Capítulo 31
Antes mesmo de eu abrir os olhos, minha mente me bombardeou com flashes e tudo mais que aconteceu ontem. Jasper ainda estava agindo como um idiota e não falou comigo, acho que para ele bastava que eu estava andando e sem nenhum machucado.
Era cedo ainda, mas o sol estava brilhando no céu, junto com o calor.
— Como assim? O que eu vou fazer hoje? Ficar olhando para o céu? — pergunto quando Lauren diz que meu nome não está mais no serviço que eu faço toda a manhã.
— Eu não sei, Emma. Provavelmente Negan vai te por num serviço pior — ela diz. Negan. Claro que foi Negan quem fez isso — Jasper me disse o que aconteceu ontem. Eu não sei onde você está com a cabeça pra fazer tanta merda.
— Claro que disse — eu reviro os olhos, lembrando de ontem. Ele nem veio ver se eu estava bem, nem ontem nem hoje. Não sei porque esperava algo de Jasper ainda. Eu queria me resolver com ele, mas eu ainda estava muito brava para ter uma conversar com ele sem discutir de novo — o que provavelmente aconteceria.
Pelo jeito Jasper só contou da parte que eu respondi Negan, Lauren não parece saber mais do que isso.
— Não sei o que há de errado com vocês, mas acho melhor se resolverem logo. Ele está me enlouquecendo.
Nem queira saber.
— Foi você quem se meteu nisso. Talvez você ensine ele a virar gente de novo — eu digo e ela ri.
— E o que aconteceu entre você e o bonitão? — ela faz um movimento com a cabeça e eu acompanho seu olhar, vendo Bellamy subindo para o terraço da fábrica, com certeza indo arrumar os painéis solares. Negan está cumprindo o que disse, pelo menos por agora.
— Nada — respondo, mas ela não acredita. Seu sorrisinho e o olhar de canto de olho que me deu, me confirmava isso.
— Quer que eu acredite que você passou a noite com ele e não rolou nada?
— Ele não é assim. Não aconteceu nada.
— Como assim? Ele é gay? — ela pergunta alto e algumas cabeças viram para nós. Sinto meu rosto esquentar.
— Claro que não, Lauren — sussurro, dando um olhar repreensivo. Ela ri.
— Essa era a única desculpa que eu aceitaria. A gente se vê depois — ela diz olhando feio para onde tem um grupo de pessoas paradas — Aproveite sua folga, vadia — ela pisca antes de sair.
* * *
Subo pelas mesmas escadas onde vi Bellamy subindo. Eu nunca tinha vindo aqui em cima, é muito alto e cheio de painéis solares. Ainda bem que sobrou alguém vivo — e inteligente — para fazer a manutenção disso tudo. Bellamy está agachado na frente de um monte de peças, os cabelos escuros bagunçados de um jeito bonitinho. Minha bota faz barulho no cimento e ele levanta a cabeça para olhar.
— Oi — eu cerro os lábios em um sorriso, feliz em vê-lo bem.
— Oi — ele responde, ficando de pé, e eu entrego uma garrafa de agua para ele — Obrigado. Como você está? — pergunta, abrindo a garrafa e bebendo.
— Eu estou bem.
— Eu sei — ele diz, sem me olhar, concentrando-se em fechar a garrafa, mas eu sabia que isso não passava de uma desculpa para não me olhar.
— Você sabe? — minha voz sai baixa e Bellamy levanta o olhar para mim, e dessa vez sou eu que alterno entre olhar para ele e pera minhas unhas.
— Emma, ficou claro para mim. Principalmente porque você está viva depois de ontem — ele responde naturalmente, como se não fosse um assunto tenso, como se o que aconteceu ontem não fosse minha culpa.
— Você deve estar me achando uma... — ele coloca um dedo na minha boca, mas tira no segundo seguinte.
— Não. Nunca acharia isso de você. Se você está com ele, é porque realmente quer, não para conseguir algo — ele diz decidido. Ele não estava falando isso só porque era o que eu queria ouvir, mas era o que ele realmente achava. Dou uma risada fraca.
— Só você acha isso — a cena que Jasper fez me vem à cabeça. Isso é o que qualquer um acharia.
— Não se preocupe com os outros. Você está feliz? É isso que quer? Então é tudo que importa.
— Você não existe. Como você consegue ser legal assim?
