34. Trinta Quatro
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Jimin e Jungkook foram encurralados, Jungkook foi muito machucado. Quem ordenou o ataque e porque? Vamos descobrir
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Entrando pela entrada de emergência, Jimin não explica para a enfermeira da triagem de onde eles vieram ou porque os dois estão arranhados. Ela não os pressiona para obter respostas. Tudo o que ela faz é questioná-los sobre as causas técnicas de seus ferimentos e faz o check-in formal na recepção. Outra enfermeira cuidará de suas feridas, diz ela, antes de correr para um recém-chegado que manca pelas portas.
A sala de emergência é de um branco brilhante e cheira a alvejante e lavanda. Com que frequência eles devem limpar o espaço ocupado para que não cheire nem mesmo um cheiro dos vários ferimentos que os pacientes devem apresentar?
Sentado em duas cadeiras de espera, ainda úmido de suas roupas encharcadas, Jimin suspira longamente e descansa a cabeça contra a parede. Ele sente o vinil grudar em suas costas expostas. Este hospital deve receber pacientes suficientes do distrito para não focar em sua camisa rasgada. Embora ninguém possa vê-lo agora de onde ele está sentado, ele não notou se alguém olhou por mais de um segundo para ele quando estava de pé. O estilo da camisa já é recortado com furos propositais para mostrar as mangas dos ombros e dos braços, além da barriga entre a ponta do tecido e a cintura da calça. Talvez os transeuntes pensem que as costas rasgadas fazem parte do conjunto. Não seria a escolha de moda mais estranha vista em Sinwon.
Pensando em seu traje, Jimin de repente percebe como seu sapato direito está folgado. Ele se inclina sobre o colo para amarrar os cadarços desfeitos de sua bota. O ar-condicionado frio toca sua pele como uma brisa gelada. Quando ele se senta, Jungkook tirou a jaqueta e a estendeu para ele.
Jimin olha muito tempo para ela antes de pegar a roupa, sem se preocupar em deslizar os braços para dentro, apenas colocando-a sobre os ombros. Já é bastante grande pois Jungkook é mais largo que ele. Está úmida, mas não encharcada como algo feito de algodão.
Jungkook observa Jimin colocá-lo. É a primeira vez que Jungkook realmente olha para ele desde que encontrou aqueles quatro bandidos.
Jungkook levanta uma mão com dificuldade, como se seus ossos fossem feitos de farinha pesada e embalada. Mas quando passa o polegar na bochecha de Jimin, é macia como uma pena.
Jimin pode contar em suas mãos a quantidade de vezes que Jungkook iniciou esse tipo de contato físico com ele. Ele prende a respiração. Talvez se o fizer, Jungkook ficará um pouco mais.
Jimin registra que Jungkook deve estar olhando para onde sua bochecha foi arranhada na parede de concreto. Ele não teve a chance de se olhar no espelho, mas o lugar dói um pouco. Ele só pode imaginar que há algum tipo de machucado.
Jungkook vai escovar a pele mais uma vez, mas pensa melhor. Seu braço paira desajeitadamente no ar entre eles antes de puxá-lo de volta para si mesmo, virando-se para olhar à sua frente. Ele pigarreia, segurando as mãos no colo como se as estivesse forçando a ficarem paradas.
Deve ser estranho para Jungkook, Jimin imagina, testemunhar ele (JM) tão nu de uma maneira tão diferente da maneira como ele fica nu no palco. Este é um tipo distante de vulnerabilidade, grosseiro e sujo.
Também é estranho para Jimin ter visto o Jungkook tipicamente calmo tão desequilibrado.
Uma enfermeira diferente vem até eles, levando-os para uma cama vazia. Eles se sentam um ao lado do outro na beirada enquanto a mulher se reveza para cuidar de seus ferimentos. Não é muito e não demora muito. Ela garante que nenhum deles tenha torcido o tornozelo sem saber, bem como realiza várias verificações simples como procedimento padrão. Ela faz algumas perguntas a eles.
Jungkook não se preocupa em dizer que levou vários chutes no estômago, então Jimin diz isso por ele. A enfermeira então verifica seu estômago e, uma vez que ela decide que seus órgãos internos provavelmente estão apenas um pouco machucados, ela os instrui como limpar e trocar seus curativos antes de mandá-los embora.
