Jantar Romântico
Eu não sabia que Honoka poderia ser uma estraga prazeres. Eu estava tão perto de finalmente ter um minutinho de diversão. Já faz um tempo desde a última vez.
Claro que não estava agindo por impulso. Apenas estava entrando no clima e achei que poderia me soltar um pouquinho.
— Akane? Tá tudo bem aí? — Honoka pergunta.
Olhando pra Akane, tento disfarçar:
— Droga!
Akane claramente está super desapontada. A expectativa era tanta, a antecipação era tanta. Ela tenta segurar as pontas pra que não seja só um momento constrangedor, dizendo:
— O que acha de tentar de novo? Quando ela for dormir...
Dou uma olhada bem sagaz no olho dela. Foi bem sexy e sugestivo. Respondo:
— Só não podemos fazer muito barulho.
...
Ao abrir a porta, Honoka está de braços cruzados com uma cara séria. É raro cenas onde Honoka está com esse olhar intimidador. Ela diz:
— Fiz o jantar com tanto carinho e vocês iam me deixar comer sozinha?
Akane sai na nossa frente, meio atirada. Ela passa por Honoka sem nem olhar pra ela, nem dizer uma única palavra. É compreensivo o motivo.
Saio atrás dela, dando de ombros.
Ao chegar na sala principal onde nossos colchões estão, percebo meu copo de bambu que ainda está lá, ainda com mais chá verde. Ao lado, um pratinho de Takoyaki -- um bolinho redondo japonês que mais se parece com uma panqueca temperada feita com uma massa mole e frita em uma chapa, recheada com pedaços cortados de polvo, raspas de tempura, gengibre picado e cebolinha.
Acho que estou apaixonado.
—Itadakimasu (いただきます) — digo, já abocanhando toda a janta.
Akane tem o apetite menor. Toma seu chá e se alimenta de porções menores do bolinho.
Honoka se alimenta bastante, com um pratinho significativamente do mesmo tamanho que o meu. Ela sente o aroma da comida, dizendo:
— Amo sentir esse cheiro.
— Quem não gosta do cheiro de comida? — brinco, finalizando de comer meu prato e colocando de lado.
Akane faz uma microexpressão de felicidade. É como se ela estivesse reagindo positivamente à piadinha.
Honoka faz uma expressão estranha. Será que ela não gostou do que eu disse?
— Está faltando algo... — diz Honoka.
Ah, entendi. Ela com seu super olfato provavelmente identificou que não está no ponto que queria. Ora bolas, eu gostei e comi tudo. Comeria de novo.
— O que está faltando? — pergunto, curioso.
Honoka se vira pra mim e responde:
— Preciso acertar melhor no molho. Consegue arrumar pra mim algo que contenha açúcar, tomate, vinagre, pimentas, algo que você considere saboroso?
Dou um suspiro, dizendo:
— Ah... tem certeza? Não acho que precise de tudo isso. Eu gostei.
Honoka faz uma expressão sugestiva, dizendo:
— Não quer um jantar romântico com nós duas?
Akane arregala os olhos, dizendo:
— O quê?
Eu fico meio sem entender o que está rolando. Não digo nada, apenas observo.
— Traga algum molho que tenho certeza que será um jantar romântico maravilhoso. Eu prometo! — diz Honoka.
Akane toma seu chá olhando para os lados, com as bochechas tão rosadas que parece até que levou um tabefe.
Digo, me levantando e pronto pra mais uma aventura:
— Tá beleza então, né.
...
Acho justo dar uma caminhada mesmo. Estou com vontade de fazer algo além de ficar aqui.
Cá estou eu, nessa calada da noite procurando por algum tipo de ingrediente que sirva de molho. As taxas de sucesso são baixíssimas mas topei essa aventura pois estava entediado.
As ruas japonesas me impressionam. As visões me mostram vários locais do mundo vez ou outra, mas nada se compara com um bosque cheio de cerejeiras, mais conhecidas como sakura. Além das lamparinas que definitivamente dão muito mais destaque aos cenários noturnos com vários torii simbolizando a cultura local. As cores, a atmosfera, o povo educado. É uma coisa que me deixa abismado mesmo morando aqui por tanto tempo.