— Só sou legal com você — ele pisca, sorrindo.
— Me desculpe — a frase sai num suspiro, e Bellamy franze a testa.
— Porque está me pedindo desculpas? Você não fez nada para mim.
— Fiz você ouvir um sermão. Você não tinha culpa, eu coloquei você nessa situação.
— Olha, está tudo bem — ele garante, com os olhos calmos. Concordei com a cabeça, olhando para baixo, onde as pessoas trabalhavam.
— Como está indo com isso ai? — eu pergunto, mudando de assunto, olhando para as painéis no chão.
— Bem, graças a Deus — ele dá uma risada e se agacha, continuando o que fazia, e eu faço o mesmo, me sentando no chão ao seu lado.
— Você vai embora depois disso?
— Provavelmente sim — ele me olha fixamente durante um tempo antes de afastar os olhos.
— Vou sentir sua falta.
Eu gostava muito dele. Bellamy me deu o que ninguém mais ofereceu: compreensão. As palavras que ele me disse foram um raio de sol em meio a toda aquela escuridão que estava sendo a minha vida nos últimos dias. E eu não queria perder isso. Mas eu não tinha dúvida que Negan mandaria ele de volta quando ele terminasse.
— Não fala isso. Não quebre meu coração desse jeito — ele diz com a mão no peito, como se estivesse ferido, e eu dou um tapa em seu braço.
— Pensei que você não fosse querer mais falar comigo. Depois do que aconteceu — eu digo meio hesitante, não sei se ele queria relembrar do que aconteceu.
— Não vou mentir e dizer que eu não queria estar no lugar dele, porque definitivamente, eu queria — ele me olhou com aquele olhar de menino travesso, sorrindo com os olhos — Mas você merece ser feliz. Estar segura. Se você se sente assim com ele, eu fico feliz por você.
Eu engulo em seco. Mesmo ele falando isso, eu sentia algo por trás das palavras dele.
— Precisa de ajuda? Algo que eu possa fazer? — eu desvio o olhar dele, mudando de assunto. Ele me entregou um spray e um pano.
— Pode limpar os vidros dessas aqui enquanto eu monto essas — ele aponta e eu começo a fazer o que ele pede. Pelo menos não vou passar o dia sem fazer nada, e ainda tenho uma boa companhia.
* * *
Já era noite, e eu não tinha visto Negan o dia inteiro, e a última vez foi exatamente assim, e o final... eu não quero nem lembrar.
— O que vai fazer agora, Emma? Nós — Lauren aponta para si mesma e para Rose — Vamos gastar alguns pontos bebendo — Lauren diz quando entro na cozinha, depois de comer.
— Eu devia usar esses pontos de sobra para comprar calcinhas novas, mas Lauren me convenceu que é melhor beber — Rose diz quando passa por mim e começa a amarrar o e tirar o saco de lixo da lixeira, substituindo por outro vazio.
— Valeu pelo convite. Mas não vai dar — eu digo.
— Senhoras — Simon adentra na cozinha, com algumas mulheres atrás dele, pegando nossa atenção — Até amanhã vocês ficam aqui. Lauren vai dizer o que fazer. Amanhã eu coloco vocês onde realmente é necessário.
Olhando, eu conhecia uma e outra. Eram...
— Pelo jeito não conseguiram agradar o chefe — Lauren fala, debochada. As mulheres não respondem nada, só se mexem desconfortáveis. Eu fico as olhando. Elas são bem mais velhas do que eu.
Eu vou me livrar delas
Eu podia ouvir a voz dele falando isso na minha mente agora mesmo.
Ele fez o que prometeu. Aconteceu mesmo.
— O que você espera que eu faça com elas aqui? — ela pergunta a Simon — Já está lotado. Não precisa de mais ninguém.
Lauren claramente detestava elas. Mas tudo o que ela já falou delas não chega perto do olhar de nojo que ela as olha agora. Coitadas, vão sofrer na mão dela.
— Ordens do Negan. Reclame com ele — ele dá os ombros, saindo da cozinha.
— Talvez devesse colocar elas para esfregar algum banheiro — Lauren sorri para elas, que se entreolham — Porque estão aqui?
— Negan disse que não precisava mais de nós e que agora trabalharíamos por pontos.
Uma mulher de cabelos pretos — a mesma que eu já vi saindo do escritório de Negan — respondeu. Eu olhei para o chão, desviando o olhar delas. Acho que é a primeira vez na vida que eu sinto vergonha alheia.