Jungkook está agindo como um aparelho desatualizado. Ele só fala quando perguntado. Ele só se move quando precisa. Mas nas poucas vezes que ele pega o olhar de Jimin, algo pesado enche seus olhos grandes, apenas para desaparecer no momento em que ele se vira.
Sua voz é monótona quando eles passam por uma máquina de venda automática perto da saída e Jungkook diz:
— Você deveria beber água. — Ele não espera que Jimin responda, mas pega seu celular para escanear seu cartão de crédito no leitor. Uma garrafa de água cai no fundo e Jungkook se agacha para tirá-la de debaixo da aba. Jimin silenciosamente o pega, murmurando um agradecimento antes de tomar alguns goles. Ele oferece o restante para Jungkook, que balança a cabeça debilmente.
Jimin não perde tempo para segurar o pulso de Jungkook e forçar a garrafa em sua mão, o gesto não é mais uma oferta, mas uma ordem. Jimin sai do hospital antes que o homem possa recusá-lo novamente. Ele apenas se preocupa em olhar por cima do ombro para ter certeza de que Jungkook o está seguindo. Ele se vira quando o vê beber. Jimin não tem certeza para onde ir a seguir.
— Vou te levar para casa. — Jungkook anuncia baixinho quando o alcança.
Jimin apenas acena com a cabeça, e eles vão até a linha de metrô mais próxima. Não há mais necessidade de jogar junto; eles podem pedir um transporte. Mas Jungkook não diz nada enquanto Jimin o leva para o metrô. Além disso, sempre tem um perto do hospital.
Como é tarde da noite, o trem em que eles embarcam não está lotado. Eles conseguem pegar dois assentos, e Jimin está muito ciente de onde sua coxa está pressionada contra a de Jungkook enquanto eles vão silenciosamente para casa. Jungkook normalmente se afastaria. Mas ele não faz agora. Jungkook está sentado no corredor, mas olha pela janela oposta. Jimin tenta encontrar seu olhar no vidro reflexivo, os dois espelhados com as luzes brancas do teto do trem contra o pano de fundo preto do túnel subterrâneo. Mas Jungkook está sem foco.
Jimin coloca a cabeça no ombro dele. E jura que ouve Jungkook inalar a menor das respirações.
O som de seus pés na calçada ecoa enquanto eles fazem a curta caminhada da saída da estação até o prédio de Jimin. As portas do saguão se abrem para deixá-los entrar. A viagem de elevador é tranquila, silenciosa o suficiente para Jimin ouvir seu próprio batimento cardíaco vibrando em seus ouvidos. Ele acha que o bipe da porta da frente está mais alto do que o normal quando a destranca.
Caminhando pela entrada, ele não sai imediatamente para tirar os sapatos. Em vez disso, ele se vira, encostando na porta aberta. Jungkook permanece no corredor, as mãos cerradas ao lado do corpo, parado como se não soubesse o que fazer consigo mesmo.
— Sua jaqueta. — Jimin lembra, indo removê-la.
Jungkook levanta a mão em uma recusa gentil.
— Mantenha-a.
Jimin solta os dedos da peça, deixando-o enrolado em si mesmo. Ele espera por algo. Qualquer coisa. Por uma explicação. Por uma resposta. Por uma garantia. Ele não tem certeza do que quer que Jungkook diga, mas qualquer coisa funcionaria.
Exceto que Jimin está cansado de esperar.
— Você gostaria de ficar? — Ele pergunta.
Ele não tem certeza do que é considerado comum para os outros artistas patrocinados, mas, novamente, o patrocínio dele e de Jungkook está longe de ser a norma. Suas vidas fora dessas paredes não são sensuais e secretas, mas inocentes e abertas. Se Jimin finge que não é funcionário do Deca e que Jungkook não é filho de Ruby, eles são quase amigos.
É por isso que Jimin acha que o homem vai recusar. Que Jungkook vai balançar a cabeça e dar boa noite a ele. Qualquer relacionamento indescritível que eles tenham é construído sobre Jungkook mantendo-se fiel à sua palavra, e isso inclui dar a Jimin um lugar para ficar longe dele ou de qualquer outro patrocinador, se ele tivesse outro. Jungkook é muito respeitoso a esse respeito. Pelo que Jimin sabe, o homem está se culpando internamente por ter pegado o pulso dele antes.
