#11 Seu Rosto Pela Primeira vez
Segundo capítulo da maratona.
Daquele escritório fui direto para meu quarto, não estava mais querendo ficar naquela festa, quando passei no meio de todos vi que me olhavam e Damon também.
Ao chegar no quarto troquei de roupa e adormeci.
(...)
Acordei de madrugada, o barulho dos galhos e das folhas não me deixavam dormir ou era apenas a lembrança do beijo... Segui o caminho pelas escadas procurando a cozinha, errei duas vezes entrando em escritórios, mas acabei achando e peguei um copo de água.
Queria ver Carlos, queria ver meu mundo, todos que eu conhecia, sentia falta até do orfanato... Mas nem tanto.
Comecei a rir sozinha lembrando da cara da diretora ao nos ver pulando o muro, para mim tinha sido a coisa mais engraçada de todas.
- Do que está rindo? Posso saber?
Olhei para trás e vi Damon tomando um copo de alguma bebida forte.
- Faz tempo que está aí?
Me sentei na cadeira ao lado dele. Não sei porque, mas sempre sinto uma necessidade enorme de me aproximar dele, como se eu depende-se dele pra viver.
- Não, cheguei agora, não estava conseguindo dormir muito bem.
Virou seu copo de uma vez, minha curiosidade só aumentava a cada momento, queria saber porque tanto ele usava aquele capuz.
- Eu... Quer dizer... Você gostou do beijo?
Perguntei nervosa, ele deu uma risada que me deixou mais nervosa, ele virou seu rosto em minha direção e eu virei olhando pro chão de tanta vergonha. Ele segurou meu queixo e virou me beijando novamente. Dessa vez já começou feroz me segurou pela cintura e me colocou encima da mesa, senti seu corpo junto ao meu, ele passou a mão por dentro da minha blusa pegando meu peito ainda coberto pelo sutiã, ele mordeu meu pescoço e beijou.
- Ele foi perfeito, passei a noite toda te desejando.
Ele mordeu minha orelha, senti meu corpo responder aquele gesto com arrepios e queimar de vontade.
Passei a mão por seu corpo e senti novamente um fogo dentro dele, o mesmo se afastou ao me ver tocar seu capuz e ficou me olhando um pouco distante.
- Já fomos longe demais.
Ele saiu da cozinha apressado, eu não entendi aquilo, não sabia o que pensar. Ele parecia querer deixar o mistério crescer e nunca diminuir.
Fiquei mais um pouco ali sentada encima da mesa mesmo, depois desci e escutei um som, vinha de um dos cômodos, então segui, era um corredor que eu ainda não tinha passado, bom... Eu ainda não conheço nem a metade do castelo e estou bem longe de conhecer.
O corredor era igual aos outros, tinha lâmpadas, quadros de pessoas antigas sem sorrir, algumas mesas com vasos de flores e umas três armaduras do lado oposto à porta de onde vinha aquele som lindo e suave, era algum instrumento.
Ao abrir vi um garoto tocando algo parecido com violino, mas era maior.
Seus olhos encontraram os meus, que estavam admirados com aquele som lindo.
- Olá, você deve ser Evelyn, não é? Futura mulher do meu primo.
Eu sorri e comecei a me aproximar, queria ouvir mais da sua música, queria uma música lenta e internacional.
- Sim, sou eu e você é?
Ele sorriu colocando o instrumento no chão e se sentando direito na cadeira, vi seu corpo magro e bem feito, seus olhos foram em direção aos meus.
- Meu nome é Otávio, mas não quero complicação com o Damon, se ele me ver conversando com você vai me mandar embora... Há, e isso é um violino.
Eu entendi o que havia falado, queria que eu fosse embora para Damon não brigar com ele, por puro ciúmes idiota de uma pessoa que nunca, jamais, será dele.
- Tudo bem, eu já vou indo.
Falei me afastando.
- Eu sinto muito...
É, eu também...
Segui até o final do corredor, onde não tinha portas e me sentei ali, no chão, comecei a chorar.
Senti falta de Sofia, de Carlos, de Bruno, do Pedro, até do Douglas.
Pensando em todos eles, em cada característica deles para não me esquecer de como eles são lindos, adormeci ali no chão mesmo, com a cabeça apoiada na parede.
Acordei com alguém tocando meu ombro, abri meus olhos devagar sentindo a claridade de uma janela em meu rosto, vi que o dono da mão que me tocava era Damon, ele estava com um capuz preto e uma roupa também preta.
- O que você foi fazer naquele corredor?
Eu me virei ficando de costas pra ele e fingindo não ter escutado nada, ele tocou meus cabelos e puxou com força, colocando sua cabeça ao lado da minha.
- Me deixa em paz!
Falei baixo e senti lágrimas nos meus olhos de novo, ele soltou rápido ao me ver chorando.
- Você tá chorando? Eu não puxei com tanta força assim... Eu achei que...
Ele parou de falar e passou a mão limpando minhas lágrimas, eu deixei, estava fraca, frágil e sensível.
- Eu te odeio.
Quase gritei me virando pra ele com ódio, tudo era culpa dele, só me pegaram para fazer meu pai pagar sua promessa, ninguém vai conversar comigo por medo dele, não me divertia ali por causa dele, sentia desejo por ele sim, mas o mesmo me provocava e não terminava seu trabalho.
- Me deixa em paz. Você e meu pai estragaram minha vida por completo.
Desejei minha raiva e tudo que eu tanto queria dizer pra ele. Me levantei tentando sair dali, mas ele segurou meu braço.
- Olha nos meus olhos e diz que isso é verdade?
Ele disse e retirou o capuz. Eu vi seu rosto, seus olhos eram castanho escuro, mas ele parecia fazer força para não colocar o capuz de volta, eu andei até ficar bem perto dele.
- Eu...
Tentei falar o que ele pediu olhando em seus olhos, mas não consegui, ele sorriu de um jeito gostoso, misterioso e lindo, muito lindo, imaginava seu sorriso daquele mesmo jeito, seus olhos não era como eu imaginava, tinha visto eles azuis.
- Não posso te tocar... Não é porque não quero, é porque sou proibido, entende? Querer eu quero, quem não iria querer te foder?
Ele riu e eu fiquei sem jeito. Olhei bem em seus olhos e tentei tocar seu rosto, mas o mesmo colocou o capuz de volta e se afastou um pouco.
- Tudo bem.
Falei e sai do quarto, queria me jogar numa cama e dormir, estava me sentindo quente, mau... Não sei explicar.
Damon Evans : 25 anos (Nick Bateman)
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