Capítulo 50
Ouçam a música
que está na mídia ❤
Negan saltou para o assento do motorista e bateu a porta fechada, fazendo eu me encolher ligeiramente. Eu tinha meus braços bem cruzados sobre meu peito e estava olhando para linha escura de árvores do lado de fora quando ele começou a dirigir.
Fomos embora, deixando o corpo mutilado de Gregory para trás. Negan cumpriu o que disse, não houve luta hoje. Mas ele deixou claro que voltaria.
O barulho baixo do motor era o único som no carro. A lua cheia era o único ponto brilhante no céu. Eu ainda não consegui assimilar a cena de mais cedo, o jeito como ele matou aquele homem. Frio. Cruel. Como se ele já não tivesse feito o suficiente, o doce silêncio não durou. Incapaz de manter a boca fechada por mais tempo, ele falou.
— Se você não tivesse fugido, nada disso teria acontecido.
Ele fez uma pausa para medir minha reação e seu rosto se tornou impaciente enquanto eu não falava nada.
— Você vai apenas ficar mal humorada olhando pela janela como uma adolescente até chegarmos? — Negan disse em tom indignado. Havia uma ponta humorística em sua voz que apenas amplificavam a atmosfera desconfortável.
Um andador passou pela janela e desapareceu em um segundo. Eu não respondi. Ele não merecia conversa.
Ele bateu os dedos no volante, como se estivesse pensando. Eu poderia praticamente ouvir seu cérebro. Senti um calor subir ao meu rosto, eu estava com raiva dele. Me virei para encarar a janela.
— Tudo bem. Conversamos quando chegarmos em casa — ele começou a dizer em um tom solene antes que eu o interrompesse.
— Onde quer que você esteja me levando, não é minha casa — eu disse em breve, me virando para encará-lo pela primeira vez. Vi um lampejo de aborrecimento em seu rosto, mas ele rapidamente o mascarou e balançou a cabeça ligeiramente.
— Levar o garoto era a única maneira de te tirar de lá sem matar todos — ele começou, se referindo a Jasper — Você devia estar grata.
— Matar Gregory também? — eu respondi, com uma frieza na minha voz que era difícil de esconder.
— Fiz um favor matando Judas — Negan disse como se justificasse.
Nenhuma outra palavra foi trocada até chegarmos. Eu estava preparada para qualquer coisa quando entramos no Santuário, mas Negan começou a subir comigo.
— Jasper está bem — disse quando passei por Lauren no corredor. Negan manteve a mão nas minhas costas, apenas me indicando para seguir em frente.
Ela estava com os olhos vermelhos, e eu imagino que ela viu o estado de Jasper. Nos seu lugar, eu também estaria pensando no pior. Mas ele estava bem e seguro.
Quando entramos, a primeira coisa que eu vi foi a marca do sangue piso da sala. Mesmo com o chão limpo, a marca ainda estava ali.
— Vou te dar a chance de sair disso — Negan diz, sua voz tomando conta do ambiente — Me diga quem te ajudou.
— Eu não me importo. Faça o que quiser.
Eu estava a ponto de surtar. Entrei no quarto, querendo me livrar do seu olhar inquisidor, em vão, porque ele veio atrás de mim e me virou, me fazendo encará-lo.
— Quem ajudou você? — ele perguntou. Não havia raiva no seu rosto, só desespero. Era gritante e doía dentro de mim.
Eu não respondi, nunca falaria que foi Dwight, não importa o que ele fizesse. Puxei meu braço para longe, me afastando dele.
Negan se aproximou de mim, as botas fazendo barulho no piso de madeira. Eu colei minhas costas na parede.
— Apenas me diga o que eu quero saber e tudo isso acaba — ele ronrona, seus olhos castanhos procurando em meu rosto qualquer sinal de submissão.
Invocando toda a minha coragem, estreitei os olhos para ele e cuspi em seus pés.
— Faça do seu jeito.
Aquele olhar assustador me fitava, eu tremia por dentro e encostava meu corpo junto a parede como se de alguma forma pudesse ultrapassar e escapar dali. Ele passou a mão no rosto, desconcertado.
— Diga como saiu daqui.
— Eu fugi sozinha. Ateei fogo no galpão e enquanto todos corriam para lá, eu tirei Bellamy pelos fundos. A sua logística de deixar as chaves dentro dos carros foi contra você dessa vez.
Ele riu e deu alguns passos para longe, me deixando respirar.
— É uma boa história. Eu acreditaria porque você é inteligente pra caralho para fazer isso. Mas não explica como você matou o cara que eu deixei te vigiando.
— Cortei a garganta dele. Acho que você deve ter percebido — a lembrança de Dwight o matando veio na minha cabeça. Você não vai mais voltar aqui, então ele não vai descobrir que foi eu. Foi o que Dwight disse. Parece que ele estava errado, e eu também.
— Para com essa merda — Negam avisou, estreitando os olhos para mim — Eu quero saber quem te ajudou.
— Ninguém me ajudou. Se alguém daqui tivesse me ajudado, eu faria questão de contar para você ver o quão patético é você achar que tem controle sobre tudo.
Nunca entregaria Dwight. Pelo jeito Negan acreditou, ou desistiu de querer saber, achando que logo descobriria. Isso até ele abrir a boca.
— Eu posso te fazer falar. Não me obrigue a isso — ele ameaçou.
— Vá em frente — disse com a voz elevada, enquanto engolia o choro — O que você vai escolher? Esse bastão estúpido ou o ferro? Talvez você me espanque até quebrar todas as minhas costelas.
Deslizei pela parede até o chão e passei as mãos no cabelo. Porque as coisas não voltavam ao normal? Porque simplesmente não se resolviam? Negan se agachou na minha frene, e eu fiquei encarado suas botas.
— Eu adoro isso. Você parece frágil, mas é dura como pedra — sua pausa fez eu o encará-lo tudo o que eu não queria — Mas você precisa entender uma coisa. Eu sou mais forte — ele se levantou, limpando as mãos na calça.
