19. chapter nineteen
Kang subiu as escadas, dirigindo-se para Jaehwan, com informações na mão e na cabeça. Ele não podia estragar tudo. Ninguém estava a salvo de Jaehwan, nem mesmo ele (Kang), seu braço direito; seu homem mais confiável. Um erro, e.... Kang não queria pensar no que poderia acontecer.
Jaehwan governava a base do medo. Ele se alimentava do conflito, do caos e do medo que causava. Ele amava cada segundo disso. Ele adorava ouvir os gritos e os pedidos de misericórdia. Ele adorava assistir derramamento de sangue; gostava disso com todas as fibras sádicas de seu ser. Algumas pessoas chamariam ele de psicótico, mas Jaehwan se chamava de Poderoso. As pessoas que o chamavam de outro nome não conseguiam lidar com o poder, na mente de Jaehwan.
Algumas pessoas nasceram para governar e Jaehwan acreditava que ele era o único feito para o cargo.
Ele era o único que sabia o que realmente significa ser governante.
E ser governante não significava piedade. Nem mesmo se fosse da família. Muitas pessoas pensam que quando o pai de Jaehwan morreu transmitiu o legado do clã Hwan para o filho, mas isso não era inteiramente verdade. Jaehwan o matou. Ele assassinou seu próprio pai e depois usurpou seu trono. Afinal, para Jaehwan, ser governante significava que certos sacrifícios tinham de ser feitos. Mesmo se essa pessoa fosse seu próprio pai.
Jaehwan não se importava. Ele não dava a mínima. Seu pai não sabia como governar. Ele era muito misericordioso. Ele era muito legal. Ele não queria se envolver com drogas, ou qualquer coisa do tipo. Seu pai era fraco e patético, e indigno de ser um governante; um líder de gangue. Tudo em que ele era bom era ser transformado em um ornamento, cinzas em uma urna para ser exibida em cima da lareira. Uma ironia adequada.
- Kang. - Jaehwan cumprimentou com um aceno de cabeça, recostando-se na cadeira.
- O Archer tem informações. - Kang disse.
- Sobre o garoto rosa?
- Sim, Jaehwan. - Kang disse com um aceno de cabeça.
- O que é isso?
- O nome dele é Jimin. Park Jimin. - Kang começou: - Ele tem dois amigos íntimos, Kim Taehyung e Kim Namjoon.
- Eles estão envolvidos com Jin e seus vira-latas também?
- Apenas Namjoon. - Disse Kang. - Ele está com Jin.
- Com Jin. - Jaehwan disse, levantando uma sobrancelha, um sorriso sádico crescendo em seu rosto, - E o Jimin?
- Ele está com JK.
- E o outro?
- Ninguém o viu com a gangue. - Kang disse, balançando a cabeça.
- O que mais Archer descobriu?
- Jimin trabalhou no jornalismo antes de ser demitido, e depois ingressou na academia. Mas ele não faz parte da gangue. - Disse Kang.
- Por que ele foi demitido?
- Essa é a coisa estranha, não havia razão nos formulários. - Kang disse.
- Archer não conseguiu descobrir? - Jaehwan perguntou.
- Não. Ele invadiu os servidores e tudo mais, mas não havia motivo, ao contrário das outras formas que tinham longas explicações e relatórios. O de Jimin não tinha nada. - Explicou Kang.
- Hmm... - Jaehwan cantarolou, pensativo: - Então, nosso pequeno flamingo* está escondendo alguma coisa. Não é tão inocente, afinal, não é?
(*Ave de penas rosas)
Kang ficou lá, balançando a cabeça, como um cachorro de colo.
- O quê mais? - Jaehwan perguntou, ganancioso por mais informações.
- E-ele já foi visto com JK muitas vezes. - Repetiu Kang.
- Eu sei disso, mas o que mais? - Jaehwan cuspiu, querendo mais informações, a voz perigosamente baixa, como ele conseguiu quando estava pronto para destruir alguma coisa.
