33. Trinta Três

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Como vimos Jimin e Jungkook estão dando um passeio. Mas as coisas ficarão intensas. Vamos ver como.
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Após o almoço tardio/lanche da tarde/jantar antecipado, Jimin o leva ao karaokê, a atividade extremamente desatualizada, mas tão divertida quanto sempre foi. O estabelecimento em que eles alugam um quarto tem hologramas mais antigos em comparação com os mais realistas em lugares mais novos, e os avatares estáticos que acompanham suas performances estelares de canto os fazem cair em gargalhadas tão severas que Jimin tropeça em si mesmo e cai no chão brilhante. Isso só os faz rir ainda mais. É bobagem eles parecerem bêbados, mas nem uma gota de álcool flui em seus sistemas.

Jimin nunca viu Jungkook tão solto. Enquanto eles se divertem, é como se sua criança interior estivesse fazendo uma rara aparição. Jimin lembra do irmão mais velho de Jungkook que foi baleado e morto quando Jungkook tinha apenas sete anos. Jungkook realmente não falou sobre isso desde a primeira vez que ele compartilhou. Talvez este homem risonho diante dele agora, que ficou confortável o suficiente durante a hora alugada para colocar um velho com uma peruca de arco-íris na cabeça, seja parte da criança que nunca existiu. Quão profundamente preso está este Jungkook dentro de si mesmo?

Bem, Jimin está feliz por ele ter se assumido agora.

Jimin está apenas feliz.

E com base em como Jungkook pula com ele e o gira como se estivessem realizando uma dança de salão terrivelmente dramática, Jungkook parece muito feliz também.

— Isso é divertido. — Jimin diz a ele.

Músicas de dança bombásticas preenchem a sala no menu de seleção de músicas enquanto Jungkook procura sua próxima escolha.

Ele olha para Jimin. Jungkook realmente olha para ele.

— Sim. — Ele concorda. — Sim, é.

Jimin deixa o momento respirar antes de se aproximar, pegando o controle remoto da mão de Jungkook para silenciar a música. Jungkook apenas franze as sobrancelhas para ele em confusão. Provavelmente seria mais fácil dizer isso se Jungkook ainda estivesse usando qualquer um dos adereços da sala, mas ele recentemente os tirou para usar o banheiro e não os colocou de volta. Não há assistência. É só ele e Jungkook.

— Sinto muito por te beijar. — Jimin diz.

A confusão de Jungkook se transforma em reconhecimento.

— Você sente muito. — Ele repete, o tom ilegível. As luzes coloridas da sala sombreiam seu rosto em uma dança de verdes, vermelhos e azuis.

— Sim. Sim, eu não quis dizer... eu estava bêbado.

— Eu sei.

— Foi errado.

Os olhos de Jungkook fazem aquela coisa onde parece que estão passando pela pele de Jimin e analisando seu cérebro, como se pudessem sentir tudo o que ele não está dizendo. Isso envia arrepios do pescoço de Jimin ao cóccix.

Então Jungkook se vira, focando na tela gigante da sala para escolher a próxima música.

— Obrigado por se desculpar.

É isso?

Ele não parece agradecido.

Jimin pensou que um peso seria tirado de seu peito assim que ele se desculpasse com Jungkook, mas ao invés de evaporar na facilidade, sua preocupação é substituída por quase alegria.

Porque o desejo está fervilhando em torno de Jungkook como a refeição deles cozinhando no fogão. Vermelho. Com fome. Quente. Jungkook tenta escondê-lo enquanto se concentra na tela do karaokê, mas Jimin o observa alternar entre as mesmas duas páginas de música quatro vezes.

Não é de admirar que ele não parecesse agradecido.

Jimin apenas sorri suavemente para si mesmo, sentando-se no sofá da sala. Ele abre um braço nas costas, esperando pacientemente que Jungkook decida uma faixa.

Que interessante, ele pensa.

Eles só tocam mais duas músicas antes de deixar a sala de karaokê, indo para a noite cinzenta escurecida por nuvens de chuva. Darim estava certo sobre o tempo.

Jimin não trouxe um guarda-chuva, e Jungkook não tem um, então eles param em uma loja de conveniência para pegar um. O dia deles está longe de terminar.

