Negan não voltou. Não falamos no dia seguinte. Ele sempre estava ocupado, rodeado de seus homens. Ele estava me evitando. Estava me evitando por causa da nossa última conversa. Ele não ia se render.

A conversa de ontem não teve efeito algum. Era como se não tivesse acontecido. Eu estava decidia a ignorá-lo também, até ouvir uma conversa no corredor.

— Não posso ir agora. Negan mandou verificar a mulher de Alexandria — ouvi quando passava em frente a uma sala.

Mulher de Alexandria? Meu Deus. Voltei, vendo os dois homens saindo da sala.

— De quem estão falando? — perguntei aos dois. Eles olharam um para o outro, e nenhum deles disse nada — Quem é a mulher? Quem estava no carro?

Eles continuaram mudos. Dei um passo à frente, engolindo todo o desespero da notícia.

— Vocês não vão falar? Que bom. Negan vai gostar de saber que vocês me desrespeitaram.

— Nós não te desrespeitamos — um deles falou apressadamente, o medo visível em seu rosto.

— Oh, não? Será que ele vai acreditar em você ou na mulher dele?

— É uma mulher negra - o cara que estava quieto até agora disse — Sarah se não me engano.

Não era Sarah, era Sasha. Fazia sentido, ela perdeu Abraham.

E se Sasha contou que foi eu quem os ajudou? Se ela tivesse dito algo, eu saberia. Eu estaria morta. Mas porque Negan mentiu dizendo que a pessoa havia morrido?

Entrei no escritório de Negan sem bater, vendo Arat e outro homem parados em frente à mesa enquanto Negan estava sentado, com os pés em cima da mesa.

— Saiam — eu disse, olhando para os dois. Eles arregalaram os olhos, me encarando como se eu fosse louca por entrar aqui assim.

Eles olharam para Negan, que estava do mesmo jeito, me observando com uma expressão irritada. Ele acenou com a cabeça para eles saírem, sem tirar os olhos de mim.

A expressão irritada de Negan mudou instantaneamente para uma severa quando ficamos só eu e ele.

— Que porra deu em você para entrar aqui desse jeito? — Negan estava de pé na minha frente.

— Você mentiu para mim. Você está com Sasha — disse e ele passou a mão pelos cabelos, como se o motivo para eu estar assim não justificasse.

— Eu já disse. O que eu faço não te diz respeito — ele disse mais alto, não querendo começar a mesma discussão de ontem.

— O que você vai fazer? Matá-la na frente de todos?

— Na verdade estou tentando fazê-la falar quem os ajudou, mas ela não abre a boca por nada — ele riu. Eu engoli em seco, uma hora ela ia confessar. Eu não a culpava, não podia imaginar pelo que ela estava passando.

— Você não precisa fazer... fazer o que você está fazendo com Sasha — eu disse, mantendo a voz estável e neutra mesmo que ainda pudesse sentir o sofrimento roendo em meu interior. Negan inclinou o rosto um pouco, como se me estudasse.

— Veja, é aí que você está fodidamente errada, querida. Eles entraram no meu Santuário, atacaram os meus homens. Eu já te disse, uma merda dessas não fica impune.

Eu balancei a cabeça e desviei o olhar. Ele agarrou meu braço firmemente e me fez olhar para ele novamente.

— Você entende que eu tenho que fazer isso, certo? — ele perguntou, algo como um aviso em sua voz — Não vou ser misericordioso com eles depois da porcaria que eles puxaram, não importa o que você diga.

— Eles são meus amigos — disse, vendo Negan dar as costas para mim, soltando um puta que pariu, para em seguida me encarar de novo com os olhos faiscando.

— Você acha que eles se importam com você? — ele gritou — Eles enfiaram a porra um carro portão adentro deixando centenas de caminhantes entrar aqui. Eles não querem saber se você está viva ou morta. Eu protejo você. Eu cuido de você. E eu vou matar qualquer um que ameace a sua segurança.

— Não haja como se você estivesse fazendo isso por mim.

— Estou fazendo por nós. Eu vou descobri quem deu informações a eles, e eu tenho pena do que vai acontecer com quem ousou fazer esse caralho pelas minhas costas.

Será que se eu confessasse, ia piorar? Isso mudaria o foco, talvez... Nada disso aconteceria.

Ele me mataria. Eu tive essa certeza ontem, quando ele disse que não poderia deixar esse ataque de lado porque ia fazê-lo parecer fraco. Não importa o quanto ele gostasse de mim, ele não ia deixar o traidor vivo. De nenhuma forma isso terminaria bem.

