44. Quarenta Quatro
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Jimin fez um acordo para conseguir salvar Jungkook. Agora ele ficou sozinho com seu pai. Vamos ver o que vai acontecer.
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Jimin é deixado sozinho.
Ele verifica as janelas, mas elas estão permanentemente trancadas. Ele poderia quebrá-las, mas há a questão da queda de nove andares, sem falar na probabilidade dos capangas de seu pai invadirem a sala no momento em que ouvissem o vidro quebrar. Seu celular é inútil; seu pai o tirou dele com a promessa de que o devolveria assim que eles fossem embora.
Jimin verifica as janelas por curiosidade ao invés de tentar correr, ele sabe que falharia. Ele escolheu ficar aqui para dar uma chance a Namjoon e a Jungkook. Essa escolha foi feita sem um plano alternativo para fugir.
Embora tenha certeza sobre essa escolha, Jimin não tem certeza sobre o que vem a seguir. Mantido trancado na mesma sala onde todas as revelações foram expostas, ele está ansioso demais para se sentar. O máximo que consegue fazer é agachar-se de frente para a porta, esperando o pai voltar.
Ele imagina que Kangdae foi delegar a seus homens a estratégia de saída. Jimin pode estar totalmente no escuro em relação ao que diabos Jungkook e Namjoon planejaram originalmente, mas ele entendeu o que estava esperando do lado de fora por Kangdae se o chefão das drogas não tivesse mantido ele (JM) como alavanca.
Quando Jungkook e Namjoon se conheceram? Jimin vasculha sua memória. Ele não consegue se lembrar de apresentá-los pessoalmente. Ele teria se lembrado disso. Mas claramente eles se conhecem, eles mais do que se conhecem. Quando eles se conheceram e como encontraram algo em comum o suficiente para se unirem? Como Namjoon ainda estava envolvido com a polícia quando ele nem havia passado do básico muitos anos atrás? Por que nenhum deles disse nada a ele? Jungkook é uma coisa, mas ele é o melhor amigo de Namjoon há mais de uma década. Como Namjoon poderia...?
Jimin pressiona a mão na têmpora. Seu cérebro está a um punhado de pensamentos atolados de se afogar.
Ele respira fundo. Ele se firma.
Algum tempo depois, seu pai retorna. Ele entra com a facilidade de um homem que não acabou de ser exposto ao filho abandonado que não via há mais de quinze anos. Teria enojado Jimin se ele já não estivesse tão atordoado.
Kangdae e dois guardas o conduzem pelo elevador do prédio e saem direto pelas portas da frente, como se fosse uma noite qualquer. Jimin vasculha as ruas noturnas em busca de alguém familiar, mas não encontra ninguém além de um transeunte distraído. Um elegante transporte preto está parado no meio-fio, seu exterior com janelas em sua maioria tão escuro que é impossível ver o interior. Um guarda abre a porta do banco traseiro. Kangdae aponta para o interior.
— Depois de você. — Ele diz ao filho. Diante da hesitação de Jimin, ele acrescenta: — Não estou sequestrando você. Devemos deixar este local, mas assim que uma distância suficiente for colocada entre nós e eu souber que não estou sendo seguido, deixarei você sair. Vou até pedir um táxi para levá-lo para casa.
— Não. — Jimin estala. Quem sabe se Kangdae não o seguirá depois. Então, novamente, provavelmente não é difícil descobrir onde ele (JM) mora. Ele mora a uma curta distância do Decadentia, e não seria preciso ser um gênio para descobrir que ele morava perto. Além disso, Kangdae provavelmente tem uma infinidade de contatos e, se não, ele tem lacaios leais que não têm medo de arrancar as informações de alguém.
Ainda mais do que o raciocínio anterior, Jimin recusa a oferta de Kangdae por despeito. Ele não quer nada do homem.
Kangdae bufa uma risada.
— Tudo bem. Você pode andar, então. Entre no transporte.
Jimin obedece, entrando.