Não me importava com o que fosse acontecer comigo. Pelo menos Jasper e Bellamy estavam seguros. Bellamy. Me lembrei do que ele disse quando estava delirando eu queria fugiria com você.
E se ele tivesse me dito, e se eu tivesse ido com ele? As coisas teriam sido diferentes, não completamente, essa guerra estaria acontecendo, mas nós estaríamos longe disso. Eu não teria visto tanto sangue, não estaria sofrendo por Negan.
— Eu devia ter fugido com ele — murmurei para mim mesma.
— Você fugiu — Negan respondeu, andando para perto da cama.
— Não. Eu devia ter fugido com Bellamy no dia que ele me beijou. Eu podia ter sido feliz longe daqui. Longe de você — passei as costas da mão em meus olhos, impedindo as lágrimas de caírem. Já bastava eu estar desmoronando por dentro.
Negan estreitou os lábios. Eu nunca sonhei em contar isso para ele porque não queria o magoar — e não queria que ele machucasse Bellamy. Mas ele não se importava em estar me magoando, me machucando a cada palavra.
— Agora ele está morto e você está aqui — a voz de Negan bateu como uma pedra.
— Porque você iria matar Jasper. Esse é o único jeito de você ter alguém. Obrigando as pessoas a ficarem com você, seu filho da puta sádico — as palavras saíram da minha boca como veneno.
Negan olhou para mim como se estivesse tentando resolver um quebra-cabeça.
— Nunca te obriguei a ficar comigo. Você estava comigo por que queria. Por que estava feliz.
— Feliz? Pisando em ovos porque eu tinha medo de você acordar e machucar alguém só porque a pessoa me deu bom dia? — eu balancei a cabeça — Tudo isso... tudo isso foi uma mentira todo esse tempo.
Eu não queria mais sentir, eu queria que parasse de doer. Se fosse preciso mentir para mim mesma eu mentiria, mentiria até acreditar.
— Eu espero que Rick exploda esse lugar e mate todos que tem a mesma mente doente que a sua. Eu não me importo em morrer. Não tenho mais nada a perder. Minha vida acabou no dia que eu te conheci.
O olhar de mágoa que se espalhava por seu rosto diante dessas palavras era pesado.
— Eu tenho todas essas pessoas. Você realmente acha que se eu quisesse, eu já não teria terminado com isso? Só não fiz porque eu quero que esses fodidos continuem trabalhando para mim — sua fala era de uma calma fria.
— Você tem todas essas pessoas agora, mas você vai terminar sozinho.
— Não quebre meu coração desse jeito, boneca — ele riu, mas não era aquele humor de sempre. Ele estava tão ruim quanto eu, mas não queria demonstrar.
— Eu pensei que eu pudesse consertar você. Mas não tem nada para consertar, por que você é assim. Vazio. Eu queria te ajudar, te salvar de si mesmo, mas a única coisa que aconteceu foi eu me destruir junto com você — o nó na minha garganta não permitiu que eu dissesse mais nada. Negan ficou parado, não disse nada, só estava ali.
— Ainda bem que ela morreu. Ainda bem que ela não viu o monstro que você se transformou.
Ele espalmou a mão contra a madeira da porta, encostando o rosto no braço. Eu não devia falar da sua mulher morta, ela não estava mais aqui e Negan se tornou assim por perdê-la, mas eu estava tão machucada, tão indignada com tudo isso que queria feri-lo como ele me feriu.
O homem por quem eu me apaixonei era aquele carinhoso e bom. Mas quem ele realmente era não era isso. Ele não era bom e nunca seria.
— O que me diferencia do Rick? — ele pergunta, agora me olhando — Eu ter matado ele com a cabeça esmagada? Se eu tivesse atirado na cabeça dele, eu seria mais digno pra você?
— Você é a porra de uma hipócrita, Emma. Uma maldita hipócrita do caralho — ele gritou, e eu dei um pulo pela surpresa — O Rick e todos do seu antigo grupo são assassinos, assim como eu, assim como você.
Eu havia matado pessoas, eu sabia disso, mas eu não apreciava isso.
— Sabe qual é diferença? Você gosta. Você gosta de matar, gosta da violência. Eu amei quem eu achei que você poderia ser, não isso que você é.
Negan abriu a boca e tentou em vão dizer algo, mas nada veio, ficando mudo. Não desviei o olhar dele, minha raiva agora substituída por pena.
— Como você está? — eu finalmente disse depois de um minuto de silêncio.
Negan foi tomado de surpresa. Ele abriu e fechou a boca. Ele a abriu de novo, engolindo em seco.
— Do que você está falando?
— Todas as pessoas que você matou. Como você faz para viver com isso?
Minhas palavras bateram duro. Seu rosto endureceu e seu eterno sorriso zombador se endureceu. Ele pôs uma mão em sua barba e depois em seu rosto cansado. Meus olhos não tinham saído dele.
— Por que você quer saber? — sua voz se quebrou, mas ele rapidamente a corrigiu para encobrir suas emoções — De qualquer maneira, eu não tenho nada para responder a esta pergunta de merda.
— Não me faça acreditar que você não sente nada. Eu seu que sente — minha frase era quase uma suplica, implorando para ele sentir algo. Eu sabia que ele sentia, mas era orgulhoso para mostrar.
— Claro que não. O que faz você pensar que eu dou a mínima pra esses babacas? — ele respondeu secamente.
Esse era seu mecanismo de enfrentamento e ele nem percebia. O olhar desesperado em seus olhos me fez sentir pena dele. Ele não precisava fazer o que faz mas ele fazia mesmo assim.
— Porque eu conheço você. Sei que tudo o que você faz te perturba.
Não sei porque eu ainda tentava puxar ele esse desse abismo, quando ele mesmo não queria sair. Depois de hoje eu tinha certeza que nada mais podia ser feito. Negan focou seu olhar no chão, e eu estava esperando qualquer resposta sarcástica, mas ela não veio.
