39. Trinta Nove

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Perspectiva de Jimin...  Já se passaram alguns dias depois da noite na praia.
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Tornou-se um acordo tranquilo. Jimin e Jungkook não passam mais tempo juntos sob o disfarce de seu patrocínio, mas apenas passam tempo juntos. A mudança não foi pronunciada verbalmente, mas Jimin gosta de pensar que está ciente o suficiente para perceber.

Se não, então Jungkook fez um trabalho fabuloso mantendo sua idiotice escondida até agora, mas Jimin gosta de dar a ele mais crédito do que isso.

Jimin se pergunta se é assim entre Taehyung, Yoongi e Hoseok. É natural trocar mensagens de texto com pensamentos e acontecimentos diários como se fossem para um diário pessoal? Os três pedem comida e ficam no sofá, assistindo televisão de merda?

Porque é isso que ele e Jungkook estão fazendo esta noite.

Jungkook trouxe Woojoo para a cobertura de Jimin, e ela está aconchegada aos pés deles em cima do tapete da sala. Jimin conseguiu convencer Jungkook a assistir a esse estúpido reality show que Chan conseguiu convencer ele a apodrecer suas células cerebrais assistindo. Jimin estava inicialmente relutante em começar, mas o conceito dramático e o escândalo são viciantes. Bastou um episódio para ele querer saber o que acontece a seguir.

Depois de assistir mais dois sozinho, Jimin decidiu que esse era o tipo de programa que exigia companhia e comentários. Chan já havia assistido, então a pessoa imediata que Jimin imaginou assistir ao lado dele foi Jungkook.

Com quem mais ele passava a maior parte do tempo? Mas não foi só isso. Quando ele pensou em assistir a série ao lado de alguém para xingar e rir, a pessoa imediata que veio à mente foi Jungkook. Jungkook era a primeira pessoa que vinha à mente para tudo recentemente. Jimin só pensou em Namjoon quando percebeu isso, batendo-se mentalmente por trair seu amigo de dez anos.

Desculpa, Namjoon.

Hoje à noite, ele e Jungkook estão no episódio quatro de dez, alcançando onde Jimin parou sozinho. Jungkook não ficou emocionado por assistir a um programa tão irracional, o que só tornou mais divertido para Jimin quando Jungkook lentamente se envolveu. Jungkook não vai admitir, mas tem assistido cuidadosamente a cada episódio, grunhindo respostas aos comentários de Jimin.

Como muitos reality shows, é um show de namoro repleto de vulgaridade e exageros. Uma seleção de participantes fica neste maciço, alugado uma enorme quantidade de andares de arranha-céus por um mês e tem a tarefa de se conhecerem, esperando terminar o show gostando de alguém o suficiente para buscar um relacionamento romântico na vida real. O problema é que alguns membros selecionados são espiões contratados, o que significa que sua tarefa é causar estragos discretamente, fazendo com que os participantes reais se apaixonem por eles, enquanto, na realidade, os espiões não têm nenhum plano para namorá-los na vida real. É um conceito cruel, Jimin pensa, mas é por isso que tem sido o programa de maior tendência desde o seu lançamento.

Os participantes ingênuos não têm ideia de que esse é o verdadeiro propósito do show.

O final é que se os espiões conseguirem que alguém os escolha no final, o espião ganha um prêmio de crédito. Se não conseguirem ninguém, não recebem nada, mas ainda podem ganhar alguns créditos com base na quantidade de drama que causam. Se os participantes realmente escolherem outros participantes não-espiões, cada um receberá prêmios de crédito, além de um relacionamento genuíno.
(Dinheiro físico não existe mais. É tudo em créditos.)

