13. chapter thirteen
Jin parou em uma rua, desligado o motor do carro enquanto olhava para Hoseok.
– Não é tarde demais para desistir agora.
– Eu não me tornei seu braço direito recuando de nada. – Hoseok respondeu arrogantemente.
– Você tem certeza disso? – Jin perguntou, uma última vez: – Suas feridas ainda não estão completamente curadas.
– Eu tirei os pontos dias atrás, Jin!
– Você saiu do hospital ontem, Hobi!
– Estamos perdendo tempo. – Hoseok disse: – Vamos ou não?
Jin estendeu a mão para o porta-luvas, puxando uma faca e uma pequena arma.
– Faça a sua escolha.
– Eu sou uma puta sádica. – Hoseok falou com um sorriso, pegou a faca que estava embainhada em seu suporte e enfiou-a na meia, com cuidado.
– É o que Yoongi me disse, de qualquer maneira. – Murmurou Jin, embolsando a arma.
– Ele fala sobre a nossa vida sexual? – Hoseok perguntou.
– Me arrependo de aprender a falar e entender a língua. – Jin murmurou quando saiu do carro. - Eu realmente entendo.
– Espere, Jin! – Hoseok disse, saindo também: – O que ele disse sobre a nossa vida sexual? Porque, há uma coisa que eu realmente quero experimentar com ele, mas não tenho tanta certeza...
– Hobi! Eu pareço a pessoa que vai falar sobre isso?! – Jin perguntou.
– É verdade... – Hoseok disse, interrompendo: – Esta não é uma conversa destinada aos bottons.
– Bottom. – Jin ofegou: – Eu não sou do bottom!
– Sim, claro, e eu não tenho uma torção de daddy. – Hoseok zombou. – É hora de parar de mentir para nós, Jin.
– Eu quero que você saiba que Namjoon e eu...
– Shhh, Jin! Estamos em uma missão! Concentre-se! – Hoseok disse, com um brilho malicioso nos olhos enquanto caminhava na frente de Jin.
– Você está indo no caminho errado, imbecil!
– Isso foi o que ele disse. – Hoseok falou com um sorriso atrevido enquanto seguia atrás de Jin.
– Essa conversa não acabou!
– Você soa como Yoongi quando ele está sendo pirralho. – Comentou Hoseok.
– Eu não precisava saber disso.
– Oh, se essa conversa não acabar, é melhor você se acostumar.
Eles começaram a andar com Jin liderando o caminho, apenas com orientações vagas em sua cabeça sobre onde poderia estar esse ninho infestado de Hwan.
– Isso... Isso é sangue seco no chão? – Hoseok perguntou, olhando de soslaio para os respingos marrons escuros que manchava o pavimento cinza claro.
– Este é definitivamente o lugar. – Jin falou, olhando imediatamente a área.
– Vamos então. – Hoseok disse, caminhando em direção à entrada, mas Jin o puxou de volta.
– Seok.
– O que?
– Escute. – Disse Jin, a voz baixa e séria. Hoseok sabia que ele não estava brincando. Todas as piadas saíram imediatamente pela janela, como se um botão tivesse sido pressionado.
– O que é isso?
– Se alguma coisa acontecer, e eu quero dizer qualquer coisa... Você corre. Corra o mais rápido que puder e afaste-se deste lugar. – Jin disse, colocando as chaves na mão: – Não se preocupe comigo, ok? Apenas corra. – Hoseok ia protestar, mas Jin o interrompeu antes que ele pudesse. – É uma ordem. – Ele disse, com voz de aço, pingando autoridade.
Hoseok apertou o punho em volta das chaves, embolsando-as, percebendo como o porta-faca em sua meia coçava levemente o tornozelo a cada passo que dava ao entrar no bar, ao lado de Jin.
Música suave tocava enquanto o aroma de uísque duro e cigarros flutuava no ar. O bar era principalmente de madeira, iluminado mais do que normalmente, como se fosse noite. Hoseok podia ver as pessoas aqui, todas com suas tatuagens orgulhosamente exibidas, contas diferentes na coroa, algumas nem sequer com contas. E então havia Hoseok. A cobra deslizando ao redor da faca com as letras em negrito de KC no cabo da adaga, no antebraço dele, bem visível.
– Ora, ora, ora. – Uma voz ecoou, silenciando o bar imediatamente: – Se não é meu bom amigo, Kim Seokjin, com seu lacaio.
– Jaehwan. – Jin cumprimentou secamente.