Mas Jungkook apenas pergunta:
— Tem certeza?
Jimin acena com a cabeça, pensando que ele já tem certeza há muito tempo.
Jungkook solta um suspiro trêmulo, passando por ele na entrada. Jimin deixa a porta fechar atrás dele.
Eles tiram os sapatos, mas Jungkook demora mais, como se estivesse arrastando a ação porque não tem certeza do que fazer a seguir. Seu cabelo está seco nas pontas e ainda úmido na raiz, caindo apenas sobre os olhos. Ele lavou as mãos no hospital, mas o resto dele veste o chão molhado em que foi chutado.
— Você deveria tomar banho. — Jimin diz a ele, não querendo dizer nada além disso.
Jungkook olha para ele por baixo de sua franja escura.
— E você?
Como resposta, Jimin vai para seu loft e seu banheiro anexo. Jungkook segue.
Jimin não se preocupa em acender todas as luzes, e ele apenas acende a única luz acima do chuveiro, em vez das mais brilhantes acima do espelho. Jimin já está tirando as meias quando Jungkook chega, parando diante do batente da porta. Ele é como uma criança na casa de um amigo pela primeira vez, modesto demais para fazer outra coisa além de não tocar em nada. Jimin acha a visão cativante, mas o choque geral com o comportamento atípico o domina. Ele nunca viu Jungkook tão cuidadoso e hesitante.
Quando Jimin começa a tirar suas roupas, Jungkook se vira.
— Não é nada que você não tenha visto antes. — Jimin diz claramente.
Jungkook está focado no chão.
— Isso não é Deca. Esta é a sua casa.
— Eu sei. — Jimin diz firmemente. Ele ver Jungkook engolir com a resposta.
Não, isso não é Decadentia. É a casa de Jimin, seu lugar privado longe do trabalho, e ele está tomando a decisão consciente de se despir antes de Jungkook para que possa tomar banho e limpar a noite traumática. Jimin sabe exatamente o que está fazendo. Ele convidou Jungkook para entrar, não foi?
Com suas roupas descartadas em uma pilha no chão, Jimin vai até a porta de vidro do chuveiro, abrindo a porta para ligar a água quente. Ele deixa correr por um momento, testando a temperatura com a palma da mão até que esteja pronto. Então ele se esgueira para dentro, suspirando enquanto o calor satisfatório desliza por sua pele.
Jungkook permanece congelado do outro lado.
— Você realmente vai ficar aí parado? — Jimin fala. — Engula seu orgulho e apenas entre.
Jungkook pisca os olhos para ele, não olhando para nenhum outro lugar além de seu rosto. O vapor já começa a condensar o vidro, transformando Jungkook além dele em um contorno nebuloso.
— Você está falando sério?
— Nós dois estamos enfaixados. Devemos ajudar um ao outro. — Jimin já está tomando cuidado para não molhar o rosto. Ele não precisa exatamente de ajuda para impedir que a água escorra para o único curativo em sua bochecha, mas Jungkook tem um enrolado em torno de seus dedos e, portanto, o resto de sua mão. Ele tem no canto de uma sobrancelha. Em sua mandíbula. Lavar o cabelo com uma mão enquanto tenta manter o rosto seco não é o ideal. — Eu não vou olhar para o seu pau se é com isso que você está preocupado. — Acrescenta Jimin.
Isso causa algo como uma zombaria dele.
— Mentiroso. Conheço as fofocas dos artistas.
Jimin sabe que Jungkook está totalmente ciente da atenção particular que ele atrai, incluindo os rumores inofensivos, mas ridículos, que circulam sobre ele. Seu corpo é apenas um tópico de conversa, mas é frequente. Os artistas bajulam suas proporções, desejando ter conhecimento de mais do que a visão de sua clavícula definida ou a tensão de suas coxas escondidas sob as calças. Ninguém é perfeito, e Kkuli ainda está no trem do pênis do tamanho de um amendoim (embora, é claro, ele ainda espera estar terrivelmente enganado).
Jimin apenas espera, virado para a água.
Com algo entre um suspiro derrotado e um suspiro preocupado, Jungkook começa a desafivelar o cinto preto em sua cintura. Jimin desvia o olhar, apenas ouvindo-o se despir enquanto cada camada é desfeita.