— Oh meu Deus, ela é tão fofa. — Jimin fala na cena atual na tela. Um dos espiões tinha acabado de fazer um monólogo doentiamente romântico para um participante sem noção que não tem ideia de que está mentindo descaradamente. Ela está quase com os olhos marejados, uma mão tocada em seu coração com as palavras do homem. Eles estão a vinte segundos de fazer sexo censurado, mas, no momento, é doce como um doce. — Ela vai entrar em combustão quando descobrir que ele é um espião no final da temporada. — Ele diz. — Mas ele está fazendo um trabalho tão bom que é meio assustador. Eu acreditaria nele. E quero dizer, com aquele corpo, eu o perdoaria mesmo se descobrisse que ele era o espião. — Jimin ri, olhando para ver se Jungkook também concorda, mas Jungkook apenas oferece um pequeno sorriso em reconhecimento. Sua mão direita repousa sobre a perna e ele mexe com os dedos. Jimin o cutuca, encorajando um comentário dele em troca, mas Jungkook apenas acena para a TV como se dissesse para prestar atenção.

Jimin pensou que depois da praia as coisas iriam mudar.

Elas mudaram, de certa maneira, visto o quão próximos ele e Jungkook se tornaram desde então, mas não é a definição de proximidade que Jimin pensou. Ele fica esperando Jungkook tomar a iniciativa como fez naquele dia, pegar a mão dele e arrastá-lo para outro lugar, seja para outra praia, ou um destino completamente diferente, ou para sua cama.

Apenas faça alguma coisa. Mas ainda não faz nada.

Quando eles terminam o episódio quatro e, eventualmente, o episódio cinco, Jimin desliga a tela antes que ela possa iniciar automaticamente o episódio seis.

Jungkook está quieto hoje. Ele não diz nada quando Jimin desliga a televisão. Ele não se mexe.

Abaixando o controle remoto, Jimin murmura para Woojoo. A jindo negra se levanta ao seu aceno, adoravelmente preguiçosa depois de cochilar nas últimas duas horas. Jimin dá um tapinha no espaço entre ele e Jungkook, e Woojoo segue o comando silencioso, pulando sem esforço no sofá. Jimin acaricia amorosamente seu casaco elegante, sempre impressionado com o quão limpa e arrumada Jungkook a mantém. Seu pelo é sempre macio e quentinho. É impossível não querer tocá-la de alguma forma, seja um abraço ou um carinho na cabeça.

Jungkook deve sentir o mesmo. Ele levanta a mão, correndo pelas costas de Woojoo. Na troca, ele roça a mão de Jimin, apenas para apertar levemente os dedos e se afastar.

A garganta de Jimin aperta.

Ele decide puxar Woojoo em seus braços, mesmo que ela seja um animal de tamanho decente. Seu peso desloca Jimin nas almofadas, e não inteiramente por acaso, Jimin desliza, descansando contra o ombro e braço de Jungkook.

— Como você é bonita. — Jimin diz a Woojoo, usando as duas mãos para segurar o rosto dela. Jungkook fica parado. Jimin não pode vê-lo de onde está sentado. Jungkook está olhando para ele ou Woojoo?

A cadela aceita o amor por um momento antes de se cansar da posição. Ela se desvencilha dele e pula do sofá, indo até a televisão e se enrolando como uma bola.

Ao contrário de Woojoo, Jimin não se afasta. Ele espera.

Mas Jungkook também não se mexe.

Então, Jimin é o primeiro a mover, exceto que ele não sai. Ele se levanta, inclinando-se para a frente com uma das mãos, empurrando-se para o sofá para encarar o homem ao seu lado.

As luzes da cozinha estão apagadas. Há uma lâmpada ao lado da televisão que projeta o espaço com um brilho quente, mais parecido com a luz de velas do que com LEDs. O efeito resultante são os olhos de Jungkook com pálpebras pesadas e escuras, tão negras quanto o céu noturno além das janelas. Jimin poderia pular neles como uma piscina e se afogar alegremente. São como chocolate derretido, mas são amargos ou doces? Jimin pensa consigo mesmo que realmente não se importa qual é. Ele gosta do sabor de ambos.