Eu sabia que não adiantava mais. Havia ido longe demais. Ainda assim, eu tentava lutar contra o inevitável. O toque quente da mão dele no meu rosto me despertou dos meus devaneios, fazendo-me concentrar em seus olhos escuros.

— Pra onde você vai quando fica pensativa assim? — Negan perguntou e eu afastei o rosto do seu toque.

— Estava dizendo para mim mesma que é uma estupidez me irritar com sua falta de compaixão — as palavras saíram da minha boca como veneno.

— De qual lado você está? — Negan perguntou.

— Você não pode me fazer escolher. Eles são meus amigos.

— E eu sou seu homem, e essa é a merda do seu grupo.

Eu sabia que essa hora chegaria, que eu teria que escolher um lado. Mas eu não podia. O lado certo era o de Rick, inferno, eles estavam certos em querer ser livres. Negan estava errado. Tudo o que se fazia era errado. Eu não podia fingir que não acontecia só porque eu o amava.

— O que você espera que eu faça? Que eu me sente feliz no seu colo enquanto você limpa seu bastão sujo de sangue? — eu gritei, olhando para ele e fazendo seu lábio tremer de raiva quando ele de repente pegou meu rosto.

— Não ouse repetir a merda que você disse ontem. Você não vai a lugar nenhum e você não me diz o que fazer. Não me importa o quanto você lamentar, querida, fora destas quatro paredes, eu sou o chefe. Nada que você possa fazer ou dizer vai mudar isso.

Empurrei sua mão do meu rosto, sentindo minha garganta queimar, assim como meus olhos.

— Tudo que você está fazendo, tudo isso é para você mesmo. Não é nada para mim, ou para qualquer outra pessoa aqui. É para você ter poder. Eu não vou fazer parte disso.

— Eu estou com problemas demais para você encher mais minha cabeça.

— Isso tudo... Você está me afastando a cada minuto — eu sussurrei, me sentindo impotente. Eu não poderia fazer nada para evitar. Negan fechou o espaço entre nós.

— Você não vai se afastar de mim. Nunca. Nenhum de nós ia gostar se eu precisasse ir atrás de você.

Mesmo não tendo dito com nenhum sentimento ruim, eu ouvi suas palavras como uma ameaça. Dois toques soaram antes da porta ser aberta.

— Conseguimos eliminar todos os caminhantes. As portas já foram abertas — um homem fala.

Agora ia começar. Negan atacaria, Rick também, e essa espiral de violência e morte ia continuar até que não restasse mais nada. Se Sasha contasse que foi eu, talvez seria até melhor, porque eu não veria esse banho de sangue.

— Chame Simon — Negan disse e o homem se foi. Eu me virei para sair também, quando ele chamou meu nome.

— Espere — ele pede. Mesmo querendo, nada o faria mudar de ideia.

— Nós não temos mais nada para falar, Negan. Como você mesmo disse, nada que eu diga vai fazer você mudar.

*

Passei em frente ao quarto de Jasper. Eu estava com a garganta doendo de tanto segurar o choro. Eu não sabia se ele estava, mas eu precisava falar com alguém ou ia enlouquecer. Bati na porta e ele demorou um pouco antes de abrir.

— Posso entrar? — perguntei. Ele estava com cara de que estava dormindo, provavelmente passou a madrugada matando caminhantes e estava na sua hora de descanso.

Jasper deu espaço para eu passar e quando fechou a porta, eu o abracei, fazendo ele tropeçar para trás antes de se equilibrar e me abraçar de volta. Todo choro que eu estava guardando eu soltei, lágrimas quentes caindo como cachoeira pelo meu rosto.

— O que aconteceu? — ele perguntou, tentando me fazer olhar para ele, mas eu o agarrei ainda mais forte — É sobre seu antigo grupo - ele concluiu — Fique tranquila, logo tudo vai se resolver.

— Eu não quero falar, eu só preciso de você — disse limpando as lágrimas na sua camisa.

— Vem cá — ele me puxou, deitando na sua cama comigo. Nós ficamos assim, calados por um tempo, até que eu parei de chorar.

Isso me lembrou os velhos tempos, quando nós não nos desgrudávamos nem para dormir. Não faz tanto tempo, mas tanta coisa já aconteceu que parece que já se passaram anos, sua sentia falta de Jasper. Não importa o quanto nós dois tenhamos mudado e endurecido, nunca ninguém substituiria Jasper.

— Lembra que a gente sempre dormia assim? — perguntei, colocando uma perna em cima da dele.

— Lembro de cada minuto, porque você roncava tanto que eu não conseguia dormir.