– A que devo esse prazer? – Jaehwan disse, mais do que pediu, caminhando em direção a eles com um copo de uísque puro em uma mão e um cigarro meio fumado na outra.
Sua camisa branca estava enfiada em jeans rasgados, um cinto marrom que mantinha a coisa toda unida. Ele apagou o cigarro na madeira de uma das mesas, jogando-o descuidadosamente enquanto tomava um gole de sua bebida, a tatuagem da coroa totalmente projetada saindo de sua camisa branca, junto com o contorno fraco do crânio.
– Um amigo não pode vir e visitar? – Jin perguntou.
– Claro que você pode! Você é sempre bem-vindo aqui! – Jaehwan disse, agora em pé na frente deles.
Ele era mais baixo que Jin e Hoseok, mas se comportava de tal maneira que dava impressão de ser tão alto quanto eles. O que lhe faltava em altura, ele compensava seus músculos. Seus bíceps saíam da camisa branca, apertados demais, mostrando suas melhores características. Seu cabelo loiro estava separado para um lado, mechas de cabelo caindo sobre a testa, quase entrando em seus olhos, mas nunca alcançando.
– Então, o que posso conseguir para vocês dois? – Ele perguntou, tomando outro gole, um maior, de seu uísque.
– Estamos bem. Obrigado. – Jin disse secamente.
– O quê? Sem bebidas?
– Um pouco cedo, você não acha, Hwan? – Jin perguntou.
– Nunca é cedo demais para um bom uísque, Jin. – Disse ele. – Seu pai nunca te ensinou isso?
Jin respirou fundo, sua mandíbula imediatamente travando no lugar.
– Então, se você não está aqui para tomar uma bebida, por que exatamente você está aqui? – Jaehwan disse com um sorriso, sabendo que ele estava no controle. Afinal, eles estavam em seu território.
– Estou aqui para pedir que você fique de olho nos seus pequenos vira-latas. – Jin rosnou, sua paciência se esgotando, sofrendo um grande golpe pelo ataque a seus amigos depois daquele golpe sobre seu pai.
– E agora? – Ele perguntou, exasperado.
– Vamos apenas dizer que se mais um de seus pequenos vira-latas atacarem qualquer um, e eu quero dizer qualquer um, dos meus membros novamente... – Jin disse muito sério: – Vamos apenas dizer que eu ficarei enviando pedaços deles para você por muito tempo.
– Meu Deus, como Kim Seokjin mudou. – Disse Jaehwan. – Estou impressionado.
– Ainda temos um tratado, Hwan. – Jin lembrou: – Eu não posso ser o único a manter o acordo.
– Vou lhe dizer uma coisa, Jin. – Disse Jaehwan. – Vamos aumentar um pouco a aposta, sim?
– O que?
– Oh, vamos lá, você não pode estar falando sério, – Disse ele, – nenhum de nós está cumprindo o tratado, estamos?
– Eu sei que estou.
– Isso é besteira e você sabe disso. – Jaehwan falou: – Não me faça lembrá-lo das drogas que você vendeu no meu território e do fato de você estar furtando meus membros.
– Eu não fiz merda nenhuma, Hwan! – Jin gritou.
– Diga isso aos vinte novos recrutas que você recebeu três meses atrás e aos milhões que eu poderia ter conseguido com essas vendas de drogas, Kim!
– Não é minha culpa que sua gangue seja uma merda e eles escolheram a mim ou que minhas drogas sejam mais puras que a sua, imbecil. – Jin disse entre dentes.
– Vamos resolver isso de uma vez por todas, então. Um dos seus homens, contra um dos meus. Noite de luta. Daqui a três semanas. – Jaehwan disse.
– No que iremos apostar?
– O tratado acaba e o vencedor ganha tudo. – Jaehwan disse, com um brilho nos olhos.
– Tudo o que?
– A gangue, os membros, o dinheiro, as drogas... Tudo.
– De jeito nenhum! – Jin gritou.
– Com medo de perder, Kim? – Ele provocou.
– O tratado eixou de funcionar a muito tempo e nós dois sabemos disso, Hwan. – Jin rosnou.
– Apostamos nas gangues então. – Ele disse: – Se você vencer, você recebe meu império, e se eu ganhar, eu recebo o seu.
– Jin não ach... – Hoseok murmurou ao lado dele.
– Nós precisamos de regras. – Jin falou, considerando as opções.