— Você não sabe o que você fez comigo. Eu morreria por você. Eu nunca quis te machucar...
Seus olhos começaram a vagar, junto com suas palavras e eu não tinha certeza se ele estava tendo um flashback ou uma epifania ou o que quer que fosse. Ele estava fora e isso era tudo o que eu sabia.
Eu esperei que ele voltasse, seus profundos olhos castanhos escuros olhando para mim. Foi quando eu vi algo que nunca tinha visto antes. Negan tinha lágrimas em seus olhos, brilhando enquanto ele olhava para mim.
Eu fraquejei sobre as minhas pernas ao vê-lo tão frágil. A postura rude e fria de algum tempo atrás parecia ter se dissolvido completamente. Naquele momento ele era apenas dor, apenas tristeza, apenas mágoa.
Quando ele percebeu isso, caminhou para a porta e saiu do quarto, a fechando com um estrondo.
Encostei minha cabeça na parede, me encolhendo. A única coisa que eu queria era adormecer e esquecer disso tudo.
》
Acordei na cama. Ainda era noite e estava tudo escuro, e eu estava sozinha. Não lembro de ter vindo parar aqui, e não queria pensar que foi Negan quem me botou na cama. Um barulho do lado de fora me fez ficar atenta, e eu me deitei de novo, e Negan abriu a porta.
Mesmo escuro eu via sua silhueta alta se movendo. Ele tropeçou e xingou, as palavras saindo enroladas, e eu percebi que ele estava bêbado. Fechei os olhos e apertei o edredom junto do meu corpo.
Ouvi ele se sentar, o sofá de couro fazendo barulho no quarto silencioso.
— Foda-se... — ele começou, sussurrando palavras bêbadas — Foda-se por ser tão boa comigo depois de tudo o que eu fiz para você. Eu não posso ser o que você quer. Me desculpe... Eu te amo, Emma.
Senti as lágrimas nos olhos. Por alguma razão elas estavam lá e eu não queria me perguntar por quê.
Eu não queria estar acordada.
》
Eu te amo, Emma.
Eu não conseguia parar de pensar nessas palavras. Eu achei que quando ele as dissesse, eu seria a pessoa mais feliz. Mas eu não estou, eu não consigo. Dói em mim saber que elas são verdadeiras, mas não o suficiente para ele engolir seu orgulho e sua sede de poder.
Nos filmes e nos livros, as pessoas dizem que vamos sofrer por amor. Nunca pensei que eu fosse sentir isso no sentido literal. Eu não aguentava mais sofrer, não aguentava mais ver as pessoas sofrendo.
Negan também estava, até mais, porque ele se escondia atrás de uma máscara fria, mas eu sabia o quanto ele estava ferido, mas ele tinha um objetivo que o fazia ir em frente, ele queria ganhar. Eu também tinha um. Meu único objetivo era ele.
Você já tentou fazer um carro sem motor funcionar? Ele não vai andar, ele não vai nem ligar. Era assim que eu me sentia agora, depois de tudo que tentei fazer por ele. Frustrada. Acabada. Depois do que vi ontem... a cena se repetia na minha cabeça. Eu não queria mais isso, não queria mais me sentir assim.
Não havia mais uma razão. Olhei para minhas mãos e meus braços sujos de sangue. Podia ser o sangue de Jasper, mas eu tinha sangue de muitas outras pessoas mais nas mãos.
Sasha. Bellamy. Gregory. Ele podia ser um filho da puta, mas ninguém merecia morrer daquele jeito. Olhei no espelho, mas logo desviei. Não queria me encarar.
Já passava do meio dia, eu não sabia se era realmente essa hora, o relógio poderia estar errado. Eu tinha acordado a algum tempo, mas não tive coragem de sair. Não queria ver ninguém, não queria ver Negan, discutir de novo nesse ciclo interminável.
Eu agonia olhei dentro do armário do banheiro e encontrei uma cartela de remédios para dormir, os mesmos que eu tomava quando estava pilhada demais com a faculdade e precisava relaxar. Negan provavelmente os usava agora. Eu também não conseguiria dormir no seu lugar.
Fiquei olhando para eles durante minutos. Talvez esse seja um bom fim. Sem mais dor e desespero. Sem medo. Sem sentir mais nada. Apenas... ir.
Peguei os remédios e comecei a tirar de suas cápsulas o mais rápido que podia. Não sei quantos tinham ali, só sei que no desespero joguei tudo de uma vez na boca e tentei engoli-los.
Comecei a me engasgar e tossir, quando de repente Negan entrou e olhou minha mão com a cartela de remédios e para mim, que ainda estava engasgada.
Seu rosto impassível se transformou em puro desespero, ele correu e encostou minhas costas contra seu peito e colocou a mão em punho na boca do meu estômago, e deu uma batida com a palma aberta. Senti o impacto e a reação foi imediata, estava eu colocando tudo para fora dentro da pia.
Ele não me soltou e escorregou comigo pela parede, se sentando no chão. Minha garganta queimava, meu corpo tudo doía.
— Colocou tudo para fora? — ele perguntou. Não queria que ouvir o desespero na sua voz, mas não consegui evitá-lo.
Eu não consegui reagir a ele. Eu não me sentia envergonhada pelo que tentei fazer, nem frustrada. Eu não sentia nada.
— Por que você fez isso? Jesus... você ia... — ele não completou, segurando meu rosto com as mãos.
— Eu não quero mais me sentir assim... Eu só quero que acabe.
Negan
Emma tinha estado no chuveiro por quase quarenta minutos e nesse tempo eu tinha andado pelo quarto enquanto ouvia água correndo, me certificando de que ela não estava fazendo nada que pudesse se arrepender.
Eu tinha tirado de perto qualquer merda que ela pudesse tentar se machucar, eu ainda estava desconcertado de mais cedo. Se eu não tivesse chegado a tempo... eu a teria perdido para sempre. Era tudo culpa minha, cada coisa ruim, cada lágrima que ela derramou foi porque eu sou um filho da puta egoísta.