— Eu quero algo. — Jimin murmura. Sua voz é um alfinete caindo em uma sala silenciosa. A cobertura é tão alta com vidro grosso o suficiente para que nenhum barulho da rua seja ouvido. A falta da TV é mais perceptível quando desligada, livre dos xingamentos e efeitos sonoros do entretenimento recém-desligado. — Preciso perguntar a você ou você apenas me dará?

Se o olhar de Jungkook tivesse poderes, ele irradiaria laser através dos próprios olhos de Jimin.

— Eu sempre dou o que você quer, não é? — Ele sussurra.

Quando se trata de seu patrocínio, sim.

No começo, Jimin estava relutante em relação ao patrocínio atípico de Jungkook, não entendendo como fazer isso quando ele foi treinado para lidar com quase todo o resto. Mas uma vez que Jimin aceitou que era assim que sua experiência no Deca seria, ficou fácil pedir coisas do homem. Jungkook consegue o que ele quer, materialmente, de qualquer maneira. Mas Jimin percebeu há muito tempo que é melhor ter um pouco de coisas boas para valorizar do que muitos itens que nunca podem ser totalmente utilizados em uma vida.

Depois de viagens de compras suficientes para satisfazê-lo não sobrou mais nada para comprar. Ele gosta de coisas bonitas, mas não é estúpido o suficiente para ter mais do que pode usar. É por isso que muito de seu tempo com Jungkook é apenas isso, tempo.

Jimin supõe que poderia pedir a Jungkook para viajar para o exterior para umas férias emocionantes, já que eles ainda não fizeram nada parecido, mas esse não é o tipo de coisa que ele está pedindo agora. Ele sabe que Jungkook também sabe disso. Está escrito em seu rosto.

Quando se trata disso, ele não tem certeza se Jungkook vai dar a ele.

No entanto, aqui estão eles.

Jimin lança seu olhar para a boca de Jungkook, silenciosamente pedindo permissão. Jungkook não diz nada, mas não se afasta, e embora isso não seja bom o suficiente para Jimin, ele infelizmente pensa que é tudo o que conseguirá.

Se as vozes de Jungkook discordarem, Jimin irá parar. Ele se levantará e dará boa noite ao mais novo, e eles seguirão caminhos separados, como fazem sempre que se vêem. Se Jungkook virar a cabeça, ele irá recuar. Se Jungkook colocar a mão entre suas bocas, ele recuará.

Então, Jimin beija Jungkook com a respiração trêmula, porque ele espera por todos os deuses do universo que Jungkook não faça nada disso.

Eles se beijam como gotas de orvalho nas pétalas das flores, como se muita pressão fosse fazer com que elas estourassem e escorregassem. Jimin se inclina para ele, respirando seu perfume floral e sorrindo contra sua boca, porque quem jamais pensaria que o Jeon Jungkook aparentemente intimidador cheiraria como um dia de primavera? Alguém como Kkuli provavelmente pensa que Jungkook cheira a uísque e sexo, mas isso estar muito longe da verdade.

Jungkook desliza para trás ao longo do sofá enquanto Jimin se aproxima. Em algum momento, Jimin se arrastou para o colo dele, os joelhos de cada lado enquanto beijava o mais novo. As mãos de Jungkook cavam em sua cintura enquanto as dele envolvem a cabeça de Jungkook. Ele afunda em cima de sua virilha, tirando um som baixo do fundo da garganta de Jungkook.

Com que frequência ele pensou nisso desde a primeira noite em que se beijaram em seu banheiro? Quantas vezes ele se apresentou no palco, focando em Jungkook em sua suíte privada e imaginando se fosse Jungkook no palco com ele?

Muitas vezes. Ele perdeu a conta.