– Você realmente é o filho do seu pai... – Jaehwan murmurou.
– Gostaria de poder dizer o mesmo, bastardo. – Jin cuspiu, veneno pingando de suas palavras.
– Quais são suas regras então? – Ele perguntou, ignorando esse comentário.
– Número um: Nada de jogo sujo.
– Feito. – Jaehwan disse.
– Número dois: Eu cito a hora e o local da luta.
– Três: Sem pátria. – Jaehwan disse imediatamente.
– Isso vale para você também! – Jin avisou.
– Quatro: Jogamos três rodadas. – Jaehwan disse.
– Cinco: A partir de agora, até a luta, o tratado está em andamento. Isso significa paz entre as nossas gangues e isso vale para seus vira-latas imundos também. Se qualquer um dos meus membros se machucar, esta coisa toda acabará. – Jin disse.
– Considere isso feito. – Jaehwan disse, estendendo a mão: – Combinado?
– Combinado.
– É sempre um prazer fazer negócios com você, Kim. – Jaehwan disse com um sorriso.
Jin cutucou Hoseok levemente, dizendo a ele que era hora de partir.
– Ah, Jin?
– O que agora?
– Você pode dar uma olhada no evento principal de amanhã contra seu garoto JK. – Brincou ele. – Pense na luta como um pequeno teaser sobre o que está por vir.
Jin rosnou, as mãos cerrando os punhos ao lado do corpo, enquanto ele puxava a porta com tanta força que quase saiu das dobradiças, fechando com um baque.
Jaehwan sorriu vitoriosamente, tragando o resto do líquido âmbar, a queimadura tão deliciosa na garganta.
– Você estava certo.
– Estou certo sobre muitas coisas. – Disse ele, colocando o copo agora vazio no balcão do bar. – Foi assim que me tornei chefe da gangue.
– Eu quis dizer que você estava certo sobre Jin vir aqui. – Disse Kang, seu braço direito.
– Sim, bem, o que você esperava quando contratou alguém como o Archer para atacar sua gangue e, principalmente, o braço direito. – Disse Jaehwan com um suspiro.
– Você não queria ferir o JK?
– Qualquer um deles teria funcionado, não importava para mim, contanto que fosse alguém próximo a eles. – Ele falou, ignorando o comentário. –Falando nisso, você descobriu algo sobre a quadrilha? Algum ponto fraco? Algum calcanhar de Aquiles?
– Quatro dos membros disseram que JK os espancou ontem à noite.
– O que? Por que?
– Ele estava protegendo alguém, aparentemente. – Disse Kang com um encolher de ombros. – Não consegui tirar muito proveito deles, considerando a quantidade de álcool que eles tomaram.
– Descubra o máximo possível. – Jaehwan falou. – Eu quero que eles se ajoelhem, implorando para eu parar.
[...]
Jimin estava sentado ao lado de Jungkook na arquibancada, em frente a Yoongi, que estava empoleirado na beira da pista de boxe, esperando em silêncio.
– O que você está fazendo aqui? – Jimin perguntou, cautelosamente, quebrando o silêncio, não querendo dizer a coisa errada.
– Hobi nos enviou uma mensagem para estar na academia. – Respondeu Yoongi.
– Soou sério. – Jungkook acrescentou, recostando-se na madeira: – Ele nem usou nenhum emoji.
– Eu, uhh... – Jimin gaguejou. – eu não acho que deveria estar aqui. Parece uma reunião de gangue e eu não...
– Você pode não fazer parte da gangue, mas isso não significa que você seja menos família do que qualquer um de nós. – Disse Yoongi, tentando parecer indiferente, mas o significado por trás de suas palavras era claro.
E era em momentos como este que Jimin sentia mais culpa do que deveria. Era para ser apenas um trabalho secreto, mas ele se apegou tão rapidamente às pessoas nesta sala. Mais do que ele queria admitir. Pior, ele não queria admitir que havia sentido algo por Jungkook. Toda vez que ele olhava para o homem de cabelos negros, sua pele ansiava por ser tocada, seus olhos desciam automaticamente para seus lábios e ele não queria nada além de sentir os lábios macios e carnudos nos dele. Ele queria que cada centímetro de sua pele queimasse, machucasse, fosse tocado apenas pelo boxeador. Mas era mais do que apenas atração física. E foi isso que mais assustou Jimin.