— Bom, foda-se porque ele fez isso, provavelmente ele vai renovar o estoque — ela ri e da os ombros. Eu continuo encostada, vendo Lauren por elas para fazerem as coisas. Quando elas estão todas ocupadas, ela se encosta ao meu lado, cruzando os braços.
— Eu odeio elas — ela bufa ao meu lado.
— Sério? Nem percebi — eu rio nervosa — Ainda está de pé ir beber? — eu pergunto — Porque eu vou precisar.
Ela me olha confusa pelo que eu disse, mas confirma. Acho que só o álcool para me ajudar a digerir o que aconteceu agora.
* * *
Depois de algumas cervejas, a conversa começou a ir por um lado descontraído. Havia poucas pessoas hoje por aqui. Ninguém jogando, só bebendo.
— Ah se eu fosse jovem como vocês. Ninguém me segurava, nem esses mortos vivos fedidos — Rose dispara, fazendo nos duas rir.
— Eu também pensei assim — Lauren começa, se arrumando na cadeira — Um cara por semana. Mas isso mudou até eu achar um maluco que me perturba até hoje.
— Aquele cara ainda enche seu saco? — eu pergunto. Ainda era o mesmo cara do dia do refeitório, e ele tinha mesmo cara de maluco.
— Ele tenta. Mas eu já disse para ele que não quero mais. Ele pareceu concordar, o que foi estranho, já que ele é maluco.
— Não tem medo que ele faça algo para você? — Rose pergunta. Eu pensei o mesmo.
— Ele não é tão maluco assim. Sabe que Negan esmagaria a cabeça dele. Além do mais, agora estou com Jasper. Ele é gentil. Bom aluno — ela pisca para mim e eu faço cara de nojo. Saber da vida sexual de Jasper não era um assunto do meu interesse.
— E você Emma, ninguém? Já faz um tempo que você está aqui — Rose pergunta, abrindo mais uma garrafa de cerveja.
— Ninguém — eu confirmo, balançando o copo. O que eu diria?
Negan disse que gosta de mim e ninguém mais importa, e a propósito, ele estava falando sério, já que as mulheres que ele comia agora estão trabalhando na cozinha, e por isso eu estou bebendo, para digerir tudo isso.
Nem um container de bebida ajudaria na bagunça da minha mente.
— Ninguém porque você não quer — Lauren alfineta, e eu a corto com o olhar. Ela ri e não continua o assunto.
Ficamos mais algum tempo conversando, com Rose contando histórias de quando ela era mais jovem e das suas aventuras sexuais. Nessa noite eu tive certeza que ela era louca.
— Eu posso ter um espirito jovem, mas eu já sou uma senhora, minhas juntas estão doendo — ela diz, se levantando — Boa noite, meninas — nos despedimos dela e ficamos só eu e Lauren.
— Acho melhor você parar — Lauren diz quando pego a garrafa de licor e despejo no meu copo — Quando disse que era para gastar alguns pontos bebendo, eu disse alguns, não todos.
— Eu não me importo. Tenho o suficiente — sorri e bebi. O gosto doce desceu agradavelmente pela minha garganta. Eu não queria parar agora que a bebida estava me deixando leve e sem preocupações.
Negan
— Você — eu aponto para Fat Joe sentado no sofá do escritório. Ele fica de pé no mesmo momento, parando em frente à minha mesa — Traga a Emma aqui.
Passei o dia fora, e precisava ver Emma. Nessa altura ela já deve saber que eu fiz o que ela queria. Eu não acreditei quando ela saiu ontem, me deixando duro.
— A magra bonita que brigou com Arat? — ele pergunta como se quisesse ter certeza de quem é.
— Você acha ela bonita? — me recosto na cadeira e ergo a sobrancelhas. Ele olha de um lado para o outro, com medo de responder.
— Claro, chefe. Acho que não existe um homem aqui que não ache — ele dá os ombros, mas pela cara, ele acha mais que isso.
— É mesmo? — pergunto ele concorda. Parece que minha cara o incentivou a falar mais.
— Não sei como ela ainda está sozinha. Qualquer um aqui não se importaria em trabalhar dobrado para tê-la o esperando no final do dia.
A imagem de Emma me esperando na cama depois de um dia inteiro faz meu pau se contorcer. Merda, ela nem precisa estar na minha frente pra me deixar duro.
