36. Trinta Seis
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Oh, o amigo de Jimin foi indicado para Jungkook. Interessante...
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— Kim Namjoon? Esse nome soa familiar. — Diz Seokjin.
Jungkook se anima em sua mesa de dois lugares, o ruído de nível médio da conversa do café desapareceu em seus ouvidos. Espremido em um ponto entre o café e uma parede de cabines, o movimento de ambos os lados de Jungkook emparelhado com o barulho é uma leve irritação. Assemelha-se ao pulsar constante da bandagem muito apertada em torno de seus dedos.
Quando Jungkook chegou ao restaurante para almoçar com Seokjin, apenas algumas horas depois de voltar da delegacia, o homem mais velho olhou para seu exterior áspero com preocupação controlada. Seokjin estava mais curioso para saber em que direção a explicação de Jungkook iria, em vez do próprio visual.
— O que diabos aconteceu com você? — Seokjin perguntou. — Você tropeçou subindo a escada do seu loft?
Jungkook respondeu com um gesto de mão vulgar. Ele também explicou tudo o que aconteceu na noite anterior, menos a situação íntima que ocorreu no banheiro de Jimin. Se ele compartilhar essa parte da história, Seokjin vai olhar para ele com aqueles seus olhos oniscientes e, ele não terá que dizer isso, mas vai expressar através de um único olhar que ele acha que Jungkook cometeu um erro. Ele não quer ouvir, então omite a parte sobre beijar Jimin.
Seokjin também não tem ideia de que Jimin o beijou bêbado na boate. Mas ele sabe como Jungkook saltou em defesa de Jimin naquele jantar para investidores. Ele agora sabe que Jungkook fez o mesmo ontem, desta vez com apostas muito maiores.
Talvez Jungkook nem precise divulgar os detalhes sobre os desenvolvimentos fisicamente íntimos dele e de Jimin para Seokjin, porque o resto já diz o suficiente.
— Quem quer que seja esse Kim Namjoon. — Jungkook diz. — Talvez você tenha lido um de seus livros? Ou o viu referenciado online?
— Por favor. — Seokjin diz, pegando uma colher de sua refeição. — Eu não leio. Não, não pode ter sido isso. — Ele saboreia sua mordida, pensando enquanto Jungkook aproveita o momento para comer seu próprio almoço. — Kim Namjoon… — Seokjin ecoa. De repente, ele deixa cair a ponta da colher no prato. — Oh! Eu sei onde ouvi o nome. Ele é amigo de Park Jimin.
Jungkook engole com força, a comida afundando lentamente em sua garganta.
— O que?
— Antes de Jimin ser oficialmente contratado, ele foi à Decadentia para uma primeira reunião para verificar o negócio. Ele estava convencido de que eu era um moleque tentando traficar sexo com ele, então ele levou um amigo como reforço. — Jungkook bufa com isso. — Era um homem chamado Kim Namjoon. Alguns nomes são comuns, mas provavelmente pode ser o mesmo indivíduo. Com nossa recente série de coincidências e ocorrências estranhas, eu não duvidaria disso.
— Você se lembra de como ele é? — Jungkook pergunta, já pegando seu celular.
— Foi em novembro, mas tenho certeza de que reconheceria uma foto dele.
Jungkook digita o nome do homem em seu navegador da web, vendo o mesmo perfil aparecer horas atrás, quando ele o procurou pela primeira vez. A imagem focada de Kim Namjoon parece uma foto do anuário, embora seja provavelmente o que ele usa como foto oficial. Jungkook estende seu dispositivo para Seokjin.
Olhando para a foto, Seokjin franze os lábios antes de assentir.
— Sim, é ele. Homem de aparência inteligente, não é? Bem, suponho que seria se fosse um autor. Que coincidência engraçada.
Observando Seokjin voltar para o almoço, Jungkook pondera:
— Jin. E se... e se o chefe Na não estivesse recomendando que eu lesse seus livros?
— Apenas resumos, então?
