alto o suficiente através dos aplausos para apenas Namjoon ouvir.

- Talvez você confie em mim, ou talvez não. - Namjoon falou. - Mas tudo o que eu disse, tudo, era verdade. Todo beijo, toda promessa, todo toque no escuro e toda confissão de amor.

Jin não conseguia mais ouvir.

- Por que você está aqui, Namjoon?

- Por causa disso. - Namjoon disse, empurrando o arquivo nas mãos de Jin. - Nós o encontramos. Encontramos a pessoa que desviou o dinheiro.

- Desviou dinheiro? - Jin perguntou, sobrancelhas franzidas em confusão. - Do que você está falando?

- Quando você nos deu as contas para examinar, notamos que algumas delas não estavam se equilibrando. Examinamos e descobrimos que alguém estava tirando dinheiro da gangue. - Taehyung explicou: - Começou como um pequeno roubo com dez dólares por mês, mas continuou aumentando, aumentando e aumentando.

- Quanto eles levaram? - Jin perguntou, folheando o arquivo.

- Centenas de milhares. - Namjoon disse. - A figura exata está na página 3. Está destacada em rosa.

Jin virou a página, os olhos percorrendo o papel, ignorando os aplausos da multidão.

- É Jaehwan? - Foi sua primeira pergunta.

- Não. - Taehyung respondeu.

- Quem é o infeliz? - Ele perguntou, olhando para cima do arquivo.

- É... - Namjoon ia responder, mas foi interrompido por um grito distante.

- JUNGKOOK!

Os três viraram a cabeça para olhar o ringue, para ver o que estava acontecendo.

Tudo se moveu em câmera lenta. Desde a maneira como o homem evitou por pouco o punho de Jungkook, até a maneira como ele se virou para reverter o movimento. Ele deu uma cotovelada no nariz de Jungkook, fazendo-o recuar e instintivamente agarrar o nariz, gemendo de dor. Ele usou essa fração de segundo para dar um soco em Jungkook uma vez, duas e uma terceira vez, empurrando todo o seu peso e triplicando o soco em força. Jungkook se dobrou de dor, apertando o estômago. O homem deu uma cotovelada nas costas de Jungkook, fazendo-o cair no chão do ringue.

O árbitro começou a contar.

- Não. - Jin falou, a voz apenas um sussurro, enquanto observava Jungkook sangrar no ringue, lutando para se levantar.

O árbitro continuou contando.

- Levante-se, Kook! - Ele ouviu Yoongi gritar.

- Porra, Jungkook, por favor, levante-se. - Disse Jin baixinho, olhos arregalados, boca aberta.

O árbitro continuou contando.

- Kookie... - Jimin disse, já passando pela multidão para se aproximar do ringue, os olhos nunca deixando o corpo de Jungkook no chão enquanto o observava se contorcer de dor, os olhos brilhando de lágrimas enquanto tentava combatê-lo.

O árbitro continuou contando.

Jungkook podia ouvir fracamente os aplausos da multidão, a voz suave do árbitro que parecia distante, Yoongi gritando algo para ele. Mas tudo o que ele sentia era dor irradiando por cada centímetro de seu corpo. Ele podia sentir o sangue escorrendo pela testa, pela perna, pelo braço, pelo rosto. E, nesse ponto, ele não sabia se o sangue era dele ou não.

O árbitro continuou contando.

- Uma bicha como você, não merece o título 'imbatível'. - O homem falou, olhando para Jungkook com nojo.

- Dez.

Ding Ding Ding

- Ele... - Jin disse, incapaz de completar a frase.

- Perdeu. - Namjoon terminou, - Jungkook perdeu.

O JK imbatível foi finalmente derrotado.

Jaehwan venceu.

Jin acabou de perder tudo.
    
  

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶

Eu estou chorando...

Não me odeie ainda. Tudo tem um porque. Essa é uma fic de máfia diferente.

Se vocês lembram, deixei varias situações que mostrava que todos queria vida normal e lamentava a vida. Ex: Porque? Será sempre assim? Hoseok triste por não poder mais dançar. Jin queria faculdade e ser feliz com vida normal etc. Além disso, eles não vai entregar assim tao fácil. Muitaaaaas coisas vão rolar. É triste, mas acredite. Essa foi a história de máfia mas incrível que ja li. Por isso resolvi traduzir.


Sobre quem roubou Jin. Quando postei na outra conta, muitas pessoas acharam que foi Jungkook, porque alguém gritou o nome dele. Não foi isso que quis dizer. Quando Namjoon ia falar, Jungkook começou a perder e alguém gritou seu nome, provavelmente Yoongi, ja que só os 6 sabem que JK é Jungkook. E não que Jungkook é quem tava roubando. Ok?

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top