Um súbito ataque de medo e excitação sacode Jimin. Este é Jeon Jungkook, a única pessoa no Deca a quem nenhum dos artistas tem acesso, mas sobre o qual querem saber mais. Ele é o filho da aclamada proprietária e herdeiro do negócio. Ele é um homem lindo, o tipo de atração que nem mesmo os cegos poderiam negar. Jimin não é tão sem vergonha de esconder que não sente orgulho por saber que tem sido o único artista com Jungkook nos últimos meses, escolhido pessoalmente pelo próprio homem.
Mas apesar desses pensamentos, Jimin não é tão superficial.
Quando Jungkook entra, Jimin não pretende olhar para baixo, mas o faz quando se move para abrir espaço. Ele fica agradavelmente surpreso ao ver que o pau de Jungkook não é extremamente grande ou decepcionantemente pequeno.
Ele definitivamente não está contando a Kkuli. Deixe-o continuar sua imaginação.
— Você disse que não olharia.
— Desculpe. — Jimin diz imediatamente, apesar do sorriso bem-humorado em seus lábios. — Deixe-me lavar seu cabelo. Tem sangue nele.
Qualquer leviandade que eles tenham desaparece com a menção de sangue, sugado pelo ralo a seus pés. Jimin bombeia um pouco de xampu do frasco que está ao longo da prateleira interna, emulsionando-o em suas mãos. Jungkook está observando-o completamente, nunca deixando o ponto acima dos ombros de Jimin, mas é como se ele estivesse fazendo isso para se forçar a não descer mais.
O peso em seu rosto arrasta seus olhos cansados, dando a Jungkook uma aura sedutora que é ainda mais sedutora considerando que claramente não é de propósito. Não há nenhuma intenção sedutora dele, nem um pouco. Mas a atenção total depois de mal olhar para Jimin desde que se deparou com aqueles homens é tentadora. Isso deixa Jimin arrepiado.
Ele faz Jungkook se virar e inclinar a cabeça para trás para que nenhum sabonete escorra pelo rosto. Jimin gentilmente ensaboa o xampu em seu cabelo, provavelmente gastando mais tempo do que o necessário na tarefa. Ele não pode evitar. Suas mãos agem mecanicamente enquanto ele olha para as omoplatas construídas de Jungkook, a pele esticada através do músculo sem uma única falha. Ele se estreita tão lindamente até uma cintura fina, o que fica ainda mais aparente com a forma como o resto dele está. Jimin desliza os olhos mais abaixo, sobre a curva leve, porém firme, que separa as duas pernas de Jungkook.
Ele se sacode, afastando os braços das mechas ensaboadas de Jungkook para alcançar o chuveiro removível. Ele muda a configuração para um fluxo mais refinado, colocando a mão na linha do cabelo de Jungkook para atuar como um escudo enquanto limpa o xampu. Jimin adiciona condicionador nas pontas em seguida, repetindo o processo.
— Você pode virar? Vou lavar cuidadosamente seu rosto ao redor dos curativos. — Diz Jimin.
Jungkook escuta, e Jimin leva dois dedos molhados para colocar apenas umidade suficiente no rosto dele para que não escorregue. Ele pega a lavagem facial, mal bombeando para fora, a fim de circular suavemente pequenas quantidades ao redor das bandagens. Ele então limpa o sabonete com mais dois dedos molhados.
Jimin acha que pode cair em um buraco de dois metros com a maneira que Jungkook está olhando para ele.
A falta de distância entre seus corpos nus não ajuda, nem as crescentes ereções que ambos têm. Jimin pode sentir a dele. E pode ver a de Jungkook com sua visão periférica.
Isso é natural, Jimin pensa. Ele sabe porque seu próprio corpo está respondendo, mas não sabe sobre Jungkook. Pode ser superficial. Pode ser mais. Jimin não sabe qual raciocínio prefere, mas ele se sente um pouco fraco ao saber que Jungkook está respondendo.
Jimin espreme o sabonete de corpo em sua esponja de limpeza, prestes a tomar as rédeas também, mas Jungkook coloca a mão sobre a dele.
— Eu vou fazer isso. — Ele sussurra. Jimin solta a esponja.
