50. Cinquenta

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Finalmente Jikook estão conversando novamente depois de toda situação angustiante. Vamos ver o que acontecerá.
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— Sim. Eu prometo

Jimin levanta a mão e enxuga uma lágrima perdida na bochecha de Jungkook.

— Quando você começou a me ver como algo diferente de apenas uma parte do seu plano?

Surpreso com a pergunta repentina, Jungkook responde honesta e imediatamente:

— Quando você visitou meu apartamento pela primeira vez e conheceu Woojoo.

Jimin pensa de volta, franzindo as sobrancelhas.

— Mas isso foi apenas um dia depois que me mudei para minha cobertura, logo após o início do nosso patrocínio.

— Eu sei.

— Foi tão cedo?

— Eu ainda tinha toda a intenção de seguir adiante com o plano, — Explica Jungkook, desta vez um pouco sem jeito. — mas em termos de minha opinião pessoal sobre você... você não era quem eu pensei que seria.

Jimin absorve, refletindo sobre isso.

— No entanto, você ainda...

Jungkook suspira, seus ombros caindo. Ele se afasta, curvando-se para mover Woojoo. Ela imediatamente fica de joelhos, onde ele segura metade do corpo dela em seus braços. Ele se enterra nela como uma rede de segurança.

— Lutei contra isso por muito tempo, — Jungkook admite, — até não poder mais. Mesmo depois... — Ele aperta a mandíbula. Faz um tique-taque na cabeça. — Depois que dormimos juntos, empurrei para baixo novamente, porque havia uma oportunidade de pegar Kangdae.

Jimin olha para ele.

— Você teve uma escolha, e você escolheu.

Jungkook se concentra em acariciar Woojoo.

— Sinto muito.

— Pare de se desculpar.

— Então o que mais posso fazer?

— Você pode me deixar dar as ordens pela primeira vez.

Isso cala Jungkook. Ele lentamente acaricia Woojoo, e dane-se se o visual vulnerável não acende algo quente no coração de Jimin.

Jimin se abaixa no chão, ocupando o lugar do outro lado de Woojoo. Ela abana o rabo com a atenção repentina, escapando das mãos de Jungkook para pisar no colo de Jimin, que não percebe como Jungkook parece minuciosamente traído.

— Olha. — Jimin começa, decidido em sua decisão. — Eu não confio em você agora. Eu ainda me sinto muito mal quando olho para você. Não sei o que era verdade entre nós, e mesmo que soubesse, dói muito saber que o que aconteceu ainda aconteceu. Mas, aparentemente, não sou idiota, então talvez não seja tão tolo por sentir o que sinto. Você disse que eu sou gentil. — Jimin faz uma pausa, deixando o peso disso se acomodar em seu peito. — Eu quero ser gentil. Eu quero ser melhor. Eu quero que as pessoas me queiram por mim, e não por qualquer outra coisa. E eu quero descobrir o que era real. Eu quero redescobrir tudo. Você deve isso a mim.

Caído no chão, olhando para ele como um homem pobre recebendo a chance de sua primeira refeição em meses, Jungkook sussurra:

— O que você está dizendo?

— Estou dizendo que você me machucou e quebrou minha confiança, e embora eu não desculpe suas ações, eu as entendo. Posso te perdoar? Não sei. Eu ainda estou chateado. Não sei quanto tempo isso vai demorar para se estabelecer, mas quero tentar, porque acredito que muito do tempo que passamos foi mais sobre nós do que sobre meu pai.

Genuinamente, Jungkook diz:

— Foi.

— Então me conte sobre isso. Diga-me tudo o que você pensou naquela época, sobre mim, sobre nós, sobre seus próprios sentimentos. Deixe-me conhecê-lo.

Engolindo em seco, acenando com a cabeça, Jungkook responde sem dúvida:

— Ok. Eu vou te contar tudo. Mas o que vem depois que eu disser tudo?

— Isso é para mim decidir, mas espero que possamos seguir em frente juntos.

— Juntos?

