47. Quarenta Sete
╴╴╴╴╴╴╴╴╴╴
Namjoon falou umas verdades a Jungkook, mas cedeu e falou onde Jimin está. Vamos ver como será o reencontro dos Jikook. Postei o capítulo 46 também, só pra avisar, já que o Wattpad faz uma bagunça nas notificações.
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
Jungkook tem esperado para ver Jimin desde que acordou no hospital, mas agora que está parado na frente da porta do apartamento de Namjoon, ele hesita. Sua mão paira no ar antes de tocar a campainha. Não é que ele tenha mudado repentinamente de opinião, mas ele está com medo. Ele tem medo do que está por vir quando Jimin abrir a porta. Se Jimin abrir a porta.
Durante todo esse tempo, desde o confronto com Kangdae até esse momento, Jungkook nunca pensou nessa parte. Ele se livra disso. Não adianta ficar agonizando com isso quando ele está aqui. Ele toca a campainha.
Ele espera alguns segundos, permitindo que Jimin se recomponha do que quer que esteja fazendo para verificar o painel de segurança interno para ver quem chegou. Depois de mais de um minuto, Jungkook toca novamente.
Nenhuma resposta.
Ele sabe que Jimin está em casa. Namjoon disse isso.
Ou seja, Jimin está optando por não responder.
Jungkook deixa cair a testa na porta.
— Jimin, — Ele diz, sabendo que sua voz será transmitida pelo microfone do painel se Jimin decidir ouvir. Caso contrário, ele pode pelo menos ver pelas lentes angulares que Jungkook está falando. — Por favor. Namjoon me disse que você estava aqui. Eu só quero conversar.
Ele espera mais um minuto. Dois. Ele prometeu que não demoraria como um pobre coitado em um filme, então, uma vez que ele racionaliza que a espera não fará Jimin abrir a porta, Jungkook lentamente gira nos calcanhares.
Mas ele se vira com energia recém-descoberta quando ouve o bipe da maçaneta sendo destravada.
Parado no centro do corredor, Jungkook sente que um holofote o está cegando, mesmo que a única pessoa olhando para ele seja Jimin. Talvez seja por isso.
— Oi. — Jungkook diz.
— Oi. — Jimin está vestido com roupas domésticas, o rosto nu e o cabelo macio caindo sobre os olhos. Ele segura a porta como se fosse a única coisa que o mantém acordado.
— Posso entrar? — Jungkook pergunta cautelosamente.
Jimin endireita a mandíbula e, por uma fração de segundo, Jungkook teme que ele diga não. Mas Jimin dá um passo para o lado, silenciosamente dando sua resposta.
Uma pequena sensação de alívio flui por Jungkook.
Lá dentro, ele escaneia brevemente a casa de Namjoon, pegando design e cores naturais. Ele acha que é muito diferente de seu próprio lugar, contrastantemente cheio de toques acentuados e cores sombrias. Aqui, parece despretensioso. Parece confortável.
Jimin não o guia a lugar nenhum. Ele não oferece nada a ele. Ele apenas vai para o sofá no final da unidade e se joga, pegando uma almofada para segurar no peito. Jungkook segue cuidadosamente, sentando no sofa mais distante.
Ele não pode deixar de olhar para Jimin. Ele procura por qualquer ferimento, embora Seokjin tenha garantido que ele estava bem depois de deixar Kangdae.
— Você está bem? — Ele pergunta.
Jimin pisca uma expressão incrédula.
— Seu pai não fez nada com você depois que saímos naquele dia, quero dizer. — Jungkook elabora. Ele quer ouvir isso de Jimin, não de mais ninguém.
— Não.
— Bom.
Jimin hesita. Silenciosamente, ele pergunta:
— E você?
— Ah. — Jungkook abre as mãos sobre as coxas. — Bem, como você pode ver pelo meu lindo rosto machucado, estou no processo de cura. Fiquei um pouco no hospital. Eu tive...
— Eu sei.
Jungkook faz uma pausa. Ele tinha falado com Seokjin?
— Você não visitou.