De repente, ele apalpa o desejo cada vez maior de Jungkook através de suas calças, sentindo nas camadas intermediárias o quanto está se esforçando para ser mantido abaixado. Jungkook solta um som áspero ao toque, e Jimin sorri contra seus lábios...

Jimin é empurrado para longe dele. Desajeitadamente derrubado na almofada do sofá adjacente, ele está muito chocado para se endireitar imediatamente.

Enquanto isso, Jungkook rapidamente se levanta, caminhando a uma distância notável. Ele pressiona as palmas das mãos nos olhos. Jimin só pode imaginar os pontos negros que a pressão causa em sua visão.

— Por que? — Jimin pergunta, sua voz saindo muito mais fina do que ele pretendia. — Por que você me afasta?

A mandíbula de Jungkook se move. Se ele fosse uma nuvem de tempestade, o trovão vibrante em seus ossos seria palpável.

— Porque não podemos.

— Podemos. — Jimin não está desesperado quando diz isso, porque a última coisa que ele fará é implorar por alguém. Mas a intensidade de seu tom vem da certeza de que ele e Jungkook não deveriam ter barreiras que os separassem. No entanto, Jungkook mantém incessantemente suas paredes, não importa quantas rachaduras as desestabilizem dia a dia.

Se Jungkook estivesse totalmente desinteressado, Jimin não teria se permitido chegar tão longe desesperadamente. Mas as paredes de Jungkook não têm apenas rachaduras, elas são quase transparentes.

Mas elas também estão embaçados. É por isso que Jimin não consegue identificar os motivos e emoções de Jungkook. A única coisa que ele sabe com certeza é que Jungkook responde fisicamente a ele, porque isso não pode ser escondido. Mas Jimin também está consideravelmente confiante de que a atração de Jungkook por ele não é tão superficial.

— Isso é o que é. — Jimin continua, sentando-se ereto na beirada do sofá. — É isso que é um patrocínio. Você me dá, e você me dá muito. Eu nem te peço, mas você faz. Mas você não vai me dar isso.

É mais do que isso. Tornou-se mais do que isso, mas Jimin não sabe como falar sobre isso de outra maneira. No final das contas, eles estão em um patrocínio. Se eles tirassem essa desculpa, ainda haveria um motivo para se verem? Jimin está confiante em sua resposta, mas e Jungkook?

Jungkook balança a cabeça, a testa franzida em desconforto.

— Isso não faz parte das regras. É uma expectativa tácita com os outros, para os idiotas autorizados que patrocinam os artistas para dormir com eles em troca de serem doadores tão generosos, mas nunca esperei ou quis isso de você. Isso não é... não quero isso de você.

Jimin o acha tão ridículo que se levanta para dizer:

— Ah, você não quer isso? — Ele move seus olhos para a protuberância definida ainda presente entre os quadris de Jungkook. O mais novo não precisa olhar para si mesmo para entender o óbvio. — Eu acho que sim. — Jimin diz. — Eu sei que você quer.

— Isso não importa, porra. — Jungkook gira sobre o calcanhar para virar no meio do caminho, como se isso fizesse diferença. — Porque não é isso que é.

— Então que porra é essa, Jungkook? — Jimin joga os braços para fora com a pergunta. Sua paciência está diminuindo como o pavio bruxuleante de uma vela. Em seu lugar estão as brasas crescentes de um incêndio florestal. — Acho que me dei muito bem no Deca, desempenhando meu papel como um bom executor para aumentar a atratividade do negócio da família. Tenho feito todas essas excursões diárias com você, fazendo-lhe companhia e contando-lhe tudo sobre a minha vida como você quis, e em troca você me mima com coisas, coisas e mais merdas de coisas. Mas e daí? Qual é o próximo? Para nós continuarmos fazendo isso, continuarmos dançando um ao redor do outro? Ficar aqui assistindo TV de merda, rindo da comida, fazendo compras juntos, indo à praia e passando a noite... o que mais pode ser isso?

