Capítulo Cinco
A empresa na manhã seguinte estava bastante movimentada e ouvia-se vários funcionários sussurrando sobre algo que só eles sabiam qual era o assunto. Carly chegou em seu horário habitual e subiu até o último andar para iniciar o seu trabalho.
Benjamin sorriu assim que a viu e deu um pequeno aceno com a mão que retribuiu da mesma forma. Ela seguiu pelos corredores e entrou em seu escritório e colocou suas coisas em sua mesa.
Carly guardou as suas coisas e ligou o computador, enquanto iniciava ela abriu a última gaveta, pegando algumas pastas com documentos e fez algumas ligações para fornecedores sobre assuntos pendentes.
Ryan estava finalizando uma das ligações quando ouviu a porta se abrindo e viu o jovem homem entrando. Ele o cumprimentou ajeitando o seu paletó.
_ Eu falei com o Monty. - Disse retirando o casaco.
_ Descobriu alguma coisa? Sobre os documentos alterados?
_ Não. Nada. Estão em perfeita ordem, sem nenhuma adulteração plausível. - Olhou para o homem enquanto pendurava o seu casaco.
_ Impossível. Você viu os documentos com os próprios olhos, não tem como alguém cometer um erro grotesco desses.
_ Eu não sei. Mas eu vi a documentação do Monty, estava com a numeração correta. - Passou as mãos no rosto.
_ E você acredita nele?
_ Ele é meu amigo, porque não deveria? - O homem franziu o cenho.
_ Eu sei que ele é o seu amigo, mas não seja cego. Ele está enganando você e escondendo os rastros embaixo do seu nariz.
_ Qual motivo ele teria para mentir pra mim? Ou tentar me roubar?
_ Não sei. Mas nunca sabe, vai que cresceu o olho e queria pegar mais do já recebe, que não é pouco.
_ Não. Raymond não faria algo tão absurdo. Nos conhecemos desde crianças, fomos criados juntos. Ele não... Me trairia assim. Seria desleal. - E caminhou até a janela.
_ Tudo bem. Se você quer apostar todas as cartas no Monty, essa é a sua decisão. Não vou fazê-lo mudar a sua opinião. - Disse o homem com as mãos no bolso.
Ryan ficou pensativo sobre isso. Seu melhor amigo seria capaz de fazer algo assim? Ele estaria roubando o seu dinheiro? E o que ele ganharia fazendo tal coisa contra ele? Sua cabeça estava uma confusão com tudo isso.
_ Bom, eu vou indo. Tenho uma reunião daqui alguns minutos. - E ajeitou a gravata.
_ Monty faria isso? - o olhou.
_ Eu não o vejo fazendo algo contra você, mas é uma possibilidade.
Ryan acenou com a cabeça e o homem se despediu, fechando a porta atrás de si quando saiu do escritório. Ele virou-se para a janela em silêncio e ficou olhando a vista em sua frente.
Em que deveria acreditar nessa situação? Seu melhor amigo? Ou em sua nova assistente? Não se sabia qual deles estaria lhe dizendo a verdade.
Carly estava saindo para almoçar e encontrou Benjamin na saída. Eles sorriram um para o outro e caminharam juntos até o restaurante ali perto. Os dois entraram no local e escolheram uma mesa perto da janela e se acomodaram. O garçom surgiu logo depois, cumprimentando-os e pegando o bloco de notas.
Eles deram uma boa olhada no menu e fizeram os seus pedidos. O garçom anotou tudo atentamente e depois saiu em seguida. Benjamin a olhou e segurou a sua mão, sem desgrudar os seus olhos dela. Carly sorriu e fez um carinho com o polegar enquanto era observada por ele que a olhava bobo.
_ Como foi a sua manhã, o senhor Harvey lhe deu muito trabalho hoje ou foi razoável? - Beijou suas mãos.
_ Foi tranquila, a empresa estava mais calma hoje. - O olhou e sorriu.
_ Mas precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem. Certo?
_ Sim, Ben. - Disse sem desviar o olhar.
_ Eu sinto muito se fiz algo que você não gostou.
_ Você não fez nada errado, não precisa se desculpar. Nós dois queríamos e está tudo bem, ninguém forçou nada. - Acariciou seu rosto e Benjamin beijou sua mão.
