42. Quarenta Dois
╴╴╴╴╴╴╴╴╴╴
Bem, Jungkook contou meia verdade a Jimin e o levou com ele para encontrar o homem que matou seu irmão. Só la que Jimin descobriu que era seu pai.
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
O coração de Jimin cai a seus pés. Antes que ele possa se conter, uma palavra sai de seus lábios
— Pai.
Jungkook permanece um pé à frente de Jimin, bloqueando metade de seu corpo com o dele. Ele não pode ver o rosto de Jimin; ele se recusa a desviar sua atenção do homem sentado na frente deles. Mas Jungkook ouve o reconhecimento confuso na voz de Jimin quando ele chama por seu pai. Como pode existir tanta emoção em uma palavra?
Park Kangdae descarta seu rolo de ônix usado em cima de uma mesa lateral à sua direita. Com um golpe final da fumaça preta, ele languidamente se levanta. Mesmo com a distância entre eles, é óbvio que ele e seu filho são idênticos em altura.
Jungkook observa atentamente cada movimento de Kangdae. Não parece que ele esperava encontrar Jimin esta noite, mas também não parece que ele está muito chocado. É como se ele estivesse esperando que esse dia chegasse, como se fosse inevitável.
— O que é isso? — Jimin diz, quebrando o silêncio momentâneo. Jungkook gosta de pensar que é adepto de ler o humor de Jimin, mas agora, ele não consegue dizer. Há muitos sentimentos conflitantes, como uma paleta salpicada com muitas cores para diferenciar, resultando em uma confusão confusa e cinza.
— Eu subestimei você. — Kangdae diz a Jungkook. Ele mantém as mãos atrás das costas, algo que Jungkook reconhece como puro conforto. É da natureza humana esconder a frente do tronco quando se depara com situações de ansiedade. As pessoas cruzam os braços ou as mãos na altura do estômago, protegendo instintivamente seus órgãos e aquecendo o próprio corpo. Mas Park Kangdae está cercado por quatro capangas confiáveis. Há um atrás dele, um de cada lado, e um atrás de Jungkook e Jimin na porta. Mais homens estão do lado de fora. Kangdae não tem motivos para se preocupar, mesmo que inconscientemente. Sua arrogância não é apenas para mostrar. É factual.
Mas isso não desconcerta Jungkook. A compostura de Kangdae apenas garante a ele que tudo está indo conforme o planejado.
— Ao vir aqui, — Diz Kangdae, — suponho que você se importa menos com o homem ao seu lado do que deixa transparecer. Estou impressionado.
— É isso que você acha?
— Deve ser. Você já está ciente da minha indiferença se ele sabe da minha identidade ou não, e eu me lembro de você dizendo que contá-lo não era a ameaça que você pretendia. Com isso dito, você deve ter vindo aqui com a intenção de tirar o sangue dele diante dos meus olhos para tentar provocar algum tipo de dor em mim, certo? Para me fazer sentir a dor que você sentiu? — Kangdae levanta os lábios em um não exatamente um sorriso. — Mas você sabe que eu não me importo, e eu sei que você se importa. Ainda assim, você veio me fazer uma visita hoje, então estou impressionado e curioso para saber por quê.
Por que ele tem que falar tão vagamente? Jungkook precisa que ele diga mais.
— Você estava certo. — Jungkook começa.
O rosto de Kangdae mal flutua em confusão.
— Oh? Como assim?
— Quando você chamou meu aviso de blefe. Você estava certo. — Jungkook aperta a mão de Jimin em suas costas. — Eu nunca o machucaria.
— No entanto, você o trouxe aqui.
— Você também não vai machucá-lo.
— Você acredita nisso?
— Eu sei que sim.
Kangdae segura o olhar de Jungkook por um momento, e por aqueles segundos intensos, Jungkook questiona irracionalmente sua própria confiança. Se ele calculou mal, se Kangdae ordenar que seus homens ataquem, então as coisas vão ficar feias.