O que aconteceu ontem foi o ponto final. Eu estava louco, tanto por ela fugir, quanto por toda essa merda de guerra. Ela assistiu eu esmagar a cabeça de alguém, o tipo de merda que eu nunca quis que ela visse, mesmo que ela soubesse que eu fazia. Eu só pensava na dor que ela me causou.
A repulsa e o medo que eu vi em seu rosto noite passada fizeram eu me enterrar mais ainda atrás dessa parede que eu criei, mas que Emma tinha conseguido quebrar. Mas tudo desmoronou quando eu a vi daquele jeito. Não havia mais raiva nem mágoa, só o medo de perder a mulher que eu amo.
Antes ela ainda lutava, mas agora ela tinha desistido. Eu machuquei minha Emma. Eu a tinha consumido e esgotado tanto, que ela não queria mais lutar. Não queria mais viver.
Com Lucille foi assim. Eu só dei valor quando ela morreu. Eu não podia fazer isso com Emma, eu não podia...
O mundo teve que acabar para eu encontrá-la, ela foi a minha luz nesse monte de escuridão em que eu estava caído. Emma fez eu me sentir humano de novo. E eu fui o quê para ela? Só machuquei alguém que me fez bem.
Nenhuma guerra do caralho valia se eu a perdesse. Eu não podia perdê-la. Foda-se essa merda, eu ia acabar com isso, ia concertar as coisas com ela, limpar toda lágrima e sofrimento de seu rosto.
Depois do que aconteceu, ela deitou no sofá e apagou. Não sei se tinha sobrado algum remédio no seu organismo, ou se ela estava só esgotada. Talvez os dois.
Não consegui sair de perto dela, fiquei a monitorando, vendo se ela estava respirando normalmente. O medo de perder ela fazia meu estômago revirar.
Horas mais tarde quando ela acordou, eu a trouxe uma caneca com sopa. Ela comeu, sem dizer uma palavra e sem me olhar. A frustração e a impotência me rasgavam por dentro. Ela estava assim por minha causa.
Depois eu tinha sugerido para ela ir tomar um banho, lavar o sangue seco que ainda manchava seus braços. Ela tinha balançado a cabeça e em silêncio entrou no banheiro, sem dizer uma palavra.
Emma estava lá dentro desde então e eu podia sentir ansiedade rastejando pela minha espinha enquanto andava de um lado para outro em um ciclo repetitivo.
Parei diante do banheiro, o vapor subindo por debaixo da porta. Eu fechei o punho e o abri. Esperei mais um minuto antes de rapidamente bater o nó na porta duas vezes.
— Você está bem? — perguntei com a voz ligeiramente levantada. Não ouvi resposta. Merda.
— Emma? — perguntei, cautela e pânico acendendo dentro de mim — Emma, eu estou entrando! — gritei enquanto tentava girar a maçaneta, mas ela tinha trancado a porta do lado de dentro.
Porra. Como não vi ela trancar essa merda? Eu podia ouvir meu coração trovejando em meus ouvidos. E se ela tivesse terminado o que começou? Puta que pariu.
Recuei alguns passos antes de chutar a porta, que se abriu e ricocheteou na parede.
Entrei e vi Emma sentada embaixo do chuveiro, abraçando os joelhos enquanto a água batia nela.
Ela parecia quase como a porcelana, pálida como nunca achei que fosse a ver e com seu cabelo escorrido em seu rosto. Seus olhos estavam vermelhos enquanto ela olhava para mim, que estava de pé diante dela, com o peito arfando.
— Pensei... pensei... — balbuciei impotente enquanto eu a observava.
O que eu fiz com ela? Respirei fundo e passei a mão pelos cabelos, me recompondo.
— Vamos — foi a única coisa que consegui dizer enquanto caminhava em direção ao chuveiro.
Desliguei a água, sem me importar que estava molhando a camisa. Peguei a toalha e agachei ao seu lado, a cobrindo e suavemente a persuadi a levantar.
Ela não falou nada, nem me olhou. A guiei para fora do banheiro, a sentando na cama. Ela apertava a toalha firmemente contra o corpo, o único gesto que revelava alguma emoção.
Peguei outra toalha e agachei na sua frente, secando suas pernas e seus pés. Ela parecia uma boneca, parada e sem reação. Não tinha mais aquele brilho, aquela vida. Nunca ia me perdoar por isso. Me apressei enquanto pressionava a toalha para tirar a umidade de seus cabelos molhados. Ela estava tremendo de frio.
Quando tentei tirar sua toalha para lhe vestir o roupão, suas mãos segurando a apertaram mais.
— Tudo bem, querida, precisamos tirar essa toalha molhada e vestir o roupão. Você está congelando — ela lentamente diminuiu o aperto, e eu consegui vestir nela.
— Vem aqui, querida — a levantei, caminhando com ela para perto da lareira, enquanto passava as mãos pelos seus braços para tentar aquece-la.
Eu a acendi rapidamente e sentei com Emma entre minhas pernas e contra meu peito, enquanto ela tremia. Eu queria conversar com ela, mas nem o mais bonito pedido de desculpas seria suficiente.
Durante longos minutos, as chamas e o crepitar da lenha eram as únicas coisas que se ouvia. Eu queria que ela falasse, nem que fosse para me xingar, mas que ela reagisse.
— Você sempre esteve certa — disse enquanto a apertava mais contra mim. Ela já tinha parado de tremer, o calor do fogo a fazendo relaxar os músculos — Toda essa merda podia ter sido evitada.
Eu nunca tinha pensado nas coisas que ela me disse; nunca quis, meu sistema funcionava. Mas até o mais idiota via que estava saindo do controle, muitas pessoas estavam morrendo. Talvez fosse a hora de mudar, tudo o que ela sempre disse fazia sentido agora.