_ Eu... Eu beijei você, porquê... Porque eu gosto de você. - Disse meio envergonhado.
_ Você... Gosta de mim? - Sentiu os batimentos de seu peito acelerando.
_ Sim. Desde a primeira vez que eu vi você.
Carly sorriu envergonhada e virou o rosto que queimava igual pimenta. Benjamin a olhou de lado e sorriu virando seu rosto para a olhar nos olhos.
_ Eu... - Respirou fundo tentando controlar o seu nervosismo. _ Eu também gosto de você, Ben. - Ele sorriu acariciando suas mãos enquanto a olhava. _ Mas não podemos nos envolver, conhece as regras da empresa sobre relacionamentos amorosos entre colegas de trabalho.
_ Sobre "não se envolver com os funcionários, para evitar comprometer a empresa ou os seus interesses profissionais."? - Arqueou uma das sobrancelhas.
_ Sim. - Disse o olhando.
_ Eu não ligo para essas regras idiotas. - Girou os olhos.
_ Mas deveria, mesmo que não goste disso. Não podemos fazer nada sobre esse assunto.
O garçom retornou com os seus pedidos e sorriu para ambos, indo atender outros clientes que haviam chegado ao restaurante.
_ Eu não penso assim. Se você gosta da pessoa, não é esse tipo de coisa que deveria impedi-las de ficarem juntas. Nada deveria ficar no caminho do amor que sentem. Não acha?
_ Sim, Ben. Eu concordo sobre isso, mas não podemos ir contra as regras.
_ Você sabe que eu faria qualquer coisa que me pedisse. Não importa como. - Sorriu.
_ Eu sei, pois eu faria o mesmo por você. - Retribuiu o sorriso.
Benjamin estava impressionado com Carly, ela era melhor do ele imaginava e isso fazia ele se apaixonar mais ainda por ela. Se gostavam bastante, mas Carly queria respeitar os princípios da empresa, para o bem dos dois e que nenhum saísse prejudicado no final.
Eles continuaram conversando durante o almoço e Benjamin ficou segurando sua mão o tempo todo, enquanto a ouvia e sentia o seu peito inflar mais ainda com tudo que ela dizia e explicava. Era tão doce e meiga, mas por amor a ele, tinha medo de se arriscar e colocar tudo a perder e serem punidos por algo. Nunca iria deixá-la sofrer alguma consequência sobre isso, a protegeria de tudo e todos.
Depois do almoço, eles saíram do restaurante e Benjamin segurou sua mão. Carly sorriu tímida e aceitou de bom grado, o fazendo sorrir com esse seu ato. Ela foi puxada para um dos becos e Benjamin lhe deu um longo beijo, suas línguas enroscavam-se uma na outra enquanto se entregavam ao proibido, mesmo sabendo que era contra as regras. Quem poderia mandar no coração das pessoas apaixonadas?
Suas pernas estavam trêmulas e bambas como se estivessem em forma de gelatina, seu coração palpitava tão rápido que parecia querer pular para fora do seu peito e sentia borboletas em seu estômago. Parecia que havia retornado aos seus quinze anos novamente.
Benjamin finalizou o beijo e acariciou as suas bochechas com a ponta dos dedos enquanto a olhava, como se estivesse gravando cada detalhe daquela bela mulher que estava em sua frente. A respiração de Carly foi normalizando aos poucos, podendo puxar o ar que lhe faltava naquele momento.
_ Eu não vou desistir de você, Carly. - Segurou o seu rosto com as duas mãos.
_Não desista, Ben. - Colocou sua mão por cima da dele. _ Mas não podemos ficar envolvidos, eles acabariam com a gente. - Disse o olhando no fundo dos olhos.
_ Eu vou dar um jeito, eu prometo. Nada que façam, irá acabar com o amor que sentimos. Vai ficar tudo bem, irei cuidar e proteger você. Não vou permitir que ninguém machuque você. - A puxou para os seus braços e a aconchegou em seu peito, cheirando os seus cabelos.
_ Obrigada, Ben. Você é muito importante para mim, não quero perder você ou que se afaste de mim. - Disse com os olhos fechados.
_ Isso não irá acontecer, nunca. Só se você quiser. - Sorriu a olhando.
_ Eu jamais iria querer isso, seu bobo. - E Benjamin lhe deu um selinho.