— Não. Não, ela poderia apenas ter dito o nome dele em voz alta, certo? Mas ela anotou e dobrou o pedaço de papel antes de me dar. E ela sublinhou encontrá-lo. Achei que ela queria apenas que encontrasse seu trabalho, mas e se não for isso?
Seokjin toma seu coquetel entre os dedos.
— Você pode estar delirando.
— Não, olhe, — Jungkook insiste, cruzando os antebraços sobre a superfície da mesa. — As palavras exatas dela para mim foram: 'Ele trabalha duro para resolver suas preocupações.' Talvez ela estivesse me orientando a contatá-lo porque ele pode ajudar de alguma maneira, talvez de maneiras que ela não pode.
Quanto mais Jungkook tenta explicar isso para Seokjin, mais faz sentido para seus próprios ouvidos. Por que uma chefe de polícia recomendaria um autor de auto-ajuda? Ela é policial, não terapeuta.
Apesar da falta de confiança de Jungkook na polícia para resolver problemas que não os beneficiam diretamente, ele sente uma confiança instintiva em relação a Na. Ele não acha que ela está mentindo sobre lamentar a realidade de sua posição e seus limites. Ela parecia genuína sobre o caso de seu irmão. Ela não precisava dar a ele nenhum memorando, seja realmente para ele verificar alguns livros para sua sanidade ou para alguma outra coisa escondida no gesto gentil.
— Você acha que Jimin sabe alguma coisa sobre isso? — Seokjin pergunta com uma sobrancelha levantada.
— Ele não sabe sobre seu pai. — Jungkook responde, sua boca pressionada em uma linha pensativa. — Se esse Kim Namjoon está de alguma forma relacionado a tudo isso, então por que Jimin saberia disso também?
Definitivamente, como um relógio marcando o inevitável, Seokjin diz a ele:
— Acho que não custa nada procurar esse homem. Na pior das hipóteses, ele é apenas um autor inspirador.
— O site dele tem informações de contato. Vou enviar um e-mail para ele. Eu não posso perguntar a Jimin. Não o quero envolvido.
Flashes da noite passada voam pela memória de Jungkook como relâmpagos. Ele esfrega o antebraço com a imagem de Jimin sendo arrastado por dois dos homens de Kangdae, ultrapassado. Ele os vê rasgando as costas da camisa de Jimin, o tecido grudado em sua pele molhada pela chuva, Jungkook incapaz de alcançá-lo.
— Seria fácil usar a desculpa de Na recomendando livros úteis que por coincidência são escritos pelo amigo de Jimin. — Seokjin aponta com um encolher de ombros. — Ele não suspeitaria de nada.
— Claro, mas eu quero Jimin o mais longe possível disso, não importa o que seja.
Seokjin o observa cuidadosamente por cima de seu copo de bebida, provavelmente vendo tudo o que Jungkook não tem a dizer.
— O que aconteceu com você tão facilmente disposto a machucá-lo para pegar Kangdae? — Seokjin ainda pergunta, porque é claro que ele quer que Jungkook expresse seus pensamentos e intenções. — Essa é a razão pela qual você o patrocina.
— Eu disse a você, — Jungkook diz, concentrando-se em espetar sua carne fatiada para que ele não tenha que mostrar suas emoções pulsantes em seu rosto, — Kangdae não se importa com o que acontece com Jimin. Ter Jimin é inútil.
— Então jogue-o de lado.
Jungkook olha para cima de seu prato. Ele não consegue evitar.
— O que?
— Você não precisa mais dele. Você nunca se importou pessoalmente com nenhum dos artistas, tendo mantido distância em respeito a eles e para não tirar vantagem de seu status de filho de Ruby. Mas você quebrou isso com Jimin. Agora que você sabe que Jimin não sabe nada sobre seu pai e não pode ser usado como isca, então você não tem mais motivos para patrociná-lo. Ele pode ser liberado para outros membros patrocinarem, para que ele possa trabalhar normalmente como os demais.
