Ele estava ali, deitado do meu lado, mas eu queria que ele se afastasse de mim, não queria mais estar perto dele. Meu coração se partiu nesses meses longe de tudo e de todos, com tudo que sofri por culpa dele... Não quero mais amá-lo, não quero ser desprezada ou ser jogada de lado.

Lembro bem de como ele me tratava no começo. Lembro do beijo com Ester. Lembro de como ele falou comigo no dia da festa, de como Trevon ficou. De tudo que Penélope falou e todas as chicotadas, tapas, murros e chutes que levei só porque ele queria se ver livre de mim.

- Se você me queria longe era só ter dito, eu iria forjar minha morte como meu pai fez e assim estaria livre de mim.

Minhas mãos estavam soltas sob a cama, meu rosto molhado de lágrimas, minha respiração descontrolada e a mão dele no meu cabelo tentando organizar o que pra mim era impossível. Penélope me dava banho e arrumava meus cabelos quando o efeito dos remédios que me davam estava passando, assim eu podia andar, mas ainda estava vulnerável a qualquer coisa.

- Eu não quero você longe de mim, quero você perto, bem perto.

Falou encostando sua boca no meu ouvido e eu me afastei mais um pouco. As lembranças dos chicotes batendo em minhas costas vinha em minha mente, aquele homem enorme e forte me batendo no rosto...

- PARA!

Gritei e me levantei quase num pulo ficando sentada na cama e colocando as mãos na cabeça encolhendo meu corpo, estava tendo uma crise das que eu já tive após levar uma surra daquele homem ou aquela mulher chamada Penélope falar o que Damon dizia sobre mim, sobre eu ser uma idiota que acredita em todo mundo, que se ele estalar os dedos eu voltaria feito um cachorrinho.

- Evelyn?

Ele disse me vendo daquele jeito e apertou um botão próximo da minha cama, tentou me abraçar e eu o-empurrei com força.

- SAI DAQUI! EU TE ODEIO, ODEIO COM TODAS AS MINHAS FORÇAS, NÃO TE QUERO PERTO DE MIM NUNCA MAIS, ENTENDEU? NUNCA MAIS!

Gritei olhando em seus olhos, com os meus olhos cheios de lágrimas e pavor. Ele estava horrorizado por ver aquilo, não sabia o que fazer, dava pra ver. O médico entrou quase invadindo o quarto com quatro enfermeiros, um deles tinha algo na mão... Agulha... Injeção.

- Vamos tomar o remedinho diário, bebê? Tá na hora do sonífero pra não gritar de noite.

A voz do homem ainda ecoava na minha cabeça. Tudo que vivi ainda estava vivo dentro de mim, claro eu não iria superar em menos de um dia coisas que vivi em meses, não é?

Esquecer? Superar? Isso seria impossível... Nunca vou esquecer tudo que vivi, toda aquela tortura... Toda aquela dor sem fim que não sai de mim, nem da minha mente.

- NÃO, INJEÇÃO NÃO, POR FAVOR... DAMON NÃO DEIXA!

Gritei tentando me soltar. Eles me seguraram com força, Damon tentou se aproximar de mim vendo meu desespero, mas alguém puxou ele pra trás, parecia ser sua mãe.

- Deixem ela, isso não é necessário.

Ouvi ele dizer tentando me olhar nos olhos, mas os homens impediam. As mãos da mulher seguravam sua cintura com força e ele tentava fugir dela.

- NÃO DEIXA... Damon... Não deixa... Por fa...

Tentei falar e minha voz foi falhando e diminuindo. Meus olhos pesados por conta da injeção. Meu corpo mole... Eles me soltaram. Meus braços caíram na cama, minha boca já não mexia nem me obediência, meus olhos pesados se fecharam me fazendo dormir um sono profundo... Bem profundo...

E aí? Mereço um voto e um comentário ou não? Sou boa no que faço ou não? O que acham que vai acontecer com Evelyn? O que acham que Damon fará pra ajudá-la? O que acham que ela tem? Bom... Podem responder, beijos 😘 😘