Mas meu medo era ela não querer mais ficar comigo depois disso tudo que eu fiz. Emma não respondeu, não se mexeu.
— Eu não vou mais lutar. Vou... conversar com Rick e vou acabar com isso.
Claro que seria um acordo muito bem pensado ou não iria acontecer, mas eu estava disposto a tentar.
— Porra, Emma, pelo menos olhe para mim — disse em uma voz ligeiramente derrotada. Eu conseguia ver que ela estava olhando para o fogo.
— Você pode ir embora se é isso que quer. Peço para te levarem até Hilltop amanhã.
Eu a queria mais que qualquer coisa nesse mundo, mas não podia a forçar a ficar comigo. Depois de tudo que eu fiz, ela tinha todo o direito de querer me deixar. Eu a havia feito sofrer tanto. Eu a queria feliz, e se ela não se sentia mais feliz comigo...
Respirei fundo quando Emma se virou, ficando de joelhos entre minhas pernas. Suas bochechas estavam mais coradas por causa do calor emanado pela lareira, e quando seus olhos me olharam... eu só queria mudar tudo o que aconteceu para não vê-la assim.
— Por que você está fazendo isso? — senti um nó na garganta quando ouvi sua voz. Dor. Havia dor em cada palavra.
— Por você — disse olhando seus olhos vermelhos de choro.
— Não. Você tem que fazer por você.
Ela tinha aquela fé cega que eu poderia ser alguém melhor. Eu nunca seria, nunca seria bom, sempre iria carregar essa raiva e escuridão dentro de mim. Mas com Emma era muito mais fácil de administrar. Ela me equilibrava.
— É por você, tudo que eu fiz, por mais errado que seja, foi pensando em você — segurei suas mãos que estavam com os dedos gelados — Um dia eu posso ter pensado em mim, mas agora é tudo por você.
Eu havia a quebrado, mas faria qualquer coisa para reconstruir pedacinho por pedacinho dela. Minha menina doce voltaria a ser o que era antes, nem que eu precise abrir mão de tudo para isso. Tirei os cabelos que estavam no seu rosto, acariciando suas bochechas.
— Eu não quero mais sofrer — ela desviou os olhos. Ela nunca mais iria sofrer.
— Você não vai, nunca mais — eu a abracei. Ela não retribuiu, aumentando o buraco de arrependimento no meu peito.
— Eu não consigo mais sem você, Emma — minha voz saiu abafada em seu ombro — Eu não tinha percebido até ficar sem você. Até chegar em casa e não te encontrar, saber que eu fiz você fugir de mim. Vamos passar por cima dessa merda toda. Nós vamos.
Encarei seus olhos. Ela ficou do mesmo jeito, parada e me ouvindo. Toquei seu rosto com os seus dedos, deslizando-os suavemente.
— Você me deu o amor que eu jamais poderia imaginar que merecesse ganhar — contornei seus lábios com o indicador — Na verdade, eu não mereço.
O jeito como ela me observava chegava a ser perturbador. Eu sentia que ela queria acreditar em mim, mas não conseguia. Mesmo querendo, tudo isso não se resolveria com uma conversa, eu sabia disso. Ela não confiava mais em mim. Eu perdi tudo o que tentei construir com ela.
— Você quer ir embora? — perguntei sussurrando. Se ela dissesse sim, ela iria.
— Eu quero que você seja feliz — respondeu cautelosa.
Era isso. Eu a perdi. Ela iria embora.
Emma colocou a mão no meu rosto e eu fechei os olhos. Parecia mentira que ela estava me tocando depois de tanto tempo, depois de tudo que aconteceu.
Mas Emma iria embora, seguiria em frente com a vida que eu neguei a ela. Ela podia ter me pedido qualquer coisa, mas ela me pediu para que eu fosse bom e vivesse em paz. Ela queria que eu fosse feliz.
Talvez ela seja feliz longe de mim, longe dessa sombra que me cobria e que agora estava nublando ela também. Talvez ela encontre uma pessoa que a mereça, que não a faça sofrer como eu fiz.
Só percebi que estava chorando quando ela limpou meu rosto. Eu amava essa mulher e não conseguiria sem ela. Tinha medo de acordar e ser tudo um sonho e ela ainda estar me odiando.
— Eu nunca vi você...
— Chorar? — eu ri, abrindo os olhos — Não é algo que um homem gosta que sua mulher o veja fazer.
— Eu não vou embora. Eu nunca quis ir — Emma sussurrou, correndo seus dedos finos pelo meu cabelo, parando na minha nuca.
— Você vai ficar? — perguntei e ela assentiu.
Eu não trocaria esse momento de agora por nada nesse mundo. Nem todo o poder, nem todo o controle valeria. Nada. A segurei pela nuca, juntando nossas testas.
— Eu vou fazer tudo por você. Vou ser tudo que você precisa.
Uma lágrima solitária desceu pelo seu rosto e eu sequei. Ela não devia chorar, eu não valia as lágrimas.
— Eu não posso fazer essa merda sem você — sussurrei olhando para seus lábios.
— Você não precisa — ela sorriu leve, e se não fosse por sua respiração batendo no meu rosto, eu diria que era uma alucinação — Vamos fazer isso juntos.
— Me desculpe — eu a abracei, forte como se ela fosse escapar de meus braços. Ela quase escapou, eu quase perdi minha menina.
Ela me aperta forte, procurando saber se isso era real mesmo, e eu a abracei do mesmo modo, para lhe assegurar que era tudo verdade. Segurei seu rosto e encostei minha testa na sua.
— Eu não quero mais ser assim. Eu não quero mais me sentir assim — apertei meus olhos firmemente. Emma tinha feito eu querer mudar por ela, para ela. Eu queria, mas não sabia como.
— Estamos juntos nisso, Negan. Eu não vou te deixar — suas mãos acariciavam meus braços, me consolando. Eu que devia a estar consolando, garantindo que tudo ia ficar bem.