Porque esse seria o passo lógico, não é? Agora que está provado o quão pouco importa ter Jimin ao seu lado, os comentários de Seokjin são consideravelmente válidos. Jungkook deveria acabar com as coisas. Ele deveria deixar Jimin trabalhar como um artista típico com as mesmas oportunidades de patrocínio que o resto de seus colegas de trabalho.
Exceto que o pensamento de não estar mais em um patrocínio com Jimin não se encaixa com Jungkook. Distanciar-se de Jimin, cessar qualquer relacionamento que eles tenham, isso enche Jungkook de desconforto, como uma coceira que não pode ser coçada. Ele pode ter encontrado forças para deixar Jimin na noite passada, mas isso foi só depois que ele foi arrastado por uma onda tumultuada da boca, mãos e pernas de Jimin e tudo mais.
— Os homens de Park vieram atrás de nós dois. — Jungkook racionaliza. — Eles sabem que eu... eles acham que eu me importo com Jimin, que é exatamente o que Kangdae fez ontem. Foi para me assustar. — Jungkook pega sua bebida, levando o canudo aos lábios. — Interromper meu acesso fácil a Jimin o coloca em perigo.
— Você?
Jungkook cuidadosamente coloca seu copo na mesa.
— Eu o que?
— Se importa com ele?
Tanto para Seokjin não perguntar diretamente.
— Nós temos saído juntos nos últimos meses. — Jungkook explica, porque essa parte dificilmente é falsa. É sempre melhor evitar a verdade com verdades mais fáceis de dizer, não mentiras. Ou, melhor ainda, nenhuma resposta. Mas isso não vai acontecer com Seokjin. — Ele é tão amigo quanto pode ser, apesar de nossas circunstâncias estranhas.
— Hmm. Não sabia que você tinha amigos.
— Então o que você é?
— Um homem que tenta fazer seu trabalho, mas tem que bancar a babá do filho carente de sua chefe.
Jungkook alcança seus pratos para golpear sem dor o bíceps de Seokjin.
— Então, você sente que deve manter Jimin ao seu lado para protegê-lo.
Jungkook relaxa em sua cadeira, retomando o garfo.
— Algo parecido.
— E o que você pode fazer se Kangdae vier atrás de você?
— Bem, acho que provei minha capacidade de me defender contra seus homens ontem à noite.
O olhar de Seokjin escurece.
— Você tem sorte de eles não terem armas com eles, Jungkook. Da próxima vez, você pode não ter tanta sorte.
Jungkook se pergunta por que eles não tinham. Talvez sim, e simplesmente não as pegaram, preferindo os punhos. Embora as armas tivessem ajudado sua causa. Poderia ter acontecido de maneira muito diferente se algum deles tivesse pego algo afiado ou técnico em resposta aos avanços de Jungkook.
— Então estarei preparado. — Ele diz a Seokjin.
— Não seja arrogante. Você não é um deus. A própria Na disse. A polícia não vai e não pode incriminar Kangdae. Você tentou mostrá-lo declarando seu domínio sobre Jimin, mas não funcionou. Você não está disposto a descer ao nível dele ferindo ou matando Kangdae, então o que vem a seguir, Jungkook?
Porra, os dois falam em círculos.
— Vou falar com Kim Namjoon e descobrir.
— E se ele for realmente apenas um autor?
Jungkook acena sem rumo com o garfo no ar.
— Então vou pegar o autógrafo dele.
Seokjin solta um suspiro pesado pelo nariz. É sempre assim. Ele aconselha e Jungkook ignora seu conselho. Não é porque ele (JK) não valoriza suas sugestões e opiniões, de jeito nenhum. De certa maneira, ele aprecia o empurrão constante. Melhor ter um amigo que não tenha medo de discordar de você por preocupação do que aquele que apoia cegamente todos os seus movimentos em prol da paz.
Essa situação com Kangdae não é tão facilmente discutida ou abordada. Jungkook imagina que se alguém soubesse o suficiente para expressar uma opinião, eles pensariam algo totalmente diferente de Jungkook e Seokjin. O mundo está inundado de cinza, mas pelo menos para Jungkook, punir Kangdae é o mais preto e branco possível.