- Ele é a fraqueza de JK. - Kang disse, as palavras caindo desajeitadamente. - E-ele está protegendo Jimin e-e eles foram vistos juntos várias vezes na academia, fora e uhh, em todos os lugares.
- Ligue para Archer de volta. Diga a ele para descobrir mais sobre Namjoon e nosso Flamingo não tão inocente. - Jaehwan ordenou. - Há mais do que os olhos vêem nisso.
- S-sim, Jaehwan. - Kang gaguejou, as mãos tremendo quando ele enfiou a mão no bolso para pegar o telefone.
- Eu quero Jin e o resto de seus amigos idiotas de joelhos implorando por misericórdia quando eu acabar com eles. - Jaehwan disse, recostando-se na cadeira, um sorriso perigoso surgiu em seu rosto com sua visão sinistra.
[...]
Jin praticamente se arrastou para dentro de casa, exausto, tanto física quanto mentalmente. A maioria dos dias se tornou assim, e mesmo depois de todo esse tempo, ele ainda não estava acostumado.
- Longo dia, querido? - Ele ouviu da sala de estar.
- Joonie. - Ele respirou, um sorriso surgindo em seu rosto, toda a exaustão subitamente desaparecendo dele.
- Eu não sou muito bom em cozinhar, mas comprei comida. - Namjoon falou, caminhando até ele.
- Estou feliz que você esteja aqui. - Jin disse, suave e gentil.
- Eu vou esquentar o jantar. - Disse Namjoon, olhando para o relógio. - Ou... como é chamada uma refeição que você come às duas da manhã? Ceia? Sabe o que, eu vou esquentar sua comida.
Jin se arrastou para a mesa de jantar, sentando-se e afundando no banco. Ele estava tão cansado. Era como se todos precisassem dele de uma só vez, e ele simplesmente não era suficiente. Essa vida, sendo líder de uma gangue, era mais exigente do que parecia. Ele tinha que estar em todos os lugares ao mesmo tempo, em cima de tudo o tempo todo. Ele mal tinha tempo para si mesmo. Tem sido assim desde que ele assumiu o cargo de seu pai.
- Você está bem? - Namjoon perguntou, trazendo o prato para a sala de jantar, colocando-o na frente de Jin.
- Apenas cansado. - Jin falou, não querendo preocupá-lo.
Namjoon sentou-se ao lado dele, levantando uma sobrancelha enquanto olhava para Jin, que tinha uma expressão sombria no rosto.
- O que está acontecendo, Jin? - Namjoon perguntou gentilmente: - Fale comigo, querido.
Jin queria. Ele realmente queria. Mas ele não sabia como. Durante toda a sua vida, ele foi instruído a reprimir seus sentimentos, a ser forte, a nunca demonstrar fraqueza. Ele mal podia admitir seus sentimentos para si mesmo, como ele deveria se abrir para alguém?
- Joon. - Disse Jin, respirando fundo enquanto se preparava para fazer uma pergunta. - Você quis mesmo dizer aquilo?
- Dizer o que?
- O que você disse na academia? Sobre tentar... Sobre tentar conosco?
Namjoon estendeu a mão, colocando a mão na de Jin.
- Eu estou aqui, não estou?
Jin puxou a mão para trás, relutantemente, tentando mascarar suas emoções. Ele segurava uma expressão vazia em seu rosto quando finalmente conseguiu coragem de encontrar os olhos de Namjoon. Ele não podia mais ser egoísta, especialmente com o que estava acontecendo agora.
- Joo-Namjoon. - Ele disse, rapidamente se corrigindo.
- O que há de errado? - Namjoon perguntou, confuso.
- Você não precisa estar aqui. Você não precisa tentar, Namjoon. Com tudo o que está acontecendo com Jaehwan e com você sendo um alvo... Eu prometo que vou protegê-lo com tudo o que tenho, mas você não precisa estar aqui. Você não precisa estar comigo, Namjoon. Você pode...