Jimin deixa Woojoo ir, e ela deve saber que é melhor ela ir embora. Sem a barreira animal entre eles, Jimin se aproxima, fechando a distância entre ele e Jungkook. Ele golpeia inofensivamente Jungkook no estômago, desta vez com um dedo e não com o punho.

— Sim, seu idiota. — Jimin diz. — Eu pensei que você fosse mais esperto do que isso. Oh, espere, — Ele acrescenta, aumentando o sarcasmo, — aparentemente você não é. Um aviso: espere insultos fracos, mas mesquinhos de mim, avançando como um mecanismo de enfrentamento.

Jungkook tosse uma risada. Jimin se pergunta se é a primeira vez que ele ri há algum tempo.

— Jogue em mim. — Jungkook diz.

— Bom, porque ouvi dizer que posso ter uma boca afiada.

— Oh eu sei.

Jimin olha para ele. Antes, ele hesitaria em estender a mão e acariciá-lo. Não porque ele era particularmente tímido, mas por causa dos limites de seu antigo patrocínio. Agora, ele deixou o Decadentia e não está mais ligado a Jungkook por nada além de sua própria escolha. Jimin passa o polegar pela bochecha de Jungkook, mais suavemente do que quando ele enxugou as lágrimas.

— Você está bem?

Ele acha que Jungkook estremece com o toque gentil. Com um sorriso irônico, ele responde:

— Acho que você consegue adivinhar a resposta para essa pergunta.

— Obviamente. — Jimin olha para ele. — Mas eu estou perguntando de qualquer maneira.

— Estou... seguindo em frente.

Jimin acena solenemente, deixando cair a mão. De repente, bastante cansado, ele deita de costas, olhando para o teto. Jungkook o segue, nada deles se tocando exceto as pontas de seus ombros, seus corpos esparramados como duas pernas de uma estrela do mar.

— Você tem acompanhado meu pai? — Jimin pergunta.

Jungkook hesita, provavelmente sem saber como falar sobre Kangdae agora na frente dele.

— Sim.

— Ele foi condenado.

— Eu sei. — Jungkook faz uma pausa. — Você está bem?

Cruzando as mãos sobre o peito sem pensar, Jimin diz:

— Depois de descobrir toda a merda que ele fez, fico feliz. Mas também... estou triste, — Ele admite, respirando fundo, — e estou com raiva por estar triste.

Com uma voz como chocolate derretido, Jungkook diz:

— Ele ainda é seu pai.

— Mas isso não deveria significar nada. Ele mal esteve na minha vida. Por que ainda estou tão chateado com alguém que nunca esteve lá?

— Porque você está chateado com o que poderia ter sido. O que você perdeu. Pelo fato de você ter ficado presa a um pai como ele.

Ouvir Jungkook oferecer comentários tão calorosos após seu envolvimento com Kangdae apenas evidencia que Jimin tomou a decisão certa. Jungkook poderia deitar aqui e transmitir uma satisfação magoada com a participação de Kangdae, mas, em vez disso, ele está perguntando se Jimin está bem. Ele está validando suas emoções conflitantes.

Jimin conta a Jungkook tudo que Kangdae disse a ele naquele transporte. Enquanto fala, Jungkook escuta com todo o seu ser. Nem uma vez ele sugere falta de foco, de desejo de colocar sua própria palavra.

Conhecer Jungkook hoje é incongruente*, pensa Jimin. Por muito tempo, Jungkook foi um mistério malandro. O equilíbrio escorria dele como pedras preciosas. Agora, depois de conhecer seus demônios, depois de ficar cara a cara com sua vulnerabilidade, é como se Jungkook tivesse arrancado uma máscara. Jimin não vê fragilidade por baixo, mas ele vê as rachaduras que ela escondeu por tanto tempo. Jimin os entende, e ele não está desligado. Em vez disso, ele sente o desejo de ajudar a suavizar as arestas irregulares, porque sabe o que é ser quebrado.
(*Que não condiz, não está de acordo)

As falhas de Jungkook o humanizam.