Jimin leva Jungkook a uma loja de sobremesas a uma curta caminhada, mas vale a pena dividir duas tigelas de bingsu. Eles se sentam em uma pequena cabine ao longo da parede oposta da loja enquanto cavam seus sabores selecionados de gelo raspado adoçado, creme de chocolate matcha e taro de morango. Ambos contêm uma espessa camada de feijão vermelho no meio e são regados com leite condensado. Jimin praticamente geme na primeira mordida.

— Você é um fã de comida. — Jungkook brinca, mas ele está igualmente satisfeito com suas sobremesas.

Uma vez que eles demoliram seu bingsu, Jimin anuncia que ele precisa ir embora. Jungkook apenas ri, seguindo-o porta afora e noite adentro. Começou a garoar, não exatamente o suficiente para abrir um guarda-chuva, mas ainda o suficiente para se acumular no cabelo de Jimin. Ele abre o guarda-chuva de qualquer maneira, chegando perto de Jungkook para que eles possam compartilhar.

O pôr do sol está escondido em algum lugar, a única evidência de sua existência é o brilho nebuloso no ar, apesar do céu negro. Mesmo assim, a pouca luz não dura muito. Logo, fica claro que o sol se pôs abaixo do horizonte, a única luz que resta é artificial. A chuva começa a aumentar, apenas o suficiente para finalmente molhar as pontas das calças de Jimin.

— Vamos. — Ele diz, puxando Jungkook para baixo de um trecho seco presenteado pelo ângulo de edifícios empilhados acima. Há uma mesa lateral pressionada contra a parede da estrutura, provavelmente usada por um vendedor ambulante que já se foi. Jimin adivinha quem quer que seja, verificou o tempo e fechou a loja.

Jimin e Jungkook se acomodam na beirada, os pés balançando enquanto observam a chuva cair entre os prédios compactos, respingando na rua em um ritmo metódico.

Jungkook respira fundo antes de suspirar, descansando em suas mãos.

— Eu amo a chuva. — Diz ele.

O cheiro da água caindo permeia a estrada, sempre familiar e, portanto, sempre envolvente. Jimin nunca pensou na chuva como uma metáfora direta para a tristeza. Se alguma coisa, é gentil. É protetor. Como a noite, ela cria uma cobertura acolhedora para coisas muito difíceis de dizer ou fazer na vasta claridade de um dia claro e ensolarado.

— Eu também. — Diz Jimin.

Eles ficam sentados por alguns minutos em silêncio, apenas observando. Sentimento. Ser.

A noite molhada é deles. Acena os braços abertos. Mas nenhum deles diz uma palavra. Eles não se movem uma polegada. Jimin gosta do silêncio. É confortável. Mas quando ele vai interrompê-lo, Jungkook pega o guarda-chuva de seu lugar no chão, fazendo sinal para Jimin ficar ao lado dele.

— Vamos indo. — Ele diz, interrompendo o que quer que Jimin tenha pensado dizer.

Jimin abre um sorriso fino. Ele segue o exemplo.

— Então, — Jimin começa enquanto eles caminham pelas ruas estreitas, a chuva tamborilando contra o topo de seu guarda-chuva como pequenas rajadas em seus ouvidos, — como foi o vil Sinwon em relação a você esta noite?

— Criminalmente subestimado. — Jungkook admite.

— Você acha? Eu nem mostrei a você a fileira do clube de strip.

— Vergonha. Próxima vez.

— Eh, provavelmente não está de acordo com seus padrões, de qualquer maneira.

— Você provavelmente está certo.

— Tão rápido para julgar. Talvez as prostitutas daqui precisem de um pouco de treinamento em Deca.

— Se todos pudessem ser treinados adequadamente, — Jungkook diz a ele, — então haveria uma Decadentia em cada esquina.

— Mas isso exigiria treinadores adequados, — comenta Jimin, — e ninguém é como os treinadores do Deca.

— Bem, nenhuma outra profissional do sexo é como você. Vai nos dois sentidos.

Jimin o cutuca.

— Encantador.

— Não leve isso para o lado pessoal. É meu trabalho alimentar seu ego, como você disse.

Jimin dá uma cotovelada nele com um pouco mais de força, os dois caem na gargalhada enquanto dobram uma esquina para uma nova estrada.

— Ei, meninos bonitos!