— Eu não ronco — funguei e dei um tapa na sua barriga. Ele riu.

— Sabe aquelas vezes que nós tínhamos que fugir de madrugada? Era você que atraia os caminhantes com seu ronco.

Nós passamos por muita coisa ruim. Mas Jasper nunca me abandonou. Ele poderia ter me deixado para trás, mas foi eu quem fez isso, naquele maldito dia que fomos encurralados. Eu nunca vou me perdoar por isso.

— Me desculpe por isso — eu seguro o braço da sua mão amputada. Ele ainda mantinha uma faixa enrolada ali.

— É a esquerda. Eu nem usava muito essa — ele diz num tom brincalhão, mas eu sei que é só para não me deixar mal.

— Foi minha culpa. Se eu tivesse ficado...

— Nós dois teríamos morrido, porque eu iria estar preocupado em te salvar — ele me interrompeu — Eu daria minha vida por você sem pensar duas vezes. Você é minha família, Emma.

— Se acontecer alguma coisa comigo... qualquer coisa, prometa para mim que você não vai fazer nada, nenhuma loucura que possa te prejudicar. Prometa que vai seguir em frente.

Algo ruim ia acontecer e eu não queria que Jasper surtasse e se machucasse também. Tudo isso era por culpa minha, e eu não queria que mais pessoas se ferirem nisso. Principalmente Jasper.

— Do que você tá falando? — ele perguntou, me fazendo encará-lo. Eu não podia dizer a verdade, por que isso o colocaria em perigo também.

— Só me prometa — eu pedi.

— Nada de ruim vai acontecer com você, Emma. Acha que Negan deixaria? — Jasper riu, como se eu estivesse pensando um absurdo.

Eu acho que ele mesmo me machucaria se soubesse a verdade.

Jasper mesmo não apoiando eu estar com Negan, com o tempo ele percebeu que ele não faria nada para me prejudicar. Isso o deixava mais tranquilo, por que nós nos distanciamos um pouco no meio disso tudo. E a obediência que ele tem por Negan, por mais que me irritasse antes, agora era algo bom, porque se ele obedecesse, Negan não o machucaria.

— Só quero que fique seguro. Eu amo você, Jasper — eu o abracei mais forte, e ele retribuiu e beijou minha cabeça.

— Eu amo você também.

*

Acabei pegando no sono e quando acordei, Jasper já não estava aqui. Olhei para que pequena janela do quarto e já estava escuro.

Não havia ninguém nos corredores enquanto subia para o quarto. Com certeza Negan não estaria lá em cima, deve estar muito ocupado planejando como atacar Rick.

Quando entrei, a sala estava vazia. Ninguém na cozinha. Abri a porta do quarto e uma luz acendeu e eu me virei para encontrar Negan sentado no sofá, curvado e lentamente girando Lucille no tapete.

Ele olhou para mim, os olhos injetados enquanto eu parava alguns metros de distância. Eu passei por ele e comecei a tirar meus sapatos, ele estava tão quieto, ele nem sequer se virou para me olhar enquanto eu jogava as botas no canto da cama.

— Emma — ele olhou por cima do ombro para mim — Venha aqui.

Eu não queria discutir. Eu não queria nem falar. Eu só queria esquecer que isso estava acontecendo.

— Negan, eu...

— Isso não foi um pedido — ele bateu a ponta do taco no chão com um estrondo — Não me faça pedir novamente.

Os pêlos do meu corpo se ouriçaram. Ele ainda estava bravo por hoje cedo? Voltei para ele suavemente e ele trancou os olhos comigo, o olhar matador afiando as bordas de suas íris pretas. Eu podia sentir a tensão no ar começar a subir e sufocar-me quando ele continuou a girar Lucille, o arame farpado destruindo o tapete.

— Eu disse para vir aqui — ele sentou-se mais reto e eu pisei para frente até que eu estava entre as pernas abertas. Lucille foi levantada, eu pulei pensando que ele fosse me bater.

— Negan! — eu gritei, o coração descompassado.

— Feche a boca — ele rosnou, me agarrando a nuca e soltando Lucille no canto do sofá antes de me jogar na cama, me segurando com seu corpo. Comecei a me debater enquanto seu peso me esmagava.

Ele se apoiou em um cotovelo, a outra mão segurando e apertando minha mandíbula e me forçando a olhar para ele enquanto seus quadris estavam firmes nos meus, ainda me segurando. Ele estava em silêncio de novo, respirando com dificuldade quando ele olhou para mim.