— Sim, eu fiz. — Diz ele. É como se cada palavra que sai da boca de Jimin exigisse esforço, como se ele preferisse usar sua energia para algo mais valioso. — Uma vez. Você estava dormindo.
Seokjin disse que Jimin não tinha ido. Jungkook deixou o hospital algumas horas depois que sua mãe chegou, o que significa que a única vez que ele dormiu foi quando estava inconsciente. Talvez Jimin tenha vindo quando Seokjin não estava lá, ou Seokjin mentiu para ele por qualquer motivo.
Seja qual for a verdade, não importa. Ele sabe a verdade agora. Apesar da sala de estar de Namjoon parecer pesada como cimento, saber que Jimin o visitou no hospital alivia um pouco a carga.
— Oh. — Jungkook responde. Ele não sabe como proceder. O que ele pode dizer? Ele tem tanto a dizer que não sabe por onde começar. Ele não se lembra de ter se sentido tão deslocado. Tudo sobre Jimin o abala e, embora ele o acolha, está longe de ser fácil. — Eu sei que você está chateado com o que aconteceu. Sobre seu pai.
Jimin estreita os olhos.
— Você acha que estou chateado com meu pai?
Incerto de repente, Jungkook murmura:
— Não está?
— Claro que estou, mas estou mais chateado com você.
Jungkook estremece.
— Eu odiei meu pai desde que me lembro., — Jimin continua, — então mais algumas razões para odiá-lo não fazem muita diferença. Mas você... tendo motivos para odiá-lo sim.
Jungkook olha para um ponto diverso no sofá, mas ele não está realmente olhando para ele.
— Sinto muito que tenha acontecido dessa maneira.
— Você sente muito? — Jimin zomba desagradavelmente. — Não, você não sente.
— Eu sinto.
— Serio? — Jimin deixa de lado seu travesseiro de segurança, endireitando-se. — Desculpas são baseadas em arrependimento. Diga-me: se você pudesse voltar no tempo, teria feito algo diferente?
As mãos de Jungkook apertam.
— Eu não poderia.
— Você poderia ter me contado!
O rosto de Jungkook atinge isso. Dizer a Jimin? Como ele poderia ter dito a Jimin?
— Você poderia ter me contado a verdade sobre meu pai, — Jimin explica, olhos brilhando com raiva repentina,— que você sabia quem eu era e o que ele fez com seu irmão. Você poderia ter pedido minha ajuda. Você poderia ter perguntado. Você sabia que eu odiava meu pai. Você acha que eu simplesmente descartaria sua história com ele? Talvez eu tivesse ficado inicialmente relutante, mas não teria descartado. Eu não teria feito isso com você. Mas você resolveu o problema com as próprias mãos antes que eu pudesse fazer essa escolha. Você realmente nem me via como alguém com quem compartilhar esse fardo. Tudo o que eu fui para você foi apenas uma coisa para usar. Isso é tudo que eu sempre fui. — Jimin balança a cabeça em derrota e mágoa, um pequeno sorriso, nada agradável, curvando-se no canto de sua boca. — Bem, você me usou. Você me levou e jogou tudo na minha cara, tudo para que meu pai pudesse testemunhar seu patético filho descobrindo a verdade. E o que conseguiu com isso? Você acabou sendo espancado e meu coração foi partido, mas não por ele.
Jungkook se preparou para raiva e crítica, para ressentimento e culpa. Ele sabia que se encontraria cara a cara com uma versão taciturna de Jimin, mas não esperava essa tristeza clara. Mesmo depois de ouvir o que Namjoon disse a ele, Jungkook esperava que não fosse verdade. Ele esperava que Jimin não estivesse realmente tão deprimido com tudo o que havia acontecido, que se Jimin estivesse chateado, ele estaria mais chateado com seu pai e não com os detalhes do envolvimento dele (JK). Jungkook tinha motivos egoístas para querer isso, mas mais do que isso, ele queria pelo bem de Jimin.
Dói pensar nisso, mas Jungkook esperava que Jimin não se importasse com ele tanto quanto ele (JK). Se Jimin não se importasse, menos ferido ficaria com as ações dele (JK). Mas Jungkook sabe que estava se iludindo ao pensar que a afeição de Jimin não era nada sincera.