Jimin é instintivamente atraído pelo som, embora tenha passado anos aprendendo quando responder aos avanços e quando não. Ele pode dizer pela inflexão mais simples quais são as intenções de alguém, especialmente quando estão em um beco depois que o sol se põe.

Quando ele costumava andar por Sinwon como um trabalhador assíduo indo de um lado para o outro, esquisitos e aberrações gostavam de morar nos espaços escuros entre os prédios apertados. Eles penduravam nas escadas e nos corredores públicos de cada andar empilhado. Jimin sabe como ignorá-los, como nem mesmo respirar na direção deles. Qualquer reação os atrai, até mesmo um bufo ou um olhar de soslaio. Jimin sabe que deve continuar andando, não virar a cabeça, não dar a eles nenhuma forma de reconhecimento.

Mas porque ele está com Jungkook, Jimin esquece momentaneamente cada pedaço de sua autopreservação aprendida. Ele não tem tempo para considerar se é porque está distraído ou porque inconscientemente acredita que nada pode dar errado se ele estiver ao lado de Jungkook.

Jimin torce o pescoço em direção ao som. Seus olhos pousam em dois homens atrás e na diagonal para eles, parados abaixo de um retângulo de terra seca devido a uma passarela acima protegendo-os. É difícil dizer na chuva, mas eles podem ser da idade de Jimin até dez anos mais velho.

— Sim, você, com a roupa de sacanagem! — Alguém chama, pegando o olhar de Jimin.

Jimin se vira no momento em que Jungkook murmura em seu ouvido:

— Ignore-os.

Jimin planeja fazer isso, mas Jungkook interrompe os dois enquanto uma nova dupla se revela de um ponto contra uma parede grafitada alguns passos à frente. Delineados em azul neon cintilante de uma placa de loja abrangente, os dois encaram Jimin e Jungkook de frente, com sorrisos grosseiros em suas bocas. Jimin ousa olhar por cima do ombro, observando o outro par empurrar-se da parede oposta e caminhar na chuva. Suas roupas pretas encharcam rapidamente, mas enquanto usam couro e náilon, os artigos dificilmente os apertam. O mesmo vale para os outros dois homens vindo em direção a ele e Jungkook pela frente.

— Vamos. — Jimin sussurra, puxando Jungkook para continuar se movendo. Mas Jungkook está parado no lugar, encarando os dois homens diante deles. A hesitação repentina confunde Jimin. — Qual é o problema? — Ele murmura ao lado de Jungkook. — Para, de alguma maneira, adquirir visão a laser nos próximos cinco segundos?

— Vocês dois parecem perdidos. — Começa um dos quatro homens, passando a língua pelos dentes. Seu cabelo está grudado na testa na chuva constante, gotas escorrendo pelos planos ásperos de seu rosto. Uma cicatriz mutilada vai de sua sobrancelha até sua bochecha, provavelmente feita com uma faca desgrenhada.
(Lembram dele?)

— Sabemos exatamente onde estamos. — Jungkook responde rigidamente.

Jimin não sabe por que Jungkook está respondendo. Ele não sabe porque Jungkook não está se movendo. Foi ele quem disse a Jimin para ignorá-los apenas um momento atrás, mas agora ele está preso como cola na calçada. A estrada exclusiva para pedestres em que eles estão não é tão larga quanto o comprimento de um transporte e, como é uma das muitas rotas que se cruzam na área mais degradada, ninguém mais se junta a eles. Jimin não é de se sentir claustrofóbico, mas é o que ele pensa. Ele vê transeuntes nas ruas à frente, mas nenhum olha para o lado para captar a cena. Não à noite. Não na chuva.

O trovão crepita acima.

— Bem, então você não parece pertencer a este lugar. — Diz o mesmo homem. Ele muda sua atenção para Jimin, praticamente despindo-o com os olhos com a forma como ele lentamente passa seu olhar viscoso do rosto de Jimin até seus pés.

Jungkook mal se aproxima do lado de Jimin. O homem percebe e curva um canto dos lábios.

— Ele não parece pertencer a ele. — Começa um dos homens por trás. Jimin gira o pescoço, mantendo o controle sobre o movimento dos homens.

— Não, ele não quer, não é? — Diz outro, dando um passo à frente.