Ele acha que eles dirigirão em silêncio. Kangdae não fala imediatamente, e Jimin com certeza não vai oferecer conversa fiada. Mas dois minutos depois, Kangdae começa.
— Eu gostaria de me explicar para você. — Diz ele.
Jimin engole uma bufada.
— É mesmo?!
— Não sou de questionar falsas suposições, não quando sou o único que precisa saber a verdade, mas, neste caso, gostaria que não houvesse dúvidas sobre você e eu. Nunca pretendi que você soubesse do meu estilo de vida, mas agora que foi exposto, não há nenhum benefício em manter o que resta escondido. Não temo seu julgamento, mas não me parece certo deixar você sem explicar o resto, pelo menos para o seu próprio bem.
— Não preciso de desculpas.
— Fatos do passado não são desculpas.
Kangdae espera que Jimin responda, que ele negue qualquer desejo de saber mais, mas Jimin não pode recusar. Ele estaria mentindo se dissesse a seu pai para manter seu passado para si mesmo. Ele não está apenas curioso sobre isso; ele está desesperado para saber.
— Eu já estava envolvido na cena das drogas quando conheci sua mãe. — Ele começa. — Ela não sabia a princípio. Eu sempre fui particularmente talentoso em me esconder. Inicialmente, meu relacionamento com sua mãe era para ser uma aventura mutuamente benéfica. Baseava-se na atração e na compatibilidade. Gostávamos um do outro, nada mais. Mas, como em todos os casos, me apaixonei por ela e, de alguma maneira, ela retribuiu o sentimento. Originalmente, eu queria manter meu estilo de vida em segredo porque, francamente, não era da conta dela e eu não confiava nela. Mas depois que as coisas ficaram sérias, eu quis esconder para mantê-la segura. É claro que, quando estou tão apaixonado, manter esses segredos obscuros se transforma em fardos insuportáveis, muito menos o fato de que não pude explicar a ela meus desaparecimentos repentinos ou manter a falsidade do trabalho fictício que inventei antes. Ela acabou descobrindo e, embora estivesse horrorizada, estava mais horrorizada com o meu bem-estar do que com o trabalho que eu fazia. Ela poderia ter me deixado então, e eu não a teria culpado, mas ela não o fez.
Ele faz uma pequena pausa.
— Na época, eu já estava subindo consideravelmente na classificação. Eu sabia que um dia assumiria o cartel. Era apenas uma questão de tempo. Achei que poderia proteger sua mãe se tivesse adquirido uma posição tão abrangente. Mas tomar as rédeas de uma gangue exige mais do que apenas força bruta, é tudo política de manipulação. São ameaças. É ter poder suficiente para que eu nem precise tirar sangue, porque a intenção por trás das minhas palavras é suficiente para atingir uma reverência terrível. Eu estava construindo tal reverência quando sua mãe me informou que estava grávida de você. Agora eu tinha que proteger dois, não apenas um. Já havíamos discutido uma futura família antes, mas no final das contas decidimos não persegui-la com o perigo da minha realidade. No entanto, não tínhamos cuidado, porque no passado, quando não tínhamos cuidado, nada acontecia. Mas você aconteceu, e enquanto o medo de sua mãe por você floresceu em profunda afeição, minha preocupação só aumentou.
Ele respira e continua.
— Eu não estava por perto quando você nasceu. Naquela época, não foi por escolha. Eu tinha responsabilidades a cumprir, e quanto mais longe eu lidava com elas, mais longe elas ficavam de você e de sua mãe. Meu maior sucesso nunca foi medido em dinheiro ou negócios, mas em segredos. Ninguém do meu lado sabia sobre você e sua mãe. Eles não sabiam que eu já namorei com ela, muito menos casei e tive um filho com ela. Para eles, ela não existia. Quando eu não estava em casa com ela, ela nem existia para mim. Nem você.
— Eu também não existia para você quando você estava em casa. — Jimin murmura.
— Por um bom motivo. — Kangdae fornece. — Fiz uma escolha muito difícil, mas necessária, depois que você foi flagrado comigo em público.