Jimin se sentiu atraído por Jungkook desde o início, fosse uma curiosidade cautelosa ou um desejo borbulhante, mas era como ser atraído pelas cores encantadoras de algo misturado com veneno. Jungkook era muito seguro de si. Ele era muito cauteloso. Embora Jimin tenha gostado do tempo deles, embora ele saiba que Jungkook não estava totalmente fechado, ainda havia sempre um sentimento na parte de trás da cabeça dele (JM) de que algo estava errado.

Jimin costumava conectá-lo à recusa de Jungkook em elaborar seu raciocínio para o patrocínio, incluindo o fato de que Jungkook estava tão claramente interessado nele, mas parecia estar com uma dor real toda vez que ele pensava em simplesmente beijar Jimin.

No entanto, Jimin se apaixonou por ele de qualquer maneira.

E agora, depois de tudo, ele vê Jeon Jungkook como um jovem ferido que testemunhou algo traumático, que se apegou a esse trauma e que deseja desesperadamente amar, apesar da dor que carregou por tanto tempo. Ele não se permitiu nenhuma conexão humana genuína fora de um grupo de pessoas tão pequeno que Jimin pode contá-los em sua mão.

Os amigos da universidade de Jungkook só conhecem sua personalidade escolar, um jovem quieto e abastado que espera aprender os meandros dos negócios. Os artistas do Decadentia o conhecem como uma força intimidadora que provavelmente brinca com parceiros igualmente intimidadores além dos muros do Deca.

Nem mesmo Seokjin sabia a extensão do plano de Jungkook.

Quem Jungkook realmente é? Quem pode entendê-lo?

Foi o pai de Jimin quem fez isso. Sim, Jungkook é responsável por suas próprias ações, mas depois de pensar sobre isso todas essas semanas, Jimin concluiu que ao invés de sentir raiva de Jungkook, ele sente pena.

Não uma pena estranha, como um estranho testemunhando acidentalmente um transeunte tropeçar em seus cadarços, mas uma pena empática, porque Jimin entende o quão insensível seu pai é e como isso deve ter machucado Jungkook. Jimin sabe o que é perder um familiar próximo. Ele entende o desejo de amar e ser amado, mas acaba se fechando por motivos complicados demais para explicar.

De muitas maneiras, Jimin se vê refletido em Jungkook.

Assim que a discussão sobre os eventos atuais chega ao fim, Jimin pergunta se pode passar a noite.

— São três da tarde. — Jungkook diz.

— E? Eu não disse que vamos para a cama agora.

— Não tenho certeza se posso entretê-lo por tanto tempo.

— Sério? Não vim aqui esperando que você fosse um anfitrião fabuloso. Já estive aqui o suficiente sem você precisar me manter entretido.

Jungkook se senta, seguido por Jimin.

— Só quero dizer que estou trabalhando em um trabalho de pesquisa para a escola.

O foco de Jimin cai automaticamente no laptop aberto deixado na mesa de centro da sala. Sua tela está escurecida, meio virada para o que parece ser um copo de café acabado há muito tempo. Jimin nem percebeu.

— Ah. — Ele diz. — Bem, eu posso ficar lá em cima se eu te distrair.

Ele provavelmente deveria ter se oferecido para sair. Qualquer outra pessoa teria feito isso. Mas Jimin não quer ir. Ele não vai agir como um estranho educado com medo de ofender. Ele e Jungkook estão muito além disso. Jimin planeja ficar.

O lado da boca de Jungkook se contrai em um pequeno sorriso. É como se ele soubesse disso.

— Eu não vou exilar você para cima como se fosse um calabouço. — Diz Jungkook. — Eu já fiz trabalhos escolares perto de você antes. Acho que posso lidar com isso.

Isso ele fez. Mais do que algumas vezes.

Então, é isso que eles fazem. Jungkook volta a trabalhar em seu jornal, e Jimin relaxa em seu celular, percorrendo qualquer entretenimento que ajude a passar o tempo. Woojoo até se aconchega ao lado dele, tão confortável como se nunca tivesse ido embora. Através do silêncio calmo, o único som do clique dos teclados de Jungkook e seus suspiros ocasionais, Jimin pensa em como é fácil cair de volta antes.

Deveria ser tão simples? Ou deveria haver uma reconciliação mais dramática entre eles, algo com promessas suplicantes e emoções teatrais?