— Você também? — pergunto e ele faz aquela cara de quem não come ninguém a anos.
— Com certeza. Por Deus, eu trabalharia dia e noite se a recompensa fosse ela. Mas ela não parece ser desse tipo.
— Que tipo?
— Que está com alguém para não trabalhar. Eu nunca a vejo parada.
Ela é bem desse tipo, fodidamente teimosa e orgulhosa.
— Você anda observando ela? — eu me endireito na cadeira,
— Não senhor, só estou falando o que vejo.
— Que bom, porque eu não ia gostar nem um pouco se tivesse. Ela é minha.
Seu rosto empalideceu.
— Desculpa, chefe. Eu não sabia — ele engole em seco e eu seguro para não rir do desespero dele.
— Agora você vai lá como a porra de um cavalheiro dizer que eu estou chamando ela. Vai ser educado como se ela fosse a rainha da Inglaterra.
Ele concorda e sai voando pela porta.
Emma
Conversamos mais e estava ficando tarde, só estavam nós duas e uma mulher junto com outro homem em outra mesa nos fundos na sala, quando Jasper entrou. Ele me deu um meio sorriso e se sentou ao lado de Lauren, passando o braço por sua cintura.
Eu encaro os dois na minha frente. Eles estão conversando, Lauren contando o que fez hoje e Jasper a ouve com atenção.
Isso é algo que eu nunca imaginaria Negan fazendo. Ele podia gostar de mim — seja lá o que for isso para ele — mas ele nunca sentaria comigo e perguntaria como foi meu dia.
Mas eu pensava nele mais do que já pensava antes, sem querer admitir. Ainda mais depois de tudo que ele me disse ontem, depois de cumprir tudo o que disse ontem. Isso fez com que meus sentimentos se tornassem uma avalanche.
Eu não sabia se ele realmente gostava de mim. Eu também não sei o que sinto por ele, não consigo compreender o que realmente sinto, mas sinto sua falta. Eu o quero aqui, comigo, me tocando. Quero sua companhia. Quero ouvir ele perguntando como foi meu dia.
Com tanta coisa para pensar e me ocupar, eu estou pensando em Negan tendo conversas de casal comigo. Eu rio sozinha.
— Vamos? — Lauren fala, me tirando dos meus devaneios. Os dois me olham estranho, provavelmente porque estou rindo sozinha.
— Não, podem ir. Vou depois.
Eles se entreolham, e ficam de pé. Jasper vem ao meu lado, e toca meu braço como se quisesse me levantar.
— Eu não vou agora, já falei — eu empurro sua mão — Não preciso de ajuda de alguém que me acha uma vadia.
— Do que você tá falando, Emma? — Lauren pergunta franzindo a testa, olhando para nós dois. Vejo Jasper arregalar os olhos.
— Nada. Ela tá bêbada - Jasper enfia a mão no bolso e entrega alguma coisa para ela — Me espera lá. Só vou levar ela para o quarto.
Lauren me dá boa noite e eu vejo que Jasper entregou a chave do quarto dele para ela.
— Vai lá, não quero atrapalhar sua trepada. Devia aproveitar que alguém te suporta ainda — falo quando Lauren já saiu.
— Vamos lá, Emma — ele ignora o que eu disse, e consegue me levantar.
— Sai fora, Jasper, que merda — eu tiro meu braço dele de novo, e ele me olha irritado.
— Não importa o que aconteceu, eu não vou deixar você aqui, entendeu?
— Olá, você é a Emma? — um cara alto e gordo perguntou para mim, meio sem jeito, meio com medo? Eu devo ter bebido muito mesmo para achar que um cara desse tamanho está com medo de mim. Devo estar muito bêbada mesmo porque nem o vi entrar.
— Sou — eu respondi, vendo Jasper se endireitar ao meu lado, mas o cara nem o olhou. Eu bebi mais um pouco do liquido doce do meu copo.
— Negan está chamando você — ele diz como se anunciasse o chamado do rei. Eu tive que segurar o riso para não cuspir a bebida nele.
— Negan está chamando você — eu imito sua voz e ele me olha como se eu tivesse duas cabeças — Diga a seu chefe que estou ocupada — eu levantei o copo e dei um sorriso, vendo ele ficar vermelho. Ele não diz mais nada, só sai andando porta a fora.