— Diga — ele rosnou. Seus olhos estavam brilhando de angústia. Eu nunca o vi assim, tão atormentado, nem em nossa piores brigas.

— Dizer o quê? — eu tentei o empurrar de cima de mim, mas ele não se moveu.

— Diga que você não me traiu — ele sussurrou, e sua voz quebrou — Diga que você não fez isso.

— O quê? — eu perguntei, já sabendo o que era. Sasha contou. Minha pulsação está latejando em meus ouvidos.

— Aquela mulher... ela disse que foi você quem os ajudou.

De todas as formas que eu achei que ele fosse reagir, tristeza não era o sentimento que eu achei que veria nos seus olhos.

Eu afundei de volta nos travesseiros, Negan olhando para mim esperando resposta. Porque ele estava me perguntando? Ela já contou, porque ele não acabou com isso? Lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto sem minha permissão.

Porque ele não queria acreditar.

Olhando para ele agora, rígido dos pés à cabeça, parecendo meio louco, eu não sei o que fazer. Se ele está assim só com a ideia de eu ter feito isso, como ele reagiria de verdade se eu confessasse?

Ele podia ser um monstro nos olhos das outras pessoas, e até nos meus. Mas eu não queria contar para não deixá-lo mal. Eu não ia aguentar ver a decepção em seus olhos.

Eu também não queria morrer. Eu sobrevivi a esse inferno para morrer assim, pelas mãos do único homem que eu amei e achei que conseguiria salvar.

— Você não pode ter feito isso. Você não pode mentir para mim, porra. Eu sei que você é melhor do que isso — seus olhos estavam arregalados e seu maxilar travado, esperando eu responder.

Eu relaxei em baixo dele, e em vez de continuar o empurrando, eu o puxei para mim.

— Não — eu neguei com a voz embargada, meu peito rasgando com a mentira — Eu não fiz. Não me machuca.

O olhar liso que ele tinha em seu rosto rapidamente se transformou em fraqueza. Negan piscou algumas vezes, parecendo sair de um transe e soltou meu rosto.

— Meu anjo, me desculpe, eu... machuquei você? — ele sussurrou, com a culpa escrachada em seu rosto. Eu neguei com a cabeça fechando os olhos firmemente, deixando as lágrimas caírem. Ele acreditava em mim. Ele estava me pedindo desculpas. O que eu estava fazendo?

— Eu devia saber que era mentira, que era só para eu te machucar, porque eles sabem que eu me importo com você — senti suas mãos limpando as lágrimas do meu rosto, mas não abri os olhos. Eu não ia conseguir encará-lo. Quando Negan tirou um pouco de seu peso de cima de mim, eu percebi que estava tremendo.

— Querida, olhe para mim — ele pede, e eu abro os olhos. Nossos narizes estão quase se tocando, seu hálito quente está se espalhando por todo o meu rosto — Não tenha medo de mim. Eu nunca vou te machucar.

Ele aperta seus lábios nos meus, para selar sua declaração. Ele me beija, os lábios frios, como eu nunca senti.

Eu me lembrei do motivo pelo qual me apaixonei por ele, porque no fundo, sob aquela mente egoísta e calculista, havia um homem cuidadoso, e tive muita sorte em encontrá-lo.

Eu levanto meus braços trêmulos para envolvê-los em torno do seu pescoço, puxando-o para mais perto.

— Não estou com medo — eu digo baixinho, enquanto ele beija a minha garganta e faz seu caminho para o meu ouvido. Cada nervo meu está zumbindo, parte pelo que aconteceu a minutos atrás, parte implorando para que eu ignore tudo.

— Isso nunca vai voltar a acontecer, eu só... me descontrolei, eu... — ele parou, esfregando delicadamente seu rosto contra o meu — Eu nunca devia ter duvidado de você.

Sua mão entra debaixo da minha blusa, e eu dou um solavanco para cima, de tão gelada que ela está.

— Tudo bem? Você está gelado — perguntei, passando as mãos no seu cabelo. Hoje não era um dia frio para ele estar assim.

— Só estava nervoso... eu fiquei desesperado, Emma — ele levanta minha blusa, exibindo meus seios desnudos, rodando a língua sobre eles, arrancando um gemido lamuriento meu.

Em um momento, Negan é tão seguro e autoconfiante, mas no momento seguinte ele está caindo aos pedaços. Se eu tenho esse efeito nele, porque eu não consegui fazê-lo mudar de ideia?

— Eu preciso de você — ele sussurra, encontrando minha boca e mergulhando sua língua.