Neste momento, é evidente.
— Você precisava estar lá. — Jungkook diz. — Essa conversa precisava acontecer para que Park Kangdae admitisse tudo.
— Para quê? — Jimin pergunta, incrédulo. — Ele se foi, ainda está fugindo fazendo o que faz de melhor, se escondendo e arruinando vidas.
— Não. — Jungkook balança a cabeça. — Quando nos encontramos com ele, eu estava grampeado. Eu usava uma câmera minúscula que captava tudo. Ele se conectou ao vivo com o chefe Na, o chefe de polícia da estação 33. Namjoon lhe contou isso?
Jimin se mexe em seu assento, franzindo o nariz.
— Ele me contou sobre o chefe Na. Sobre como ela o recrutou para trabalhar secretamente para ela por baixo da mesa.
— Ele disse a você que o chefe Na trabalhou no caso da morte do meu irmão muitos anos atrás? É por isso que ela manteve o controle sobre seu pai todos esses anos? — Jimin fica quieto, então Jungkook aproveita a chance para explicar melhor. — Lembra quando você me levou para Sinwon?
Os olhos de Jimin estão pesados, provavelmente lembrando daquele beco. Talvez imagens de seu primeiro beijo apareçam em sua cabeça.
— Como eu poderia esquecer?
— Naquela noite, depois que saí do seu apartamento, fui para casa e não consegui dormir, então fui à delegacia denunciar aqueles babacas. Eles eram os homens de Kangdae. Eu sabia que eram, porque encontrei Kangdae uma semana antes e os reconheci. Foi a primeira vez que o vi desde que ele sequestrou meu irmão e eu. Eu estive procurando por ele todos esses anos e, finalmente, recebi um e-mail suspeito informando exatamente quando e onde Kangdae estaria. Mais tarde, descobri que foi Namjoon quem o enviou, mas tenho certeza de que ele contou o lado dele da história.
Jimin acena com a cabeça brevemente. Jungkook continua.
— Então, eu me encontrei com Kangdae, sem nenhum plano além de apenas confrontar a pessoa que matou meu irmão, apenas para sair de lá como um tolo enquanto ele estava absolutamente imperturbável. Então, uma semana depois, os homens dele apareceram enquanto você e eu estávamos em Sinwon, e foi para me assustar. Era uma ameaça. Eu esperava que a CCTV pudesse pegá-los e levar as autoridades de volta a Kangdae, então fui à polícia. Acabei conhecendo o chefe Na, que discretamente me conectou com Namjoon. Eu me encontrei com ele, sem saber que ele era seu amigo, apenas para saber a conexão e descobrir como ele e eu poderíamos trabalhar juntos.
Jungkook faz uma pausa, olhando incisivamente para Jimin.
— Namjoon não sabia que eu estava levando você para encontrar seu pai. Ele nunca teria concordado com isso. Ele mordeu minha orelha hoje sobre isso. Não fique chateado com ele.
Jimin franze a testa.
— Você se encontrou com Namjoon hoje?
— E o chefe Na. Quando eu levei você para encontrar Kangdae, — Jungkook diz, — não foi realmente para que você pudesse ouvir a verdade. Claro, você deveria saber. Você merecia saber. Mas não foi... não era para jogar isso na sua cara. Essa não era a ideia. Você teve que ir para que Kangdae pudesse lhe contar pessoalmente, porque ele teria que admitir tudo enquanto eu usava aquela câmera. O chefe Na conseguiu tudo. É por isso que nos encontramos hoje, para discutir nossos próximos passos. Ainda não fizemos isso, mas planejamos vazar tudo para a imprensa, para mostrar ao mundo quem Park Kangdae realmente é e o que ele fez. Os policiais não podem pegá-lo porque suas vendas de drogas beneficiam o dinheiro que circula na economia, seja ilegal ou não. É por isso que a polícia concentra suas prisões em pessoas que, em comparação, não importam, porque os policiais não têm escolha.