— Fique para trás. — Jungkook argumenta, veneno absoluto em sua voz. Jimin nunca o ouviu falar assim antes. É surpreendente o suficiente para Jimin olhar para ele, apenas para perceber o quão tenso Jungkook está. Puro ódio está em seus olhos. E horror. E medo. É uma mistura aterrorizante das piores emoções, e Jimin fica intrigado com o motivo de um punhado de ratos de rua provocar uma reação tão severa.

— Jungkook. — Jimin murmura.

— Você realmente conseguiu que ele cuidasse de você também, garoto, hein? — Ri o primeiro homem. Jimin está confuso sobre a quem ele está se referindo até que ele olha para trás e percebe que o assunto da conversa ainda é Jungkook. Eles ainda estão conversando apenas com Jungkook.

— Você sabe como ele olha para você? — Diz o homem na frente deles, olhando para Jungkook, mas acenando com o queixo para Jimin. Humor condescendente marca seu tom. Ele delineia a curva de suas sobrancelhas. — Ele simplesmente fez isso. Acabei de ver. Qual é o objetivo aqui, garoto? Porque você pode não estar olhando para ele agora, mas está segurando-o com muita força.

Jimin não pode deixar de se concentrar em onde Jungkook em algum momento pegou seu pulso. Os nós dos dedos de Jungkook estão brancos ao redor do pulso dele.

Ele não afrouxa o aperto.

— Deixe-nos passar. — Diz ele, perigosamente calmo. É o tipo de calma encontrada no olho de um furacão.

— Não, não, não, porque você vê? — Diz o primeiro homem, revirando os ombros. O que está ao lado dele estreita a cabeça, como se estivesse se preparando para atacar. Jimin olha para os dois homens atrás deles, de pé com as pernas na posição. — Você acha que brincar com ele vai te levar a algum lugar. Você quer foder? Podemos foder. Afinal, esse não é o trabalho deste?

— Vou dizer isso mais uma vez, — Jungkook fala assustadoramente, tão severo, mas tão baixo que dificilmente pode ser ouvido pelos homens na chuva. — Deixe-nos passar.

— Ou o quê, Jeon Jungkook? Vai fazer mais ameaças vazias? Porque sua única vantagem é ficar bem aqui e, pelo que parece, você dificilmente parece estar em posição de usá-lo.

Muitas coisas estão girando na cabeça de Jimin. Por um lado, o cara acabou de se dirigir a Jungkook pelo nome, e é só agora que Jimin percebe que eles o conhecem. Jungkook os conhece. É por isso que ele parou. É por isso que ele não está simplesmente ignorando-os e seguindo em frente. Talvez ele não possa.

Mais ameaças vazias. Ou seja, houve as primeiras. Sobre o que? A quem? Por que eles estão falando sobre ele (JM) como se o conhecessem também?

Jimin não consegue nem imaginar. Não há tempo.

Jungkook está segurando-o com tanta força que suas unhas começam a cravar em sua pele.

— Você não vai tocá-lo. — Jungkook assume.

— Por que não tocariamos? — O primeiro homem brinca com uma sobrancelha levantada. — Ele não significa nada para nós, e especialmente nada para nosso chefe. Por que você acha que ele nos enviou aqui em primeiro lugar?

Jimin acha que Jungkook está tremendo. Talvez sejam as vibrações do trovão estrondoso. A tempestade nas nuvens está próxima o suficiente para que um raio ilumine o céu apenas alguns segundos depois.

— Do que eles estão falando? — Jimin sussurra.

Jungkook nem reconhece que Jimin falou. Ele diz aos homens:

— Se é para enviar uma mensagem, então mensagem recebida. Não há necessidade de ser tão dramático.

Os homens riem. Dificilmente é engraçado.

— Não seria uma mensagem eficaz se fosse tão fácil. — Diz alguém atrás deles.

Tudo acontece muito, muito rápido.

Em um momento, eles estão todos parados um ao lado do outro na rua encharcada enquanto a chuva cai. Em seguida, as panturrilhas de Jungkook foram chutadas e ele caiu de joelhos. Jimin deixa cair o guarda-chuva enquanto se afasta de Jungkook com dois pares de mãos firmemente enrolados em cada um dos seus braços, arrastando-o para trás. Os olhos de Jungkook se arregalam com a visão, mas no segundo em que ele se levanta, a distração o custa.

