Capítulo Um

Capitulo 01

Em algum lugar de Goiás, 2016.

Adrian saiu de casa cedo, prometeu ao irmão que ligaria todo dia, e faria isso porém não diria o que estava fazendo, André jamais entenderia, sempre foi o menino das regras, por mais chato que fosse ele seguia a droga das regras. Ele seguiu para falar com alguém que poderia o ajudar, sempre o guiou mesmo em todos os acertos e tropeços da vida aquele homem era seu guia.

Pediu para Zé o deixar na oficina, havia mandado sua F-1000 velha de guerra para uma nova pintura, aquele carro era seu maior xodó, e estava linda parecia que tinha saído da loja, a pintura brilhando, os pneus novinhos, o banco de couro negro, nem parecia aquela que quando seguia a estrada deixava a camada de ozônio feliz por poluir ainda mais com toda aquela fumaceira exalando do carburador.

_Vamos lá, princesa. Vamos cair na estrada de novo, o papai aqui tem uma missão. – Girou a chave e o ronco lhe fez sorrir.

Ele se mandou pra bandas de Itumbiara.

Estacionou em frente ao portão de madeira, era uma fazendinha pequena, a casinha bem mais a frente, a porteira com o cadeado grosso em meio a  corrente. Ele pulou a cerca e seguiu na estradinha de terra. Quando chegou a casa bateu palmas e a mulher branca de cabelos loiros naturais surgiu e saiu para recebê-lo com um sorriso de alegria.

_Olha quem apareceu. Bora entra ai. – O chamou.

_Cadê o homi, Darla?

_Ele tá aqui vendo vídeos no youtube. Os meninos só ensina o que não presta pra ele agora. – seguiu para a sala onde o marido tava vendo piadas no Youtube. – Oh benhé, espia só quem tá aqui.

O seu amigo o homem que lhe ensinou muita coisa se virou na cadeira de rodas e sorriu animado o recepcionado, nunca perdeu o sorriso fácil.

_Ah, quem e vivo sempre aparece. O fenômeno decidiu sair de casa e visitar os humildes? – girou as rodas indo a sua direção.

_Como cê tá, Estrela? – Lhe deu um apertado abraço.

_Tô bem, já consigo mexer os dedos olha. – Olhou para os pés onde conseguiu mexer os dedos.  –O médico disse que daqui um ano posso voltar andar se continuar assim.

_Isso e bom demais da conta, né não?

_Darla, faz lá um café pra gente. E pede pro Júnior vim aqui cumprimentar o padrinho dele.

Ela saiu e Estrela o olhou.

_Que foi homi? Cê num tá com a cara boa não.

_Ah Estrela! – respirou fundo alisando os cabelos.

O menino de uns dez anos apareceu todo tímido.

_Benção padrinho. – Estendeu-lhe a mão.

_Espia só, tá um homem já. – o abraçou. Só em abraçá-lo se lembrou de Arthur e a fisgada no peito foi ruim, os olhos encheram de água. Não podia chorar, não devia chorar. – Aqui oh, vai lá na caminhonete, tem umas caixas lá com uns presentes pra você e seus irmão. – lhe deu a chave do carro. O menino pegou as chaves e saiu animado.

Estrela estava o encarando, o conhecia muito bem para saber que ele não estava bem.

_Darla, estamos indo lá pra varanda. Quando o café tiver pronto avisa. – gritou e saiu com ele. – Anda desembucha o que e que cê tem homi, eu te conheço o suficiente pra saber que você não tá legal.

Adrian sorriu sem humor, agarrou a ponta de uma folha da flor que estava sobre a mesinha e fitou o nada.

_Foram anos na estrada aturando teus roncos né? – resmungou.

_Meus roncos? Quem ronca aqui e você. –Estrela bufou. – Anda cabra, para de me enrolar e diz logo por que se tá com esta cara de quem tá com diarreia há dias?

Adrian o olhou em silêncio e contou tudo sobre a morte do irmão e o que pretendia fazer.

_Por isso cê tá aqui né? Quer saber o que eu acho disso tudo?

_Eu só queria desabafa. –Limpou as lagrimas.