— Você é louca — Jasper diz, tirando o copo da minha mão — Vamos logo antes que arrume problemas — ele pede, tentando me guiar para fora, mas eu me sento de novo. Ele esfrega o rosto, derrotado.
— Vou depois — eu aviso — Ainda tem um pouco — eu balanço a garrafa, que tem uns três dedos de bebida ainda. Estou me sentindo leve. Por isso que as pessoas bebem.
— Beleza — ele exala, se sentando a minha frente — Termina de tomar isso e eu levo você até seu quarto.
— Eu posso ir para meu quarto sozinha.
— Claro que pode — ele revia os olhos — Você se perderia no primeiro corredor.
Ele não fala nada nos minutos seguintes e nem eu. As duas pessoas que estavam aqui, saem, e fica só eu e Jasper.
— Merda — Jasper amaldiçoa, ficando de pé e me puxando junto. Ele está olhando para algo atrás de mim e eu me viro e vejo Negan a alguns passos de nós. Só o modo como ele se movimenta me faz ficar hipnotizada. Ele não desvia os olhos de mim enquanto caminha, muito sério. O cão de guarda de antes deve ter ido avisa-lo que eu estava aqui.
Ele estava sem Lucille nas mãos, o que era algo raro. Eu ri, mas pelo jeito só eu estava achando graça. A carranca de Negan devia me fazer dar um passo atrás, mas eu não consegui segurar a risada.
— Eu já tô levando ela — Jasper fala com pânico nos olhos. Ele segura meu braço, mas eu escapo para longe, tropeçando um pouco.
— Me larga, eu não vou a lugar nenhum.
— Pode ir, Jasper — Negan manda e Jasper assente rápido e sai.
— Uau, me ensina a fazer isso? — eu peço — Também quero fazer ele me obedecer assim.
— O quanto você bebeu? — ele pergunta. Eu pensei que ele fosse fazer um discurso, mas ele passa o braço pela minha cintura e nós começamos a ir para fora. Eu conseguia ir sozinha — ou não — mas eu não queria afastar suas mãos de mim.
— Menos do que pretendia — eu sorrio, mas ele está sério — Meu quarto fica por aqui — aponto o corredor oposto para onde ele está me levando.
— Você não vai para o seu quarto.
— Ah, claro, agora que você se livrou das outras acha que manda em mim — eu debocho e ele me aperta mais contra ele. Negan não responde, mas vejo ele sorrir.
— Porque bebeu assim?
— Porque estava pensando demais em você — admiti e senti a vibração da sua gargalhada contra mim.
— Agora a culpa é minha? — ele pergunta enquanto abre a porta do quarto e me coloca para dentro antes, como sempre faz. Ele fecha a porta e eu me apoio na parede, esticando minha perna.
— Me ajuda a tirar? — balanço meu pé no ar, me referindo a minha bota. Ele olha para mim, franzindo a testa.
― Sério?
Eu concordo, sorrindo. Ele suspira e se agacha na minha frente, segurando meu tornozelo enquanto puxa a bota para fora do meu pé.
— Prefiro quando você fica de joelhos na minha frente — mesmo brincando, eu vejo que eles está bravo.
— Está bravo comigo?
— Deixei você sem serviço hoje para encontrar você relaxada para mim e olha como você está — ele aperta minha panturrilha quando tira minha outra bota, e eu gemo, sentindo suas mãos quentes na minha perna nua, e meu corpo todo se arrepia.
— Está com frio? — Negan pergunta, com um sorriso satisfeito quando vê que eu estou assim por um mero toque dele.
Ele esfrega as mãos nas laterais das minhas coxas, subindo um pouco para dentro do vestido. Meu ventre se contrai, e eu me apoio mais na parede. Ele fica de pé de novo.
— Tenho certeza que você vai me esquentar — eu o puxo pela jaqueta para mais perto de mim, necessitando sentir seu corpo contra o meu. Ele me olhava de cima, e quando fiquei na ponta dos pés para beija-lo, me desequilibrei, mas ele me segurou.
— Você não consegue nem parar em pé direito — ele resmunga, meio rindo, meio bravo, me arrastando e me sentando no sofá. Ele tira a jaqueta, a blusa branca deixando os pedaços das tatuagens aparecendo. Como alguém consegue ser tão atraente assim?
