#14 O Beijo Da Hóspede

Quinto e último capítulo da maratona.

Damon Evans narrando.

Ver minha futura mulher sentindo ciúmes era perfeito, senti meu orgulho crescer cada vez mais, ao entrar para levar as malas de Ester pro seu quarto a mesma tropeçou no primeiro degrau.

Não sou ingênuo, sei que fez de propósito para mim pegá-la em meus braços.

A mesma sorriu vendo meu rosto bem junto ao dela e me puxou para um beijo, sem me dar chances alguma de me livrar, senti algo ruim, aquele beijo era horrível, só minha noiva sabia me beijar, sabia o que eu queria e o que eu gostava, mesmo sem me conhecer.

Fiz de tudo pra me soltar dela, mas a mesma tinha me prendido, atrás de mim tinha as malas pesadas e na frente ela, escutei passos rápido, então a-empurrei com força fazendo a mesma cair sobre os degraus.

- Parece que a princesinha viu seu futuro marido beijando outra.

Ela disse provocando ainda caída no chão, meu corpo parecia que estava pegando fogo, eu iria me transformar ali se não fosse o motorista.

- Se acalme senhor.

Ele entrou em nosso meio após retirar as malas do caminho, ela começou a rir e eu sentia mais raiva ainda daquela garota idiota, que sempre foi minha amiga, agora estragou tudo, toda minha vida, sei que desde pequena é louca por mim, apaixonada, mas isso não dá o direito dela me beijar, principalmente sabendo que irei me casar.

- Você sabe que isso nunca vai acontecer.

Falei com ódio, segurei forte na madeira da escada onde começou a pegar fogo, eu estava sem minhas luvas, desde que vi Evelyn ela era minha cura, a cura daquela maldição, mas agora, sem ela do meu lado eu não consigo... Não consigo aguentar, sinto vontade de incendiar tudo a minha volta, sentia vontade de ir embora dali correndo e destruir o mundo deixando apenas minha princesa bem e salva, eu nunca iria machucá-la. Meu motorista, com um lenço que carregava, apagou o pequeno incêndio.

- Sinto muito por te amar príncipe.

Ela disse se levantando, vi seu joelho vermelho, senti vontade de destruir aquela garota, por culpa dela Evelyn havia fugido e não iria mais me querer, achando que sou um idiota, um moleque.

DESGRAÇADA!

Dei um murro na parede, fazendo ali abrir um enorme buraco que mostrava um pouco da biblioteca do castelo, que era ao lado das escadas.

- Acalme-se vossa alteza, ela te ama, vá atrás dela.

O motorista falou e era exatamente isso que eu faria. Chamei vários guardas e eles se separaram para procurá-la por todo canto. Foram horas de procura, foram incansáveis horas que passei encima do meu cavalo gritando por ela.

Não deixaria minha vida ser destruída por culpa de Ester, eu iria encontrar Evelyn e contar tudo direito, me explicar, sei que ela vai me perdoar e me entender.

Será que ela me ama? Se ela me amar tudo muda, tudo vai mudar.

Um semana depois....

Já se passou uma semana, Ester tinha entrado na carruagem dela para voltar a sua cidade junto de meu outro primo, os dois não falaram mais nada além de pedir desculpas antes de irem. Não achei Evelyn, sabia que estava esquecendo algo, esquecendo algum detalhe, mas ninguém podia saber que o príncipe perdeu sua princesa e agora estava procurando por ela.

Descobri poucas pistas, sei que ela tinha chorado no lago, pois alguns dos meus guardas viram, o motorista falou que disse pra ela que o lago era um local bom e tranquilo para uma surpresa pra mim.

Me senti mais culpado...

Minha mãe tinha vindo me visitar junto da minha irmã Estella, as duas queriam conhecer minha noiva e ao descobrir que ela fugiu quiseram ajudar a procurar, me vestiram de camponês e fui atrás dela na vila mais próxima de meu reino.

Era tudo velho, sujo e antigo, não queria que minha princesa estivesse ali, mas sim em meu castelo, com luxo e riqueza, como ela merece.

- Ellen?