Jimin franze a testa para isso.
— Quando você era um menininho, o avô de sua mãe faleceu e ela foi assistir ao funeral dele fora da cidade. Ela planejou levar você, mas depois de criá-lo quase inteiramente sozinha por três anos, eu me ofereci para ficar em casa e cuidar de você enquanto ela fazia uma pausa para visitar sua família e lamentar adequadamente. Ela não tinha passado um dia sem você até então, e ela merecia uma pausa, mesmo que não fosse relaxante. Relutantemente, ela me deixou cuidar de você enquanto estava fora por três dias. Durante esse tempo, fiz todas as coisas que ainda tinha que fazer com você. Levei você a um jogo de beisebol, embora suas pernas mal chegassem ao final do assento. Levei-te ao rio Han e comprei-te um gelado. Aguentei filme infantil porque a animação o fazia rir.
Ele continua.
— Na noite anterior à volta de sua mãe, levei você para jantar e tomei a decisão idiota de levá-la a um lugar onde já estive antes. Entre os clientes estavam dois membros de uma gangue rival. Com a mesma facilidade com que os reconheci, eles me reconheceram. No entanto, foi benéfico que eles pensassem que poderiam me superar ao ver que eu estava sozinha e com uma criança. Eu estava vestido e cuidando de você. Eles consideraram o visual menos ameaçador. Esse foi o erro deles.
Jimin continua ouvindo em silêncio.
— Eu sabia que eles iriam nos seguir, então deixei. Depois de sair do restaurante, entrei propositalmente em um beco que sabia ter um ponto fraco sem câmeras de segurança. Eu tinha utilizado o espaço antes. Diminuí o passo e permiti que eles me alcançassem. Sentei você no degrau da porta dos fundos e virei você, ordenando que ficasse parado e nunca olhasse para trás, ou então eu lhe daria uma surra tão forte que você gritaria. Bati no seu pulso para mostrar como doeria muito. Você ouviu e, enquanto olhava para longe, matei aqueles dois homens e chamei alguém para eliminá-los. Então, levei você para casa e percebi que não poderia ter nem um fim de semana com você. Foi quando eu decidi que você estaria seguro enquanto eu ficasse longe. Então, foi o que eu fiz.
Kangdae suspira.
— Quando sua mãe faleceu, eu testei as águas. Atingido pela dor, minha mente estava desordenada e escolhi ilogicamente revelar sua existência enquanto o levava comigo. Eu nunca levei você muito perto. Muitas vezes eu o mantive em um transporte ou o levei para destinos não relacionados à minha carreira, fora algumas exceções. Depois que se passaram algumas semanas e eu aceitei a morte de sua mãe, percebi que mantê-lo por perto não era viável. No mínimo, esta era uma oportunidade devastadora de cortar os laços completamente, de mandá-lo para um lugar onde você nunca colocaria um pé mais perto do perigo da minha vida.
Ele continua.
— Eu me importava profundamente com sua mãe e me importava profundamente com você. Tudo o que fiz foi para mantê-lo seguro. Enquanto você crescia, eu tinha alguém para ficar de olho em você e relatar para mim. Eles não o seguiam a cada hora do dia, mas o verificavam de vez em quando para se certificar de que você ainda estava respirando. Desde aquela noite, quando aqueles dois membros de gangues rivais nos viram, no fundo, eu me preocupava que alguém pudesse encontrá-lo e usá-lo para chegar até mim. Eu queria ter certeza de que ninguém jamais o faria. Mas nunca pedi detalhes. Eu só queria saber se você estava bem, e quando soube que estava, era isso. Vendo você crescido agora e ouvindo como você chegou onde está, devo dizer que sinto que falhei um pouco nesse aspecto. Não tenho opinião sobre sua escolha profissional, mas não consigo imaginar que você tenha trilhado um caminho de flores para chegar ao seu status atual. Mas suponho que seja melhor do que ser pego por narcóticos.