— Fica ai. Vou fazer um café para você — ele avisa, e começa a mexer nos armários, pegando uma caneca e mais alguma coisa que deve ser café.
— Eu não quero café nenhum — digo indo atrás dele.
— Eu não perguntei.
— Eu não perguntei — eu imitei o tom bravo dele, e cai na gargalhada, foi inevitável. Ele não respondeu, mas sua respiração ruidosa revelava sua irritação.
— Sabia que você fica com uma ruga bem aqui quando fica bravo? — eu toco em cima da sua sobrancelha esquerda. Ele abaixa minha mão, e volta a fazer o café.
Eu me apoio na bancada ao lado, onde ele em um estoque de bebidas. Uma garrafa com um líquido vermelho que já está pela metade me chama a atenção. Eu a pego.
— Eu nunca bebi isso — eu tento ler o nome, mas ele tira a garrafa da minha mão antes.
— E nem vai — ele a coloca onde eu tirei, me dando um olhar irritado.
Vou em direção ao sofá, mas bato com o quadril na mesa que tem no meio do caminho, e um vaso balança antes de cair no chão. Eu vejo tudo em câmera lenta, enquanto ele se quebra em mil pedaços.
— Mas que porra — ouço Negan gritar e me viro segurando o riso. Agora ele está realmente puto. Dou os ombros.
— Foi só um vaso. Você pode mandar um dos seus escravos trazerem cem iguais a esse.
— Puta que pariu, você parece uma criança do caralho. Fica sentada antes que se machuque.
Eu ia sentar, mas como ele gritou, eu permaneci de pé na frente do sofá.
— Porque eu tenho que sentar? Por que você não se senta? — eu pergunto, com as mãos na cintura. Ele me olha de cima a baixo, balançando a cabeça antes de responder.
— Porque não sou eu quem está bêbado igual um guaxinim.
— Nem eu. Uma pessoa bêbada consegue fazer isso? — eu dou duas giradinhas pela sala com os braços abertos. Ele balança a cabeça, se segurando, mas finalmente rindo.
— Você vai acabar vomitando.
— Claro que não. Eu sou uma lady.
— Senta — ele manda e vem caminhando com uma caneca fumegante na mão. Eu sento e ele segura a caneca na minha frente.
— Eu não vou tomar isso — digo sem pegar. Ele passa a mão no cabelo, e eu tenho que reconhecer o esforço que ele está fazendo para não xingar. Mais.
— Só toma essa merda. Você vai agradecer amanhã por ter tomado.
Reviro os olhos e pego a caneca enquanto ele senta ao meu lado.
— Não tem leite — eu digo quando olho o líquido preto, e mesmo sentada, eu me sinto balançar.
— É. Não tem leite — ele repete — Vai ser bom pra curar seu porre.
Pelo canto do olho eu vejo suas mãos apoiadas ao lado das coxas, no sofá. Grandes e ásperas, mas eu não me importava, porque quando me tocavam, me levavam ao céu. Isso me lembrou da primeira vez quando vim aqui.
Como ele fez eu me sentir, não só se importando com o seu prazer, mas com o meu também. Aperto minhas pernas juntas, tentando ignorar as sensações vindas de dentro delas.
Sua mão quente na minha coxa me desperta das minhas lembranças. Eu o encaro, sentado relaxado, e o sorriso em seu rosto me avisa que ele está completamente ciente de como eu estou excitada. Ele é tão bonito que chega a ser irritante.
Não tomei o café e coloquei a caneca em cima da mesa a minha frente, me sentando no seu colo em seguida, envolvendo seu pescoço com meus braços. Suas mãos firmes pousam na minha cintura.
— A primeira vez que você me comeu, a gente começou aqui, nesse sofá, comigo no seu colo — minha voz sai meio embolada, mas eu não sei se é por causa da bebida ou da ansiedade de tê-lo.
Dou um beijo suave em seus lábios. Seu cheiro é inesquecível, nada além de pura masculinidade. Ele envia um tremor para baixo do meu corpo.
— Como eu poderia esquecer? — seus olhos olham para baixo, admirando a visão das minhas pernas abertas ao redor do seu quadril. Ele está duro em baixo de mim.
— Pensei em você o dia inteiro — digo com a boca colada na dele, e o beijo. Dessa vez minha língua entra na sua boca, saboreando o gosto dele. Eu jamais me cansaria de ter seus lábios nos meus e suas mãos grandes me segurando firme.
