Capítulo 14
Fiz um trabalho muito bom em evitar Negan nos próximos dias, não realmente pensando que era possível, mas eu fiz isso.
Mas mesmo que meu corpo fizesse um bom trabalho em manter distância, me esgueirando pelos corredores, minha mente era um pouco menos eficiente. Jasper passava a maioria do tempo fora, por isso tentei ocupar minha mente fazendo o máximo de coisas possíveis.
- Será que já posso por uma placa aqui com seu nome? - Dwight diz enquanto se senta ao meu lado. A escada de incêndio do primeiro andar era o lugar que eu me esquivava sempre que tinha uma folga. Ficava ao lado da fábrica, e tinha uma boa vista para o lado de fora.
- Eu gosto daqui – eu dou os ombros. Ele tira um cigarro e o isqueiro do bolso e acende. Olho para a cicatriz em seu rosto.
- Como isso aconteceu? – eu fiz a pergunta que eu quis fazer desde que o vi, mas não fazia porque não sabia como ele reagiria. Mas agora que conversamos com frequência, resolvi arriscar.
- Quer a história inteira ou o resumo? – ele fala, olhando para frente, enquanto solta a fumaça.
- Qual você quiser contar.
- Eu e minha mulher roubamos daqui e fugimos. Ela morreu e eu decidi voltar, pensando que se eu implorasse Negan me aceitaria de volta. Eu estava certo, ele me aceitou de volta, mas me fez de exemplo para ninguém ousar roubar de novo.
- Foi ele? – eu sinto que minha voz tremeu um pouco. Meu Deus, isso é cruel. Não, cruel não chega perto. Isso é sádico.
- Negan costumava matar ou cortar a mão, mas comigo ele foi mais criativo.
- Meus Deus, eu sinto muito – eu não sabia o que falar. Existe algo pra dizer quando alguém conta que teve o rosto queimado para servir de exemplo?
Imaginar a dor que ele deve ter sentido não era o pior a se pensar, o pior era como alguém pode fazer isso com outra pessoa. Mas não era alguém, era Negan. O mesmo cara que me tocou na floresta com as mesmas mãos que mutilou outra pessoa.
- Me surpreende você não saber disso até agora, ajudando na cozinha.
- A maioria é fofoca de mulher. Algumas coisas nunca mudam – eu falo e ele ri.
- Eu também ouvi algumas coisas sobre você... e Negan – ele fala, virando o rosto para me olhar.
- Do que você tá falando?
- Sobre como vocês não voltaram para cá depois de sair de Alexandria semana passada.
- Ele me levou para atirar.
E depois eu apontei uma arma para ele e quase deixei ele me comer no chão da floresta.
- E por que ele fez isso?
- Se ele dissesse que levaria você para atirar, você o questionaria? – perguntei, um pouco mais seca, esperando que ele terminasse o assunto.
- Não.
- Tá aí sua resposta.
- Só tô falando por que você é uma boa pessoa e por mais tentador que possa parecer ter alguma coisa com ele...
- Nunca vai acontecer – eu o corto, olhando para longe. Eu posso ser do tipo que gosta dos caras maus, mas não desse tipo de mau. Eu levanto, descendo as escadas, ouvindo ele fazer o mesmo atrás de mim, até chegar na parte plana, onde há uma porta lateral.
- Para de olhar desse jeito pra mim - ele fala enquanto joga o cigarro no chão e pisa em cima.
- Que? – eu falo sem entender.
- Com pena. Eu sei que não é a melhor visão do mundo, mas eu tô bem.
- Talvez essa cicatriz faça seu rosto memorável – eu falo e ele ri fraco, olhando para o chão.
- Você sempre vê o lado bom das coisas? – ele pergunta quando levanta os olhos para mim. Eu dou os ombros.
- Eu tento.
***
- Você é a única pessoa nessa merda de lugar que usa seu tempo livre para ajudar – Lauren diz quando eu começo a descascar as cenouras. Não que isso fosse meu programa favorito, mas na cozinha eu ouvia as conversar e qualquer coisa era mais divertida do que ficar no meu quarto ouvindo minha própria consciência.
Se você soubesse a quantas anda minha mente, você ia querer fazer o mesmo.