Jimin está segurando seus comentários até agora, mas ele não pode deixar de zombar disso. Enquanto Park Kangdae parece sincero em seu relato, ele também não mostra nenhuma rejeição à sua própria escolha de carreira. O problema para ele era equilibrar o trabalho com a família, não o crime em si. Não há remorso por escolher esse caminho, apenas uma decepção persistente com o resultado. Na verdade, o conforto com que Kangdae conta sua história oferece a suposição de que ele estabeleceu tudo isso dentro de si há muito tempo.
Enquanto isso, a cabeça de Jimin está girando como um tufão.
Seu pai ousa referir-se ao envolvimento de Jimin com narcóticos como um perigo quando o próprio Park Kangdae dedicou toda a sua vida a isso. Ele limpa as mãos das tragédias em que sua quadrilha de drogas resulta, como a morte do irmão de Jungkook, mas quando se trata do filho que ele não se preocupou em verificar pessoalmente em mais de quinze anos, ele de repente age como se se importasse com o dano.
— Então tenho certeza que você odiaria saber que fui forçado a me submeter aos clientes para manter um emprego. — Jimin responde asperamente. — Ou talvez você ainda de alguma forma racionalize que um é melhor que o outro.
Kangdae acena com a mão.
— Eu não gosto disso, mas o passado é o passado. Jeon Jungkook me disse que você está vivendo bem agora, e isso é tudo que importa.
Jimin quase o encara de boca aberta. Uma razão é o comentário incrivelmente impiedoso, e a outra é porque Kangdae mencionou Jungkook.
Algo estala.
Jungkook apenas patrocinou Jimin para chegar a Kangdae. Jimin era a isca. Kangdae disse ele mesmo, que Jungkook estava usando apenas Jimin. Por mais que Jimin acredite que há nuances na verdade, ele não pode negar o óbvio.
Foi essa a razão pela qual ele foi contratado? Ele não fez audição. Seokjin o escolheu como um falcão.
Porra, Seokjin estava nisso também?
Se não, ainda assim era tudo a mesma coisa. Jungkook soube da existência dele e fez com que Seokjin o recrutasse. Ele se juntou à Deca em tempo integral, e Jungkook quebrou sua regra pessoal de manter distância dos artistas para patrociná-lo com o único propósito de usá-lo. Jungkook fingiu não saber quem ele era para que ele não suspeitasse de nada. Conhecendo Park Kangdae, Jungkook provavelmente achou estranho que o filho do chefão fosse uma stripper aleatório. Pensando no passado, Jungkook casualmente, mas incisivamente perguntou sobre os pais e a infância dele. Não é à toa que Jungkook estava tão curioso, ele queria saber se Jimin sabia alguma coisa sobre seu pai. Ele queria saber se Jimin estava do lado de seu pai, ou se Jimin sabia onde o homem estava para que ele (JK) pudesse decretar sua vingança mais facilmente.
Tudo faz sentido agora.
Mas o que não faz sentido é porque Jungkook defendeu ele tantas vezes. Por que Jungkook estava tão abalado naquele dia no beco de Sinwon quando os homens de Kangdae os atacaram na rua? Talvez fosse porque Jungkook sabia exatamente quem eles eram e estava tendo flashbacks traumáticos de seu irmão, mas então por que Jungkook foi tão gentil com ele depois? Por que Jungkook defendeu ele para Tak Chinmae naquele jantar para investidores, tão visivelmente abalado? Por que Jungkook satisfez ele mais do que o necessário? Jimin não teria suspeitado de nada se Jungkook fosse mais um idiota como ele pensou inicialmente quando chegou a Decadentia. Jungkook não precisava passar horas assistindo reality shows de merda com ele. Jungkook não precisava levá-lo em uma viagem noturna para a praia. Jungkook não precisava manter limites respeitosos até que não pudesse mais se segurar, alegando que se eles finalmente cruzassem a linha, ele (JK) se apaixonaria por ele (JM).
Eram tudo mentiras também? Se assim for, Jungkook é um ator brilhante, melhor do que qualquer artista do Deca ou estrela de cinema.
Só que ninguém é tão bom assim.