Jungkook continua.
— Mas o que importa mais para os funcionários do governo do que a economia? Opinião pública. O dinheiro só vem depois de uma boa imagem e, mesmo que as pessoas não se importem ou concordem com algo, elas o apoiarão se parecer bom para as massas. A imagem é o começo de tudo. As atrocidades divulgado por Park causarão alvoroço público, então os ricos e poderosos expressarão publicamente seu apoio para tirar alguém como ele das ruas. Por que não, quando eles só podem buscar obter uma imagem aprimorada? E o que isso traz? Apoio. Dinheiro. Dinheiro leal. Portanto, será benéfico para os policiais finalmente irem atrás de Kangdae, porque agora eles terão que fazê-lo. Os chefes de seus chefes irão ordená-lo, porque eles verão o maior benefício de bancar o herói publicamente do que permitir secretamente que Kangdae escape com a venda ilegal de drogas.
— Em relação ao vídeo. — Jungkook faz questão de mencionar, — sua voz será alterada e seu rosto ficará borrado. Seu nome será bipado. Ninguém saberá que é você, então você não precisa se preocupar com o público descobrindo quem você é ou como está envolvido. Mas vai ser revelado, não importa o quê. Depois de tudo, vai sair.
Jungkook termina, olhando cautelosamente para Jimin em busca de uma reação.
Silenciosamente, Jimin pergunta:
— Por que você ainda não fez isso? Enviou o vídeo?
— Eu estava esperando para contar a você sobre isso.
— Você achou que eu não teria concordado com esse plano?
Jungkook franze as sobrancelhas.
— O que você quer dizer?
— O que eu disse antes, Jungkook. Você poderia ter me contado. Você poderia ter me contado tudo isso. — Jimin pega a almofada novamente, abraçando-a como uma criança derrotada. — Mas acho que nunca importei para você. Eu era apenas uma peça do tabuleiro de xadrez.
Jungkook responde imediatamente:
— Isso não é verdade.
— Não é? É por isso que você me patrocinou, para que você pudesse se aproximar de mim. É por isso que você queria saber sobre mim, para que eu pudesse contar tudo o que sabia sobre meu pai. Se eu confiasse em você, eu diria, e foi exatamente o que fiz. E se eu estivesse com você, se eu confiasse em você, então você poderia me usar como alavanca contra ele.
Jungkook abre a boca para responder antes de cerrar os dentes novamente. Ele gostaria que houvesse uma maneira melhor de descrevê-lo, porque as declarações de Jimin não estão erradas. É que as intenções originais não refletem a realidade atual. Até que ponto alguém pode ser desculpado? Perdoado? Entendido?
Não é segredo que Jungkook originalmente pretendia usar Jimin, e até o fim, foi o que ele fez. Mas há detalhes cinzas espalhados entre o preto e o branco, borrados e cheios de sentimentos complicados que destroçaram completamente o plano inicial dele. Ele já lamentou isso para sua mãe.
Uma risada amarga escapa da garganta de Jimin.
— A única razão pela qual consegui um emprego no Deca é porque você me queria lá. Não é de admirar que todos tenham ficado chocados por eu nunca ter feito o teste.
A confusão de Jungkook fornece um breve recesso de suas emoções torturantes.
— O quê? Isso não é verdade. Eu nem sabia quem você era até Seokjin me dizer que tinha contratado você. Eu sabia que Kangdae tinha um filho, mas nunca soube seu nome. Como Seokjin é mais velho que eu, ele se lembrou do garotinho chamado Jimin que esperava sozinho no carro enquanto seu pai fazia negócios no Deca. Mas Seokjin coincidentemente encontrou você depois de todos esses anos. Eu não procurei você. Ele recrutou você, e você foi contratado por sua habilidade absoluta e nada mais. Minhas... intenções com você vieram depois que você foi contratado. Não importa o que eu fiz, Jimin, você conquistou seu lugar no Decadentia de forma justa e merecida. Não duvide de si mesmo.
Jimin olha abertamente para ele, claramente absorvendo a inesperada refutação de Jungkook.