Os parceiros ocultos de Namjoon e Chefe Na estão estacionados nas proximidades, mas eles mal chegarão a tempo se Kangdae fizer algo rápido. Eles não puderam ficar muito próximos, senão chamariam a atenção dos bandidos de Kangdae. Mas Jungkook não trouxe Jimin aqui sem backup garantido. Ele não é tão tolo.
Mas ele veio aqui contando com o cuidado paterno inato de Kangdae. Talvez Kangdae não se importe se Jimin ganhar um arranhão ou dois, como evidenciado pela “mensagem” que ele enviou a eles algumas semanas atrás, e embora Jungkook odeie o pensamento, é um risco que ele está disposto a correr para a missão em questão. Mas se Kangdae realmente, verdadeiramente, não se importa com o mal que pode acontecer a seu filho...
Kangdae interrompe as preocupações de Jungkook com uma risada baixa. Ele dispensa seus homens para esperar do lado de fora da sala, e então se vira e se abaixa de volta aonde estava sentado antes. Com um aceno casual de mão, ele diz a Jungkook e Jimin:
— Sentem-se. Acho que teremos uma conversa detalhada e realmente odeio desperdiçar minha energia ficando em pé por muito tempo.
A porta se fecha, deixando os três sozinhos. Jungkook vai se sentar, mas para quando a mão de Jimin escorrega de seu alcance.
— O que é tudo isso. — Jimin enuncia cada palavra. Ele está parado no chão, olhos arregalados como se tivesse visto um fantasma.
De sua cadeira, Kangdae estala a língua em direção a Jungkook.
— Você o trouxe sem ao menos dizer a ele para onde estava indo? Que crueldade sua.
Jungkook não percebeu o quão tenso Jimin está até que o olha, vendo sua expressão. Jungkook amolece, aproximando-se dele e pegando sua mão. Jimin não se afasta, mas dificilmente aceita o gesto.
— Jimin, — Jungkook fala gentilmente. — vamos lá.
Injetado de sangue, Jimin murmura:
— Você disse que estávamos indo para o homem que matou seu irmão.
— Sim.
— Este... este é o homem?
Jungkook hesita com o choque, a tristeza e a raiva. Então ele acena com a cabeça.
— Ele é meu pai. — Jimin diz.
— Sim.
— Você sabia?
Eu sabia que seu pai foi quem matou meu irmão? Que ele matou alguém? Que você é filho dele? Que eu sabia disso antes de você? Jungkook quer contar tudo a ele, mas não pode. Kangdae precisa dizer isso. Tudo isso depende de Kangdae admitir isso.
Jungkook envolve a mão de Jimin nas suas.
— Por favor, venha e sente-se comigo. — Ele sussurra.
Jimin escuta, mas ele vem como se fosse uma pipa sendo puxada por um barbante.
Uma vez que eles estão sentados, Kangdae começa.
— Bem, tenho certeza que você prefere contar a história.
Nesse caso, Jungkook não prefere, mas ele supõe que funcione, desde que Kangdae confirme suas declarações.
— Você realmente não se importa se ele souber de tudo? — Jungkook pergunta. Isso é quase fácil demais. Ele não quer azarar baixando a guarda, mas também não quer cometer um erro mantendo-o alto.
Kangdae exala um curto meio sorriso.
— Eu me importo de ter que me repetir.
Bem então.
Jungkook olha para Jimin, que está encarando seu pai. Kangdae não retribui a atenção. Na verdade, Jungkook não acha que Kangdae olhou seu filho nem uma vez desde que eles chegaram aqui. Mesmo em seu discurso, ele nunca se dirigiu a Jimin diretamente, nem mesmo disse seu nome. O carinho de Kangdae está tão quebrado, ou é tão avassalador que ele não suporta enfrentar a criança que abandonou?
— Jimin. — Diz Jungkook. — Lembra como eu perguntei antes se você sabia como meu irmão morreu? Você ouviu que foi uma briga entre o Deca e um chefão do tráfico? Que o chefão sequestrou meu irmão e eu quando éramos crianças para usar como chantagem para que minha mãe se submetesse a fazer negócios com ele? Que quando fomos resgatados, meu irmão morreu no fogo cruzado? Que o chefão e seus homens desapareceram e escaparam ilesos? Esse é este homem. O nome dele é Park Kangdae, e ele é seu pai.