Jungkook ficou estranhamente imóvel, como um cervo em uma floresta percebendo algo cauteloso.

Jimin solta um ruído sem humor, sua voz baixa, mas de forma alguma enfraquecida.

— Você tem sido... você tem sido maravilhoso comigo. — Jimin admite. — Tão maravilhoso que continua a me surpreender.

O olhar de lado de Jungkook revela sua confusão.

— Mantendo seu espaço longe de mim, — Continua Jimin. — permitindo-me privacidade, dando tudo para mim para que ninguém mais precise. Exceto, isso é só porque eu sou seu. Quer dizer, legalmente, literalmente, eu não sou... posso chutar você para o meio-fio quando eu quiser, mas aí talvez eu não tenha mais emprego no Deca, certo?

Jungkook não diz nada, mas ele não precisa. Ele deixou bem claro no início que Jimin não seria sensato em negar seu patrocínio.

— Talvez eu tenha que voltar a ser um stripper. — Jimin diz, e ele imediatamente imagina isso em sua mente. Ter que desfilar por um clube sujo disfarçado de algo glamoroso, bajular clientes que o vêem como nada além de um saco de carne fodível. Pelo menos no Deca, ele é um saco de carne que vale a pena comer. Ele é alguém para admirar em alta consideração, não lascívia. Mas se Jimin for honesto, recentemente ele tem se sentido cansado de todo tipo de atenção sexual, até mesmo do tipo bom.

Isso contradiz sua chateação com a presente recusa de Jungkook. Esse fato por si só confunde Jimin.

Ou talvez deixe mais claro que ele só quer a atenção de uma pessoa, não de várias.

— Eu acompanho você durante todo esse patrocínio, conversando com você, passando tempo com você, ninguém mais me patrocina. Você se certificou disso. Por todas as contas, eu sou seu. — Jimin inclina a cabeça, sabendo que parece um bastardo mesquinho quando faz isso. Mas realmente se encaixa no que ele diz a seguir: — Então, como você aguenta me ver foder no palco?

Jungkook não é apenas feito de trovão; relâmpagos cobrem sua pele. Ele arrepia os pelos de seus braços, fluindo pelas veias azuis levantadas que ziguezagueiam por ele.

Pelo menos, Jimin imagina que é assim que Jungkook se sente. Mas, em vez de liberar seu zumbido interno, ele o mantém sob controle, sempre muito controlado.

Jimin não quer isso.

— Como você aguenta isso, hein? — Jimin caminha lentamente ao redor da mesa de centro. Ele vê Jungkook olhando para onde os pés de Jimin afundam suavemente no tapete a cada passo. — Eu sendo fodido pelos outros na frente de uma platéia ao vivo? Você acha que eu não reconheço como você olha para mim? É como sempre fui visto. Mas o problema é que há algo mais em seus olhos, algo mais profundo que outros espectadores nunca se deram ao trabalho de me dar, e tudo o que sei é que isso me faz querer dar a você do jeito que as pessoas sempre desejaram que eu pudesse dar a elas. Não para um show, não para créditos, não para os olhos dos outros. Mas só para você, de mim. Do meu verdadeiro eu. Mas você vai ficar aqui e me dizer que não quer isso? Isso é besteira.

Jungkook ferve entre os dentes,

— Cuidado.

— Oh, agora você quer puxar o cartão de patrocinador do garotão e me dar ordens? Adivinhe, Jungkook? Você não está negando nada do que eu disse. — Jimin já o alcançou, e ele se planta bem na frente de Jungkook. Está perto o suficiente para ele ver seu próprio reflexo nos olhos redondos do mais novo.

Jungkook é orgulhoso demais para não se afastar. Ou talvez ele não possa por outro motivo.

— E se eu disser que quero que você me tenha? — Jimin ronrona. — Para me foder? Só você e mais ninguém? Que quando estou no palco é você que eu imagino me fodendo. Que quando olho para o público, olho para você. É só você.