_Eu sei a dor que você tá sentindo, não e fácil ver quem você ama ser tirado assim de uma forma cruel e brutal, mas a raiva e traiçoeira homi. Então tenta pensar, agir com a razão, não fazer besteira, sua família tá abalada, e você fazendo besteira vai abalar ainda mais.  Te conheço a um bom tempo pra saber que você e impulsivo que faz muita besteira sem pensar. Então pensa bem no que cê quer pra sua vida se por acaso achar quem fez isso com seu irmão. O que você quer com a pessoa que fez isso?

_Eu... Eu não sei. Quero fazer igual, depois quero que pague por tudo. Eu não sei.

_Adrian você esta aqui, sei que não vai desistir se eu pedir para deixar a policia fazer isso. Deixar para policia resolver. Sei que deseja encontrar quem fez saber o motivo pra tudo isso. Mas e depois? Se você fizer igual? Isso te faz igual ou pior que ele ou eles?

_Que se foda como vou me sentir, Estrela! Ele era meu irmãozinho, não fazia mal nem pra uma mosca, queria dinheiro? Levasse. Queria o carro? Levasse. Mas não fizesse aquilo, eles acabaram com o rosto dele, ninguém o reconheceu. Sabe o que velar seu irmão com o caixão lacrado sem poder olhar para ele e dizer um adeus, beijar seu rosto na despedida? Não você não imagina? Põe-se no meu lugar. Se alguém fizesse isso com Joaozinho, cê não ia querer saber por que não? Não ia querer saber quem fez isso ou desejar uma dor profunda pro desgraçado?

_Eu não sei, eu teria que pensar se ele ia desejar isso pra mim, viver neste inferno por culpa de gente ruim. Eu me senti assim quando cai daquele boi queria matar o desgraçado quando o médico disse que eu poderia não andar mais, o ódio e rancor me tomou por completo queria morrer depois de tudo porque aquilo foi minha culpa na verdade. Só que no meio disso tudo veio à luz a Darla voltou pra mim, e agora estamos junto tivemos mais um menino. Queria chegar aos dez, mas ela me mandou a merda. –riu. – O seu problema e mulher. Uma que te bote na linha e faça ver que a vingança nem sempre e tudo.

_Eu não consigo esquecer, eu não consigo para de pensar. Eu não consigo. E para de tentar me casar, já disse não tem mulher que de conta não.

Em uma respiração profunda ele o encarou.

_Só posso te dizer uma coisa, toma cuidado. Se cuida e não se mata ou se deixa matar nesta busca de vingança não. Quando você tiver suas respostar sei que vai agir com a razão. Eu como seu amigo desejo isso do fundo do meu coração, quero o seu melhor por tudo que já passou.

_Obrigado.

Sorriu quando Darla chegou com duas xícaras de café fumegante para eles.

_O almoço tá quase pronto, parece que adivinhei que você vinha por aqui. Fiz galinhada e arroz com pequi.

_Está mulher e maravilhosa demais. –beijou suas mãos e sorriu.

_Ela e mesmo por aturar seus roncos. – deu uma risadinha bebericando o café.

_Amor eu ronco? – Puxou Darla para sentar-se em seu colo.

_Querido, eu acho muita das vezes que durmo com um porco.

Adrian espirrou café quente até pelo nariz e caiu na risada.

_Sai daqui muié bandida. – Fez beicinho contrariado.

_Amor, mais eu amo seus ronquinhos. Parece um leitãozinho dormindo.

_Sai daqui, Darla. Cê acabou comigo agora.
Ela piscou para ele e saiu.

Adrian almoçou na casa do amigo, curtiu o afilhado e ficou por uma semana porque Estrela o forçou, ajudou ele em uns projetos da fazenda. À noite os dois conversavam até tarde só que chegou a hora de ir embora, a dor da perda estava um pouco mais suportável.

_Quando cê resolver aquilo lá me liga, diz se tá tudo bem?

_Pode deixar, eu ligo sim.  – abraçou Darla. – Cuida dele viu. Qualquer coisa que precisar e só me ligar que a gente da um jeito.

Ela confirmou com a cabeça, era muito grata a ele porque Adrian quem ajudou a comprar o carro adaptado para poder levar o marido para as fisioterapias e o fazer melhorar a cada passo, já tinha muito tempo que Estrela se machucou, e nada dava jeito, mas Adrian os ajudou em tudo, desde o carro até passagem para ir fazer um tratamento fora, e com isso seu grande amigo estava se recuperando pouco a pouco, tinha uma fé grande que daqui um tempo Estrela poderia voltar a andar e ser ativo como antes.