Jimin gosta do primeiro. Depois de toda a merda, ele não quer muito.

Não há mais nada a dizer sobre o passado. O que está feito está feito, e Jimin tomou sua decisão para o presente. Jungkook também. Eles estão de acordo.

Depois de muito tempo sem falar, Jimin dá um tempo para Jungkook perguntando do nada:

— Então, como está o Deca ultimamente?

Jungkook bufa, deixando cair o pescoço para trás no topo da almofada do sofá.

— Chato sem você.

Jimin odeia que isso o faça corar, mas ele sempre gostou de elogios. Isso não deveria surpreendê-lo, especialmente agora que os elogios vêm de alguém que ele ama.

Eu o amo, Jimin diz mentalmente para si mesmo. Ele já sabe disso, mas toda vez que ele junta as palavras, ele é atingido pela revelação novamente como se fosse a primeira vez.

Ele não vai falar a Jungkook. Ainda não. Por um lado, isso seria muito fácil para ele, e Jimin quer arrastá-lo. Depois de todo o tempo que Jungkook arrastou Jimin junto, o homem pode sobreviver um pouco do mesmo jeito. Além disso, no caso de Jungkook, ele ficará encantado no final ao invés de magoado. Na verdade, Jungkook dificilmente está recebendo uma represália justa.

Mas também, Jimin não tem certeza se seu amor é justificado. Ele se recusa a colocar vocalmente seu amor no universo antes de saber com certeza que não será em vão. Jungkook precisa provar a si mesmo, e não vai levar apenas alguns dias. Jungkook precisa trabalhar para isso. Ele precisa merecer.

Então, Jimin vai amá-lo silenciosamente, porque Jimin sabe que ser melhor significa ser maior. Ele amando Jungkook não é por causa do que Jungkook fez por ele ou para ele, mas por causa de quem Jimin é e quer ser.

Olhando para Jungkook no sofá, Jimin diz:

— Você está dizendo que quer que eu volte?

— Não, — Jungkook responde alegremente, — apenas deixando você saber que sua presença é muito sentida.

Jimin faz beicinho com os lábios, inclinando a cabeça.

— Se eu ainda estivesse no Deca, estaria transando com um punhado de pessoas todas as semanas na frente de um público muito investido.

— Por isso eu disse não.

— Ah, não quer compartilhar?

Os olhos de Jungkook escurecem, mas uma brincadeira tímida se curva nos cantos de sua boca.

— Pensei que já tínhamos falado sobre isso.

Jimin se lembra da noite em que eles finalmente fizeram sexo. Como Jungkook o carregou escada acima, como pairou sobre ele todo quente e pesado, como ele disse sem fôlego que odiava assistir Jimin se apresentar no palco.

Jimin se aquece com a memória.

— Jimin.

— Hum? — Ele responde.

— Você pode ter trabalhado na cena do trabalho sexual por muitos anos, — Jungkook diz bastante sério. — mas eu não vejo isso como o que define você. Você nunca foi apenas um corpo bonito para mim.

— Você está tentando me enrolar como um peixe? Porque está funcionando.

Jungkook ri baixinho, mas ele balança a cabeça.

— Estou sendo honesto.

— Então eu deveria ficar tocado ou um pouco irritado porque meus encantos não funcionaram em você como deveriam?

— Acho que seus encantos funcionaram muito bem em mim se estou te contando isso, certo?

Jimin sorri. Ele está brincando. Na verdade, ele quase não está irritado e está muito emocionado. Embora ele esteja sempre feliz em ouvir comentários positivos sobre seu corpo, sobre suas habilidades físicas, sobre suas performances, é raro que aqueles que se interessam por ele além da amizade o vejam como outra coisa senão um corpo para admirar. Eles nem o conhecem. Eles nunca podem, não quando tudo o que vêem é uma persona exagerada.

Mas Jungkook sabe que Jimin provavelmente fica atrás de Namjoon neste momento.