Eu também preciso dele, mais do que deveria. Cada célula do meu corpo ama esse homem. Tudo que eu fiz foi para ajudá-lo, trazer esse lado bom, esse lado humano dele de volta. Mas se ele soubesse, ele não levaria por esse lado, ele realmente ia encarar como se eu fosse a traidora que quis derrubá-lo.

Eu não queria estar mentindo para ele, estar enganando, o fazendo se sentir como se estivesse errado, mas eu também não podia contar. Não agora.

Consegui ouvir o barulho de seu cinto abrindo, depois o zíper.

— Negan — eu sussurro, movendo os quadris para cima, para tentar obter algum atrito quando eu sinto sua ereção contra a minha coxa.

— Shhh, me deixe sentir você — ele tirou sua camisa e me beijou novamente movendo sua mão para dentro do meu shorts.

A sensação de seus dedos frios contra minha umidade quente fez meu corpo tremer. Ele pressionou seus lábios no lado do meu rosto enquanto eu gemia quando ele começava a esfregar meu clitóris.

— Vamos tirar isso — Negan puxou meu shorts e calcinha para baixo jogando-os para o lado, enquanto eu tirei minha blusa. Negan pairou em cima de mim de novo e seus dedos voltaram a deslizar na minha intimidade.

Ele não era doce, não era quem Negan era, mas no beijo, na forma como ele me tocou e deslizou minhas roupas, eu podia sentir ele tentando compensar a loucura de mais cedo.

Minhas costas arquearam quando seus dedos encontraram o ponto certo dentro de mim e eu me contrai, explodindo num orgasmo quente. Ele saiu de cima de mim só para se livrar das calças e das botas.

Negan me cobriu com seu corpo e me penetrou lentamente enquanto meu corpo se contorcia de prazer. Espalmei minhas mãos nas suas costas e enrolei minhas pernas na sua cintura.

Fechei os olhos, pensando no sentimento que havia entre nós. Amor. Eu não falaria, ele nunca falaria que me ama, mas nós tínhamos plena certeza. Eu tinha plena certeza.

— Você é a única coisa que me faz feliz nesse inferno — sua voz rouca tomou meus ouvidos — Olhe para mim, querida — eu abri meus olhos, sentindo-os molhados e encontrando os olhos dele da mesma forma — É isso que as pessoas que se amam fazem — ele disse num sussurro quase sem fôlego, seu rosto suado colado ao meu — Elas fazem amor.

Meu coração disparou em pânico. Ele tinha...? Sim, ele disse. É isso que as pessoas que se amam fazem. Negan sorriu, o primeiro sorriso da noite, fazendo eu quase entrar em colapso. Segurei seu rosto e o beijei, com toda vontade e amor que eu tinha.

— É isso que elas fazem — eu repeti, colado a sua boca.

Pressionei minha cabeça contra o colchão a medida que as estocadas ritmadas do seu pau contra meu sexo aumentavam, me desfazendo em pedaços. Dessa vez era diferente, havia carinho, amor... não queria antes não houvesse, mas dessa vez ele queria me mostrar.

O pulsar incessante de sua ereção dentro de mim me leva ao limite eu estou gozo, empurrada para o êxtase junto com ele, numa bagunça de gemidos luxuriosos. Seu corpo desaba sobre o meu, me prendendo a cama de uma maneira confortante.

Enterrei uma mão em seus cabelos, enquanto a outra acariciava suas costas suadas de prazer. Era como se existisse só nós dois, mesmo sabendo que amanhã seria um novo dia com novas coisas ruins acontecendo.

Negan saiu de cima de mim, me puxando contra seu peito e colocou a mão em minha nuca, por baixo do meu cabelo. Ficamos em silêncio, o único som que se ouvia era da nossa respiração, enquanto seus dedos acarinhavam meu couro cabeludo. Eu estava quase dormindo quando sua voz me desperta.

— Eu não mereço você — sua voz estava mais rouca do que de costume, carregada demais — Você é tão boa, tão pura para esse mundo. Eu nunca vou ser como você quer.

As palavras cortaram meu coração. Levantei minha cabeça, olhando seu rosto. Eu não sabia qual bloqueio faltava eu quebrar para poder ajudá-lo.

— Você é tudo o que eu preciso. Você pode mudar, pode ser melhor. Por nós — eu cobri sua boca com a minha, apenas selando nossos lábios.

Deitei de volta em seu peito, não esperando que ele falasse nada, e ele não o fez. Mas se antes eu tinha alguma dúvida, agora eu tinha certeza. Nós nos amávamos. Mas será que isso seria o suficiente?

O que vcs acham que Negan vai fazer quando descobrir a verdade?

Beijinhossss