Jungkook está absolutamente rígido.

— Para. (Parar)

— Você realmente não quer que eu faça isso.

— Engraçado. Eu não considerei você como alguém que desconsidera o consentimento.

Jimin zomba.

— O que, você vai marcar minhas palavras como assédio? Por favor. Você sempre quis apenas a verdade de mim, mas agora é você quem se recusa a ser honesto.

— Você precisa parar.

— Apenas me diga que você não me quer.

Jungkook dá uma risada áspera, do tipo que faria uma pessoa comum se endireitar e se afastar. Mas Jimin não se assusta tão facilmente.

— Você já disse que estou sendo desonesto, — Responde Jungkook. — então por que eu deveria me incomodar?

— Se você disser agora, — Jimin garante, inclinando-se em sua cabeça como se houvesse ouvidos bisbilhoteiros para se esconder, — eu vou acreditar em você. Se você tiver coragem de dizer isso, eu paro.

Em algum momento, a respiração de Jungkook ficou curta e rápida. Não é algo tão dramático quanto um ataque de pânico, mas é o suficiente para denotar seus pedaços de parede desmoronando em fragmentos. Eles devem estar perfurando seus pulmões.

Jimin pressiona:

— Diga. Basta dizer isso e eu vou deixar isso ir. Diga que não quer transar comigo. Nunca.

— Não posso.

— Você não pode o quê?

— Isto é ridículo.

— Apenas diga e eu paro.

— Eu não posso.

— Você não pode o quê? Não pode dizer isso?

Algo detona em Jungkook como uma bomba de dinamite caída. Ele empurra o pescoço para frente, os músculos faciais concentrados e tensos, os olhos escuros como a noite.

— Não posso transar com você! — Ele explode. — Porque se eu transar com você, vou me apaixonar por você!

O mundo inteiro de Jimin para. Sua órbita para. Espaço e tempo não existem mais para ele. Ele registra vagamente o som de seu próprio coração batendo em seus ouvidos, de seu sangue pulsando em suas veias.

— E eu não posso fazer isso. — Jungkook continua, com a voz embargada. — Eu não posso.

Jimin não acha que isso é real. É um sonho? Mas nem mesmo esses são tão inexplicáveis. Mas este momento, ele rapidamente percebe, está acontecendo, porque é muito tangível para ele. Exceto que ele sente como se estivesse se observando a um metro e meio acima de sua própria cabeça. Ele se vê esperando alguns segundos silenciosos antes de ousar passar o polegar sobre a bochecha de Jungkook, e lentamente os dedos pelo cabelo dele.

Jungkook treme a cada toque, como a água de um riacho sobre as pedras. Ele fecha os olhos quando Jimin pressiona um beijo em sua mandíbula. Em sua bochecha. Até o canto da boca. Jimin coloca sua testa sobre a de Jungkook, respirando.

É então que Jimin desliza de volta para seu corpo. A resolução final o preenche, combinando com o borrão no canto de seus próprios olhos. Ele não quer chorar. Ele nem sabe por que as lágrimas vieram, mas elas vieram.

Jimin vai se afastar, seu braço começando a cair.

Mas Jungkook agarra seu pulso com uma mão e envolve sua cintura com a outra. E então Jungkook está beijando-o freneticamente, como se ele estivesse se afogando nas profundezas do mar e Jimin fosse o único suprimento de oxigênio que ele tinha. Ele enfia a língua na boca, beijando-o e beijando-o e beijando-o. A força disso empurra Jimin para trás, e ele quase tropeça nos próprios pés. Batendo em qualquer parede que esteja mais próxima, suas omoplatas chacoalham com o impacto. A breve dor desaparece quando Jungkook se abaixa apressadamente para enganchar os dois braços sob as coxas de Jimin, que rapidamente percebe a intenção. Ele é repentinamente levantando contra a parede, as pernas em volta da cintura de Jungkook e os braços em volta de seu pescoço. São um choque de lábios e língua, de respirações curtas e gemidos.