Enquanto Jungkook se volta para a água, Jimin acha que ele deveria tomar um tempo para lavar o próprio cabelo e rosto. Ele também se vira, a parede é sua única linha de visão enquanto esfrega o cabelo.
Seu coração está batendo em seu peito como uma bomba de balão espremendo explosão após explosão através de suas artérias.
Quando os dois terminam, Jimin entrega uma toalha a Jungkook antes de pegar uma para si. Ele se enxuga antes de enrolar o tecido em volta dos ombros, deixando Jungkook sozinho enquanto vai para o armário. Jimin veste uma cueca boxer e uma camiseta grande que cai no meio da coxa. Depois de bagunçar o cabelo, ele pega uma cueca limpa e roupas de dormir em suas mãos, sua toalha úmida pendurada em um braço, então volta para o banheiro.
Ele encontra Jungkook parado no tapete ao lado da porta do chuveiro, o ouro branco pálido da única luz acima do chuveiro suavizando o fundo. Seu cabelo cai na testa, preto com água, e sua toalha está pendurada em volta de seus quadris para mostrar o delicado V passando por seu umbigo. Jimin tenta não cobiçá-lo, mas é como dizer a um turista para não olhar para um site nacional.
Mas a proeminência da figura esculpida de Jungkook é compensada por sua postura e expressão atuais; ele parece um cachorrinho perdido. Ele torce as mãos em seu centro e mordisca a parte interna da bochecha. É um contraste tão grande do Jungkook severo que Jimin testemunhou mais cedo na rua que é o suficiente para dar uma chicotada em Jimin.
— Eu nunca estive na casa de outro artista. — Jungkook repentinamente admite, como se para responder a quaisquer suposições não ditas. Ele não sabe que Jimin não está pensando nisso. O que Jungkook diria se soubesse a verdadeira direção dos pensamentos de Jimin?
— Mas você já esteve aqui o suficiente. — Jimin diz, indo até ele para entregar as roupas. Ele se vira para dobrar sua toalha, oferecendo a Jungkook privacidade para se vestir. Uma vez que ele percebe que Jungkook vestiu a cueca, se vira para pegar sua toalha, colocando-a com a outra na prateleira da parede adjacente. Ele faz uma anotação mental para lembrar de adicioná-los à pilha de roupas mais tarde.
Jungkook está olhando para ele quando Jimin o encara de volta. Ele não se preocupou em vestir a camisa e as calças, apenas ficou estranhamente parado com as roupas nas mãos. Jimin mantém o olhar, esperando Jungkook se afastar. Mas ele nunca o faz. Ele apenas olha para Jimin. Jungkook realmente olha para ele. É como ele olhou no karaokê, no hospital e no chuveiro.
Não há convite em seus olhos redondos. Não há luxúria. Não é como o desejo opressivo de um clube de strip-tease ou a luxúria de admiração d Deca.
Mas Jimin não pode confundir com ânsia. Ele sabe muito bem como é isso.
Jimin dá um passo mais perto dele, apenas meio braço de distância entre eles. O peito firme de Jungkook sobe alto a cada respiração que ele dá.
— Por que você está olhando assim para mim? — Pergunta Jimin.
— Como o que?
— Como se você estivesse prestes a chorar.
Jungkook não faz nada além de engolir. Ele é uma parede dura de determinação, ou pelo menos está tentando ser. É isso que o torna tão conflituoso no ponto de vista de Jimin. Essa constante barreira de separação que se forma a partir de seus cargos piscando em suas testas como patrocinador e artista, é como se Jungkook apenas a mantivesse sem entusiasmo. Como se ele estivesse apenas retratando o disfarce de querer continuar seriamente. Como se ele estivesse apenas esperando uma razão para não fazê-lo.
Jungkook se afastou quando Jimin o beijou naquela boate, mas Jimin estava bêbado. Jungkook deveria ter se afastado. Isso só lhe dá mais credibilidade do que ele fez. Jimin nunca poderia respeitar alguém que se aproveita de um alvo fácil.
Então é errado ele querer que Jungkook retribuísse quando ele estava embriagado? No momento, com o álcool nas veias de Jimin afastando qualquer prudência, ele fez o que parecia certo. Ele fez o que quis. Sem motivo, mas com cada centímetro de seus sentidos, ele queria beijar Jungkook.