Ficar decepcionado com ele (JK) e seu pai é uma coisa. Mas Jungkook não quer que Jimin transfira esses sentimentos ruins para si mesmo, pensando que até mesmo sua carreira está manchada, porque não está e nunca esteve.
Depois de um momento, Jimin menciona:
— Estou de licença agora.
— Eu sei. Você pretende voltar?
Jimin suspira, olhando para o teto.
— Não sei. Eu não ia, mas agora que sei que não fui contratado para suas intenções…. Mas quer saber, Jungkook? — Ele pressiona os lábios, resignado. — Estou tão cansado de ser usado para os interesses de outras pessoas. O Deca pode se gabar o quanto quiser de ser um lugar de arte e beleza, de valorizar a intimidade e o corpo humano, mas no final das contas, eu ainda estou apenas sendo fodido em um palco para que ricos cuzões possam se divertir um pouco. Mesmo que a maioria deles olhe para mim com admiração, eles ainda têm direito sobre mim. É por isso que os patrocínios existem. Eu sei que posso escolher aceitá-los ou negá-los, mas, novamente, eu não poderia com você, poderia? Além disso, não há um artista sem um patrocinador egoísta.
— Vou garantir que isso não seja um problema. — Jungkook garante com firmeza.
— Você não entendeu? O problema está no fato de que você precisa ter certeza de que não é um.
Ao longo da vida de Jungkook, ele sabe que teve um envolvimento atípico com o sexo. Mesmo que sua mãe conseguisse esconder dele os detalhes dos negócios da família pelo maior tempo possível, ele ainda era testemunha de suas operações desde muito jovem. Ele se tornou insensível a isso. Não é que ele tenha aprendido a tratar o sexo descuidadamente, mas confortavelmente. É familiar para ele.
No fundo, quando está vazio de emoções pessoais, nada o intimida. Ele vê isso apenas como outra atividade divertida, como andar de bicicleta ou fazer uma peça. E, como não é ele quem está se despindo e ficando na frente do público, ele não precisa navegar pelos aspectos adicionais que acompanham o fato de ser um artista. Jungkook vê o Decadentia como um negócio, não uma fonte de prazer pessoal. Sempre foi assim.
Mas, no fundo, sempre houve uma pequena parte dele que parecia estranha. Ele sempre ignorou, porque, na maioria das vezes, nunca houve nada de horrível relacionado a sexo ocorrido dentro das paredes do Deca. O Deca tem regras rígidas por um motivo. Prioriza a saúde e o bem-estar físico e mental de seus performers. Garante a segurança financeira. Está empenhada em trabalhar com o performer como um parceiro mais do que uma hierarquia.
Então, por que sempre houve uma pequena sensação no peito dele (JK) que gritava que, apesar de tudo isso, algo estava errado? Algo estava ruim?
Ele sempre apoiará Decadentia. Ele sempre acreditará nisso.
Mas por causa desse sentimento minúsculo escondido nas profundezas de sua mente, ele entende a perspectiva de Jimin. Ele dolorosamente entende.
Ele honestamente diz a ele:
— Minha mãe ficaria triste em saber que você se sente assim sobre o lugar que ela construiu com tanto cuidado.
Um pouco da borda de Jimin suaviza.
— Não é Deca. O Deca está longe de ser péssima, mas não é perfeita, assim como qualquer trabalho não é perfeito. Mas para quem gosta de trabalho sexual, é a coisa mais próxima disso. Admiro o Deca. Eu respeito isso. Mas eu não sei, Jungkook. Acho que acabei com esse estilo de vida. Tenho economizado o suficiente para passar um tempo sem ter que trabalhar. Talvez eu consiga um consultor financeiro para investir para mim para que dure, porque não tenho ideia de como começar algo assim. E depois disso... não sei. Mas, por enquanto, você pode fazer o que quiser com meu apartamento. Eu não vou voltar.
Jungkook acena com a cabeça, desanimado, mas sem surpresa.
— É seu. Tudo nele é seu.