O sangue foi drenado do rosto de Jimin, mas ele não se moveu, apenas piscou. É como no momento em que ele viu seu pai quando eles entraram nesta sala, ele já reuniu o suficiente para não ficar tão estupefato agora. Mas ele ainda está ouvindo tudo isso pela primeira vez e, de certa maneira, a estrutura de pedra imóvel de Jimin é pior do que ele agindo.
— Park Kangdae. — Jungkook grita. — Diga a ele o que aconteceu.
— Não foi isso que você acabou de fazer?
— Ele merece ouvir isso de você. Você é tão escória que nem diz uma palavra para ele depois de tantos anos sem contato? Quer você se importe ou não, pensei que alguém do seu status fosse pelo menos cortês.
O pequeno sorriso de Kangdae moe as engrenagens de Jungkook. Ele quer arrancá-lo de seu rosto.
— Sim, você está certo. — Kangdae concorda, inclinando-se ainda mais para trás em sua cadeira. É como se ele estivesse assistindo a um filme. Nada o perturba porque nasceu sem coração, ou seu trabalho o entorpeceu depois de tantos anos? Jungkook não consegue decidir qual resposta é mais trágica.
Kangdae detalha o que aconteceu há muito tempo, embora ainda consiga evitar se dirigir diretamente ao filho. Em vez disso, é como se ele estivesse contando uma história levemente interessante para o público. Ele não se incomoda em encobrir as coisas, mas não zomba ou sorri de maneira contrastante. Ele explica exatamente o que aconteceu sem nenhum remorso ou ressentimento. Na verdade, ele parece desapontado, mas Jungkook já sabe que tal decepção está em uma oportunidade perdida, e não em uma criança falecida. Quanto mais Kangdae relembra os eventos do passado, mais Jungkook sente por estar aqui hoje.
Ele só pode esperar que a câmera minúscula e o microfone cuidadosamente escondidos nele estejam captando cada palavra que Kangdae diz.
Kangdae conclui concluindo que teve que operar ainda mais nas sombras depois do que aconteceu. Decadentia era um negócio legal, então a mãe de Jungkook não tinha motivos para não ir à polícia pela morte de seu filho. Kangdae e seu império das drogas foram forçados a ficar quietos por muitos anos. Eles ainda fazem.
Porra, pensa Jungkook. A única razão pela qual ele está aqui agora é porque a polícia não fez e não fará nada. É por isso que a chefe Na coloca toda a sua carreira em risco para apoiar secretamente suas próprias investigações, porque Kim Namjoon arrisca sua vida para ir contra as queixas que o proibiram de se tornar um policial em primeiro lugar.
Jungkook zomba de Kangdae. O homem apenas arqueia uma sobrancelha para ele.
No curto período de silêncio após o final do relato de Kangdae, Jungkook olha para Jimin. Ele ainda não disse uma palavra o tempo todo. Ele apenas ouviu atentamente, com as mãos firmemente cruzadas no colo.
Agora, ele desliza um olhar de pedra para seu pai.
— Mamãe sabia?
É como uma falha na tela. Kangdae finalmente olha para seu filho, e aquele sorriso esquecido por Deus finalmente desaparece de seu rosto.
— Não. — Ele responde. — Não os detalhes.
— Mas ela sabia que você vendia drogas? Ela sabia que você era o chefão de uma gangue?
— Sim.
Jimin sussurra incrédulo:
— Ela defendeu você. Este... este é o trabalho em que você trabalhou tanto, que o manteve afastado todos os meses, que trouxe todo o nosso dinheiro... foi isso que ela defendeu.
— Não a difame. — Kangdae fala humildemente. — Ela não apoiou meu trabalho, mas o suportou por cuidar de mim e porque não tinha outras opções.
A expressão de Jimin não cai como neve ou chuva, mas como granizo penetrante.