Abraçou Estrela e o afilhado depois seguiu seu caminho.

_Ele não tá bem não né? – Darla olhou para o marido, em seguida Adrian que entrava no carro.

_Não. Ele vai fazer besteira. E que deus guie o caminho dele para não acontecer coisa pior.

Ele viu seu amigo pegar estrada e ir à busca de uma vingança que nem ele mesmo sabia qual séria.

Adrian com a ajuda de seu afilhado que era muito bom em computadores conseguiu acessar o notebook do irmão. Ninguém devia saber, mas ele tinha pegado quando saiu de casa era o único meio de descobrir com quem ele falava já que seu celular estava com a policia. Tinha que haver alguma pista dos desgraçados que fizeram aquilo.

Quando abriu uma rede social que o irmão gostava muito apitou varias conversas de uma mulher. E aquilo foi estranho, ela dizia que o amava, e foi ela quem ele encontrou no dia que morreu depois disso não mandou mais nada, estava ai sua pista para pegar quem fez isso, a mulher até que era bonita e diferente de tudo. Bem a cara do irmão, novinha com a carinha de anjo, uma raiva se apossou de seu corpo sabendo que foi aquela desgraçada que pode ter lhe armado uma emboscada.

Ele buscou tudo que podia achar sobre ela, não tinha muita coisa, uma foto dela meio embaçada com a roupa de uma lanchonete e que morava pras bandas do Povoado da Vendinha.

Sem perder mais tempo ele se mandou para lá, estava noite se passava das dez, estava cansado e tinha que dormir um pouco, bocejando ele seguia na estrada escura, foi onde um cachorro surgiu do nada junto com uma mulher no meio da pista. Ele deu uma brecada tão forte que foi lançado para frente e se chocou de volta no banco. A mulher tava no chão e cachorrinho em cima dela latindo para os faróis do carro.

Adrian se esticou e olhou para ela largada ali no meio da pista com os faróis sobre ela. Receoso de ser uma emboscada agarrou o seu 38 no porta luvas e desceu do carro. Aproximou-se cauteloso.

_Moça cê tá bem? – Olhou de um lado pro outro. Ela não respondeu. –Moça? –e nada de resposta.

Oh diabos, ele tinha atropelado a mulher e tava morta.

Se aproximando ainda mais o cachorrinho rosnou para ele.

_Calma ai pulguento, eu só vou olhar se ela tá bem, não vou machucar. - O cachorro parecia entender que se sentou próximo a ela, como se lhe desse permissão para se aproximar.

Adrian se aproximou ainda mais e viu que estava muito machucada e aquilo não foi do seu carro. Ajoelhando-se ele a virou para poder olhar. Quando a viu seu rosto cheio de hematomas, a roupa rasgada, lábios feridos, a testa sangrando, um dos olhos muito inchados.
Correndo como estava saindo daquele jeito na estrada só podia tá fugindo do seu agressor.

A ergueu nos braços e não pesava nada, ele lembrou-se de Catarina quando chegou a fazenda, toda maguinha e frágil. Seguiu para sua caminhonete, ajeitou-a no banco do carro e seu cachorrinho não se fez de rogado se ajeitou ali no canto e não a deixou por nada.

_Olha só, cê não vai poder entrar no hospital não. – Ligou o carro e seguiu para um pronto socorro próximo. Quando a deixasse lá iria embora de consciência limpa que ajudou, que fez sua parte.

A mulher estava desacordada e muito machucada, as mãos cheias de feridas, os cabelos bagunçados, as roupas sujas de sangue e muito rasgadas.

Ele parou na frente do pronto socorro, desceu e a pegou nos braços o cachorrinho já ia os seguir.

_Não! Você fica. – e ele obedeceu. Sentou-se no banco e latiu com ele. – Pulguento. - deu a volta e seguiu para onde estava escrito emergência, logo um médico se aproximo.

_O que houve? – Pondo as luvas tocou seu rosto delicado.

_Ela surgiu na frente do carro do nada. Não sei se a acertei, não sei explicar esta desmaiada desde que a encontrei.

O médico e a enfermeira ficaram o encarando, qualquer pessoa que visse aquilo sabia que ela tomou uma surra das boas. E pelo jeito que estavam o olhando já estavam imaginado que foi ele a fazer aquilo.