O fato de Jungkook confiar nele. O boxeador confiava nele o suficiente para se abrir, para estar perto sempre que ele precisasse, para derrubar algumas das paredes que ele tinha na primeira vez que Jimin o viu. Jungkook confiava nele o suficiente para deixá-lo entrar em sua casa e protegê-lo do que quer que estivesse escondido nas ruas. O boxeador confiou nele o suficiente para lhe contar sobre a gangue, mesmo sabendo que não deveria.
Jungkook confiava em Jimin e Jimin já havia quebrado essa confiança. Desde o primeiro momento em que entrou na academia.
Jungkook e Yoongi estavam alheios à guerra interna pela qual Jimin estava passando, optando por supor o por que Hoseok havia enviado essa mensagem.
– O que você acha que é isso? – Jungkook perguntou, inclinando-se para a frente, curioso.
– Eles foram para Jaehwan. – Yoongi falou. – Você acha que algo aconteceu?
– Não poderia ter sido nada ruim. – Disse Jungkook. – Se fosse, Hobi teria pedido apoio imediatamente.
– E se... – Yoongi começou a dizer, mas foi cortado por pneus estridente, seguidos por uma batida forte de uma porta.
– São eles. – Jungkook disse, esperando o som das portas da frente ranger indicando que eles haviam chegado. Mas, em vez disso, eles foram recebidos por um grito alto e estrondoso.
– Alguém dê alguma porra de bom senso para ele! – Hoseok gritou, sua voz alta ecoando nas paredes enquanto ele empurrava as portas com toda a sua força, fazendo-a estalar, quase caindo das dobradiças.
Jin ficou quieto enquanto seguia atrás de Hoseok a uma pequena distância, dando-lhe algum espaço.
– Hobi! – Yoongi chamou, uma mistura de surpresa e descrença em sua voz.
Jimin não poderia estar mais chocado. Este Hoseok na frente dele estava a 180 graus do que ele viu na noite passada. O Hobi da noite passada era uma presença brilhante no ginásio escuro, iluminando todo o lugar com um simples sorriso. Mas o Hobi de agora... Ele era assustador. Sua mandíbula estava esticada, fogo queimando em seus olhos, punhos cerrados com tanta força ao seu lado que Jimin tinha certeza de que havia marcas impressas em suas mãos.
Jimin não percebeu como ele inconscientemente mudou para Jungkook, o coração batendo mais rápido no peito. Ele não percebeu até sentir a mão quente de Jungkook em sua coxa, dando-lhe um tapinha tranquilizador, como se dissesse que não importava o quão bravo Hoseok estivesse, eles estavam seguros neste ginásio. Eles ainda estavam seguros. Hoseok nunca os machucaria porque a família não se machuca.
– Hobi. – Yoongi falou, levantando-se e caminhando lentamente em sua direção. – O que aconteceu?
– Pergunte a ele! – Hoseok gritou, apontando acusadoramente furioso para Jin que ficou lá, calmamente, sem dizer uma palavra.
Eles se viraram para o líder, esperando por respostas.
– Então? – Jungkook solicitou.
– Eu me encontrei com Jaehwan. – Jin disse.
– E?
– E chegamos a um acordo. – Jin falou calmamente.
– Acordo?! – Hoseok gritou em descrença, zombando: – Um acordo é a coisa mais distante que você...
– Hobi. – Yoongi interrompeu, lançando-lhe um olhar: – Deixe Jin falar. Podemos discutir isso mais tarde.
– Vá em frente, Jin! Diga a eles o que você fez! – Hoseok disse, ignorando Yoongi, zangado demais para pensar direito.
– Jaehwan e eu concordamos que o tratado era basicamente inútil, já que nenhum de nós, principalmente ele, estava cumprindo nossa parte. Então, chegamos a uma... solução. – Explicou Jin. – Dissemos que teríamos uma noite de luta, daqui a três semanas.
– Diga a eles o que está em jogo. – Hoseok exigiu: – Diga a eles com o que você concordou.
– Se eu ganhar, recebo o clã Hwan. Todo seu império. – Jin disse, observando seus olhos se arregalarem enquanto eles entendiam completamente.
Todos, menos um.
– O que acontece se você perder? – Jimin perguntou, humildemente.
– Jaehwan pega o clã Kim, não é? – Jungkook respondeu: – Todo o império.
Jin assentiu.
– Você entende por que estou tão irritado agora?! – Hoseok disse.
– Jin... – Foi tudo o que Yoongi conseguiu dizer.
– Porém, existem termos. – Jin explicou. – Coisas que podem ajudar.