— Tenha cuidado. — Seokjin diz a ele.
— Sempre.
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Olá, Kim Namjoon. Aqui é Jeon Jungkook.
Presumo que você saiba quem eu sou, então não vou me incomodar com longas apresentações. Estou tratando de algo pessoal e, ao falar com a polícia sobre um acontecimento recente, a chefe da delegacia recomendou que eu encontrasse você. Ela perguntou se eu lia, ao que eu disse que não, mas ela recomendou você de qualquer maneira, me informando sobre seu trabalho. Ela disse que você trabalharia duro para resolver minhas preocupações.
Você poderia me encontrar para um café? Eu adoraria conversar com você pessoalmente e ter uma noção de sua experiência. Os e-mails são bastante impessoais. Estou curioso para saber se você é tão prestativo quanto a chefe afirmou. Por favor, responda para mim o mais rápido possível com datas e horários que funcionem para você esta semana.
Além disso, peço que você não conte a Jimin sobre isso. Pelo bem da minha relação profissional com ele, seria inapropriado.
Obrigado.
Jungkook faz questão de redigir cuidadosamente o e-mail. Pode não ser nada, mas na pequena chance de alguém obter o e-mail que não deveria, agora ou no futuro distante, Ele não quer que suas verdadeiras intenções estejam flutuando na Internet para serem rastreadas para ele. Se Namjoon realmente é algum autor inofensivo que Na pensa ser uma fonte benéfica de inspiração, então isso é tudo que Namjoon verá na mensagem. Mas se ele não for, então ele espera que Namjoon seja inteligente o suficiente para entender o duplo significado das palavras.
Jungkook recebe uma resposta menos de uma hora depois. Namjoon está disponível amanhã à uma, e como ele não tem onde estar nas tardes de quarta-feira, aceita habilmente.
Ele envia a Namjoon um local de encontro, um café casual, porém sofisticado, do outro lado do rio, longe do Deca ou mesmo de sua universidade. Embora severamente improvável, ele não quer que ninguém que ele conheça encontre-se com eles.
Chegando primeiro, Jungkook toma a iniciativa de pedir e pagar o café de Namjoon, escolhendo para ele uma opção universalmente aceita de algo gelado e não muito doce. Os cubos de gelo dentro da bebida são café congelado, não água, então ele não se preocupa muito em chegar um pouco mais cedo.
Namjoon chega precisamente na hora.
Jungkook quase nunca está nas mídias sociais, mas ele percorreu o perfil do Slab de Namjoon no dia anterior para ter uma ideia de quem ele está encontrando. A estética da internet do autor é a aparência de alguém que aprecia arte, citações de livros de outros escritores, fotos de pinturas e excursões ao ar livre, atualizações de status simples, mas pungentes. Há algumas fotos com Jimin. Jungkook demora nelas. Este homem deve ser o amigo do ensino médio de quem Jimin falou.
Quando Namjoon entra na cafeteria agora, ele parece o mesmo do perfil, cabelo arrumado sob um boné, roupas em tons neutros e um rosto maduro, mas jovem. Namjoon não precisa procurar por ele. Namjoon o localiza e o reconhece imediatamente.
— Tomei a liberdade de pedir para você. — Jungkook começa como uma introdução, apontando para a bebida gelada oposta à dele. — Espero que você não seja realmente alguém que precisa de mais xarope do que café.
— Oh, não, definitivamente não. — Namjoon responde com um meio sorriso educado, sentando-se em frente a Jungkook em sua mesa. Ele parece relaxado, como se estivesse aqui apenas para discutir seu trabalho escrito com um leitor em potencial. É por isso que ele parece tranquilo, ou é porque ele esperava que Jungkook o contatasse com a direção da Chefe Na?
— Disseram-me que você é um autor. — Jungkook diz, reclinando-se em sua cadeira.
— E eu sou.
— E que você pode trabalhar duro para resolver minhas preocupações.
— Essa é uma maneira enigmática de colocar isso.
— Então, como você o descreveria?