_Ei ela já tava assim. Quando acordar ela vai explicar. Não fui eu não, pra falar a verdade eu nem conheço esta mulher.

_Tudo bem, até lá você espera na recepção. – O médico o enxotou depois que ele a deitou na maca.

Ótimo, era só o que lhe faltava, se acusado de espancar mulheres.

Ele voltou para o carro e o cachorro da desconhecida estava na janela com a língua de fora abanando o rabo e latiu assim que o viu.

_Eles vão cuidar dela, e só a gente esperar. Quando ela acordar vai dizer onde tenho que te deixar. Ai pronto. – abriu à porta ele desceu. – Ah que maravilha era só o que me faltava mesmo, agora tô dando explicação pra um pulguento. – revirou os olhos pegando a carteira.

O cachorrinho o encarava curioso, ele era todo branco, com duas machas amarela no lombo e não tinha uma das orelhas. Seus olhos eram em um tom caramelo e parecia não ter dois dentes.

Até que era bonitinho.

_Ta com fome? – Ele latiu abanando o rabo.

Adrian caminhou até um senhor que assava uns espetinhos. Pediu dois e um copo de café era seu maior vicio o café, tinha que tomar umas cinco xicaras por dia.

O cachorro acabou a comida em segundos, parecia nem mastigar.

Adrian voltou pro carro bebericando o café e lá ficou, ligou a música e esperou, esperou e esperou.

Já eram duas da manhã quando ele seguiu até a recepção em busca de noticias.

O médico abusado foi quem veio lhe dar.

_Então como e que a moça tá?

_Melhor, esta no soro, muito desidratada, muito machucada. Mas o bebê esta bem.

_Bebê? E ela tá grávida? – assobio surpreso.

_Sim, cinco meses. Não sabia?

_Espia doutor. Eu não sei nem o nome da criatura. Como eu disse antes, ela se jogou na frente do carro, eu até pensei que fosse estás que inventa isso pra depois vir outro e tomar o meu carro, mas ai ela apagou, vi que tava machucada e decidir trazer pra cá, eu tô até com o cachorro dela lá no carro. Ela veio do nada, devia tá fugindo de alguém. Mas não sou eu, eu não bato em mulheres, pelo amor de deus!

_Então não se importa se eu chamar a policia aqui não e?

_Claro que não, eu não fiz nada. Pode chamar até o papa. – cruzou os braços. – Sou muito homi pra assumir minhas responsabilidades.

Quando se calou dois policias que não aguentavam nem correr surgiram todos cheios de si só por estarem usando aquelas fardas que nem devia mais ser o número deles, o botão de uma estava gritando socorro para aguentar se prender ali e não arrebenta, a outra manchada com algum tipo de molho sabe diabos do que.

_A chegaram. – O médico os recebeu. –Este senhor aqui quem trouxe a paciente. – Apontou para Adrian.

O policial o encarou e depois fez anotações em um bloquinho.

Isso que dá Adrian você vai fazer um favor e isso que ganha. Olhares de desconfiança. Cê devia está era em busca de quem machucou seu irmão e não aqui sendo olhado como se fosse um monstro.

_Vamos até a paciente. Ela pode dizer algo. Deve estar acordada.

Adrian foi junto deles queria muito saber o que diabos aquele mulher tinha para surgir do nada daquele jeito se ele não estivesse atento tinha a matado.

Quando o médico se aproximou da maca ao qual ela estava deitada, já limpa do sangue e com uma camisola ridícula de hospital ela olhou a todos assustada e receosa para qualquer um que chegasse mais perto. Sua bochecha com um renome roxo, os lábios cortados, o nariz com um corte no meio, os olhos um deles estava bem inchado que mal podia abri-los.  Quando viu aquele bando de homem se aproximar se encolheu fechando os olhos.

Adrian viu ali naquela reação que ela parecia um ratinho assustado.

Agarrada ao lençol cobrindo seu corpo como se ele pudesse a salvar de alguma coisa que estivesse por vir. Ela olhou para o médico, depois os dois policiais em seguida para ele. Os olhos dela o deixaram fascinados um de cada cor.

Azul e castanho.

