Estou cansado. O céu, aos poucos, já está clareando. Meu corpo reclama, indignado por isso ter acontecido de novo, por isso tornar-se uma rotina.

Já estou deitado no chão, olhos fechados, desejando por um sono sem sonhos.

Mas você é tudo o que vejo grudado em minhas pálpebras, Namjoon.

Você. O mar. Aquele anel. Me perguntei na época se você não estava sendo precipitado. Também me perguntei se eu não estava com medo de mais. No fim, não sei qual das duas questões nos levou de volta ao quarto abafado da pousada, de costas um para o outro, de laços rompidos.

Não enxergamos na época, mas foi exatamente isso que aconteceu naquela tarde de novembro.

Chorei baixinho no banheiro antes de jantarmos em silêncio, e acho que você fez o mesmo antes de dormirmos. Ainda estávamos abraçados aos fechar os olhos, mas sentia meu corpo há milhas de distância do seu.

Não sei realmente se houve um culpado nisso ㅡ culpa parece uma palavra forte demais. Nos julgamos muito depois daquilo, talvez mais eu do que você.

E essa foi só a ponta do iceberg.