Namjoon pega seu café. Provando um gole, ele faz um som de aprovação enquanto pega o canudo entre dois dedos para rodopiar no gelo.
— Eu não gosto de falar em enigmas. Aqui está a coisa, Sr. Jeon, posso chamá-lo de Jungkook? Eu sinto que você é próximo o suficiente de Jimin, e obviamente sou próximo o suficiente de Jimin para me referir a você diretamente.
Jungkook levanta um ombro indiferente.
— Certo. Jungkook. — Namjoon toma um gole de sua bebida mais uma vez antes de colocá-la na mesa. — Sou um autor, sim, mas não foi por isso que o chefe Na me recomendou a você. — Jungkook observa o fato de nunca ter revelado qual policial recomendou Namjoon a ele. — Escrever é meu trabalho diário. — Namjoon continua. — Mas antes de ser um autor, tentei me tornar um policial.
Bem, isso definitivamente não está indo para onde Jungkook pensou que iria.
— Fascinante. — Comenta, cruzando os braços. — Como isso é relevante?
Namjoon lança um olhar para ele.
— Uau, Jimin não estava errado.
— Sobre?
— Hm, qual é uma boa maneira de colocar isso? Que você vai direto ao ponto.
Jungkook sente os cantos de sua boca se levantarem.
— Então vá direto ao ponto.
Suspirando, Namjoon continua.
— Eu trabalho com Na, e fui eu quem te enviou a localização de Park Kangdae no espaço alugado.
Jungkook instintivamente olha ao redor da loja, mas ninguém presta atenção neles. À sua direita, uma mãe e dois filhos pequenos dividem uma fatia de bolo matcha. À sua esquerda, o funcionário adolescente do sexo masculino no balcão de pedidos abre um sorriso para a atual cliente ainda em seu uniforme escolar.
— O que quer dizer com você que me enviou a localização dele? — Jungkook pressiona, endireitando os ombros com foco repentino.
— Eu mantive o controle sobre Kangdae por anos. Percebo se alguém está bisbilhotando e, mais recentemente, tem sido você.
Jungkook tenta esconder o choque, mas nem se dá ao trabalho de tomar seu café para disfarçar.
— Explique.
— Dói pedir educadamente?
— Sim. Explique.
Namjoon ajusta seu boné. É um chapéu de lobo.
— Não reclame comigo se eu começar do começo. Afinal, sou um contador de histórias. — Ele começa. — Então, eu estudei no ensino médio com Jimin.
Jungkook é tentado a interromper e perguntar se Jimin está ciente da vida dupla de Namjoon, se Namjoon avisou que viria hoje, apesar de dele ter pedido que ele não dissesse, ou se Jimin está escondendo isso dele (JK) esse tempo todo.
Mas esse último não pode ser verdade.
Jungkook segura sua língua e escuta.
— Depois de me formar, planejei me tornar policial. — Diz Namjoon. — Chame isso de meu desejo hipócrita de fazer algo de bom no mundo. No entanto, só cheguei ao bootcamp antes de ser dispensado. Nunca recebi meu distintivo. Na época, eu fiquei muito mais emotivo com isso, mas deixei a raiva passar. Foi porque lá no básico eu conheci a realidade da Agência Nacional de Polícia. Desde o início, eles nos impõem sua política estrita de não perguntar. Você não pode questionar nada, porque você deve aceitar tudo. É aquela mentalidade militar, sabe? Só que acho que pensei que seria diferente com a polícia.
— Deixe-me adivinhar. — Jungkook fala impassível. — Você perguntou.
— Eu perguntei sobre o não pergunte. — Namjoon confirma com um aceno de cabeça. — Mas foi mais do que isso. Não estava apenas comentando sobre os métodos de treinamento do bootcamp, mas nós, como subordinados, não podemos questionar o quão corrupto tudo isso é. Era para que, se um superior tomasse uma decisão injusta, ninguém pudesse questioná-la. É assim que a polícia sofre uma lavagem cerebral para fazer apenas o que lhes é dito e assumir que só sabe o que precisa saber. Bem, eu não gostei muito disso e fui dispensado. Então, segui minha carreira no Plano B, como autor. Isso confundiu meus pais, mas eles secretamente preferiam que eu fizesse algo seguro de qualquer maneira. — Namjoon estremece um pouco. — Desculpe, mamãe e papai. Eles não têm ideia do meu horário de trabalho.