— Mesmo agora, — Ele respira ao perceber, — mesmo agora você só se preocupa com ela.
A mandíbula de Kangdae levemente se contrai.
— Você não sabe nada.
Derrotado, Jimin lamenta:
— É por isso que estou aqui, certo? Porque eu não sabia nada disso? Bem, agora eu sei. Agora, você me contou tudo.
— Não tudo. — Kangdae olha para Jungkook e, para a inquietação de Jungkook, aquele sorriso astuto do homem retorna. — Você ainda não ouviu as atualizações mais recentes desta história. Você não está cheio de curiosidade?
Jimin segue lentamente a linha de visão de Kangdae, e o estômago de Jungkook afunda como uma âncora.
Não é à toa que Kangdae não se importa se Jimin sabe de tudo, porque incluído nisso tudo está o envolvimento de Jungkook.
Quando ele e Jimin chegaram aqui, Kangdae afirmou que ele (JK) não se importava com Jimin tanto quanto ele (KG) pensava. Jungkook indiretamente negou isso, mas Kangdae não estava se referindo a Jungkook machucar Jimin fisicamente. Ele quis dizer emocionalmente, e ele sabe que Jimin não ficará ileso internamente quando descobrir como ele o usou pela primeira vez para chegar a Kangdae.
Como ele ainda o está usando.
Mas Jungkook não tem outra escolha e, no final das contas, Jimin merece saber a verdade sobre seu pai.
Jungkook acredita que tudo vai dar certo e, no final, as coisas vão se acertar, principalmente entre eles. Tem que funcionar. Ele tem que acreditar nisso.
— Este aqui, — Kangdae começa, referindo-se a Jungkook, — tem jogado com você como uma peça de xadrez no que ele pensa ser um tabuleiro inteligente. Ele acha que está ganhando o jogo, mas, na realidade, não há vencedor.
Jungkook fica quieto.
— É apenas um garoto tentando reinar na justiça como um cavalo, mas, enquanto isso, ele está pisoteando desajeitadamente tudo em seu caminho, especialmente você. — Kangdae se levanta de seu assento e Jungkook imediatamente enrijece em atenção. Ele observa enquanto Kangdae se arrasta lentamente ao redor deles enquanto continua falando. — Depois do assunto com o irmão deste, ele nunca mais passou pela minha cabeça. Mas eis que, mais de quinze anos depois, ele aparece aleatoriamente durante uma reunião minha. Ele cresceu fisicamente, mas no momento em que falou, não foi diferente do menino ingênuo daquela época. Ele explicou que colocou você sob sua proteção, que você trabalha no negócio da família dele e ele tem o prazer de patrocinar você, não se preocupe, ele falou bem do seu talento. Mas ele não veio me ver apenas para compartilhar onde meu filho acabou. Você consegue adivinhar que propósito ele tinha para se gabar de você? Fica a dica: não foi para elogiar o mais novo contratado do Decadentia.
Jimin ficou congelado quando soube a verdade sobre seu pai. Ele silenciosamente absorveu tudo, sua respiração mesmo apesar de qualquer fluxo interno de sangue ou batidas de seu coração. Mas agora, enquanto ele absorve tudo o que Kangdae está revelando sobre a pessoa sentada ao lado dele, Jimin parece estar à beira de tremer. Seus olhos já estão.
— Assim como usei Jeon Jeongsik e Jeon Jungkook como alavanca, — Kangdae diz, — Jeon Jungkook usou você. Você não era nada mais para ele do que uma ameaça para dominar sobre minha cabeça, nada mais do que uma potencial vingança pela morte de seu irmão. Não sei há quanto tempo esse garoto sabe de você, ou desde quando ele inventou essa ideia tola de tentar usá-lo contra mim, mas sei que ele veio até mim alegando que o usou para cumprir sua vingança patética. Eu me pergunto, Jeon Jungkook, se esta noite é sua ideia de justiça, mesmo que eu tenha dito inúmeras vezes o quão pouco me importo que meu filho saiba as verdades sobre mim. Ou talvez você tenha mudado de idéia e esteja buscando um fechamento. Nesse caso, parece que seu próprio fechamento só se preocupa consigo mesmo, e não com as pessoas que ele afeta no processo.