- Jin, pare! - Namjoon disse, surpreso. - Do que você está falando? O que é isso? O que você está dizendo?
- Estou te dando uma saída. - Jin falou. - Sem compromisso. Você pode sair e eu prometo que...
- O que faz você pensar que eu quero sair? - Namjoon declarou. - Eu não quero. Claro, eu precisava de algum tempo para processar tudo, mas estou aqui agora. Estou com você. Estou aqui, Jin e não vou a lugar nenhum, tão cedo. Odeio dizer isso a você, Kim Seokjin, mas você está meio que preso comigo agora.
- Não vai ser fácil. - Jin o alertou.
- Eu não quero fácil.
- Você pode se machucar. - Disse Jin, dando-lhe todos os motivos para não estar com ele.
- Eu tenho um kit de primeiros socorros. - Namjoon disse.
- Eu posso não ser capaz de protegê-lo o tempo todo. - Jin disse, preocupação escoando através de sua voz.
- Só por você tentar já é bom o suficiente. - Namjoon disse a ele com um sorriso ondulado, aproximando-se mais dele.
Jin soltou um suspiro, abaixando a cabeça, a comida esfriando na frente dele.
- É com isso que você está preocupado? - Namjoon perguntou. - Que eu me machuque mesmo você tentando me proteger?
- Eu-eu não sei como eu poderia viver comigo mesmo se algo acontecesse com você. - Jin admitiu. - Eu nunca me senti assim com ninguém antes e sabendo que o que eu faço coloca você em perigo...
- Olhe para mim. - Namjoon falou gentilmente, levantando a mão para inclinar o queixo de Jin para que ele pudesse encarar seus olhos. - Eu não ligo para isso. Eu não ligo para Jaehwan ou o que ele quer fazer. Tudo o que me importa é você. Eu sei que você não vai deixar nada acontecer comigo...
- Mas é isso mesmo, Joon. - Disse Jin com voz de dor, resignado. - E se eu não puder? E se eu fizer tudo ao meu alcance e você ainda se machucar?
- Então eu me machucarei. - Namjoon disse com um encolher de ombros.
- Como você está tão calmo? Você pode até morrer!
- Você não vai me deixar. - Namjoon disse a ele, confiante.
- Você deveria ir embora. - Jin disse a ele. - Você deveria encontrar alguém normal. Se apaixonar e ter problemas mundanos que não envolvam guerra de gangues ou morte. Você deveria se casar e ter filhos... Você não deveria estar comigo.
- Eu quero tudo isso. - Disse Namjoon, - Eu quero o amor, o casamento e as crianças... Mas eu só quero isso com você.
- Você não sabe o que está dizendo. - Jin disse, balançando a cabeça, recusando-se a acreditar nele.
- Eu não sei? - Namjoon falou. - Diga-me que você não imaginou. Diga-me que você não imaginou nosso futuro juntos e eu vou embora.
- Joon... - Jin suspirou.
- Eu não sei se você sabe disso, mas eu me apaixonei por você, Kim Seokjin. - Namjoon disse, o polegar esfregando círculos suaves na bochecha de Jin, - Eu me apaixonei por você.
Os olhos de Jin se fecharam, as palavras afundando quando ele soltou um suspiro trêmulo. Isso era real. Alguém se importava com ele. Alguém o amava.
- Eu estou nisso a longo prazo. - Namjoon disse: - Não vou embora. Não vou a lugar nenhum. Não vou desistir de nós.
- Estou com medo, Joon. - Jin admitiu, com os olhos avermelhados quando se permitiu pela primeira vez ficar vulnerável. - Estou com tanto medo de que algo aconteça com as pessoas com quem me preocupo. Aconteceu com Hobi e não quero que isso aconteça de novo.