– Oh, por favor! – Hoseok zombou: – Se Jaehwan não conseguia cumprir os termos do tratado, o que faz você pensar que ele honraria suas regras estúpidas.
– Você estava lá, não estava? Você viu o quanto o Kim Clan significava para ele. Você sabe tão bem quanto eu que, se ele chega perto de quebrar os termos, essa coisa toda está acabada! – Jin rebateu, paciência se esgotando.
– Quais são os termos? – Yoongi perguntou.
– Sem jogo sujo. Sem pátria. Três raud. Eu escolho a hora e o local, mas deve ser em três semanas. – Listou Jin. – E de agora em diante, até a luta, o tratado deve ser rigorosamente seguido.
– Então estamos seguros? – Jimin perguntou.
– Não exatamente. – Respondeu Jungkook. – Os termos do tratado vinculam apenas o Kim Clan e o Hwan Clan.
– Foi isso que não expliquei. – Disse Jin.
– O que isso significa? – Jimin perguntou, sem entender.
– Pense nos líderes de gangues como advogados, espertos e sempre procurando brechas para atacar. – Jungkook explicou.
– Só porque eles não podem causar problemas, não significa que eles não façam com que outras pessoas causem problemas. – Disse Yoongi.
Hoseok balançou a cabeça, ainda incrédulo.
– Por que você fez isso, Jin?
– Você estava lá! Você viu do que ele era capaz! – Jin gritou: – Você quase morreu, Hobi! Foi um ataque a nossa gangue e se eu não posso protegê-lo...
– Eu posso me proteger!
– Diga isso para a facada no seu maldito torso! – Jin gritou, o peito arfando pela pura quantidade de emoção. Sua voz ecoou de volta para uma academia silenciosa. Com um suspiro trêmulo, Jin falou mais suavemente agora: – Se eu não posso proteger minha família, não mereço ser um líder...
– E você acha que dar a ele a gangue está nos protegendo? – Hoseok disse.
– Acho que lutar por nós estará nos protegendo.
– Não há sentido em brigar agora. Um acordo é um acordo. – Jungkook disse, levantando-se e caminhando em direção aos três garotos, deixando Jimin sentado sozinho: – A noite da luta é daqui a três semanas. A melhor coisa que podemos fazer agora é treinar, treinar e treinar. Não vamos perder.
– Há algo mais. – Jin acrescentou, estremecendo.
– O que?
– Há uma luta amanhã. – Disse Jin. – E você estará enfrentando um dos homens de Jaehwan.
– Ele chamou de briga de provadores. Um teaser do que virá. – Elaborou Hoseok.
– Então eu vou lutar. – Jungkook disse como se fosse a coisa mais óbvia.
– Kook, eu não acho...
– Estarei lutando. Fim da discussão. – Jungkook disse, cruzando os braços sobre o peito enquanto se inclinava contra o poste.
Yoongi olhou para Hoseok, que estava prestes a explodir em qualquer momento. Hoseok não ficava bravo com muita frequência. Era uma rara ocasião. Muito rara. Mas quando ele o fazia, normalmente levava um tempo incrivelmente longo para se acalmar. E agora não era um bom momento para que Hobi pudesse liberar sua raiva. Especialmente com os pontos recém tirado. Um Hoseok zangado era um Hoseok assustador, e apenas um punhado de pessoas conseguia acalmá-lo.
– Ok, vamos todos tirar um momento, – disse Yoongi, – o que quer que tenha acontecido, aconteceu. E agora tudo o que podemos fazer é lidar com isso.
Jimin assistiu silenciosamente das arquibancadas.
Ele observou Hoseok enfurecido, tentando conter sua raiva; a personalidade brilhante há muito tempo desaparecida. A felicidade foi substituída por uma aura escura e vermelha ao seu redor.
Ele viu Yoongi agindo como mediador no cenário, levando em consideração os sentimentos de todos, tentando acalmar a situação.
Ele assistiu Jungkook tentando agir sem medo; como ele 'se ofereceu' para a luta enquanto já sabia que era com ele que todos estavam contando. Jimin o conhecia bem o suficiente para saber que a única razão pela qual o boxeador se ofereceu foi em benefício dos outros meninos. Jungkook sabia que nenhum deles queriam tomar a decisão por ele, mas eles também sabiam que Jungkook era o melhor dos melhores. Afinal, ele era o JK imbatível. Eles precisavam dele e ele não queria decepcioná-los. Jungkook nunca iria admitir, mas ele se importava com eles mais do que deixa transparecer.