O primeiro homem derruba Jungkook e o chuta no estômago. Forte. Isso tira o fôlego dele, e é doloroso o suficiente para testemunhar que Jimin jura que sente a sensação fantasmagórica disso em seu próprio intestino.

Mas então seus nervos o alcançam com sua própria situação, e ele se concentra nos dedos pressionando seu bíceps, dos dois homens maiores que ele empurrando-o contra a parede mais próxima. Um painel de anúncio em vídeo acima de sua cabeça pisca luzes em movimento nos rostos dos dois homens, destacando o quão hediondos eles parecem com seus sorrisos perversos.

Jungkook é chutado novamente. E de novo.

— Pare com isso! — Jimin grita, sabendo que é inútil, mas esperando que o homem possa pelo menos voltar a atenção para ele tempo suficiente para dar a Jungkook a chance de recuperar o fôlego.

O primeiro homem se agacha atrás do corpo enrolado de Jungkook, agarrando seu cabelo para forçar sua cabeça para cima.

— Observe. — Ele diz a Jungkook, encontrando os olhos de Jimin.

Há um segundo de calma, e então os dois homens segurando Jimin o forçam a se virar, empurrando-o contra a parede de concreto. É duro o suficiente para que pedaços do material molhado arranhem a pele de seu rosto.

Jimin não acha que vai acontecer o que vai acontecer, porque não pode. Nunca aconteceu fora do clube de strip. Ele nunca esteve tão fora de controle.
(Não vai ter estrupo. Apenas leia e verá)

Todos esses anos, Jimin poderia ter saído e largado o emprego se realmente não quisesse atender às demandas de um cliente. Além da primeira vez em seu primeiro clube, Jimin sabe que sempre dependeu dele. Fora dos muros do clube, ele nunca experimentou nada nem remotamente parecido com o que acontece lá dentro.

Mesmo agora, ele acha que não é possível. Jungkook está aqui.

Mas Jungkook está no chão.

— Não...! — Jungkook tenta, lutando ativamente para ficar de pé enquanto os outros dois homens o mantêm abaixado.

Jimin tenta se empurrar da parede, mas são dois contra um. Ele se afasta antes um pouco antes de sua bochecha exposta ser esbofeteada com tanta força que ele vê estrelas.

Atordoado, confuso, apavorado, seus músculos o traem. Eles afrouxam. Seus membros se transformam em macarrão. A chuva está fria e ele está tremendo enquanto a chuva escorre por sua cabeça e por suas roupas encharcadas. Ele mascara um pouco a sensação das costas de sua blusa justa rasgada nas mãos de um dos homens. Jimin não consegue ver qual deles está fazendo isso.

— Não toque...!

Jimin acha que ouviu uma briga. Ele não quer ver o quanto Jungkook está sendo espancado. Pelo menos ele está de frente para a parede. Pelo menos eles não podem se olhar nos olhos, pois ambos estão derrotados.

Um dos homens com Jimin desliza as mãos dos ombros dele para a barra de suas calças, o movimento facilitado com a água da chuva. Jimin se encolhe com o toque, seu estômago se contrai.

— Por que você está fazendo isso? — Jimin pergunta pateticamente, sem esperar uma resposta.

Mas um dos homens, pressiona toda a sua frente nas costas de Jimin, sua virilha encostada na bunda de Jimin. Com hálito quente, a boca do homem roça sua orelha para sussurrar:

— Para ajudar seu namorado a chegar a um entendimento.

Jimin então percebe que o homem contra ele não está duro. Através de suas calças bastante finas, seu pau está claramente mole sob sua cueca.

Claro, isso não significa que este homem não tentará nada. Mas o fato dele ter dito o que disse além de...

O homem grita. Então ele se foi. O outro solta Jimin apenas para grunhir uma maldição a alguns passos de distância. Jimin se vira ao som de punhos na pele.

Dois dos quatro homens estão nocauteados, seus rostos revestidos de vermelho escuro como se alguém o tivesse pintado. A chuva escorre por seus pescoços e cai na calçada, onde se mistura com a mala. Outro homem está tropeçando de onde provavelmente foi derrubado. O quarto está preso embaixo de Jungkook.

E Jungkook está dando uma surra nele.

