Capítulo Um

Capitulo 01


Ana estava rindo com a sobrinha no colo que sorria sempre que ela fazia barulhos estranhos com a boca. Amélia era linda, já estava indo para dois meses e experta que só vendo, amava aquelas bochechas rechonchudas e os olhos verdes salpicados de amarelo ouro, uma completa mistura de André e Catarina. Olhando as pessoas encontrou André dançado coladinho com Catarina com um sorriso tão feliz que ela achou que nunca tinha visto na vida, ele olhava para Cat como se fosse seu mundo. Adrian beijando e acariciando a barriga de Bêtina enquanto conversava com um amigo dos tempos de rodeio, era protetor e cuidadoso com ela. E Antônio sendo usado e abusado por Agatha que andava enjoado de tudo e todos. Era uma perua manhosa que adorava abusar do seu irmão e ele gostava disso. Amava estas três novas irmãs malucas que ganhou, pois conseguiram pegar o coração deles e os tornar felizes.

Quando procurou seu peão bruto pela multidão lá se estava ele, em um terno bem feito, a gravata borboleta já desfeita, o chapéu branco enterrado na cabeça e sorrindo, um sorriso que devia ser só dela, um sorriso que devia ser apenas para ela e ninguém mais.

Estava dançando com sua ex-amiga, Beth.

Ana tinha um bom coração, sempre ajudou tudo e todos, mas Beth se aproveitava disso para abusar de sua boa vontade. Nem sabia por que ela estava aqui, se ninguém lhe convidou. Tudo que Beth queria era André e quando soube que Ana havia ajudado ele a ficar com Catarina ficou com raiva e então se voltou para Zé, pois sabia que ela gostava dele, queria algum tipo de vingança. Vez ou outra via os dois juntos por aí, como um casal de namorados. E agora ali estavam dançando uma música romântica colados, como se tivessem passado cola no vestido da vadia para estar se esfregando nele.
Seu coração sangrava sempre que o via com alguém, ela não conseguia fazer o mesmo, sempre que tentava se envolver com alguém, era Zé que ela pensava quando beijava ou abraçava, então parou de iludir e iludir a si mesma. Depois que caiu na besteira de fingir que não se lembrava dele foi que veio o arrependimento. Achou que isso ia a ajudar em algo, mas só fez ele se afastar. E foi direto pra boca da loba faminta e traiçoeira.

Uma espécie de pânico tomou conta dela.

Beth era doida pra arrumar casamento. E se os dois com tudo isso inventasse casar?

Ela não ia suportar esta dor. Preferia morrer ao ver Zé casando com outra mulher e perder completamente a esperança de um dia ser todo dela. Ver com uma família, filhos e tudo mais, iria a quebrar em pedacinhos.

-Ana?

- Oi Jorge. - se virou para ele.

Jorge era bonito, olhos negros, nunca viu como era os cabelos dele, pois jamais o viu sem o stetson. Tinham quase a mesma idade, ele só era mais velho três anos.

Por que não se apaixonou por ele? Séria muito mais fácil.

-Dança comigo? - Sorriu galanteador.

- Tá vendo que tô ocupada, não? Estou mimando essa coisinha linda da titia aqui. - beijou a bochecha de Amélia que o encarava seria - Espia, gostou de você não. -Riu.

-Bora Namaria. Por favor? Pelo seu amigo aqui vai. -Fez beicinho.

Ela revirou os olhos teatral e entregou Amélia para Patrícia.

- Bora, seu paia. E não pisa no meu que chuto sua cara. -O arrastou para o meio da pista.

- Sou um bom pé de valsa tá? -Agarrou sua cintura.

Ana riu e a música trocou para uma romântica.

Aquilo era uma merda mesmo.

Zé continuava dançando com Beth que não parava de falar sobre casamento e que queria um igual aquele. Ela era ótima na cama, mas falava pelos cotovelos e isso o deixava irritado. Porque não conseguia nem pensar direito.

- Quero me casar com um vestido igual de princesa. Bufante e cheio de babados. -Gesticulava com as mãos.

- Hum. - Sorriu fingindo ouvi-la.

Se arrependimento matasse jamais teria a convidado.

Ele olhou pelos cantos do lugar quando viu Ana Maria colada a Jorge Henrique, que segurava firme sua cintura e cheirava seus cabelos. As mãos apertaram firme a cintura de Beth que gemeu.

- Nossa, cowboy. Isso doeu. -Sorriu sem graça massageando o lugar.

- Desculpe. - Abraçou-a mais e continuou a dança, sem tirar os olhos de Ana.

Ela sorria pra alguma besteira que o idiota falava, deitando a cabeça em seu ombro. Se aconchegando a ele como um gatinho manhoso. Sua vontade era de ir lá e agarrar ela, jogar por cima dos ombros e tirá-la dali, das mãos deste mocozado. Jorge não valia nada, não passava de um moleque aproveitador e Ana merecia coisa melhor.

A cabeça teimosa dele dava risos dizendo que aquilo era ciúme. Só que se negava a aceitar isso.

Não eram ciúmes, só cuidado.