E Jungkook fez a coisa certa ao parar imediatamente. Ele vigiou Jimin a noite toda e o levou para casa. Ele fez a coisa decente. Ser decente não deveria lhe render uma medalha, mas para Jimin, as ações de Jungkook exibiam mais do que o mínimo. Para Jimin, era mais do que uma cortesia comum. Ele não pode ser o único dos dois que acredita que as ações de Jungkook naquela noite, do jantar do investidor à pista de dança, foram apenas bondade impessoal.
Jungkook nunca fez nada para provar que é malicioso, mas ele não sai exatamente de seu caminho para provar que é compassivamente caloroso. Ele mantém em segredo a realidade de por que fica longe dos artistas. Ele é direto o suficiente a ponto de seus comentários iniciais sobre Jimin no início de seus... sejam eles quais forem, soarem como um insulto. Ele reluta em fazer elogios. Ele retém suas verdadeiras emoções.
Mas brilha em seu rosto como um farol. Ele geralmente pode mascarar isso também, mas não com Jimin. Não mais.
Talvez Jimin devesse perguntar, especialmente depois de sua culpa anterior. Mas agora, a perspectiva disso parece elementar. O calor no ar é espesso como um bolo fofo. Se Jungkook quiser, ele pode se afastar. Mas ele não está se afastando.
Então, Jimin o beija e, desta vez, ele está imensamente sóbrio.
Um gemido baixo e gutural sai da garganta de Jungkook com o contato. Quase parece que ele está com dor. Mas isso não é possível, não com o quão gentil ele (JM) o beija. Para Jimin, parece a primeira queda de neve do inverno enfeitando o chão.
Quando ele demora uma segunda pressão de seus lábios, pegando os lábios de Jungkook entre os seus, ele jura que a expiração do homem está tremendo.
Jimin lentamente se afasta o suficiente para olhar para ele. Ambos os pares de olhos se cruzam em estreita proximidade, forçados a ver nada além um do outro. Os de Jungkook parecem bolhas estouradas.
Jungkook então deixa as roupas em suas mãos caírem no chão ao lado de seus pés.
Eles encontram a boca um do outro ao mesmo tempo. No lugar do tecido, as mãos de Jungkook seguram a cintura de Jimin, os dedos curvados na magreza de sua camiseta, empurrando sua pele. De certa maneira, é como se ele estivesse tentando afastar Jimin em vez de puxá-lo para mais perto. Mas quando Jungkook se move para trás em direção à pia suas mãos não afrouxam o aperto. Jimin está preso em sua atração. Suas pernas roçam uma na outra enquanto tropeçam, Jimin pensando que ele está simultaneamente avançando além de ser conduzido pelas mãos de Jungkook. O balcão da pia interrompe a dança desajeitada, mas os dominós já caíram.
Tarde da noite, naquele período de tempo em que Jimin estava semiconsciente em seus travesseiros, às vezes ele tinha pensamentos ridículos. Não eram sonhos. Sonhos são para dormir. Mas quando ele ainda não foi levado à total inconsciência, seus pensamentos atordoados era o resultado de um quarto escuro, uma cama confortável e solidão. Sob o disfarce de uma noite solitária, a mente de Jimin podia vagar livremente.
Naqueles momentos, ele às vezes pensava em Jungkook.
Como Jungkook respeitava os limites dele. Como os cantos da boca de Jungkook se curvava quando ele estava se divertindo. Como Jungkook falava tão gentilmente. Como Jungkook falava tão arrogante. Como Jungkook girava metodicamente o relógio de pulso quando estava pensando. Como os planos de seu rosto eram esculpidos como mármore, contrabalançados por seus olhos de corça e nariz arredondado.
Às vezes, Jimin pensava em como seria tocar em Jungkook. Como seria para Jungkook tocá-lo. Não como uma performance de palco. Não como uma sessão de treinamento. Não como um strip-tease.
Então, agora, Jimin se inclina para beijá-lo devagar e suavemente, como se a curva de seus lábios fosse feita de papel. Eles ameaçam rasgar.
Jimin sente as palmas das mãos de Jungkook apertarem sua cintura antes de afrouxar, como se ele estivesse com fome, mas incerto se a guloseima que está sendo entregue a ele pudesse realmente ser comida. Jimin responde passando a mão pelo torso nu do mais novo. É um vale de músculos tensos. Outra mão se fixa no pescoço de Jungkook, seu pulso pulsando abaixo de sua pele aquecida.