_Querida estes policiais querem saber o que houve com você? Será que pode nos dizer? –O médico se aproximou para tentar tocá-la, mas ela se encolheu mais. –Está  tudo bem, você tá segura agora. Ninguém aqui vai te machucar, eles não vão deixar, basta você contar o que houve, quem a machucou deste jeito.

Ela não falou nada apenas encarou cada um no seu tempo, sempre demorando mais em Adrian. E aquilo tava ficando muito estranho. Deste jeito estes cabras iam achar que foi ele quem bateu nela e estava com medo de dizer.

_Qual é seu nome? –O policial nanico nem a olhava apenas ficava ali anotando sabe diabos o que naquele bloco.

Ela não disse.

_Você sabe onde mora?

E nada.

_Você fala? –Já estava sem paciência deu um bufo a olhando. Ele via casos assim quase todos os dias. Mulher que apanhava do marido e sempre o defendia porque a culpa era dela. Depois de um tempo parou de tentar ajudar. Nunca dava em nada mesmo.

_Você conhece este homem aqui? Foi ele quem te machucou? –O outro policial tentou se aproximar mais, porém parou quando ela se encolheu.

Adrian continuava a olhando cheio de curiosidade. Ele começou achar que a conhecia de algum lugar. Só não tava lembrando-se de onde.

E desta vez ela fez um movimento negando com a cabeça.

Graças a deus, pelo menos isso.

_Viu eu disse. Eu só a ajudei. Minha mãe e meu pai me ensinaram muito bem que numa mulher não se bate nem com uma flor. - Piscou para ela que desviou o olhar.

_Tá certo. Bem se ela quiser dizer alguma coisa e só ligar. –O policial saiu com o outro.

Eles pelo visto adoravam seus trabalhos do quão empenhados foram tentando ajudar a vitima.
O médico ficou ali junto de Adrian. Olhou de um para o outro buscando alguma pista para saber se eles se conheciam ou não.

_O seu bebê está bem viu. –Instantaneamente ela levou a mão para barriga e respirou fundo, aquilo foi de alívio. –Você só tem que se alimentar direito, vou deixar passar a noite aqui, tomar um soro e remédio para dor. Qualquer coisa mesmo chama. –Encarou Adrian e depois saiu.

O médico saiu e ficou só os dois no silêncio e, apenas o barulho da maquinas hospitalares.

_Posso chegar mais perto? – Perguntou.

Ela fez que sim com a cabeça o encarando.

_ Você vai ficar bem. E o seu bebê também. –Sorriu. – Eu tô com seu cachorro lá no carro. Ele tá bem, só tenho que saber onde devo deixar ele? – Sentou-se na beirada da maca.

Ela o encarou numa completa confusão.

_O nanico branquelo com só uma orelha? –Explicou. –Quase me morde quando fui pegar você no chão?

Continuo o olhando sem dizer nada.

_Você não se lembra dele?

Ela negou com a cabeça.

_Então quer dizer que você não tem um cachorro e isso mesmo? Eu tava com aquele saco de pulgas atoa. -Riu. Quando ele sorriu, ela o olhou mais intenso. Ela gostava quando ele sorria pelo que pode perceber. – Eu dei até comida pra ele. O danado quando te coloquei no carro subiu primeiro que eu e se aboletou no banco. Eu jurava que era seu. Aquele mentiroso.

_Eu nunca pude ter cachorro. -Disse tão baixo que se Adrian não tivesse perto não tinha ouvido.

_Espia só. Você fala. –Sorriu novamente. –Como está se sentindo? Sente muita dor?

_Não.

_Que bom, se você sentir alguma coisa chama o médico, eles vão cuidar bem de você. Eu tenho que ir. Tenho que dá um jeito naquele pulguento mentiroso e seguir meu caminho. –Ficou de pé estava com muito sono.

Em um gesto rápido ela segurou sua mão, as pequenas mãozinhas agarram firmes as dele, tremendo e geladas.

_Não. Por favor, tenho medo deles não me deixa aqui sozinha. -O pânico em seu rosto foi horrível de ver, estava trêmula e de olhos esbugalhados.

_Deles quem?

_Eles são cruéis. Eles são malvados. –Começou a chorar. –Eles queriam me matar como fizeram com ele. – o desespero tomou conta dela que começou um choro.

Choro de medo. Choro de agonia.

Adrian não sabia bem o que fazer, só lhe restou abraçar e tentar deixá-la calma.

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