Ouvi um garoto gritar seu outro nome, a mesma havia recebido ele naquele orfanato onde morava, olhei em direção ao ser que era chamado pelo garoto. E vi o ser mais puro e angelical que eu conhecia.

A minha princesa estava ali no poço, pegando água para beber, meu coração se apertou ao ver ela acompanhada de dois garotos, o que chamava era pequeno, pedia água, o outro aparentemente tinha sua idade, tentei me aproximar, mas ela me viu, seu olhar mostrou surpresa.

- Precisamos conversar!

Falei me aproximando com um capuz velho e sujo, não queria que outras pessoas além dela soubesse que sou eu.

- Não temos nada que conversar.

Falou tentando entrar numa casa pequena ao lado do poço, mas segurei seu braço, o garoto mais velho entrou no meio.

- Não ouviu? Ela não quer papo com você cara, vai embora, deixa a minha namorada em paz.

Meu coração se apertou e eu soltei seu braço, ela tinha me substituído tão fácil e eu não queria vê-la infeliz comigo amando outro, sei que começamos errado, eu comecei errado, mas eu sinto algo por ela... Que não sei como explicar.

- Tudo bem, vou te deixar em paz Ellen, é assim que você quer? Beleza, mas saiba que eu sempre vou te esperar.

Me virei sentindo meu rosto queimar e comecei a andar, pedindo para que ela fosse atrás de mim, mas isso não aconteceu.

Eu estava desolado, não conseguia viver sem ela, não conseguia mais estar longe dela, sei que ela não me ama, mas eu também não a-amo... Não consigo imaginar um dia sem seu beijo, sem sua boca, sem seu corpo, sem sua presença. Ela é tudo pra mim. Mas isso é só desejo, certo?

- Como foi filho?

Minha mãe perguntou me vendo entrar no castelo, apenas joguei o capuz de lado, queria agora descontar minha raiva, queria destruir tudo, mas com elas olhando não.

- Saiam daqui!

Falei um pouco baixo para que não parecesse ignorante.

- Mas, Damon...

Estella tentou falar e eu olhei pra ela com cara de poucos amigos, queria ficar sozinho naquele momento, é difícil entender isso?

- Eu mandei sair!

Gritei e minhas mãos deixaram sair fogo que foram em direção às cortinas do castelo, fazendo as mesmas começar a queimar, as duas gritaram e saíram devagar pro andar de cima, não era a primeira vez que eu fazia isso, muito menos na presença das duas.

- Você é tudo pra mim, Eve.

Gritei me jogando de joelhos, meu coração apertado, minha alma queimava, minhas mãos estavam quentes do fogo que acabou de sair delas, as cortinas ainda queimavam.

Me levantei e peguei um vaso de flores ao lado do sofá enorme e joguei na parede oposta a que tinha as cortinas queimadas..

- Eu te odeio Ester!

Gritei e joguei o outro vaso vendo os cacos de vidro se espalhando no chão. Outra vez queimei mais um móvel, mas dessa vez foi o sofá, joguei fogo nele e o empurrei virando o mesmo de cabeça pra baixo.

- Senhor se acalme!

Um dos meus guardas falou tentando se aproximar, mas eu não iria conseguir mais parar, minha sede de queimar tudo e destruir aumentava cada vez mais.

- Me deixa em paz, Rick.

Falei e olhei para meu reflexo na enorme televisão, lá estava um monstro, minha aparência nunca muda, apenas meus olhos de castanho fica azul, iluminando quilômetros de distância.

Passei a mão por meus cabelos e cai de joelhos de novo no chão, dessa vez a calma começou a me domar enquanto outros guardas apagavam o fogo e arrumavam o que fiz.
Chorei feito um idiota, lágrimas caindo e meu coração não se aliviava nenhum pouco, só sentia dor e mais dor, queria ver Evelyn ali naquele momento, mas seria impossível. Rick colocou meu capuz de volta, só com ele eu me acalmava, só com ele eu não mostrava o mostro que estava em mim, não mostrava meus demônios.

Tá, esse foi bem comprido, né mesmo? Digam se gostam deles desse tamanho ou menores.

Fim da maratona baby's. Até a próxima.

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