— Jungkook. — Jimin diz, exceto que sai quase inaudível. Está chovendo agora. O fluxo constante se transformou em algo torrencial no estalar de um dedo, e o som da natureza implacável bloqueia o apelo de Jimin.

O único homem que não está inconsciente ou sob os joelhos de Jungkook vai até ele, um grunhido de raiva saindo de sua garganta. Jimin vai gritar, para avisar Jungkook do ataque, mas Jungkook não precisa disso.

Ele escapa por pouco, saindo de seu alvo atual para lutar com seu novo. Ele dá um soco. Outro. Um chute. Este cai no chão, e Jungkook está batendo nele de forma semelhante ao anterior. Juntas raspando a carne bem aberta. Aí está a curva de um nariz quebrado.

— Jungkook!

O céu explode.

Lentamente, o ex-alvo consegue se colocar de joelhos. Ele vai se levantar, fúria total em seus olhos manchados de sangue. Jimin não sabe o que fazer. Seu corpo age antes de seu cérebro, e ele se coloca entre o homem e um Jungkook ocupado.

O homem tem a audácia de sorrir.

— Veja? — Ele zomba, sua voz identificando-o como aquele que foi pressionado nas costas de Jimin. A camisa esfarrapada de Jimin ainda se agarra a ele porque está molhada. — Veja como ele reage a você. — Diz o homem.

— Do que diabos você está falando? — Porque nada disso faz sentido. Esses homens, suas intenções, suas ações, o senso de razão de Jimin é confuso como as nuvens de tempestade rodopiantes. — Quem é você?

O homem apenas tosse uma risada, manchando o nariz de vermelho enquanto passa a mão no rosto. Ele dá um passo à frente antes de seus olhos se arregalarem e ele congelar.

Os ouvidos de Jimin não ouvem nada além de chuva. Com um olhar lento para trás, ele encontra Jungkook se levantando como um ceifador saindo do túmulo. O homem abaixo dele está inconsciente, tornando-o o terceiro inconsciente. Ou talvez ele esteja muito ferido para abrir os olhos. De qualquer maneira, ele não está se movendo, e Jimin odeia sentir-se aliviado ao ver o peito do homem subir e descer fracamente a cada respiração.

Jungkook não diz nada. Ele lentamente dá um passo à frente, seu próprio rosto cortado e ensanguentado enquanto se molda na expressão mais vingativa que Jimin já viu. Jungkook não encontra o olhar de Jimin, mas encara o único homem de pé.

O homem não é um idiota. Ele pisca os olhos para seus três amigos caídos.

— Vá. — Jungkook ordena.

— E deixá-los aqui? Eles estão nocauteados pra caralho...

— Você gostaria de se juntar a eles?

O homem deve ouvir a sinceridade trêmula na voz de Jungkook. Ele deve ver a promessa em seus olhos escurecidos. Com uma cusparada sangrenta no chão, o homem se vira e se afasta. Somente quando ele entra em uma rua e está fora de vista, Jimin ousa se mover.

Ele vai até Jungkook, gentilmente pegando sua mão direita para inspecionar dentro da sua. Os nós dos dedos de Jungkook estão partidos, os cortes finos lavados pela chuva. Examinando seu rosto, Jimin vê o corte em sua bochecha que só poderia ter vindo de um anel afiado. Seu rosto ficará machucado por um tempo.

— Vamos para o hospital.

Jungkook não responde. Ele nem faz nenhum movimento para provar que ouviu uma única palavra que Jimin disse. Mas quando Jimin pega o guarda-chuva caído e pega o braço de Jungkook para levá-lo embora, ele o segue silenciosamente.

Jungkook deixa Jimin puxá-lo em direção ao centro médico mais próximo do distrito, Jimin nunca soltando a manga de sua camisa de seu aperto. Ele fez uma anotação para saber onde fica o hospital mais próximo de Sinwon há muito tempo. Os dois estão a apenas quinze minutos a pé e não se falam durante todo o caminho até lá.

   
  
 
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Eita, vocês entenderam esse capítulo? O homem com a marca no olho é o mesmo que tava com Park Kangdae. E eles não tinha intenção de machucar Jimin sexualmente. Nem de outra maneira grave. Será  que Kangdae se importa com o filho? Então porque ele fez isso? As coisas tão esquentando aos poucos.

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