Está tudo bem, os toques significam. Eu quero isso. Você pode retribuir.
É como se essa resposta silenciosa clicasse em algo no cérebro de Jungkook. Ele segura as costas de Jimin, puxando-o contra ele. Jimin suspira em seus lábios. Separados por apenas duas camadas de roupas íntimas, a tensão tentadora de suas excitações crescentes muda uma contra a outra.
Jungkook está tremendo? Ou Jimin?
Jungkook lambe a boca de Jimin, que praticamente derrete em cima dele com um gemido, abrindo para mais.
Esta não é uma rotina coreografada. Isto não é para uma audiência. Não há etapas ou regras. Não há objetivo de satisfazer um cliente pagante. Mas Jungkook está pagando a ele. Eles estão com a língua na garganta um do outro no próprio banheiro da cobertura que Jungkook oferece. Jimin sabe disso, então por que ele não sente isso? Talvez ele não se importe. Talvez ele esteja delirando em seu desejo, perdido como o público maravilhado que o vê agir como se estivesse perdido enquanto se apresenta.
Só que isso não é um show.
Jungkook nunca expressou vocalmente qualquer desejo por Jimin. Na verdade, ele deixou bem claro que nunca foi sua intenção. Mas o jeito que ele está beijando Jimin agora diz o contrário.
Jungkook os gira, e Jimin tem a altura certa para se erguer na beirada do balcão. Suas bocas nem se quebram no movimento. Jimin abre os joelhos, Jungkook fica no espaço entre eles. As palmas das mãos do mais novo deslizam sobre as coxas nuas de Jimin antes de navegar sob sua camisa, escalando suas costelas deixando arrepios em seu rastro. Jimin tem que manter os braços em volta do pescoço de Jungkook para que sua bunda não caia na pia. A pressão de seus beijos ardentes ameaça empurrá-lo para trás.
Mas Jungkook de repente mergulha as mãos sob as coxas de Jimin, levantando suas pernas para que Jimin possa envolvê-las em torno dele. Jimin cruza os tornozelos para travar no lugar, logo abaixo da parte inferior das costas de Jungkook. Jimin é fraco com a maneira como ambos os pênis vestidos estão delirantemente pressionados um no outro. Suas roupas íntimas fazem pouco para mascarar as formas e tamanhos de qualquer um deles.
Jimin estremece um gemido ofegante na língua de Jungkook quando o mais novo arrasta as pernas dele para cima uma polegada, apenas o suficiente para deslizar a ereção de Jimin sobre a sua. Porra, se não houvesse roupa entre eles, essa seria a posição perfeita para Jungkook transar com ele. Jimin não teria que fazer nada, apenas sentar ali no aperto forte de Jungkook e segurar enquanto Jungkook batia nele repetidamente...
— Você pode me ter. — Jimin sussurra para ele, sentindo como se estrelas cadentes estivessem disparando de seu coração para baixo de seu naval. — Você tem a mim. — Ele poderia terminar aqui mesmo. Apenas alguns golpes, seja com os dedos ou com a boca. Ele anseia desesperadamente por isso de uma maneira que não se lembra de ter sentido. Não é assim que ele se sente quando se apresenta. É como se uma engrenagem perdida tivesse sido aparafusada no lugar, finalmente fazendo-o funcionar. Os acessos anteriores de desejo não relacionado ao trabalho sempre foram apenas para a ação e o sentimento resultante. Mas com Jungkook beijando-o agora, especificamente Jungkook, com o pensamento do próprio Jungkook tocando ele ainda mais, ajoelhado diante dele, transando com ele... Deus, apenas o pensamento de ser Jungkook é o suficiente para desvendá-lo.
— Anjo.
— Não me chame assim. — Jimin se afoga em outro beijo, o peito arfando, o estômago revirando. — Eu sou Jimin. Por favor. Me chame de Jimin. — Ele bate os quadris para frente e Jungkook não consegue conter um gemido com o contato. Faíscas de orgulho irrompem dentro de Jimin ao saber que seu toque é tão inebriante para Jungkook quanto o dele é para Jimin.