— E como isso aconteceu, exatamente?
— A chefe Na entrou em contato comigo dois anos depois que fui dispensado, não oficialmente, acho, porque nunca me tornei policial. Ela estava examinando o registro de algum outro caso quando se deparou com o meu e leu meu relatório sobre o motivo de minha demissão. Ela me procurou e fez uma proposta: não poderia me dar nenhuma arma, autorização ou informação confidencial, mas considerando que a polícia ignora certos criminosos, então não deveria importar se um cidadão se envolve em algo que eles ignoram. Ela nunca superou como foi retirada do caso de seu irmão com Kangdae e sua gangue. É óbvio como ele morreu e quem é Kangdae, mas os superiores deram um monte de desculpas idiotas sobre por que precisavam utilizar seus recursos e esforços em outro lugar.
Namjoon faz uma pausa para respirar.
— Na sempre teve isso em mente, mas ver meu relatório de liberação fez com que ela pensasse. Eu estaria interessado em ajudá-la a ficar de olho em Kangdae e sua gangue? Não seria muito, eu não estaria invadindo o esconderijo secreto de Kangdae com armas em punho. Mas eu poderia ficar de olho nele se chegasse o dia em que Na tivesse a chance de prendê-lo.
Namjoon acrescenta depois de um segundo.
— Não apenas Kangdae, mas qualquer outra coisa que Na queira ajuda. Ela me avisou que eu estaria arriscando minha vida, porque há um limite para o apoio físico que ela pode me dar, considerando que isso está completamente fora do radar. Mas eu disse a ela que, se não estivesse disposto a arriscar minha vida, nunca teria tentado ser policial em primeiro lugar. Então, tenho trabalhado disfarçado como nada mais do que um cidadão preocupado nos últimos anos fazendo pequenas coisas para Na quando ela pede. Um delas, o mais importante, na verdade, é saber onde Kangdae está. Eu enviei um e-mail para você com a localização dele, Jungkook, porque eu sei onde Kangdae consegue seus bolinhos favoritos. Ou seja, eu sei quando um estranho está bisbilhotando, que é você.
É impressionante absorver todas essas informações. Jungkook deveria ter encontrado Namjoon em um bar, não em uma cafeteria.
— Por que me dizer onde ele estava? — Jungkook pergunta.
— Eu estava curioso para saber o que você queria, principalmente como uma das vítimas de Kangdae no caso de Na na época, e ainda mais porque você é atualmente o papaizinho do meu melhor amigo.
Com isso, Jungkook não pode deixar de bufar um sorriso bem-humorado sobre sua xícara de café.
— Então, — Diz Namjoon. — eu conversei com Na sobre isso, e seu instinto disse a ela que Kangdae não machucaria você. Não agora, pelo menos. Esperei até que Kangdae planejasse ter uma reunião de negócios inofensiva com algum cliente dele, mandando um e-mail para você onde seria e quando eu soubesse que a reunião terminaria, então Kangdae ficaria sozinho. Eu rastreei você nos feeds do CCTV da cidade para ter certeza de que você saiu da mesma maneira que entrou.
Jungkook não pergunta como Namjoon tem acesso ao CCTV da cidade. Ele pode adivinhar que é graças a Na.
— Onde Jimin se encaixa nisso tudo? — Jungkook pergunta, porque entre todas as bombas de informação que Namjoon acabou de lançar sobre ele, isso é o que está na vanguarda da mente dele. É forçar a sua presença como um raio de sol apanhado numa nuvem.
