18. Dezoito

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De agora em diante, Jungkook estará fortemente envolvido na história. 👏👏
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O celular de Jimin toca silenciosamente. Ele congela enquanto olha para o nome destacado na tela.

Ele sabe que deveria responder, mas algo nele ainda o mantém incrédulo. Em frente a ele na mesa da cozinha, Hyesong pega a tela de bloqueio e arqueia uma sobrancelha para Jimin em uma pergunta silenciosa tipo: Você vai responder?

O toque silencioso eventualmente chega ao fim, substituindo-se imediatamente por uma notificação de chamada perdida. Mas antes que a tela escureça, ele toca novamente.

Lentamente, Jimin estende a mão para finalmente pegá-lo, mas antes que ele possa, uma única mão passa por cima de seu ombro e agarra o dispositivo.

— Ora, alô, aqui é o sempre doce Kkuli falando!

Jimin atira adagas em Kkuli, pulando para persegui-lo ao redor da mesa. Hyesong se ajeita em sua cadeira para ficar fora do caminho. Kkuli de alguma maneira consegue manter uma voz estável enquanto evita por pouco os braços estendidos de Jimin, esgueirando-se para a cozinha para usar o balcão da ilha como um bloqueio. Jimin olha com tanta intensidade que, se ele tivesse poderes, estaria atirando raios laser na testa de Kkuli.

— Sim, este é o celular de Anjo. — Kkuli está dizendo. Ele mostra a língua para Jimin. — Ah, ele está bem aqui. Ele não respondeu? Hm, isso é estranho, o celular dele está parado bem na frente dele a manhã toda.

— Kkuli, me dê o maldito celular. — Jimin resmunga.

Kkuli o ignora, usando um dedo livre para enrolar um cacho castanho-amarelado em sua cabeça.

— Acho que sim. — Ele suspira no dispositivo. Ele se inclina sobre a ilha para entregar a Jimin, que rapidamente o leva para colocar em seu ouvido.

— Peço desculpas pela imaturidade do meu colega de quarto. — Jimin começa, certificando-se de dirigir suas palavras para Kkuli do outro lado da ilha. Ele então se vira, descansando a parte inferior das costas contra o balcão.

— Sim, que surpresa foi ouvir a voz dele em vez da sua. — Diz Jungkook do outro lado da linha, seu tom calmo e calculado como sempre. Ele nem está fisicamente presente, mas sua voz é suficiente para causar arrepios na espinha de Jimin. — Você está pronto para se mudar para sua nova residência?

Jungkook mandou uma mensagem para ele no início da semana para fornecer seu número e anunciar exatamente quando ele seria transferido para seu novo apartamento. Jimin arrasta um pé pelo chão enquanto responde:

— Sim. Você vem me buscar, certo?

— Certo. Estarei aí em dez minutos.

Jimin dispara a cabeça, assustando Kkuli, que foi na ponta dos pés para botar o ouvido no outro lado do celular de Jimin para ouvir também.

— Dez minutos?

— Eu disse a você a hora do almoço.

— É onze e pouco.

— A hora do almoço não é uma extensão ambígua de tempo, variando entre onze e talvez duas?

— Eu diria que o horário de início é meio-dia.

— Bem, são onze e quinze e estarei chegando ao seu dormitório em nove minutos. Vejo você em breve, Anjo. — Ele desliga.

Jimin corre para seu quarto, olhando para sua mochila aberta e seu conteúdo espalhado em sua cama. Ele sabe que seus artigos de toalete no banheiro ainda precisam ser embalados. Jimin começa com o que está à sua frente, enfiando seu tablet pessoal dentro com diversos itens, carregadores, protetor labial, meias que não caberiam em sua mala. Ele quase tropeça em uma de suas caixas no canto da cama enquanto corre para o banheiro, colocando dentro de um recipiente transparente os produtos que usou naquela manhã, sabonete facial, hidratante, sua escova de dentes. Ele faz uma varredura rápida no banheiro, certificando-se de que não está deixando nada para trás antes de voltar correndo para o quarto. Ele verifica embaixo da cama antes de vasculhar seus pertences. Kkuli veio sentar-se na beirada de sua própria cama, com as pernas esticadas à sua frente e os braços cruzados.

— Eu não posso acreditar que você já está saindo. — Ele faz beicinho, observando Jimin se mexer. — Você mal estreou.

Jimin dá um sorriso para ele.

— Ciúmes?

— Absolutamente! Seu ridículo, idiota maravilhoso! Eu não posso acreditar que alguém, é Jeon Jungkook. Ainda não consigo acreditar. Você me disse dias atrás, mas meu cérebro ainda está em espiral. Eu quero apertar seu pescoço e ao mesmo tempo beijar você.

— Guarde isso para o palco, por favor.

— Com que feitiço você o enfeitiçou? — Continua Kkuli, mudando de sua cama para a de Jimin. — Ooh, não... você o drogou? Existe alguma pílula hipnótica no mercado negro que leva as pessoas a fazer o que você quer? Onde você conseguiu? Como posso conseguir uma?

Jimin se liberta do aperto de Kkuli em seu braço para fechar sua mochila. Trabalhando no zíper que luta.

— Eu disse a você, não fiz nada com ele. Estou tão perdido quanto você. Talvez ele me diga hoje por que está interessado em mim.

— Quero ser o primeiro a saber quando ele o fizer. — Afirma Kkuli com o dedo apontado. — E deixe-me saber quando ele for embora para que eu possa visitar seu novo lar.

Jimin finalmente fecha sua mochila. Ele bufa uma respiração satisfeita, passando as mãos pelos cabelos.