Arrasto minha boca para seu pescoço, sugando sua pele, enquanto rebolo no seu colo, e meu clitóris dolorido roça intensamente sua ereção. Negan me aperta e geme junto comigo, antes de segurar meus quadris, parando meus movimentos.
— Querida, mesmo que meu pau esteja doendo de duro eu vou ter que pedir pra você parar com essa merda. Você tá bêbada pra caralho, e eu não vou fazer nada com você assim.
Eu ergo as sobrancelhas, não acreditando que ele está negando isso a mim.
— Você não quer transar comigo porque eu estou bêbada. Um canalha com princípios.
— Do jeito que você está, vai acabar desmaiando no meio e foder alguém inconsciente não é meu fetiche — ele faz menção de me tirar do seu colo, mas eu o empurro para o sofá de novo.
Minha mente estava um branco total a única coisa que eu pensava agora era ser fodida por ele o mais rápido possível.
— Negan — minha voz sai quase como um miado — Eu preciso de você — o tom de desespero na minha voz me pegou de surpresa. Eu estava implorando para ele me comer.
Foda-se. Eu estava.
Negan
Ela estava bêbada pra caralho. E linda. Porra, ela sempre estava linda. Até com esse vestido que parece um saco de batatas. Ela estava como uma gata manhosa se esfregando em mim, mas ia desmaiar a qualquer momento, e mesmo com meu pau latejando, eu não queria começar algo que não ia terminar. Mas isso era difícil com ela rebolando em cima de mim.
— Você tem que parar de se contorcer no meu pau — eu aviso, passando o polegar pelos lábios carnudos dela.
Assisto quando os lábios dela se abrem, sem nunca desviar o olhar de mim, e ela toma meu dedo na boca, girando a língua ao redor. A única coisa que eu consigo pensar é essa boca quente e úmida envolvendo meu pau.
— Quero que você me coma. Quero seu pau dentro de mim. Com força — me pede com suplica escorrendo de cada palavra que deixava sua boca.
Ela subiu e desceu a mão pelo membro por cima da calça, me fazendo arfar. Eu o sentia latejar por toda extensão. Ela tentou se arrumar no meu colo, mas seu corpo tombou para frente e eu tive de segurá-la.
— Você não vai aguentar eu te foder, meu anjo — massageio suas coxas, e ela suspira pesado.
— Eu aguento sim.
Com um equilíbrio de não sei de onde veio, ela sai do meu colo, ficando de pé na minha frente. Suas mãos vão para baixo do vestido e desliza sua calcinha pelas coxas e a chuta para longe. Porra.
Ela olha para mim, seus olhos pesados piscando lentamente. Vê-la com essa cara inocente, de quem estava fazendo a coisa errada, implorando para que eu a coma, faz com que eu perca o pouco controle que restava.
— Eu queria você de quatro, mas foda-se. É mais fácil você montar em mim — eu a puxo para meu colo, a beijando.
O gosto doce da bebida junto com o gosto da sua boca era o paraíso para mim. Eu puxo seu cabelo, fazendo seu rosto inclinar para trás.
— Se você desmaiar, eu vou te foder do mesmo jeito — aviso e ela concorda — Tira o vestido — eu mando e levo minha mão para o meio de suas pernas.
Ela está encharcada e quando deslizo um dedo para dentro dela, Emma para com as mãos na barra do vestido e tomba a cabeça para trás, se mexendo contra minha mão.
— Eu mandei você tirar a roupa — tiro minha mão e abro meu cinto e minha calça. Ela engole em seco, olhando para mim, e eu percebo que ela se assustou com meu tom. Eu quero que ela goze comigo dentro dela.
Ela tira o vestido e o joga no chão, e eu vejo que está sem sutiã. Seus seios pequenos e firmes cabem nas minhas mãos perfeitamente.
— Linda – murmurei acariciando seus mamilos duros e inchados. Ela morde o lábio, gemendo baixinho.
Emma roça a mão na minha cueca eu sinto meu saco apertar, se contraindo dolorosamente. Ela abaixa minha calça e cueca só o necessário para tira-lo para fora enquanto tiro minha camisa.
— Tenho que pegar uma camisinha.
— Não, eu quero sentir você — ela pede com aquele olhar e voz manhosa, com uma mão no meu peito e a outra já guiando meu pau para dentro dela.