Ele observou Jin ficar em silêncio, deixando todos eles processarem suas próprias emoções. Jimin respeitava Jin neste momento. Ele respeitava a maneira como Jin se importava o suficiente com eles para não afirmar seu domínio como líder de gangue agora. Ele respeitava o fato de Jin nunca levantar a voz, apesar de Hoseok estar rasgando nele. Jin parecia calmo. Se ele estava ou não, Jimin não sabia, mas a aura e o fato dele estar ou parecer tranquilo no meio do que Jimin só poderia chamar de uma tempestade de merda, realmente o impressionou.
Apesar dos gritos e discussões, Jimin percebeu que era uma família. Uma família de verdade. Um lugar onde as opiniões eram respeitadas e as opiniões diferentes eram ouvidas. Este era um lugar de conforto, onde ninguém era julgado. As opiniões podem diferir e diferentes abordagens podem ser adotadas, mas no final do dia, todos eram ouvidos e todos eram respeitados. Isto era uma família. Isto é uma família.
– Olha, não podemos mudar o que aconteceu, mas podemos controlar o que vamos fazer sobre isso. – Disse Yoongi, parado no meio da sala, olhando em volta: – Temos que apresentar um plano.
– Eu não acho que nenhum de nós esteja no bom juízo para fazer isso agora. – Jin falou. – Falaremos sobre isso quando todos nos acalmarmos.
Hoseok apenas balançou a cabeça, com a língua na bochecha enquanto saía pela porta dos fundos.
– Jin... – Yoongi disse, parando.
– Vou voltar mais tarde. – Jin falou, olhando para seu telefone zumbido. – Eu tenho que atender.
Yoongi olhou para Jimin e Jungkook com as mãos nos quadris enquanto observava Jin sair com um estalo da porta e telefone no ouvido.
– O que você acha? – Ele perguntou.
– Eu acho que tenho que treinar. – Respondeu Jungkook, parecendo calmo.
– Você está bem em lutar?
– Eu não sou chamado imbatível por nada, Yoongi. – Jungkook respondeu.
– E se você? – Yoongi perguntou, virando-se para Jimin.
– Eu?
– Sim. O que você acha?
– Eu não sei. – Respondeu Jimin.
– Nenhuma opinião?
– Acho que não tenho fatos e antecedentes suficientes para tomar uma decisão informada e opinativa. – Jimin respondeu.
– Eu sei que você conhece a gangue, Jimin. – Disse Yoongi. – Tudo bem em me dizer o que você pensa.
– Não tenho medo de lhe dizer o que penso. – Disse Jimin. – Eu simplesmente não acho que tenho o suficiente sobre o clã Hwan ou até a gangue de Jin para dizer qualquer coisa. Eu não sei sobre o tratado. Eu simplesmente não posso fazer um comentário sem todos os fatos.
– Você faz parte da família agora, Jimin. -– Disse Yoongi. – E isso significa que quando estiver pronto, você poderá saber tudo e o que quiser. Confiamos em você.
Lá estava novamente. Essa culpa.
Jimin sorriu para Yoongi, tentando ignorar a maneira de merda que ele sentia sobre si mesmo. Gangue ou não gangue, isso era uma família. Uma família construída com base na confiança. E Jimin estava quebrando essa confiança toda vez que pisava lá.
– Obrigado, Yoongi. – Era tudo o que Jimin podia dizer, a bile subindo na garganta, mas ele a subjugou.
– Oh, e Jimin. – Disse Yoongi, parando no meio do caminho enquanto entrava em seu escritório.
– Sim?
– Eu ouvi sobre o que aconteceu com você e a gangue rival. – Disse ele. – Me desculpe por ter acontecido com você. Quero que saiba que a academia está sempre aberta, não importa a que horas do dia, ok? Você estará seguro aqui. Você conhece as senhas e onde as chaves são guardadas. Venha quando quiser.
– Obrigado. – Jimin falou, olhos arregalados com sinceridade.
– Eu estarei no meu escritório. – Yoongi disse a ninguém em particular quando ele entrou, acendendo a luz e fechando a porta atrás de si.
Era como se Jungkook estivesse apenas esperando a porta fechar antes de cair no poste, sua fachada de imbatível caindo imediatamente.
– Alguém não deveria falar com Hoseok? – Jimin perguntou, olhando para a porta dos fundos e não para Jungkook.