Eu não merecia nem sua atenção, muito menos seu perdão e sua ajuda. Mas ela estava aqui, ela queria estar comigo.
— Desculpe te fazer sofrer. Desculpe por te machucar. Você quase...
Sua mão cobriu minha boca. Ela não queria lembrar do que quase fez, mas eu nunca esqueceria.
— Você vai acabar com isso? Nós vamos viver em paz? — ela perguntou baixinho — Você não pode mentir para mim, Negan — disse com a voz nitidamente vulnerável. Tirei sua mão da minha boca e beijei a palma.
— Nós vamos, querida. Tudo o que você quiser vai acontecer — Emma suspirou, seus olhos nunca deixando os meus — Você consegue me perdoar? Consegue esquecer?
— Vamos esquecer tudo. Agora vai ser diferente, Negan — ela roçou os lábios nos meus. Minha boca doía de vontade de beijá-la. Nós olhamos por um tempo, antes de ela fechar os olhos.
Com as mãos na sua cintura, tomei sua boca, acariciando o corpo dela, meu toque deixando-a calma e relaxada. Eu senti tanta falta... do seu toque macio, das suas palavras, do seu corpo se contorcendo contra o meu.
— Você quer isso? — minhas mãos subiram das suas costas e pararam no meio de seus cabelos, segurando firme para que ela me olhasse.
— Quero — ela disse firme, segurando meu rosto e colando nossos lábios de novo.
Sem tirar sua boca da minha, a coloquei sentada no meu colo. Espalmei minhas mãos nas suas costas, a trazendo para mim o máximo que podia. Sua língua se move sobre a minha devagar, com uma saudade que é de afundar o peito.
— Vamos levar isso devagar — eu disse quando me afastei da sua boca para recuperar o fôlego — Eu senti tanta saudade... — comecei a plantar beijos ao longo de seu pescoço, lambendo e sugando sua pele. Emma se ajeitou no meu colo, e eu gemi baixo. Meu pau parecia querer rasgar a calça.
Emma começa a rebolar lentamente no meu colo, e eu enfio minhas mãos por baixo do roupão, apertando sua bunda. Seu gemido rouco fez os pêlos do meu corpo se eriçarem, e eu não conseguia desviar o olhar dela. Só de pensar que ela está sem nada por baixo enquanto se esfrega em mim me faz ficar mais duro ainda.
O animal dentro de mim queria que ela empinasse aquela bunda gostosa pra mim enquanto eu a fodia. Queria estapear sua carne macia e falar coisas sujas para ela. Mas não hoje. Tudo que nós precisávamos era isso, carinho e calma. Por mais que nossas brigas acabassem em sexo, isso não era só sexo, nunca se resumiu a só sexo. Sempre foi algo mais.
Emma agarra a barra da minha camisa, a puxando com pressa.
— Tão ansiosa como sempre — ri em seu pescoço antes de ajudá-la a se livrar da minha camisa.
Ela sorriu, voltando a me beijar e rebolar na minha ereção por cima do meu jeans.
Abro seu roupão, descendo devagar, tocando sua pele com cuidado e massageando seus seios. Emma joga a cabeça para trás enquanto puxo seus mamilos, seus quadris continuam ondulando enquanto ela geme daquele jeito manhoso que me deixa louco.
Seguro sua cintura e levo um mamilo a boca, rodando a língua ao redor sem pressa. Emma agarra meus cabelos, e eu gemo quando meu pau pulsa enquanto ela se esfrega em mim.
Eu conhecia seu corpo, todos os sinais que ela dava e sabia que estava prestes a gozar. Eu queria sentir o quão molhada ela estava, mas quando olhei seu rosto, fiquei estóico, vendo o quão perdida em prazer ela estava. Os olhos fechados fortemente, a boca entreaberta, as bochechas levemente coradas... tudo nela era provocante.
— Você vai gozar? Você vai gozar assim, baby? — apertei mais a cintura dela, aumentando seus movimentos, observando as suas reações e querendo gravar tudo em minha mente. Ela era perfeita, sua pele macia brilhando a luz do fogo era hipnotizante.
— Negan — Emma apertou meus ombros e tive que me controlar para não gozar quando ela gemeu meu nome.
— Isso... continue — pedi, com a voz rouca. Soltei sua cintura, deixando ela comandar os próprios movimentos. Era lindo ver ela ter prazer.
— Me toca. Eu preciso... — ela pediu num sussurro, sua respiração acelerada contra meu rosto, o calor irradiando do seu corpo. Emma encosta o rosto no meu, suas sobrancelhas franzidas em concentração.
— Shhh... você consegue sozinha — ergui a mão até seu rosto e puxei seu lábio inferior com o polegar.
Eu não queria quebrar esse momento. Era ela é seu desejo, não precisava de mim agora.
Seus dedos apertaram meus cabelos e sua boca procurou a minha novamente, seus quadris se esfregando com mais força em mim.
Emma começa a gemer mais alto, puxa meus cabelos e se esfrega mais rápido, quando solta um gruído alto e treme. Seu corpo amolece, e seu rosto se enterra no meu pescoço. Ela gozou só se esfregando em mim.
Sorrio e beijo seu ombro, acariciando suas costas enquanto sinto seu coração martelando contra o meu peito. Nem nos meus sonhos eu imaginava que a teria em meus braços de novo.
Emma beijou meu pescoço, esfregando seus rosto na minha barba até que ficasse com o rosto de frente para mim. Deus, ela ainda estava mais bonita do que eu me lembrava, cada parte dela.
— Isso tudo foi tesão acumulado? — perguntei, meus dedos se movendo levemente sobre sua pele, dos ombros até para baixo dos braços. Eu estava duro e louco para comê-la mas Emma era a única mulher que me fazia querer conversar com ela nua em cima de mim.
— Isso tudo foi saudade — ela disse, com aquela voz suave e meiga que eu sabia que ela só usava comigo.