Mais tarde, quando Jungkook murmura que seu cérebro está virando mingau, eles pedem o jantar. Eles assistem a um filme. Jimin tenta prestar atenção, mas ele ainda está em um estranho estado de déjàvu ao mesmo tempo em que sabe que as coisas são diferentes. Ele só consegue acompanhar pela metade, perdendo linhas inteiras de diálogo quando pensa muito sobre como Jungkook está a apenas uma almofada de distância, como eles não estão sentados um ao lado do outro. Jimin se sentou primeiro. Foi Jungkook quem escolheu colocar um espaço seguro entre eles. Parte de Jimin agradece o gesto, mas a outra parte fica aborrecida porque Jungkook acha que precisa fazer isso em primeiro lugar.

Velhos hábitos custam a morrer, supõe Jimin. Ou, talvez, Jungkook não tenha certeza de como proceder. Talvez ele esteja dando a Jimin as rédeas para dar o primeiro passo, porque por muitos meses, tudo esteve oficialmente sob o comando de Jungkook, apesar de seus limites declarados.

O filme termina antes que Jimin possa decidir sobre uma resposta. Jungkook leva Woojoo para uma última ida ao banheiro antes de voltar, então ele e Jimin estão prontos para dormir. Jungkook fornece a ele uma muda de roupa. Jimin carrega uma escova de dentes em sua bolsa diária, então isso já está coberto, mas Jungkook oferece seu banheiro inteiro de qualquer maneira.

Enquanto Jimin se lava, ele percebe que nunca passou a noite no apartamento de Jungkook. Eles dividiram uma cama na praia. Jungkook só ficou na casa de Jimin uma vez. Mas, além disso, esta é a primeira vez que Jimin fica na casa de Jungkook.

Uma vez que eles estão deitados um ao lado do outro, as luzes apagadas e as cortinas fechadas, Jimin murmura no escuro:

— Senti sua falta.

Suave como seda, Jungkook responde:

— Também senti sua falta.

Jimin fecha o espaço entre eles, colocando-se no corpo de Jungkook como se fosse seu próprio casulo. Jungkook acomoda, envolvendo seus braços em torno dele e envolvendo-o em seu aroma fresco de flores e almíscar. Jimin sente os batimentos cardíacos do mais novo reverberar em seu peito.

— Eu tenho pensado muito nesses últimos dois meses. — Jungkook começa calmamente, seu queixo roçando a cabeça de Jimin. — Percebi muitas coisas. Mais urgentemente, percebi que estava tão envolvido em meu próprio trauma de Park Kangdae que mal considerei o seu. Por isso, sinto muito. Por favor, não afaste esse pedido de desculpas, porque estou falando sério.

Jimin fica em silêncio, deixando Jungkook continuar.

— No início de nosso patrocínio, quando você mencionou seu pai pela primeira vez para mim, você disse que o havia deixado. Na época, levei isso a sério, então usei como desculpa. Mas eu sei que isso foi errado. Eu sei que foi egoísta. Não sou o único que sofreu por causa de Park Kangdae, mas só me importei com o que ele fez com minha família. Mesmo depois de saber o que ele fez com a sua, usei isso como desculpa para impor minha própria agenda. Eu me vitimizei por muito tempo. Mas você passou por muita coisa, Jimin. Eu vejo isso. Eu vejo você. Sinto muito por colocar minha própria dor sobre a sua. Peguei sua dor e a usei para canalizar a minha, para reconhecer semelhanças, mas não ofereci a mesma coisa, porque mantive você no escuro.

Jimin se enterra ainda mais no calor de Jungkook, sem saber como aceitar tais desculpas cruas quando tudo o que ele sabe é tudo menos isso. Além de sua mãe, além de Namjoon, ele não consegue se lembrar de expressões tão genuínas de alguém que procurou sua companhia. Ele não teve muitos conflitos com amigos, nenhum merece comentários tão detalhados. Não é para dizer que ele está feliz por ele e Jungkook terem essas conversas, mas ele está consideravelmente emocionado. Talvez Jimin devesse ser mais prudente, mas ele não pode deixar de acreditar imediatamente nas palavras de Jungkook. Não é só por que ele quer, mas por que Jungkook soa nada além de irremediavelmente sincero.