Viajando na maionese, ouço uma voz misteriosa sem distinguir bem de onde veio:
— Há quanto tempo não te vejo...
Olho para trás para identificar quem disse isso.
...
— É você...? Mizuki-san? — reajo, surpreso.
Mizuki está bem diferente. Não mudou quase nada. Continua com o mesmo corpo jovem e avantajado, com as melhores curvas que já vi. Pele clara, curvas incríveis, lábios avermelhados e um cabelo brilhoso. Pelo aspecto visual imagino que esteja macio. Roupas sugestivas, bem diferentes desde a última vez que a vi, porém estilosas. Boa parte de sua barriga está exposta, bem como um suas pernas e o decote bem exagerado. Por razões desconhecidas, Mizuki ainda carrega sua Nichirin.
— Você está chamando muita atenção. Você... e também um garoto de brincos de hanafuda. — diz Mizuki, como se estivesse me alertando sobre algo que fiz
Fico surpreso ao saber que Mizuki está ciente dos meus feitos. Eu queria muito poder contar a ela mais ainda do que eu tenho feito. Não consigo me esquecer do que passamos juntos, mas mesmo gostando muito dela eu sei bem que ela não é a mesma pessoa que conheci anos atrás. Pergunto, num tom frio e sério:
— Por que veio?
Mizuki dá um sorriso malicioso, se aproximando de mim devagar. Ela levanta seu dedo, com sua unha afiada e ao mesmo tempo corada, alisando meu queixo com uma mistura de carinho e agressividade. Ela se aproxima bem perto de mim, com o rosto próximo do meu. Ela diz:
— Eu só queria ver você. Fazia tanto tempo...
Então ela joga seu dedo para o lado, mordendo seus lábios inferiores e dizendo:
— Não tem medo de mim?
Fico calado. Realmente não sei o que dizer com tamanha ousadia.
Meu semblante certamente é de alguém desconfiado. Não é fácil lidar com o fato de alguém que você tanto gostava passar a ser um Oni. E o pior: te reencontrar dessa forma depois de um tempo. Minha expressão é de desconfiança, e Mizuki percebe isso.
— Não vou tentar nada, eu juro. Eu não estou sob a maldição do Muzan Kibutsuji. — ela afirma, num tom confiante.
Minha expressão muda completamente. Reajo, surpreso:
— Você... c-como?
Percebi que ela disse o nome completo do Muzan, que sempre era tratado pelos outros Onis como "aquele homem." Realmente é um feito impressionante. E o fato de ela se lembrar de mim sustenta ainda mais minha fé na história dela. Normalmente, Onis perdem suas conexões humanas, mas Mizuki ainda me conhece.
— Não faça perguntas demais. Te achar foi tão complicado... — ela caminha atrás de mim, com ambas as mãos em meus ombros.
— Achei que tudo pra vocês Onis fosse fácil. — digo, tentando escapar um pouco da ousadia dela.
Mizuki dá uma risada leve, massageando minhas costas num tom leve, confortável para alguém com força o suficiente para esmagar rochas.
— Ah, não é bem assim... — ela diz, massageando em movimentos circulares — Ser Oni tem vantagens. Tenho força em dobro, velocidade em dobro, inteligência em dobro... mas também tem consequências. Dor em dobro, fome em dobro, ódio em dobro, amor em dobro...
Ela se aproxima de meu ouvido vagarosamente e sussura — ...tesão em dobro...
Que baixaria...
Ao ouvir isso, dou meia volta com rapidez, segurando seu braço com minha mão esquerda e segurando seu pescoço com a mão direita. A pegada é firme, dando uma enforcada leve enquanto a encaro por alguns segundos de cima a baixo. Depois olho de volta nos seus olhos roxos de Oni, dando um sorriso de canto e soltando levemente seu pescoço, dizendo:
— Agora sei porque veio.
Mizuki dá um leve gemido quando agarro seu pescoço. No momento que solto, ela dá um sorriso aberto e leva suas duas mãos para minhas calças, como se estivesse prestes a tirar. Ela não diz nada, seus olhos dizem tudo.
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