Quando olhei em seu rosto, sua expressão era tensa, quase triste. Antes que eu pudesse perguntar, ela falou.
— Você — ela limpou a garganta — Esteve com alguém nesse tempo?
Eu podia ser um porco, mas nunca trairia Emma. Nós podíamos estar separados, mas não estávamos separados de verdade. Eu sempre estive com ela na minha mente.
Ela tinha me dado tudo. Ela me amou. Ela nunca me traiu, mesmo que ela tenha me contado que beijou aquele babaca, nós não estávamos juntos quando aconteceu, e isso não diminuía meu ciúme, mas foda-se. Ela estava aqui, comigo, e era tudo que importava. Emma só procurou fazer minha vida melhor. Não comeria outra mulher pensando nela. Nunca tive a consciência pesada em trair, mas fazer isso com Emma me parecia errado.
— Nunca estive com outra pessoa desde que estamos juntos.
A expressão em seu rosto era uma mistura de ternura e alívio.
— Porque está sorrindo? — ela perguntou, acariciando meus ombros.
— Não posso acreditar que você está aqui comigo — segurei seu queixo e a beijei — Que você acabou de gozar por toda minha calça — ela deu uma risadinha, mordendo o lábio e sorrindo como uma criança travessa e inocente.
— Então — eu apertei suas coxas, e não pude evitar olhar para baixo, onde sua boceta ainda estava colada no meu pau por cima da calça — Estou duro pra caralho aqui, meu anjo.
Emma levou seus lábios ao meu pescoço, lambendo a pele até minha orelha. Seus mamilos durinhos roçavam em meu peito.
— Estou aqui. Sou sua — ela sussurrou e tomou o lóbulo da minha orelha entre os dentes, me fazendo gemer quando a senti esfregar de novo em mim.
Eu precisava estar o mais próximo possível dela. Eu precisava tocá-la em todos os lugares. Eu precisava convencer a mim mesmo que isso era real, que nós estamos juntos de novo.
A deito no chão em cima do roupão, ficando de joelhos entre suas pernas, vendo a mancha molhada que Emma deixou na minha calça depois de gozar.
Ela apoia os pés no chão e se abre para mim, me deixado ver a carne macia e rosada da sua boceta brilhando.
— Você sabe que eu amo quando está desse jeito? Toda molhadinha pra mim? — disse, deixando um gemido rouco sair da minha garganta quando senti seu mel lambuzar meus dedos.
Emma gemeu em comprovação, enquanto seus músculos se apertavam em meus dedos. Ela estava trêmula e cheia de desejo.
— Você mal terminou de gozar e já está se apertando em meus dedos — murmurei, meus dedos agora afastando as dobras da sua boceta, o indicador deslizando firmemente contra o clitóris inchado enquanto ela arqueava seus quadris ao meu toque.
Aperto meu pau por cima da calça, gemendo e sentindo a umidade da minha menina no tecido. Ela umedece os lábios com a língua, um simples ato que faz meu saco se contrair.
Tiro o resto das roupas e fico por cima dela, beijando seu rosto e sua boca macia. Emma leva a mão até meu pau que está entre nós e começa a me massagear. Porra, eu não ia durar muito. Me deitei e a puxei para cima de mim, desesperado para sentir o gosto dela.
— Quero te chupar — a puxei mais para cima — Vem cá, esfrega essa boceta molhada no meu rosto.
Emma suspirou trêmula enquanto subia e montava sobre meu rosto. Segurei seu quadril, a posicionamento bem na minha boca. Ela está sensível e inchada, já que acabou de gozar. Eu abri minha boca para começar a chupá-la e ela soltou um gemido manhoso quando minha língua tocou sua carne.
Chupei sua boceta, sentindo seu gosto invadir minha boca. Agarrei sua bunda com as minhas duas mãos, enfiando minha língua o mais fundo que podia.
Olhei para cima e vi Emma com sua cabeça tombada para trás, sua boca aberta liberando seus gemidos. Eu movia minha língua com fervor dentro dela, mordia seu clitóris e o chupava.
Suas coxas se apertam em volta da minha cabeça e Emma esfregava seu sexo contra minha boca, seus gemidos preenchendo o quarto.
Senti o corpo dela tremer em minha boca e num gemido final ela liberou seu líquido quente na minha boca. Continuei a lambendo, sugando tudo; Eu amava seu gosto, de cada parte do seu corpo. Sentia os movimentos involuntários dos seus músculos na minha boca, ainda dando pequenos espasmos do orgasmo.
A deitei de novo e esfreguei a cabeça do meu pau contra sua abertura antes de afundar lentamente dentro dela. Ela gemeu comigo, cravando as unhas nas minhas costas. Parecia que era a primeira vez que nós estávamos juntos, a saudade era dolorosa e eu vi seus olhos marejados.
— Eu te amo — sussurrei na sua boca — Eu te amo tanto, minha menina.
Suas pequenas mãos seguraram meu rosto. Seus olhos eram um farol brilhando para mim. O olhar doce da minha Emma, esse olhar que eu pensei que nunca mais fosse ver em seus olhos. Eu tinha o poder de a fazer feliz, assim como ela também tinha de me fazer. Eu nunca mais ia arriscar perder isso.
— Eu amo você — ela sorriu, mordendo a boca quando bati duro dentro dela.
Ela estava tão quente, tão molhada, que eu fechei os olhos para aproveitar aquela sensação gostosa. Senti Emma levantar os quadris contra mim e me apertar, gemi baixo tentando sentir mais cada sensação.
— Negan — Emma sussurrou, suas mãos descendo pelos meus braços — Olha pra mim.
Abri meus olhos para encarar os seus pesados de desejo. Ela apertou um dos seios e seu suspiro tornou-se um gemido quando comecei a estocar forte. Ela era a visão mais pura e excitante, não podia acreditar em como eu era sortudo.
A coloquei por cima de mim. Emma apoiou suas mãos no meu peito, montando em mim com os olhos fechados. Nessa posição eu me enterrava completamente dentro dela, sentia bater no fundo enquanto ela se movia.