Jimin insiste na menção de Jungkook de mantê-lo no escuro.

— Eu sabia sobre o que aconteceu com seu irmão. — Ele oferece.

— Mas você não sabia quem. — Jungkook refuta. — Qualquer pessoa no Deca que estava por perto naquela época e se lembra dos detalhes não tem permissão nem para pronunciar o nome de Kangdae. Você não sabia que era ele. Não é o mesmo. — Jungkook balança a cabeça em cima da de Jimin. — Sua própria dor, — Ele continua francamente. — suas próprias experiências, elas são válidas. Elas são importantes. Elas não podem ser classificadas, nem devem ser ignoradas. Sinto muito por levá-lo para um ambiente no qual você não estava preparado, onde você se deparou com bombas emocionalmente devastadoras. Sério, Jimin? Por mais feliz que eu esteja por você estar aqui, parte de mim tem vergonha de você estar. — Jungkook aperta ligeiramente seu domínio sobre ele, apesar de suas palavras. Ele sussurra em seu cabelo: — Como você pode estar aqui? Como você pode tentar me perdoar um dia?

Jimin joga o pescoço para trás, forçando Jungkook a olhar para ele no escuro.

— Porque sou melhor que meu pai e melhor que você.

Jungkook acena com a cabeça.

— Eu sei. É por isso que... — Ele para.

— Que o que?

Jungkook fala:

— É por isso que estou apaixonado por você. Você é muito melhor. Melhor em todos os sentidos possíveis. Estou qualificado para sentir orgulho de você?

O peito de Jimin parece ter sido varrido por um vento doce e açucarado.

— Eu acho que sim.

— Estou muito orgulhoso de você.

— E eu estou de você.

— Não me trate com condescendência.

— Eu não estou. — Jimin diz a ele diretamente. — Dois meses atrás, você nunca teria dito nada do que disse agora. Você provavelmente nem teria considerado isso. No entanto, aqui está você, crescendo ativamente. Acho que ainda resta muito de você para florescer e estou muito, muito ansioso para vê-lo.

Jungkook pressiona um beijo suave na testa de Jimin antes de colocá-lo de volta como eles estavam.

Um momento se passa, tempo suficiente para Jimin pensar que eles não vão dizer mais nada antes de irem dormir.

— Jimin. — Jungkook de repente sussurra contra ele. — Eu falei errado.

— Hum? — Jimin cantarola, emocionalmente e fisicamente esgotado. Mas ele quer saber o que Jungkook tem a dizer. — Sobre o que?

— Eu não estou apenas apaixonado por você. — Ele diz. — Eu juro te amar, te amar de verdade. Eu juro pela vida do meu irmão.

— Amar como um verbo ativo?

Jungkook ri em seu cabelo.

— Sim, exatamente. Não são apenas meus próprios sentimentos, mas minhas próprias ações.

— Eu gosto de elogios. — Sugere Jimin. — Na verdade, risque isso. Eu não deveria ajudá-lo.

Jungkook ri novamente, baixo, mas completo.

— Tudo bem. Sua existência é uma ajuda suficiente.

— Brega.

— Você quer que eu seja honesto, não é?

Jimin o cutuca, mas ele não expressa negação. Em vez disso, ele deixa o sono levá-lo, e ele vem rapidamente. É uma sensação de paz que ele não sentia há semanas.

  
 

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Aaaaaaaa, felizmente fizeram as pazes. Perdão virá com tempo, mas JM não viu a necessidade de terminar. Então...

Diga-me seus pensamentos! Jungkook merecia que Jimin o largasse para sempre? Jimin deveria ter esperado mais para voltar para ele? Ele deveria ter perdoado Jungkook antes? Temos pena de um mais do que o outro, ou ambos são personagens complexos sem caminho certo?

Amei como Jimin expressou seu sentimento e aceitou Jungkook de volta, mas deixando claro que ainda tava magoado e tal. Foi tocante e humano. Sem aquele perdão milagroso das histórias, onde o personagem esquece tudo e perdoa como se tivesse uma amnésia. Acho que essa é uma história com os personagens mais próximos de ser um humano que já traduzi.

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