- Eu não ligo. E eu sei que você ama minha companhia – eu rio e ela revira os olhos. Uma mulher loira – a mesma que ficou me encarando enquanto eu conversava com Negan a algumas noites – entrou na cozinha e quando me viu, me olhou com um olhar que poderia matar. Ela pegou algumas frutas e saiu, ainda me encarando.
- O que foi isso? – Lauren cutuca meu braço quando a mulher sai.
- Acho que ela não vai muito com a minha cara – dou os ombros, tentando parecer indiferente, e consegui, já que ela não deu bola.
- Oh, querida, ela não vai com a cara de ninguém – Rose, uma senhora, diz atrás de mim, enquanto mexe alguma coisa na panela no fogão.
- E nem dá pra dizer que isso é falta de dar ou que ela é uma mau comida, já que é o Negan, que... – Lauren dá uma risada, sem precisar completar a frase.
- Uma hora qualquer mulher cansa de só ser comida. Mulher gosta de carinho, até mesmo as putas – Rose diz, e por um segundo eu penso se ela não tem medo de ser ouvida. Eu continuo cortando as cenouras, apenas ouvindo.
- Não é essa a questão. O problema é que ela acha que ele um dia vai largar todas por ela – Lauren continua – Eu o adoro, mas ele é um canalha. Que tipo de homem não beija? Ele só fode elas e sai andando.
Não beija? Como assim? Ele me beijou, quer dizer, ia me beijar, não ia?
- Eu também não beijaria. Imagine quantos paus já passaram por aquelas bocas? – Rose completa e eu arregalo os olhos.
- Não beija? - eu perguntei em alto e bom som a pergunta que devia ficar só dentro da minha cabeça. Boa, Emma.
Eu já sabia dessas mulheres, mas não sabia os detalhes.
- É, ele não beija elas. Assim como não dorme com elas depois. É só sexo, literalmente – Lauren limpa as mãos, se encostando na pia – E nunca no quarto dele. Negan tem uma regra estrita que ele é o único permitido lá. Normalmente ele visita elas em seu próprio quarto quando ele quer sexo.
Eu tinha pensado que Negan transava com essas mulheres em seu quarto, mais especificamente em sua cama. Isso é o que qualquer pessoa normal faria, certo?
- Se ela trepasse com ele só por gostar eu até entenderia, mas ela faz isso para não precisar mexer um dedo – Lauren fala enquanto joga as cascas de batata no lixo.
- Querida, o mundo pode ter acabado, mas as putas sobreviveram, assim como as baratas – Rose fala e o assunto termina.
Seria melhor ficar ouvindo minha própria consciência.
***
Dia seguinte
- Dia difícil? - Lauren perguntou quando ela entrou em uma das salas onde fica uma das dispensas. Eu dei a ela um sorriso fraco.
- Como se você já não soubesse a resposta - eu retruquei, agarrando um pano de uma das prateleiras para limpar a sujeira das minhas mãos. Ela riu enquanto escrevia no papel.
- Tenho a sensação de que está prestes a piorar, Negan me pediu para te chamar. E antes de você perguntar, não, eu não sei o que ele quer - ela disse.
Depois de fazer meu caminho para os andares de cima, respirei fundo e me preparei para a tempestade que viria. Seria qualquer coisa, menos algo bom quando ele me chamou para seu escritório.
Eu não me incomodei em bater, só abri a porta, vendo Negan com papeis em suas mãos.
- Nem mesmo uma batida? Merda, eu poderia estar aqui fazendo algo que você não precisava ver - ele brincou, olhando para mim enquanto eu me aproximava de sua mesa. Eu não respondi, fiquei parada, esperando ele falar o que queria. O sorriso sumiu do seu rosto, e ele apertou os olhos para mim.
- Você não tem me evitado o suficiente nos últimos dias? – ele perguntou, se levantando, sua voz soando perigosamente perto de quebrar com raiva. Ele mudava da água para o vinho em segundos. Olhei para ele, paralisada quando ele tomou dois passos em direção a mim, eu senti meu corpo tremer.
- Eu não vi a necessidade de nos encontrarmos – eu disse, em voz baixa, sentindo meu coração quebrar tudo de novo quando eu repassei a cena do rosto de Dwight queimado.