— É meu porque você me presenteou como parte do seu plano. — Jimin murmura. Mais ainda para si mesmo, ele acrescenta: — Aproximar-se de mim fazia parte do seu plano.
— Não, não foi. — Foi fácil explicar sobre Kangdae, compartilhar como ele será revelado ao mundo e perseguido até que seja preso por seus anos de crimes. Mas isso? Isso não. — Eu nunca quis chegar perto de você. — Jungkook diz, absolutamente e totalmente destruído. — Eu falhei fatalmente nisso.
Jimin engole, sem encontrar seus olhos.
— Então, se o objetivo era me aproximar de você, por que manter distância por tanto tempo? Por que você simplesmente não me adorou desde o início para alimentar meu ego, ou me fez dormir com você para criar intimidade? Então eu realmente teria confiado em você.
— Esse era o ponto. — Jungkook suspira. — Eu não achei que você gostaria de trocar um cliente auto-assumido de clube de strip-tease por um patrocinador que agora poderia pedir e esperar mais do que você tinha que fazer em seu antigo empregador. Achei que manter uma distância respeitosa e dar a você o poder de escolha significaria mais para você, e eu estava certo. E não tive nenhum desejo de pedir certas coisas a você. No começo, eu olhava para você e só via seu pai. Você parece com ele. Você sabia disso? Mas você não é nada como ele. De jeito nenhum.
— Você poderia ter me chantageado para dizer onde meu pai estava quando você pensou que eu sabia. — Jimin sugeriu. — Ou, você nem precisaria esconder nada disso de mim. Se você odeia tanto meu pai, por que se incomodar em brincar comigo por tanto tempo? Você poderia ter me machucado para chegar até ele. Você realmente poderia.
Jungkook não pode evitar. Ele ri. Quantas vezes ele disse que não poderia machucar Jimin?
Ouvindo sua risada, Jimin o olha com cautela.
Mas o som cai desanimado, transformando-se em silêncio forte o suficiente para competir com pedras do deserto. Eventualmente, Jungkook suspira.
Suavemente, gentilmente, ele diz:
— Lembra quando eu disse que não poderia fazer sexo com você porque me apaixonaria por você?
Jimin congela. Cada respiração que ele dá parece que o está forçando, como se Jungkook tivesse os punhos em volta dos seus pulmões.
— Mas, — Jungkook continua, — você e eu dormimos juntos, e eu fui um tolo por pensar que isso era o que me faria me apaixonar por você. Eu me apaixonei por você muito antes disso. Eu simplesmente não sabia. — Jungkook olha para Jimin como uma canção de amor miserável. — Falo sério quando disse que nunca quis me aproximar de você. Mas mesmo se eu não tivesse, eu nunca poderia ter machucado você. Você é inocente em tudo isso. Você é tão vítima de seu pai quanto eu.
Lágrimas escorrem pelas bochechas de Jimin. Ele os golpeia frustrantemente, virando o pescoço.
— Por que você está me contando isso agora?
— Porque você tem o direito de saber. Nunca mais vou esconder nada de você. Eu juro pela minha vida. O apartamento é seu, Jimin. Eu coloquei em seu nome. Você pode vendê-lo, alugá-lo, o que quiser. Você pode deixar o banco pegar se você realmente não quiser ter nada a ver com isso, incluindo tudo dentro. Vou enviar-lhe toda a documentação e informações relevantes sobre o local. Mas é seu. Quer você mantenha ou venda, que seja um novo começo para você longe de tudo isso, se é isso que você quer. É definitivamente o que você merece.
Jimin não diz nada. Jungkook fica sentado por um tempo, dando-lhe tempo para se recompor caso queira dizer mais. Mas depois que tudo que recebe é uma perpétua cabeça virada e lágrimas silenciosas, Jungkook decide que é melhor se ele for embora. Jimin não deveria ter que sentar aqui e conter suas lágrimas na frente de uma platéia. Jimin já revelou tanto de si mesmo para as multidões. Se ele quiser chorar, deve poder fazê-lo livremente. Jungkook pode pelo menos dar isso a ele.