Seus movimentos eram lentos e fundos, aproveitando cada sensação. Emma abriu os olhos, piscando lentamente e cobrindo minhas mãos que estavam em sua cintura com as dela.
Aquele olhar me acalmava, me confortava, e eu encontrei a paz nos olhos dela. Se eu a machucasse de novo, eu nunca me perdoaria.
Meu corpo esqueceu por um momento da excitação que ela estava me causando e fiquei somente observando a delicadeza de seu corpo se movendo sobre mim. Era como assistir um espetáculo. Ela tinha tanta leveza, tanta magia.
Ergui seus quadris, controlando os movimentos, indo fundo a cada impulso.
— Negan — Emma gemeu baixinho meu nome, logo deixando um gemido longo escapar seus lábios. Ela estava quase lá.
— Isso, querida. Venha para mim — falei entre dentes, sentindo suas paredes agarrarem meu pau com mais força.
Desci minha mão que estava em sua cintura e comecei a esfregar seu clitóris com meu polegar e a vi jogar a cabeça para trás, com olhos fechados, cavalgando em mim com força.
Gozei enquanto sua boceta se apertava forte em volta de mim. Emma continuou montando em mim enquanto gozávamos, arrancando até a última gota de prazer de nós dois.
Sorri em ver seu estado, lábios inchados, olhos pesados, seu rosto estava vermelho e todo seu corpo estava liso de suor.
Emma desabou sobre mim, exausta. Enterrei o rosto em seu pescoço e inalei seu cheiro. Pensei que ela tivesse dormido, mas ela falou.
— Quando você vai falar com Rick? — ela perguntou, saindo de cima de mim e se deitando ao meu lado, com a cabeça no meu peito.
— Amanhã — digo enquanto contorno sua espinha com o dedo. Não tinha porque que esperar mais. Essa merda tinha ido longe demais e seria bom que Rick cooperasse.
— Eu vou com você — ela olhou para cima e eu neguei.
— Não. Isso não está em discussão — eu não levaria Emma porque não sabia como isso seria resolvido. Nunca mais arriscaria sua vida.
— Porquê? — questionou, querendo se levantar, mas eu deitei sua cabeça no meu peito de novo, enterrando minha mão em seu cabelo úmido.
— Conversamos sobre isso amanhã, querida — pedi e ela suspirou, exausta demais.
Amanhã a resposta ainda seria não. Eu não sabia como Rick reagiria, na verdade eu sabia, e não seria com flores — não depois de eu ter esmagado a cabeça daquele idiota. Eu iria propor um acordo, e ele teria que aceitar.
— Não saia antes de eu acordar — ela beijou meu peito — Por favor.
— Não se preocupe. Vou estar aqui.
— Eu amo você — Emma sussurrou antes de colocar sua perna sobre a minha.
— Eu amo você, meu anjo — beijei sua cabeça — Vamos para a cama. Estou velho demais para dormir no chão depois de trepar.
Emma resmungou em resposta, totalmente confortável. Sorri quando seu corpo relaxou contra o meu e ela pegou no sono. Olhei seu rosto, colocando seus cabelos para trás.
Seu rosto iluminado pela luz do fogo a nossa frente, e suas feições suavizadas pelo sono; Eu mal podia imaginar algo mais bonito. Eu queria que esse momento durasse para sempre, para que nós dois simplesmente ficássemos aqui.
Mas, é claro, isso não podia durar. Em algum momento, nós teríamos que imergir do pequeno paraíso para enfrentar o mundo de merda lá fora. Mas valeria a pena. Tudo valeria se eu tivesse Emma ao meu lado.
Acabei pegando no sono e quando acordei, deitei Emma na cama e fui tomar um banho. Quando voltei, ela estava deitada exatamente do jeito como a deixei, com o edredom a cobrindo até o pescoço e respirando tranquilamente.
Parecia que a merda que ela tentou fazer não havia acontecido. Ali estava ela, um anjo, dormindo serena na nossa cama. Se eu fosse um homem bom, como ela queria que eu fosse, eu a deixaria ir, livraria ela desse peso de estar comigo. Mas não conseguiria imaginar ninguém com ela além de mim. Ninguém daria isso a ela, ninguém nunca a amaria como eu amo.
Deitei ao seu lado, a puxando para meu peito. Ela não acordou e deu um suspiro pesado, esfregando seu rosto no meu peito, se aconchegando até descansar a cabeça na curva do meu ombro.
O que nós sentíamos ia além de amor. O que explica ela ter me perdoado depois de tudo o que eu fiz? O que explica essa confiança que ela tem em mim?
Continuei a escovar meus dedos sobre sua bochecha enquanto ela dormia em meu peito.
Era incrível a sensação de ter alguém para amar novamente, e foi incrível ter alguém que me amava.
Eu tinha colocado uma fachada arrogante e cruel desde o início, de modo que ninguém nunca iria chegar perto de mim novamente.
Eu não queria construir sentimentos ou amizades, não queria me machucar novamente. Mas então eu encontrei Emma. No dia que a conheci, quando ela se virou para olhar para mim, assustada e intimidada, mas sem baixar a cabeça, ela quebrou toda a porra da parede que eu coloquei para evitar sentimentos novamente.
Comecei a me sentir cada vez mais sonolento, e coloquei os lábios na sua testa, sussurrando.
— Eu sinto muito. Desculpe por te magoar. Eu te amo e estou tão arrependido por ter te machucado. Desculpe, eu sou um pedaço de merda.
Ela continuou sua respiração lenta, dormindo com meus braços envolvidos firmemente em torno dela. Era como se ambos estivéssemos no inferno esse tempo todo que ficamos separados, e agora, juntos, nos sentíssemos enfim, em paz.
O próximo capítulo é o capítulo final! Ainda não escrevi, mas sei que vai ser grandãooooo
Como vcs acham que será o fim?
Beijos ❤
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top