– Hobi não fica bravo com muita frequência, mas quando o faz, é melhor deixá-lo em paz por um tempo enquanto ele resolve suas emoções. – Jungkook respondeu, sentado na beira do ringue de boxe.
Jimin se levantou, caminhando em direção ao boxeador e sentou-se ao lado dele.
– Você está bem? – Ele perguntou.
– Sim.
– Então essa luta... – Jimin disse, parando.
– O que tem isso?
– Deve haver muita pressão.
– Eu posso lidar com a pressão. – Respondeu Jungkook.
– Ninguém disse que você não podia. – Jimin disse, olhando para ele. – O JK imbatível... Esse é um título e tanto para carregar.
Jungkook apenas olhou para ele, sem palavras, olhos em branco, rosto estóico.
– É estranho, não é? – Jimin disse: – Que imbatível é tanto um fardo quanto uma insígnia de orgulho? Por um lado, você pode dizer que é o grande JK imbatível, aquele que ninguém pôde derrotar, mas por outro lado, a luta para ter que manter esse título... A quantidade de horas que gasta no treinamento, o fato das pessoas estarem constantemente desafiando você querendo ser a única pessoa que poderia derrubar esse JK imbatível...
– Qual é o seu ponto, Jimin? – Jungkook perguntou com um suspiro.
– O que quero dizer é que, espero que você saiba que, mesmo se você perder uma luta, não será o fim do mundo. Eu sei que você acha que todas essas pessoas, especialmente Yoongi, Hoseok e Jin, estão contando com você e sei que você pensa que é a única pessoa que pode lutar essa luta por eles. Mas preciso que saiba que, mesmo que não queira lutar, eles ainda te amarão. – Jimin disse a ele com um pequeno sorriso: – Independente do que acontecer, eles sempre estarão lá para você. E eles sabem que você também estará lá por eles.
Jimin pulou da beira do ringue, sorrindo suavemente para Jungkook, que não conseguia tirar os olhos dele.
– Vejo você mais tarde, Kookie. – Jimin disse, com um sorriso carinhoso em seu rosto. – Esta lista que Yoongi me deu não vai terminar sozinha.
Jungkook assentiu, incapaz de falar, hipnotizado com o quão afinado Jimin estava com suas emoções, apesar de conhecê-lo por apenas um curto período de tempo. Ele observou Jimin passar a mão pelos cabelos macios de chiclete enquanto saía da academia e continuou olhando para a porta como se quisesse que o garoto voltasse.
– Kook! Você pode vir aqui por um segundo? – Ele ouviu Yoongi gritar de seu escritório.
Jungkook mordeu o lábio inferior, enquanto caminhava em direção ao escritório de Yoongi, entrando sem dizer uma palavra, sentando-se no assento, tão pensativo que nem notou Yoongi olhando para ele com uma sobrancelha levantada.
– Você está bem, garoto? – Yoongi perguntou, óculos na ponta do nariz com papéis espalhados na frente dele, notando o olhar no rosto do mais novo. Em momentos como esse, Yoongi esquecia que Jungkook era um boxeador e fazia parte de uma gangue. Em momentos como esse, Jungkook parecia um garoto normal, como uma criança com os olhos arregalados e o nariz abotoado.
– Sim! – Jungkook respondeu com um olhar distante.
– Precisamos conversar sobre algo. – Yoongi falou.
– O que?
Yoongi tirou os óculos, colocando em cima de alguns papéis:
– Eu pensei que não nada um do outro.
– Nós não escondemos.
– Então por que eu não sabia sobre a informação que Jin lhe deu para seguir. – Disse Yoongi, um leve tom acusatório em sua voz.
Jungkook suspirou:
– Yoon, você estava ocupado com Hobi e o hospital e eu não queria que você tivesse outra coisa com que se preocupar; especialmente com a quantidade que você já tem no seu prato.
Yoongi suspirou, sabendo bem o que o garoto mais novo queria dizer.
– Kook, eu não quero que você se preocupe com o que está no meu prato ou não. Eu estive lá para você desde que você era criança, e eu vou está aqui quando você estiver velhinho.
– Você estará morto, Yoongi. – Brincou Jungkook, um sorriso se formando em seu rosto.
– Cale a boca, pirralho! – Yoongi disse: – Estou tentando ser sentimental.
– Eu sei o que você quer dizer. – Jungkook falou. – Que eu deveria lhe contar tudo, não importa o quê.