Com dificuldade, Jungkook segurou a língua, mas não poconseguede mais depois da última frase de Kangdae.
— Isso não é verdade. — Jungkook retruca.
— Mas todo o resto é, certo?
Jungkook empalidece, porque é Jimin quem fala, não Kangdae. Mas não são nem mesmo as palavras em si que fazem Jungkook se sentir como se tivesse sido jogado do parapeito da ciclovia, é como elas soam com o coração partido. Absolutamente, inegavelmente com o coração partido. Jimin até fica de pé, como se tivesse que fisicamente colocar distância entre eles porque não poderia suportar de outra maneira.
Jungkook se levanta, mas não ousa se aproximar.
Porque o fato é que Jungkook não pode negar nada disso, mesmo que ele queira.
— Sim. — Ele responde com firmeza. — Mas não é...
— Oh, não se preocupe. — Kangdae corta, ainda casualmente circulando-os como um abutre. Ele diz a Jimin: — Também é verdade que ele nunca teria machucado você, porque ele se importa com você. Não é, Jungkook?
Dói o orgulho de Jungkook responder a Kangdae, mas Jimin deve saber que seu pai está certo, pelo menos quando se trata disso.
Exceto que o rosto pálido de Jimin não muda.
— Desde o começo, — Jimin sussurra, — tem sido apenas isso.
Jungkook tem muito a dizer, muito a explicar, mas ele não pode fazer isso aqui.
— Não. — Ele responde, pelo menos tendo que dizer alguma coisa. — Não, não tem. Mas, Jimin... — Os olhos de Jungkook estão queimando. Sua garganta está fechando. — Jimin, ele matou meu irmão. Ele o matou e saiu impune. Então eu encontrei uma maneira. E era melhor do que não fazer nada. Qualquer coisa é melhor que nada.
A risada de Kangdae soa atrás da orelha esquerda de Jungkook.
— Qual caminho? Você veio aqui esta noite para contar a verdade ao meu filho, mas o que mais há? Tudo o que vejo são dois meninos divididos entre o passado e o presente, enquanto estou apenas sendo impedido de seguir em frente com minha noite. Hogeum! — A porta da sala se abre, entrando em um dos lacaios de Kangdae, que Jungkook só pode assumir ser Hogeum. — Deokgu, Joonki, Hongro. — Kangdae faz sinal para eles entrarem, enchendo a sala com os quatro homens que estavam estacionados antes. Eles fecham a porta atrás deles.
Jungkook imediatamente dá um passo protetor em direção a Jimin, mas Jimin recua.
— Jeon Jungkook. — Kangdae suspira, estalando o pescoço com um estalo de arrepiar. — Você disse que eu estava certo sobre você; Eu chamei corretamente o seu aviso de blefe. Você ficará feliz em saber que estava certo sobre mim. Não tenho intenção de machucar meu filho, mas você... você tem sido uma pedra no sapato particularmente irritante para mim.
Com um movimento rápido da mão de seu chefe, os dois capangas chamados Hogeum e Joonki agarram cada um dos braços de Jungkook por trás, segurando-o no lugar enquanto o forçam a ficar de joelhos. Jungkook se assusta com o contato inicial, mas não luta para escapar. Ele está em menor número e, se for o caso, ser ameaçado servirá apenas como mais uma prova incriminatória capturada pelo vídeo.
Ao contrário de seu passo anterior para trás, Jimin agora cambaleia como se planejasse correr até ele. No entanto, ele rapidamente pensa melhor. Bom, Jungkook pensa. Melhor que Jimin fique de fora disso.
Kangdae espreita preguiçosamente até Jungkook. É como se ele tivesse todo o tempo do mundo.
— Pare. — Jimin deixa escapar.
Kangdae inclina a cabeça enquanto se vira.
— Parar? Por que?
Jimin não diz nada.