Mas não importa, porque o resultado resultou nisso.
Jungkook ainda o usou para tentar perturbar Kangdae, para dar uma desculpa para prendê-lo. Jungkook ainda optou por não contar nada a ele. Como o pai de Jimin, Jungkook se manteve escondido, mas ao contrário de Kangdae, nunca foi para a segurança de Jimin.
No fundo do coração de Jimin, a mágoa se espalha como tinta derramada em cima de papel fino.
Ele recebe um recesso dividido quando o transporte para.
— Eu não espero que você goste das razões pelas quais eu me mantive distante de você. — Kangdae diz a ele. — Eu sei que te machucou, mas mantenho minha crença de que ficar longe fez mais bem para você do que se eu tivesse ficado.
Os punhos de Jimin estão cerrados com força suficiente em seu colo para não tremer.
— Você poderia ter me enviado dinheiro. — Ele resmunga. — Mesmo anonimamente, você poderia ter me sustentado. Tudo o que você fez foi enviar algum idiota para se certificar de que eu estava pelo menos respirando. Quanto tempo você fez isso, hein?
— Até você se formar no ensino médio. Achei que você já tinha idade suficiente para sobreviver por conta própria.
— Você sabia que meus avós morreram, me forçando a ir para um orfanato?
— Sim. Eu sabia disso.
Jimin desdenha uma risada odiosa.
— Então você apenas assistiu. Primeiro minha mãe morreu, depois você foi embora, depois meus avós morreram e fui mandado para um quarto apertado com outras onze crianças sem-teto que gostavam de passar o tempo comparando histórias tristes. Você sabia e não fez nada.
— Seus avós te amavam e cuidavam bem de você. O orfanato era decente.
— AINDA ERA UM ORFANATO! — Jimin grita, explodindo suas emoções reprimidas. Kangdae nem sequer se mexe. Há uma divisão entre o banco da frente e o de trás, mas Jimin é muito errático para se importar se foi ouvido. — Você está brincando comigo? — Ele continua. — Eu estava sozinho! Eu não tinha bens! Sabe o que aconteceu quando deixou eu me virar sozinho? Eu não fui para a universidade. Eu virei um stripper do caralho. E Deus sabe que não tenho preconceito contra o trabalho sexual quando pagou com sucesso minhas contas nos últimos seis ou sete anos, mas não teria sido minha primeira escolha de carreira se eu tivesse crescido de maneira diferente, se eu tivesse guardiões vivos que me apoiaram durante meus anos de escola. Eu provavelmente teria ido para a universidade. Eu provavelmente teria desejado se tivesse crescido em um ambiente onde me prometessem que era certo. Eu teria ido, e teria festejado como uma criança estúpida, e então teria me formado e trabalhado em algum emprego chato de escritório, mas teria sido seguro, protegido, e eu teria pelo menos um dos pais vivo para voltar quando as coisas ficassem difíceis.
Jimin acrescenta amargamente.
— Embora eu duvido que um dia difícil no escritório seja tão difícil quanto ter que fazer um boquete em um cliente de clube de strip que me vê como nada além de um objeto. Você pensou que me deixar era para me proteger? Não. Não, você me deixou para morrer. É um milagre que ser um stripper não acabou sendo um canal para eu entrar nas drogas. Eu sempre fiquei longe disso. Mas imagine isso. Quão poético isso teria sido, hein? Mas sabe, apesar de tudo que acabei de dizer, estou feliz por você ter ido embora. Eu tenho bens agora, o suficiente para nunca mais ter que voltar a fazer striptease. E acho que teria me ressentido da minha vida se soubesse a verdadeira natureza de quem você é. Mas tudo bem. Eu sei agora, e adivinhem? Eu apenas te desprezo mais do que nunca.
A mandíbula de Kangdae se move, a única evidência de um leve desconforto.
— Sinto muito, meu filho. Por tudo isso, verdadeiramente.