— Um lugar alheio. — Namjoon responde, soando arrependido. — Ele não sabe de nada. Quando lhe ofereceram um emprego no Decadentia, eu sabia o que era o clube, mas fingi que nunca tinha ouvido falar. Mas meu apoio para que ele aceitasse o cargo era genuíno. Eu sei o suficiente sobre o caso do seu irmão para saber sobre o Deca, particularmente como ela tem sido um empregador seguro e bem-sucedido desde aquela tragédia. Além disso, Jimin teria continuado como stripper se não aceitasse o emprego, e eu odeio que ele tenha vivido essa vida por tanto tempo. — Diante do rosto pensativo de Jungkook, Namjoon rapidamente garante: — Não tenho nada contra tirar a roupa, mas é o perigo que vem com isso que eu odeio. Então, sim, Jimin estar no Deca nos últimos seis ou sete meses tem sido ótimo para ele. Mas é uma coincidência engraçada que você acabou patrocinando ele, não é?
Jungkook não finge ignorância, mas dificilmente nega à admissão.
— Olha. — Namjoon começa, inclinando-se em direção à mesa para falar baixo abaixo de seu boné, — Eu não sei que tipo de relacionamento você está fingindo ter com Jimin, mas eu sei porque você começou tudo em primeiro lugar. Só que Jimin não sabe de nada. Não sobre mim, você ou o pai dele. Também não sei a extensão total dos sentimentos dele por você, mas ele gosta de você. Ele realmente gosta de você. Não quero que ele se machuque com tudo isso.
Jimin já disse essas palavras. Eu gosto de você. Eles se beijaram duas noites atrás, e foi mais do que um beijo básico. Era uma conversa silenciosa falada com seus corpos, duas notas musicais solitária e por conta própria até se juntarem para formar uma melodia.
— Bem, você mesmo disse. — Jungkook diz, brincando com o relógio em seu pulso. — Você sabe por que eu comecei isso em primeiro lugar. — Para se vingar de Kangdae, e Jimin infelizmente é filho dele. É a afirmação não dita.
Namjoon inclina a cabeça em desaprovação.
— Sim, mas não quero dizer isso. Não parta o coração dele, Jungkook.
Jungkook não tem nada a dizer sobre isso. Em vez disso, ele arrasta sua mente para algo sobre o qual possa falar.
É ridículo que Na tenha que contornar a polícia quando ela mesma é uma chefe. A posição dela não lhe dá qualquer influência? Jungkook pega seu café, irritado, e toma um longo gole.
— Você realmente apenas observa onde Kangdae vai como uma mosca na parede? Você ainda não fez porra nenhuma?
— O que posso fazer? O que Na pode fazer? Ela tem seus próprios superiores. Ela está presa em uma teia apertada. É por isso que ela me procurou há tantos anos, em primeiro lugar, e ainda existem grandes obstáculos.
Jungkook relembra seus comentários sobre por que ela escolheu permanecer uma oficial, mesmo apesar de seus limites. É admirável, ele pensa, mas também frustrante. Ele ainda murmura:
— Se ela não gosta de como eles operam, por que se incomodar em ser chefe?
— Hum, um salário? — Namjoon oferece. — Benefícios de emprego no governo? E porque ela tem acesso à informação que a levou até mim e, portanto, trouxe você até mim agora.
Jungkook olha de soslaio para ele.
— Como eu estar aqui faz alguma diferença?
— A diferença é que você pode se encontrar com Kangdae. — Namjoon diz. Jungkook franze as sobrancelhas. — Eu não posso. — Namjoon continua. — Ele não me conhece. Mesmo que eu fingisse ser um comprador, ou um vendedor, ou alguém de outra gangue, não poderia fazer nada que obrigasse os policiais a prendê-lo. Ele nunca deixaria um estranho chegar perto o suficiente. — Ele faz uma pausa.
Jungkook tem a sensação de que sabe para onde a conversa está indo. Algo gira em seu peito como um vento gelado.
Namjoon diz a ele:
— Mas você pode.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Uau. Quem diria que Namjoon era um tipo de detetive secreto. Kkkkkkkkkk. Bem, espero que eles peguem Park Kangdae e jogue atrás das grades.
Obrigada a todos que ficaram ate aqui. Espero que continue me apoiando. (◠‿◕) ♡
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