Kangdae bufa, encarando Jungkook mais uma vez. Juntando as mãos atrás das costas, ele se curva na cintura, encontrando-o na altura dos olhos.
Apesar das semelhanças físicas que Jungkook originalmente via entre Jimin e seu pai, agora que Kangdae está tão perto, Jungkook não vê nada disso. Ele viu Jimin de perto. Ele observou cada cílio, cada sarda. Ele beijou sua boca, seu pescoço. Ele tem recebido seus beicinhos e risadas. O olhar arrogante e vil no rosto de Kangdae não se parece em nada com Jimin.
Kangdae abre a boca, provavelmente para falar merda, mas é interrompido quando um lacaio, Jungkook se lembra de ser chamado de Chaeyeon, irrompe pela porta.
— Chefe, — Ela murmura sob seus óculos holográficos iluminados em azul, — há detetives na rua e no prédio.
Kangdae estreita os olhos, mais calculista do que preocupado.
— O status deles?
— Eles não estão invadindo, mas parecem estar… esperando.
Jungkook testemunha Kangdae juntando as peças em questão de segundos. Ele olha para Jungkook como se quisesse empalá-lo em um mastro.
— Seu merdinha. — Ele resmunga e, finalmente, sua compostura desaparece. Ele puxa a perna para trás antes de enfiar a ponta do sapato no estômago de Jungkook. Isso o deixa sem fôlego, mas Hogeum e Joonki nem mesmo permitem a ele a cortesia de cair.
Jungkook acha que ouviu Jimin suspirar. É difícil dizer quando seus sentidos estão aguçados no que ele supõe serem seus intestinos latejando.
— Limpar. — Kangdae ordena Chaeyeon e os outros além da porta. — Não procure uma briga, mas se algum dos detetives se envolver, faça de tudo, menos matá-los. Lidar com seus corpos dá mais trabalho do que vale a pena, mas eles não precisam andar tão cedo.
Jungkook ver a expressão horrorizada de Jimin enquanto os capangas de Kangdae seguem sua ordem, saindo. Mas não os quatro dentro da sala com eles. Não, estes estão ficando por uma razão. Jungkook adivinha o porquê antes mesmo de Kangdae continuar.
— Jeon Jungkook, — Kangdae fala lentamente, fechando a porta antes de arregaçar as mangas, — você sente tanto a falta do seu irmão? Vou lhe dar uma passagem só de ida para ir encontrá-lo.
— Não. — Jimin sai, e desta vez, começa a correr. Mas antes que ele pudesse dar dois passos, Deokgu e Hongro lutam contra ele, segurando-o. Ao contrário de Jungkook, ele luta contra eles. Ele se debate e chuta, mas não adianta. Como naquele beco em Sinwon, não importa se Jimin é fraco ou forte, são dois contra um. Esses homens são membros de gangues. Eles são lutadores experientes. Um soco provavelmente derrubaria Jimin no chão. O trabalho deles é proteger o chefe, e será preciso muito mais do que chutar e gritar para escapar deles.
Mas ver Jimin assim de alguma forma conforta Jungkook. Apesar de tudo, Jimin está tentando correr para ele.
— Não. — Jimin repete, balançando a cabeça. — Não, não.
— Fique quieto. — Kangdae estala, nem mesmo se preocupando em olhar para trás.
— Pare... pai!
Kangdae se encolhe como se tivesse sido picado. Um flash de esperança pisca sobre Jimin, mas é de curta duração. Park Kangdae é inflexível. Nem mesmo os apelos desesperados do filho o impedirão de fazer o que deseja.
Jungkook fecha os olhos enquanto Kangdae vai para matar.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
Sim. Jungkook é um egoísta e agiu não muito diferente do pai de JM.
O plano inícial dele Namjoon e Na era esse: JK ir sozinho lá onde o homem está com a mini câmera e fone e fazer Kangdae falar. E assim prender o infeliz. A decisão de incluir JM veio de Jungkook. O porquê sera dito depois. Estou explicando para saberem qual era a missão já que não foi explicitamente explicada no capítulo.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top