_ Vem, vamos voltar, não podemos nos atrasar. - A olhou.
Carly concordou com a cabeça e eles saíram do beco, com os olhares atentos para ver se não tinha nenhum curioso os espionando por ali. Benjamin segurava sua mão de vez em quando, mas logo soltou quando se aproximaram da entrada da empresa. Se despediram com um aceno com a mão e cada um seguiu para um lado, retornando ao trabalho.
Carly estava em seu horário de descanso com a sua xícara de café em mãos quando viu Hannah adentrando ao lugar com um sorriso no rosto. Sempre estava sorridente, não havia tempo ruim para ela.
_ Olá, Carly. Veio descansar um pouco? O ritmo é bem tenso, não é? - Sorriu caminhando até a máquina de café.
_ Sim, nos últimos dias a situação está bem tensa. - Respirou fundo se encostando em um dos armários.
Hannah escutava tudo atentamente e dava a sua opinião sobre todas as dúvidas de Carly, lhe deixando mais tranquila.
_ Benjamin é um bom rapaz, não é? E muito bonito por sinal. - Deu um sorrisinho.
_ Sim, ele é uma ótima pessoa. Me ajuda bastante em tudo que preciso.
_ Mas não é só isso, estou certa? Vocês gostam um do outro, posso ver em seus olhos quando fala sobre ele. - Depositou a xícara na mesa e a olhou.
_ S...Sim. - Disse envergonhada. _ Mas não podemos ficar juntos, existem regras na empresa que impedem isso. E eu não quero complicar as coisas para ele por causa disso.
_ Na minha opinião, vocês devem ficar juntos. Não importa o que aconteça. Emprego nenhum deve separar duas pessoas por causa de regras que ninguém deveria se importar.
_ Eu não sei, é arriscado demais. Podemos ir parar na rua, se o senhor Harvey descobrir sobre o nosso envolvimento. E eu não quero prejudicar o Ben.
_ Não ligue para o Ryan, ele só faz isso para tentar assustar. Fique com o Benjamin, ele gosta muito de você e bastante protetor pelo visto. Não deixe que ninguém separe vocês. - Segurou as suas mãos. _ Eu irei ajudá-los, são ótimas pessoas e eu irei protegê-los e ajudar no que eu puder. - Sorriu.
_ Tem certeza? Não quero que se complique tentando fazer isso por nós.
_ Sim, querida. Eu tenho certeza absoluta. Irei ajudar no que for preciso.
_ O... Obrigada. Eu não sei como agradecê-la pelo que está fazendo para nos ajudar.
_ Não precisa agradecer. Apenas seja feliz com o Benjamin.
Hannah sorriu lhe dando um carinhoso abraço e segurando firme suas mãos, eles ficariam juntos custe o que custasse. Se dependesse dela, nada iria os separar. Nem mesmo o Ryan, por mais que fosse o seu melhor amigo.
Todos já haviam ido embora no final do turno, restando apenas Carly e Benjamin. Ele levantou-se vestindo o seu casaco e virou a cabeça para o escritório dela e estranhou vendo as luzes ainda acesas. Ele caminhou até a sala dela e deu leves batidas na porta e ouviu a sua doce voz pedindo para entrar. Ela ainda estava trabalhando no computador, enquanto digitava algumas coisas e anotava outras.
_ Carly? Ainda está aqui? Já deveria ter ido para casa. - Disse a olhando.
_ Sim, eu já estou indo. - Sorriu. _ Só vou terminar de arquivar alguns documentos e guardar os relatórios. - O olhou.
_ Mas poderia fazer isso pela manhã, sabe disso. - Encostou-se no batente da porta.
_ Sim, eu sei. Mas gostaria de deixar tudo organizado, antes de ir embora.
_ Vamos, eu levo você. Está ficando tarde.
_ Não precisa, Ben. Eu pego um táxi. - Virou-se para olhá-lo.
_ Eu insisto, Carly. Não aceito uma resposta negativa. - Sorriu amoroso
Carly respirou fundo derrotada e concordou, aceitando a carona de Benjamin. Saíram do escritório, passando pelos corredores e estava tudo silencioso e escuro. Apenas a faxineira que estava começando a fazer a limpeza pelo lugar, eles a cumprimentaram e entraram no elevador. Ela sentiu seus dedos entrando em contato com os dela e sorriu entrelaçando suas mãos com as dele, não poderia escapar disso e não queria. Mas teriam que ter cuidado com suas demonstrações amorosas, para que não se complicassem.