Jungkook o segura firme em suas mãos fortes enquanto se afasta da parede e sobe as escadas, sua subida inabalável apesar do peso extra. Jimin só consegue ofegar quando está esparramado sobre as cobertas da cama. O corpo de Jungkook se curva sobre ele como uma onda quebrando.

— Eu odeio ver você no palco. — Jungkook murmura, passando as mãos pelo plano tonificado do torso de Jimin. — Eu odeio isso.

Jimin arqueia para ele, abrindo os botões da camisa de Jungkook sem cerimônia. Eles continuam sendo pegos no tecido, e Jimin está a mais duas tentativas fracassadas de rasgar o material.

— Você faz?

— Sim. — Jungkook desce sobre ele, pegando seu lábio inferior entre os dentes e chupando. Jimin geme enquanto levanta os quadris, pressionando seu desejo para cima contra o de Jungkook. Desde que eles se sentaram no sofá, a ereção de Jimin já está doendo por causa da prisão de sua cueca. Ele não consegue se lembrar da última vez que esteve tão impaciente, tão ansioso. Isso confunde seu cérebro.

Ele consegue desfazer o resto dos botões de Jungkook, e logo sua camisa está fora. Jimin desliza as palmas das mãos pelo músculo duro do estômago do mais novo, sentindo-o contrair incontrolavelmente ao toque. Jimin afunda no colchão sem acreditar em como Jungkook está definido sob suas mãos. Ele é muito gostoso. O calor de seu corpo está quase febril.

Jimin está derretendo abaixo dele.

Jungkook remove a boca de Jimin apenas para se sentar de joelhos e enrolar os dedos na faixa da calça do mais velho.

Ele diz:

— Levante seus quadris, querido.

De uma só vez, Jungkook a puxa e tira a cueca junto. O ar frio atinge o pênis de Jimin enquanto ele sobe ao longo de seu estômago.

Jimin nem consegue contar a quantidade de olhos que já o viram por inteiro, em seu ponto mais vulnerável. Mas deitado em cima de sua cama agora, nu abaixo do homem que tecnicamente possui esta mesma cama, ele sente uma estranha sensação de mansidão bem-vinda. Ele acha que nunca sentiu isso antes. Em sua carreira, ele sempre teve que ser dominador, mesmo que sua persona externa fingisse não ser. Se parecia que seus olhos estavam fechados, eles estavam realmente abertos. Se parecia que ele estava nebuloso, ele estava realmente claro. Era tudo parte do ato, ele sendo recatado e ignorante. Ele sendo excessivamente paquerador e tímido.

Mas com Jungkook agora, ele não precisa agir. Ele pode apenas sentir. Ele pode apenas responder. E ele descobre que há uma grande parte dele que sente alívio no conforto de saber que ele realmente consente. Porque ele quer estar bem aqui, assim. Porque com Jungkook ele se sente seguro o suficiente para deixar ir.

Jungkook está olhando para ele com um desejo não adulterado, mas não com uma presunção arrogante, como se Jimin lhe devesse alguma coisa. Não como se ele fosse apenas um corpo atraente para dominar. Nem mesmo como se ele fosse uma obra de arte para admirar como uma coisa sem vida na parede.

Jungkook está olhando para ele como se ele não fosse nada além de um homem chamado Park Jimin. Alguém valioso. Alguém com coração, mente e alma que por acaso também é feito de pele, músculos e ossos tentadores.

— Você é tão lindo. — Jungkook sussurra. Jimin acredita nele quando ele diz isso.
    
 
 

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Eu amo o respeito que Jungkook tem. Mesmo desejando Jimin, ele tem consciência de seus motivos iniciais sobre patrocinar o garoto... Mas agora Jungkook não aguentou a pressão e finalmente teremos hot.

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