Ainda se lembrava do dia que chegou à fazenda e a viu pela primeira vez, era bonitinha, com os longos e negros cabelos que caiam como um manto pelas costas. Os imensos olhos verdes com grossos cílios, a boca parecia um coração rosado. Nunca a viu com maus olhos, sempre como uma bonequinha briguenta que era. Mas foi crescendo, tomando forma e virando uma mulher bonita e sensual. Era inevitável não se sentir atraído. Percebeu que gostava dela de forma diferente, gostava dela como um homem gosta de uma mulher, com desejos e tudo mais que se tem direito. Quando ela completou 18 anos e foi morar em Goiás para estudar, quase fica louco de pensar nela sozinha naquele lugar desconhecido, cheio de aproveitadores. Ele inventava qualquer coisa a André só pra ter que ir até Goiânia e ficar de olho nela. Quando o primeiro menino se engraçou, Zé o esperou na saída da faculdade e lhe deu um aviso. Só não entendeu por que no dia seguinte o garoto trancou a faculdade e foi embora. Ele só avisou que se saísse da linha com ela, ia abrir a cabeça dele com um buraco de chumbo.

Cabra mole.

Ele a viu da o primeiro beijo e foi horrível. Queria arrancar a boca do sujeito. Não era merecedor dele. Ninguém em sua opinião era merecedor do seu beijo ou seu coração.

Ele era tão corajoso pra tanta coisa, mas não era corajoso pra assumir seus próprios sentimentos para si mesmo. O coração gritava que ela era seu grande amor, mas a mente driblava isso se negando a ouvir o coração. Ele ali era um peão, um simples peão. Ela era a menina rica. Apesar de que para ele isso não interferisse em nada.

- Terra pra, Zé. Tá me ouvido homi. - Beth o chamou estalando os dedos na sua frente.

-O quê? - A encarou. Estavam parados no meio da pista sem dançar.

-Cê tá bem? Parou de dançar e ficou ai paradão, calado.

- Tô cansado. E melhor ir embora. Amanhã e dia de lida. Bora! Vou te deixar em casa. - Segurando sua mão para sair.

- Ah não, as noivas nem jogaram o buquê. -Ela puxou a mão das dele e cruzou os braços. - Olha só. - disse de boca aberta olhando em direção a Ana Maria.

Quando Zé olhou os dois estavam se beijando ali no meio da pista. Ele não sabe qual espirito tomou seu corpo, mas ele estava ficando cada vez mais próximo aos dois, as mãos fechando em punhos firmes, os passos firmes, não ouvia mais nada só o bum, bum, bum do peito. Quando se deu conta ele estava separando aquele beijo, empurrado Jorge longe que saiu tropeçando-nos próprios pés e caiu de bunda no chão. Ana Maria de olhos arregalados o olhou assustada e como habitual lançando-a por cima do ombro saiu pisando firme, rosto tomando pela fúria.

-Minha. - Encarou Jorge que estava surpreso ainda no chão.

A música continuava tocando, a maioria dos convidados ocupado conversando e rindo, apenas alguns viram a cena. André ficou o encarando calado, porém não disse ou fez nada só o seguiu com olhar. Em passadas largas e firmes saiu de toda a algazarra. A música foi ficando distante e ele seguiu o caminho para casa. Ana estava muito quieta. Mal pode aproveitar isso quando as batidas em suas costas começaram e os gritos revoltados dela.

- Me solta, seu peãozinho fedido. Quem pensa que é? Me põe no chão agora mesmo, eu exijo. - as mãos dela batiam em suas costas enquanto se remexia e gritava esperneando.

-Calada. -Resmungou entredentes.

-Você não manda em mim, seu caipira fedido. Me larga. Eu estava me divertido, como você lá com aquela catilanga da Beth. - Fez careta ao pronunciar o nome da dita cuja. - Eu estava recebendo o melhor beijo, sabia?

Ele parou de andar e a pôs de pé no chão. O vestido desarrumado, os cabelos em uma bagunça, o rosto vermelho e o encarou.

-Seu... Seu. - Não conseguia nem o xingar.

-Seu o quê? Fala Namaria? - Tirou o chapéu para arrumar os cabelos.

-Seu cavalo. Você e um cavalo bruto e idiota.
Ele suspirou e agarrou seus braços.

-Você é minha. Só minha, me entendeu? Não devia estar beijando aquele idiotinha lá- A beijou com volúpia.

-Sua coisa nenhuma. -separou os lábios o empurrando para longe sem sucesso.

Ele estava com as mãos travadas em sua cintura, os olhos brilhando pelo desejo. Tinha desejo nos olhos e dentro do seu jeans.

- Eu te amo! Você é meu tudo, Ana. - confessou como uma oração lhe beijando os lábios, as pálpebras e testa. -seus beijos devem ser só meus. - A beijou. - seu corpo é meu. - Roçou os lábios em seu pescoço, quando as mãos deslizavam por sua cintura agarrando firme. - seu carinho deve ser meu. - Sorriu a olhando. - Tá ouvindo? São tudo meu e de mais ninguém, Namaria. Você é completamente minha. -Era quase uma súplica.

-Eu tô ouvido. Eu te amo também, meu peão gostoso fedido e macho. -gemeu o agarrando. -Droga! Eu amo muito você, amo mais que o ar que respiro todo dia. Me beija aqui, me toma como sua agora, meu amor. -Segurou a lapela de sua camisa lhe beijando. E nisso caiu da cama. Novamente tudo não passava de um sonho como sempre teve ao longo dos anos desde que o viu pela primeira vez.

"Hello meninas, como vocês estão? Espero que bem. Aqui está o capítulo, espero que tenham gostado viu. Feito com muito carinho. Nós vemos novamente na sexta-feira amores. Se cuidem, minhas pequenas Ladys."

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top