– Sim, você deveria. – Yoongi disse a ele.
– Eu não vou esconder mais nada de você. – Disse Jungkook.
– Boa, garoto. – Yoongi disse com um aceno de cabeça, pegando os óculos e deslizando-o no rosto enquanto se preparava para voltar ao trabalho.
Jungkook ficou sentado lá com o mesmo olhar distante.
– Você está bem, garoto? – Yoongi perguntou.
– Sim. – Jungkook disse, profundamente pensativo.
Yoongi queria perguntar, mas sabia melhor que ninguém que se Jungkook realmente quisesse se abrir, ele faria. Ele não o pressionou durante todos esses anos e não ia começar agora. Jungkook mantinha suas emoções trancadas em um cofre de aço, apenas ele conhecendo a senha. Então, Yoongi ficou quieto e continuou a fazer seu trabalho, ocasionalmente olhando para Jungkook, que tinha uma pequena carranca no rosto, como se estivesse aceitando algo.
– Ei, Yoongi. – Disse Jungkook, finalmente quebrando o silêncio.
– Hmm? – Ele cantarolou em resposta, os olhos não deixando sua papelada.
– Você se lembra do jogo que costumávamos jogar, onde cada um de nós fazia uma pergunta, obtinha respostas honestas e não havia perguntas de acompanhamento? – Jungkook perguntou, palavras caindo rapidamente de sua boca.
– O que? Não! – Yoongi disse, balançando a cabeça, olhando para Jungkook interrogativamente: – Nós nunca jogamos isso antes!
– Oh... – Jungkook disse, fazendo uma pausa, antes de dizer rapidamente: – Então, eu tenho um jogo que podemos jogar! Aqui estão as regras: Nós...
– Entendi! – Yoongi disse, revirando os olhos: – Pergunta. Resposta honesta. Sem perguntas de acompanhamento.
– Ótimo, então eu não tenho que explicar as regras. – Disse Jungkook, – Eu irei primeiro!
Yoongi suspirou, mas assentiu, largando a caneta, deixando o mais novo fazer qualquer pergunta que ele quisesse.
– Como você sabia que gostava do Hoseok? – Jungkook perguntou, a voz baixa, quase como se estivesse com medo de ouvir a resposta.
– Bem. – Disse Yoongi, tentando não demonstrar surpresa com a pergunta: – Começou pequeno. Como por exemplo, eu sorria toda vez que ele entrava na sala. Ou como, quando ele saía, eu olhava para a porta, esperando ele voltar. Era mais do que apenas atração física. Claro, Hoseok é lindo, mas havia algo nele que eu simplesmente... amava. Como por exemplo, o jeito que ele podia iluminar a sala apenas por estar nela e como ele me fez sentir. Ele era leve e engraçado. Ele era tudo o que eu queria, mas que nunca soube que precisava até ele aparecer. Eu nunca havia me sentido assim com ninguém antes de Hoseok e até agora, o a única pessoa que consegue fazer meu coração bater muito, muito rápido, é ele.
Jungkook estava congelado. Tudo o que Yoongi estava dizendo estava relacionado a ele. Jimin era leve. Jimin o faz sorrir. Jimin faz ele se sentir como ninguém nunca fez. Em todos os seus anos de vida, ninguém nunca fez sua pele queimar ou ansiar por toques suaves e delicados, como aconteceu com Jimin. O garoto de cabelo rosa era lindo, com certeza, mas era muito mais do que isso. Com Jimin Jungkook não precisava fingir ser alguém que não era. Ele não era apenas esse boxeador violento e imbatível. Ele era muito mais, e Jimin viu isso. Jimin podia vê-lo mesmo quando ele estava fingindo. Era assim que toda a raiva desaparecia sempre que ele estava com Jimin.
Jungkook gostava dele. Ele realmente gostava muito de Jimin
E isso o assustou.
– Ok, minha vez. – Disse Yoongi, tirando-o de seus pensamentos.
– Opa! O tempo acabou! – Jungkook disse, pulando da cadeira e correndo para a porta. – Talvez da próxima vez!
– Pirralho. – Yoongi murmurou, um sorriso carinhoso em seu rosto enquanto pegava a caneta.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Amo quando o Yoongi chama Jungkook de pirralho. Acho fofo. O que vocês acharam da atitude do Jin? Acham que ele tomou a decisão certa ou não? E Jaehwan, vai mesmo cumprir com o acordo e deixar o clã Kim em paz? Vamos descobrir....
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