Saíram do elevador juntos e caminharam pela garagem até se aproximarem da moto de Benjamin. Ele sorriu entregando o capacete para Carly e colocou o dele, subindo na mesma. Carly sentou atrás dele e segurou firme sua cintura quando ouviu o ruído da moto sendo ligada. Fechou os olhos sentindo o seu perfume que a embriagava sempre que passava pelo seu nariz, era quase hipnotizante o seu forte aroma. Saíram da empresa e seguiram a estrada para longe ambiente de trabalho.
O vento balançava os seus cabelos enquanto a moto de Benjamin seguia pelas ruas iluminadas pelas luzes noturnas e a lua tinha o seu papel presente, estava bem bonita e bastante iluminada naquela noite. Em poucos minutos havia chegado em casa. Benjamin desligou a moto e levantou o capacete. Ele ajudou Carly descer que lhe entregou o capacete assim que saiu, enquanto segurava a sua bolsa em um dos ombros.
_ Obrigada pela carona, Ben. - Disse agradecida.
_ Não precisa agradecer. - Sorriu a olhando.
Benjamin aproximou-se mais dela e a acompanhou até a entrada de sua casa, como naquela noite. Beijou cada uma das suas mãos e lhe deu um beijo com um sorriso bobo no rosto.
_ Até amanhã, Ben. - Passou os braços em seu pescoço, retribuindo o beijo.
_ Nos vemos no trabalho. - Lhe deu um selinho e acariciou o seu rosto.
Ele depositou um beijo carinhoso em seus cabelos e se afastou. Carly sorriu observando Benjamin se afastar e subir em sua moto. Ele piscou para ela e sorriu colocando o capacete, ligando a moto e acenando com a mão em sinal de tchau e saiu logo depois, dobrando a esquina e sumindo da vista dela.
Ela entrou em casa com um sorriso bobo em seu rosto. Mas havia sido um dia bem agitado na empresa. Pela manhã estava tranquilo, diferente do período de tarde. Estava uma correria para todos os lados que mal teve tempo de falar com Benjamin, só algumas palavras quando parou para tomar um café, em seu descanso. Estava um caos, mas a noite deu uma relaxada. Seu corpo chamava pela sua cama urgentemente.
Subiu as escadas para o seu quarto e colocou a bolsa em uma das poltronas e seu celular começou a apitar, viu o nome do Benjamin piscando na tela e sorriu abrindo a mensagem.
"Oi, meu anjo. Eu acabei de chegar em casa e queria lhe desejar uma boa noite. Não poderia dormir sem falar com você antes."
Carly sentou-se em sua cama com um sorriso e lhe enviou uma mensagem de volta, colocando o celular em cima do criado-mudo.
Depois de um quente e relaxante banho, seu corpo sentia-se mais relaxado e menos cansado. Vestiu uma roupa confortável e preparou algumas coisas para comer, estava precisando recompor as energias que havia perdido no trabalho naquele dia.
Carly acabou caindo no sono sem nem perceber. Ela sonhou com o Benjamin naquela noite e foi o melhor sonho que já havia tido com alguém que amava. Um pertencia ao outro e ninguém poderia separá-los. Nada poderia ir contra o sentimento mais puro e verdadeiro que alguém poderia sentir por outra pessoa. Ambos estavam completamente apaixonados.
Ela recebeu uma ligação de Hannah na manhã seguinte avisando que conhecia um lugar que estaria sendo inaugurado durante a noite. Convidou Carly e Benjamin para irem junto dela, por ser sexta-feira não teria nenhum problema e ela não podia negar esse pedido. Avisou que falaria com o Benjamin sobre esse convite.
Hannah sempre esteve perto dos dois e podia notar como sofriam por não poderem ficar juntos por causa das regras da empresa. Eles eram lindos juntos e agora estavam iniciando o seu relacionamento, com a sua ajuda. Gostava dos dois e só queria que fossem felizes. E faria isso acontecer. E nada poderia dar errado.
"E aí, amoras? O que vocês estão achando da Hannah? Amiga ou inimiga? Deem as suas opiniões e tenha um boa leitura."
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