- Você não viu a necessidade de nos encontrarmos? – ele perguntou rindo, incrédulo. Eu limpei a garganta, tentando sair do assunto.
- Do que você precisa?
- Bem, eu não diria que é o que eu preciso, boneca - ele disse, entregando-me um pedaço de papel.
Eu olhei para baixo, lendo as colunas de números.
- O que é isso? - eu pergunto, sem me preocupar em olhar para Negan.
- O número de tarefas que você fez, e as que você não fez - ele explicou.
Eu olhei mais de perto, lendo as atividades necessárias para cada dia. Eu franzi a testa, olhando para ele enquanto sacudia a cabeça.
- Isso está errado, eu fiz isso ontem e aqui diz que não - eu expliquei, olhando para ele e o encontrando com um sorriso no rosto.
- Simon não viu você entrar e sair, por isso não o fez - ele disse com um suspiro.
- Simon me viu entrar e sair, ele até fez questão de ser bem desagradável, pergunte a ele - eu disse com raiva, frustração rapidamente borbulhando dentro de mim quando li sua expressão facial e sabia que ele estava fazendo isso de propósito.
- Para de tentar dificultar mais minha vida, Negan! Eu fiz este trabalho ontem, eu não vou fazer isso de novo - eu disse quando bati o papel de volta em sua mesa, virando para sair da sala.
- Isso é bom - ele disse e eu virei - Só sei que quanto mais tempo levar para terminar essa merda, mais ela se acumula - ele disse com um sorriso malicioso. Eu balancei a cabeça.
- Qual é o seu problema? Isso é tudo porque você não pode lidar com o fato de que eu não quero nada com você? - eu gritei. Foi meu ponto de ruptura, ele me pressionou o suficiente e eu já estava mais do que cansada dele.
Sua personalidade arrogante desapareceu junto com o sorriso em seu rosto, e ele veio pisando pesado na minha direção.
- Abaixe sua voz fodida quando você está falando comigo - ele ordenou enquanto ele olhava para mim.
- Foda-se você e o seu grupo que acham que estão acima de todos só porque não há mais nenhuma ordem no mundo. Foda-se suas regras de merda – as palavras saíram da minha boca mesmo que eu estivesse com medo como o inferno.
O rosto de Negan se suavizou, e ele riu.
- Porra, você realmente me odeia, não é? – ele perguntou enquanto se aproximou de sua mesa, pegou o papel e rasgou-o ao meio.
- Vá - ele disse, sem se preocupar em olhar para mim.
- O quê? - eu perguntei. Ele se virou para me encarar.
- Suas tarefas estão feitas. Não se preocupe com as de ontem - ele disse, me deixando boquiaberta.
- Por quê? – eu perguntei. Ele finalmente olhou para mim.
- Vá - ele disse severamente. Eu concordei, me virando para ir. Ele chamou meu nome, e eu parei onde estava, me virando de novo. Eu poderia dizer que ele estava lutando para dizer o que ele queria.
- Eu não quero que você pense que eu sou um homem mau. Pelo menos não totalmente - ele balbuciou. Porque ele se importava com o que eu pensava dele? Ele tomou nota da confusão escrita em meu rosto e suspirou, esfregando seu rosto.
- Eu sinto muito - ele disse finalmente - Eu estava errado em fazer tudo o que eu fiz com você, você não mereceu nada disso.
Eu fiquei em choque, surpresa que Negan, Negan estava se desculpando. Balancei a cabeça lentamente, um suspiro deixando minha boca.
- Tudo bem. Boa noite – falei rapidamente, enquanto caminhava em direção a porta. Eu precisava me afastar. Eu o queria e sabia que se eu ficasse ali, eu ia ceder. Antes que eu pudesse abrir, eu senti um par de braços em torno de mim, se fechando na minha cintura.
- Que porra você está fazendo comigo? – ele me puxou, fazendo ficar de frente para ele. Ele se aproximou de mim, me empurrando contra a parede. Ele tinha-me tão perto que eu mal podia respirar.
Antes que pudesse dizer algo, ele levou meus lábios com um beijo feroz. Toda minha resistência acabou quando sua língua quente invade a minha boca e se enrola na minha.