Porra, eu não trepava sem camisinha a muito tempo, desde que o mundo virou de cabeça para baixo. Mas eu faria qualquer merda que ela pedisse com esse olhar no rosto. Era sua arma secreta e ela nem se dava conta.
Gemi, sentindo meu pau entrando nela, pulsando conforme sua boceta quente e apertada me rodeava. Nessa hora eu amaldiçoo o filho da puta que inventou a camisinha. Sentir ela molhadinha e quente me apertando é a melhor sensação do mundo. Ela sorriu e começou a se movimentar, sem chegar até o final.
— Você é enorme — ela sussurrou, subindo e descendo, me fazendo entrar cada vez mais dentro dela. Tombo minha cabeça no sofá, admirando a visão dela nua montada em mim. Ela me enlouquecia.
— Você faz bem pro meu ego.
A sensação de pele na pele, sem nada para atrapalhar era nova depois de tanto tempo. Ela estava indo devagar, e dessa vez eu a deixei fazer do jeito dela.
— Como se precisasse disso — ela retruca, e mesmo bêbada ela continua atrevida.
— Eu não preciso de nada quando estou dentro de você — segurei sua bunda e dei um impulso para cima, me enterrando todo dentro dela.
Ela gritou e inclinou o corpo para a frente, segurando no encosto do sofá, enquanto rebolava. Seus seios ficaram na frente do meu rosto. Soltei sua bunda e agarrei seus seios, levando um mamilo na boca.
Emma agarrou meus cabelos e pude ver sua cabeça se jogar para trás, sua boca se abriu em um gemido enquanto se movia cada vez mais rápido.
— Isso... mais rápido — meus dedos apertam seus quadris. Emma nunca se continha, e não precisava beber para isso. Foi assim desde a primeira vez. Ela se entregava por completo a mim, sem vergonha e sem pudor nenhum.
— Fala comigo... eu gosto da sua voz — ela pede e envolve suas mãos na minha nuca, encostando seu rosto no meu, misturando nossas respirações.
— Vou gozar dentro de você. Sentir essa bocetinha gostosa me apertando enquanto você chega lá, comigo — levo minha mão até sua nuca, meus dedos segurando firmemente seu cabelo — É isso que você quer. Quer que eu te marque como minha — ela me fitava, os olhos pesados e fora de foco.
— Sim — a resposta sai com um gemido com os olhos apertados — Quero isso, quero... — ela não terminou o pedido, mordendo o lábio quando eu comecei a estocar forte dentro dela.
Eu estava quase gozando então levei minha mão no ponto onde nossos se encontravam. Ela está pingando e meus dedos deslizam facilmente. Esfrego seu clitóris, ela é tão sensível que ao menor toque eu sinto os primeiros espasmos do seu orgasmo, enquanto ela se aperta em torno de mim.
Eu explodo dentro dela, grunhindo enquanto ela treme em cima de mim, seus dedos cravando nos meus ombro. Eu a seguro firme, puxando seu corpo de encontro ao meu. Emma desaba sobre mim, a cabeça no meu ombro, seu coração disparado contra o meu, e sua bunda pra cima, comigo ainda enterrado dentro dela.
Acaricio suas costas suadas, seguindo o contorno da sua coluna com o dedo, sentindo sua respiração se acalmar. O sofá era grande o suficiente para nós dois. A deitei de frente para mim. Seus olhos estão pesados e seu corpo mole, mas ela aguentou como disse que iria. Ela está suada, descabelada e com o rosto corado, e fica linda com essa cara pós-foda.
— Você gosta de mim? — ela acaricia meus cabelos, passando os dedos por eles. A pergunta me pega de surpresa, mas não por não saber a resposta, mas por ela ter dúvida depois de tudo isso.
Depois da Emma bêbada excitada vem a Emma bêbada reflexiva. Eu ri pela sua preocupação. Ela só podia estar muito bêbada para ter dúvida disso. Eu a beijo, sua língua quente acaricia a minha preguiçosamente.
— Você gosta de mim ou só disso que nós acabamos de fazer? — as palavras se arrastam para sair da sua boca, seus olhos piscam lentamente, quase se fechando.
— Eu gosto de você pra caralho.
— Não, você não perguntou como foi meu dia — ela murmura antes de fechar os olhos e apagar, me deixando sem entender o que ela quis dizer com isso.
Capítulo grandão, beijos beijossssss
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