Jimin odeia que ele acredite nele. Ele acredita nele porque o pedido de desculpas de Kangdae não é definido pela mesma moralidade de Jimin, tornando Kangdae capaz de se desculpar em primeiro lugar. Exceto que para Jimin, são palavras vazias.
— Eu não sou seu filho. Mesmo quando mamãe estava viva, eu não era seu filho. Poupe-me de seu pedido de desculpas patético.
— É verdade que nenhuma desculpa que eu disser carregará o peso de como você e eu jogamos. Mas saiba que amei sua mãe, assim como amo você. Depois de hoje, você nunca mais me verá.
— Eu não quero.
— Então eu espero que você esteja feliz por saber que não vai.
Jimin se assusta quando sua porta é aberta. É um dos guardas de Park Kangdae, provavelmente os seguindo em um veículo diferente.
Jimin olha para o pai. Ele procura o remorso que deseja, mas não vê nem mesmo uma sugestão dele. Park Kangdae fez uma escolha e, embora entenda a lógica do homem por trás disso, ele não concorda com isso.
— Adeus, Jimin. — Seu pai diz. Ele lhe entrega o celular que guardou até agora. — Por favor, viva bem.
[...]
Jimin não vai para casa. Sua cobertura comprada com o dinheiro de Jungkook não é sua casa.
Ele acaba em um spa. Ele paga a entrada barata e veste o uniforme de algodão simples, guardando seus pertences em um armário. Ele pretende enfiar seu celular dentro, mas quando ligou o dispositivo simplesmente para procurar direções para o spa 24 horas mais próximo, ele é bombardeado com ligações e mensagens de texto de Namjoon.
📩 Namjoon:
Ligue-me no MOMENTO em que ligar o seu telemóvel.
Jimin me liga por favor
Seu celular está tocando agora, o que significa que está ligado, por favor, atenda. pelo menos me mande uma mensagem para eu saber que você não está morto em uma vala
Eu sei que você provavelmente está chateado comigo, mas eu JURO, não sabia que você estaria lá com Jeon Jungkook. isso era para ser uma operação apenas com ele. Eu vou te contar tudo, mas você precisa responder
Por favor, apenas me diga que você está bem. Por favor.
Jimin suspira, olhando para o dispositivo dentro do vestiário.
📩 Jimin
Estou bem. Meu pai me deixou ir. Ele não fez nada comigo.
Namjoon responde imediatamente, como se estivesse esperando impacientemente ao lado de seu celular.
📩 Namjoon
Me dê uma prova. Kangdae poderia estar respondendo isso.
Jimin compartilha sua localização no spa e chega a tirar uma foto de sua mão reconhecível na frente dos armários. Eles exibem o nome da empresa. Depois de enviar, ele rapidamente envia uma mensagem de texto.
📩 Jimin
Não se atreva a vir aqui. Nem você, nem ninguém. Quero ficar sozinho.
📩 Namjoon
Obrigado e tudo bem, mas, por favor, envie-me uma mensagem novamente em algumas horas para que eu saiba que você ainda está aí ou quando sair. Não confio no Kangdae.
Jimin responde que sim antes de bloquear seu celular. Então, ele passa muito tempo em uma das salas aquecidas, depois muito tempo na sala gelada, então ele toma banho com água morna e descansa a cabeça contra a parede de ladrilhos, deixando a água lavá-lo até que uma perna adormeça. As alfinetadas da dormência o acorda o suficiente para desligar a água e se retirar para a sala principal. Seu estômago ronca, mas ele se sente mal só de pensar em comida. Então, se enrola em um tapete acolchoado e adormece.
Mas ele se lembra de mandar uma mensagem para Namjoon antes de dormir.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Pobre Jimin. Faz sentido a explicação de Kangdae? Sim. Mas como JM falou, pelo menos devia ter mandado dinheiro para ele não passar dificuldade. Enfim. Ele tá mentalmente ferido. Descobrir que o pai é um traficante, que o homem que gosta o usou, que o amigo escondeu coisas dele... não é fácil.
Obrigada a todos que chegaram até aqui. E a todos que comentaram meu sincero agradecimento. ❤️
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