- Nós vamos descobrir, Jin. - Falou Namjoon, trazendo-o para um abraço.
Jin abraçou Namjoon mais perto, precisando sentir seu calor nele, precisando da certeza de que tudo ficaria bem. Que eles ficariam bem.
- Nós vamos ficar bem. - Assegurou Namjoon, segurando Jin mais apertado nos braços, protegendo-o do mundo exterior.
[...]
Jimin estava sentado em sua própria cama com o laptop na frente dele, aberto à palavra documento da quadrilha que ele não atualizava há muito tempo.
- Vamos, Jimin. - Ele disse baixinho para si mesmo, como se pudesse ser pego a qualquer momento. Como se um dos meninos fosse entrar em sua casa às 3 da manhã e descobrir tudo. - Editor. Você vai ser editor. Isso é tudo que você sempre sonhou! - Jimin disse, ficando cada vez mais furioso consigo mesmo. - Então por que diabos você não consegue escrever!
O piscar do cursor o provocou quando ele olhou para o documento.
Ele tinha a informação. Na verdade, ele tinha muitas informações. Ele tinha uma grande quantidade de informações circulando em sua cabeça que ele só precisava colocar no documento. Mas ele simplesmente não conseguia fazê-lo.
Então ele ficou sentado, olhando o documento como se as palavras magicamente fossem aparecer na tela se ele olhasse com força suficiente.
Mas isso não aconteceu.
Tudo o que ele viu na tela foi a informação sobre Hoseok estar no hospital. Isso era o quão longe ele estava.
- Vamos, Jimin. Vamos. - Ele disse a si mesmo, tentando se motivar a escrever. - Muita coisa aconteceu desde então. Muita coisa que você conhece! Então, apenas... escreva. - Ele disse para si mesmo enquanto puxava o laptop para o colo, olhando para o teclado. - Porra, inferno! - Jimin gritou, empurrando o laptop para longe, enquanto se levantava. - Que porra há de errado comigo! - Ele gritou, andando pelo chão do seu quarto.
Ele não sabia o que fazer. Ele deveria sair? Ele não deveria?
Este trabalho de editor era seu único sonho! Esse é o sonho dele desde que aprendeu sua primeira palavra, e continuou sendo o sonho dele durante o ensino médio, a faculdade e até a universidade. Era tudo o que ele queria! Estava bem na frente dele e tudo o que ele precisava fazer era escrever algumas palavras em um documento, e ele não podia nem fazer isso!
Mas, novamente...
A informação que Jimin tinha era sobre pessoas próximas a ele. Era sobre sua nova família. Pessoas que o aceitaram, acreditando que ele era bom e verdadeiro no coração. Pessoas que o amavam e queriam protegê-lo. Queria ensiná-lo a se proteger. Pessoas que o aceitavam, coração e alma, falhas e tudo mais.
Mas eles não são o seu povo. Eles são?
Mas este trabalho é seguro. Este trabalho pode fornecer segurança. Com eles, eram apenas emoções. Emoções que podiam desaparecer a qualquer momento.
Jimin subiu na cama, puxando o laptop para perto dele, a bile subindo na garganta, o som de teclas rápidas enchendo a sala.
História de Hoseok.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
Eu acho a situação de Jimin superficialmente fácil, mas no fundo e bem complicada e difícil. Desistir de um sonho, por causa de alguém que acabou de conhecer, mesmo que ame.
Digo isso porque passei por algo parecido. Desistir de uma coisa boba, por um namorado (que eu amava, ou achava que sim) depois de 4 meses juntos. E me arrependi muitooo, pois depois de mais 4 meses terminamos. Nem um, nem outro.
Jimin vai desistir de algo grande, por alguém que ele conheceu a 15 dias. Caramba gente, são 15 dias. É difícil. Mas eu acho que ele consegue. Será? Estamos bem perto de descobrir. 😉
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top