Uma de suas mãos serpenteia pelas minhas costas, a outra me segura pela nuca, puxando meu corpo contra o dele. Ele enrola meu rabo de cavalo em sua mão, em seguida dando um puxão forte, fazendo minha cabeça pender para trás.
- Quero comer você desde que te vi – sua voz rouca era a coisa mais excitante que eu já tinha ouvido. Ele volta novamente para minha boca, aprofundando o beijo mais uma vez.
Fecho os olhos, afundando minhas mãos em seus cabelos. Meu corpo estava em chamas, cada nervo vibrando com a necessidade de ser tocada.
A mão que estava na minhas costas desliza para a parte de trás da minha coxa, e levanta minha perna para envolve-la ao redor do seu quadril, pressionando sua ereção contra mim. Ele gemeu dentro da minha boca de um jeito quase desesperado. Eu podia sentir a sensação de formigamento no meio das minhas pernas crescer mais a cada segundo.
Minhas costas arqueiam quando ele move seus lábios para o meu pescoço. Sua barba estava raspando contra a minha pele. O prazer se espalha pelo meu corpo, e não pude impedir que um gemido baixo escapasse enquanto minhas unhas arranham sua nuca.
A mão que estava na minha coxa subiu lentamente, passando pela minha cintura e se arrasta por debaixo da minha blusa, encontrando meus seios, apertando por cima do sutiã.
Eu não o impedi, apenas fechei os olhos ao respirar fundo. Seu toque era áspero, forte e exigente. Não havia delicadeza enquanto ele deixava o peso do seu corpo me prensar contra a parede.
Seu rosto enterrado no meu pescoço, sua língua quente deslizava por toda minha pele e sua mão no meu cabelo me mantinha no lugar. Meu corpo se arrepiava a cada toque dele. Ele se afasta apenas o suficiente para me olhar.
- Vou curvar você sobre essa mesa e te foder com força – seus lábios roçaram de leve o meu rosto e meu corpo a treme de desejo – Você acha que pode andar por ai, pelo meu Santuário, me evitando? – o tom possessivo da sua voz fez um calafrio percorrer minhas costas, mas não por temor ou medo, mas porque eu queria.
Ele solta meu cabelo da sua mão, mas ainda me segura pela nuca, me olhando nos olhos com uma expressão atormentada.
- Eu imaginei como você se mexe, a maneira como você soa quando geme – ele fecha os olhos, e encosta seu rosto no meu – Eu imaginei você em todas as posições do caralho.
Ele tira a mão debaixo da minha blusa e leva até minha bunda e me puxa, me desencostando da parede, ao mesmo tempo que alguém da duas batidas na porta, me fazendo pular longe dele.
A porta se abre e um cara moreno entra, olhando para Negan e depois para mim.
- Desculpa, não sabia que estava ocupado – ele fala olhando para o chão, em seguida para Negan.
- Que merda você quer? – ele pergunta, irritado, fuzilando o homem com os olhos. O rosto do cara fica branco.
- Estamos com um problema com a contenção dos fundos – ele diz rápido – Simon pediu para avisar que precisa de você lá.
- Puta que pariu, pra que eu tenho vocês aqui, porra? – a voz dele era como um trovão ecoando pela sala. Ele passa a mão pelos cabelos, e eu vejo sua ereção marcando no tecido da calça. Desvio os olhos, rezando para que o cara não olhe na mesma direção.
- Eu já estou indo – me apresso em dizer, caminhando em direção a porta. O cara me olha, mas no mesmo segundo desvia o olhar.
- Emma – Negan fala e eu olho para ele – Amanhã vamos a Alexandria, no mesmo horário da outra semana. Não se atrase – ele avisa, com os olhos pregados em mim.
Andei o mais rápido que pude sem olhar para trás, só parando quando entro no meu quarto e fecho a porta atrás de mim. Não posso acreditar que deixei isso acontecer de novo. Como posso ter tão pouco controle de mim mesma? O que mais me perturbava era que faria tudo de novo.
Estava nevando no inferno, e eu não tinha casaco.
Oi gente, como estão?
Preparados para a morte do Spencer hoje? Hahaha
Espero que tenham gostado desse capítulo.
P.s.: Aqui o Negan não vai ter um harem etc etc (eu acho isso uma coisa muito viajada até para uma série que tem zumbis kkkkkkkk)
Beijos até o próximo!!!
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