Jungkook se levanta. Em vez de se sentir leve depois de revelar tudo o que queria, parece que ele está carregando duas toneladas em cada ombro. Ele respira fundo, se firmando antes de ir.
Jimin apressadamente esfrega o nariz com o pulso e deixa escapar:
— Sabe qual é a pior parte de tudo isso?
Jungkook para, arrastando seu olhar para Jimin. Ele dá de ombros.
— É que estou com tanta raiva de você, — Jimin treme, — e me sinto tão traído, porque é claro que até você faria isso comigo. Claro, não posso ter uma pessoa que não me use para seu benefício. Como você pode me amar se ainda fez tudo isso sem me dizer? Me colocando nessa posição? É foda, Jungkook. Você não é desculpado porque acha que teve um motivo válido para bancar o policial bom. — Jimin então se acomoda, moldando sua voz em algo baixo e severo. — O amor é altruísta. — Acrescenta. — Talvez você tenha se apaixonado por mim, mas nunca me amou.
É como se uma faca estivesse arrancando o coração de Jungkook, mas tudo o que ele pode fazer é pegá-la. Ele não tem mais nada a dizer. Ele não tem mais defesas para dar. Porque ele percebe que Jimin está muito longe de estar errado, e essa revelação silencia Jungkook como pedra.
Com os cílios molhados e pretos como tinta, Jimin de repente fecha os olhos, como se o que ele estava prestes a dizer contradissesse sua declaração anterior.
— Mas também estou aliviado, — Ele sussurra. — e essa é a pior parte, porque acredito em você quando diz que me ama.
Jungkook engole, o movimento raspando sua garganta. Ele consegue dizer.
— Eu amo.
Se alguma coisa, a dor que ele sente agora prova isso.
Ele pensou que estava sofrendo desde que Jeongsik morreu, mas nada poderia tê-lo preparado para isso. Jungkook pode ter perdido alguém até a morte, mas isso estava fora de seu controle. Mas aqui, agora, com Jimin, isso é obra dele. Jungkook não está perdendo Jimin devido a uma força externa levando-o para onde ele nunca mais poderá vê-lo. Aconteça o que acontecer, Jimin ainda estará aqui, ao contrário de Jeongsik, e Jungkook terá que viver sabendo que Jimin está próximo, mas fora de seu alcance.
Jimin responde:
— Seria muito mais fácil se você não o fizesse.
Jungkook tem que concordar silenciosamente.
Jimin exala uma respiração instável, levantando o olhar.
— Existe mais alguma coisa que você queira me dizer?
— Eu pediria desculpas até minhas cordas vocais cederem, — Jungkook responde tristemente. — mas já determinamos que minhas desculpas não valem muito. Então não. Não, já disse tudo o que vim aqui dizer.
Jimin acena com a cabeça. Ele funga mais uma vez, e Jungkook tem que desviar o olhar. Seus próprios olhos ardem.
— Então, por favor, vá. — Jimin sussurra.
Jungkook faz. Ele se dirige para a porta, calçando os sapatos. Com um olhar final, ele encontra Jimin do outro lado da sala. Mas Jimin se vira. Pelo menos assim, Jungkook pode encará-lo descaradamente. Jungkook memoriza as ondas de seu cabelo e a forma de seus ombros. Então, depois de um momento nem remotamente longo o suficiente, ele abre a porta para finalmente, finalmente ir.
— Adeus, Jimin. — Ele diz.
Jimin não diz isso de volta.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
Quanta dor. Mais sabe, pela primeira vez na vida eu amei essa decisão. É a primeira história que leio onde o personagem não perdoa tão facilmente com uma pequena explicação. Bem, Seul: cidade sem coração também, mais essa aqui me deixou muito satisfeita. Jungkook tem que aprender e ver que suas ações prejudica e afeta as pessoas que ama ele, como a mãe, Jimin e até Seokjin. Mesmo que eu entenda a motivação dele. Não consigo imaginar o peso da dor e raiva que ele teve que carregar todos esses anos.... Bem, mas não se preocupem, não demorará muito para eles voltarem. Não é como se restasse muitos capítulos para o final também 🤭
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top