Jungkook sussurra seu nome, seu nome verdadeiro, mas soa triste.
Assim que Jimin tenta compreender o porquê, Jungkook se afasta. Ele solta as mãos e, como pétalas de flores murchas, elas caem do corpo de Jimin. Com um virar de cabeça, Jungkook coloca dois passos entre eles.
Jimin desliza lentamente para fora da borda do balcão para ficar no lugar. Jungkook não está mais olhando para ele.
É assustador, realmente, como uma coisa pode mudar tão drasticamente o seu estado atual de emoções. Embora Jimin use cueca e camiseta, de repente ele se sente muito exposto. Ele levanta os braços para se abraçar.
— Sinto muito, — Jungkook começa, e Jimin se prepara para o arrependimento. Mas Jungkook continua. — por arrastá-lo para o meu negócio hoje cedo. Aqueles psicopatas eram para mim, não para você.
O coração de Jimin dispara. Ele não consegue acreditar que esqueceu os eventos anteriores do dia depois de uma sessão de pegação. A realidade inunda seu cérebro.
— Quem eram eles?
— Gângsteres. Perdedores. Ninguém importante.
— Importante o suficiente para chutar a merda fora de você. — Jimin diz ignorando o fato de que Jungkook chutou muito mais do que a merda deles em troca.
Os olhos de Jungkook brilham, mas passa assim que surge. Quem quer que sejam esses homens, Jungkook não quer que Jimin saiba disso. O que quer que eles quisessem, Jungkook não diria a ele. Jimin não pode mentir e dizer que não dói depois de compartilhar um momento tão íntimo após um dia divertido e uma noite difícil.
Como se fosse uma deixa, Jungkook faz uma leve expressão de desconforto, pressionando cuidadosamente dois dedos em sua bochecha machucada. Jimin vacila um pouco em seus pés, pensando em como ele é tão cuidadosamente banhado ao lado dele no chuveiro apenas para abrir mão da mesma cortesia momentos depois. Ele espera não ter inflamado nada com seus toques.
Talvez Jungkook pense o mesmo. Ele está olhando para a própria bochecha enfaixada de Jimin.
— Eu deveria ir. — Diz Jungkook. Ele fala tão baixo, como se qualquer decibel mais alto fosse rasgar a sala em dois.
— Você não precisa.
— Eu te dei minha palavra que não iria incomodá-lo aqui, que este lugar seria seu longe de mim e de qualquer outra pessoa, para sua segurança e privacidade.
— E se a pessoa para quem você disse isso quisesse outra coisa?
Jungkook parece congelado no tempo. Jimin poderia acreditar também, se não fosse pela leve movimento de sua mandíbula.
— Eu diria, — Ele responde cuidadosamente. — que a pessoa que está dizendo isso agora não está considerando o que a outra pessoa quer.
— E o que é isso?
— Que eu deveria ir, Anjo.
Anjo. Não Jimin. É como um tapa na cara.
Além de retornar ao nome artístico, é pior ouvir Jungkook se isolar com a forma como ele diz isso. Suas palavras são rígidas, mas desgastadas, e gotas de melancolia escorrem pelas laterais. Jimin não tem ideia de onde vem essa emoção sombria.
Jimin observa Jungkook deslizar de volta para suas roupas sujas, em vez das novas que ele lhe entregou. Jimin acha que se ele pressionar Jungkook para pegar as limpas, ele vai recusar. Seu cabelo úmido emaranhado em sua testa, refletido de onde Jimin passou as mãos por ele. Com suas roupas enrugadas e ensanguentadas de volta ao corpo, isso torna o banho inútil.
Antes que Jungkook saia, ele diz mais uma vez:
— Sinto muito. — Mas desta vez, Jimin não acha que é apenas sobre seus cortes e contusões compartilhados.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Jungkook é idiota? Sim. Mas, eu entendo ele. Não deve ser fácil para ele. O patrocínio. O plano inicial. O novo sentimento surgindo. O ataque. A preocupação com JM na hora do ataque (porque ele pensou que JM seria estuprado). O sentimento pelo filho do homem que matou seu irmão e ele odeia. Misturar todos esses sentimentos deve ser muito avassalador.
Jugar é fácil. Tá na pele dele é que é difícil. Então vamo com o fácil. 🤣🤣. Brincadeirinha!
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