— Claro. Eu irei quando...

A campainha do dormitório toca pelo apartamento. Jimin encontra os olhos de Kkuli por um segundo silencioso antes de seu colega de quarto pular para a entrada, Jimin em seus calcanhares. Eles passam por Hyesong, ainda na mesa da cozinha. Chan saiu de seu quarto e se jogou como uma pedra em seu lugar típico no sofá para assistir a outro episódio de sua longa lista de reality shows. Ele olha enquanto Kkuli sai do quarto e abre a porta, revelando Jungkook parado diante de dois carregadores. Jimin os reconhece como os mesmos de quando se mudou para o dormitório.

— Bom dia. — Jungkook cumprimenta, como se só fosse bom porque era ele quem dizia que era. Ele está vestido impecavelmente, como sempre, e principalmente de preto, como sempre. Jimin se arrumou conscientemente hoje, sabendo que estaria fazendo algo além de ficar descansando no dormitório, mas não se compara.

— Bom dia para você! — Kkuli sorri, sorrindo como uma criança em um carnaval.

— Oi. — É tudo que Jimin pode dizer. Ele culpa sua falta de ar por perseguir Kkuli para fora de seu quarto.

— Tudo certo? — Jungkook pergunta com expectativa.

Jimin não tem certeza do que ele deveria responder.

— Ah, hum. Estou com tudo embalado. Todas as minhas coisas estão no meu quarto.

Jungkook dá um único aceno para os carregadores, e eles passam por Jimin e Kkuli sem dizer uma palavras. Eles devem se lembrar da mudança de Jimin, porque não têm problemas para encontrar o quarto dele.

— Você não precisa ficar no corredor. — Insiste Kkuli, desviando-se e estendendo um braço de boas-vindas para a entrada. — Entre, entre!

Jungkook oferece um sorriso gentil, mas lembra Jimin do tipo que atrairia uma criança para um beco sombrio.

— Eu não gostaria incomodar. Anjo, você pode vir comigo. Os encarregados da mudança reunirão todas as suas coisas.

— Certo. — Jimin sai, virando-se para Kkuli. Ele sabia que isso estava por vir, mas isso mexe com algo melancólico no peito de Jimin. Ele morou com seus colegas de dormitório por apenas alguns meses, mas eles o receberam com muita gentileza. Ele sabe que pode vê-los sempre que quiser, seja no Deca ou voltando aqui para passear, mas percebe que vai sentir falta da companhia.

Ele se lembra da incerteza que teve inicialmente quando soube que precisaria morar em um dormitório assim que o Deca o contratasse. É bobagem agora, ele pensa, que antes preferia morar sozinho. Ele supõe que fazia sentido pensar assim quando seu orfanato tinha doze pessoas por quarto. Ele valorizou sua vida solo depois de nunca tê-la. Mas agora que ele experimentou como é passar cada momento cercado por outras pessoas, principalmente por seus amigos, ele não tem certeza se vai gostar de ter sua própria casa tanto quanto antes.

Ele joga os braços em volta de Kkuli, abraçando-o perto.

— Você é muito irritante, sabia disso? — Jimin diz a ele.

— Eu disse que era minha falha. — Kkuli murmura em seu ouvido. — E eu encontrei a sua. — Jimin se afasta, sua pergunta marcando sua expressão. — Você é muito sem vergonha.

Jimin sorri. Isso dificilmente é uma falha em seus olhos.

Hyesong acena para ele um largo adeus. Até o Chan se levantou, mas não abraçou o Jimin. Ele apenas faz uma reverência completa de noventa graus, parecendo uma figura de ação em bloco com seus quilos de músculos.

— Diga tchau aos outros por mim. — Jimin pede aos três.

— Você está apenas mudando de casa, não de país. — Hyesong brinca, mas um leve sorriso surge em sua boca. — Você vai vê-los no Deca, certo?

Jimin acena com a cabeça. Kkuli aperta seu braço, votos de felicidades silenciosas no gesto.

— Isso é incrivelmente reconfortante, — Jungkook interrompe, todos os olhos se voltando para seu corpo escuro na porta. — mas devemos ir, Anjo.

Jimin acena com a cabeça, indo para o armário de sapatos para o único par que ele guardou para usar hoje. Depois de calçar as botas, ele acena com as duas mãos para seus colegas de trabalho, os dedos saindo das mangas estendidas de seu suéter. Quando ele finalmente olha Jungkook, o homem não está exatamente sorrindo para ele, mas sua expressão está longe de ser cruel. Ele dá um passo para o lado, o movimento silencioso permitindo que Jimin saia primeiro. Então, Jimin endireita os ombros e sai do dormitório.

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A viagem não é tão longa quanto Jimin pensou que seria. Faz sentido que ele não se mude para muito longe, já que estar localizado próximo à Deca torna isso conveniente. Mas é mais longe do que os dormitórios. Jimin acha que vai pegar o metrô nos dias em que ficar com preguiça de andar ou quando o tempo estiver ruim.

O arranha-céus é como qualquer outro, moderno, laboriosamente alto, exceto que é amarelo pálido como um raio de sol. É agrupado com alguns edifícios de aparência idêntica, todos conectados com passarelas, revelando que o cluster deve pertencer ao mesmo construtor. Cada unidade é emparelhada com uma varanda consideravelmente ampla, cada uma projetando-se para fora dos lados dos edifícios para pairar sobre o ar vazio.

O saguão do prédio alto em que eles entram é tão grande quanto um hotel. Por uma fração de segundo, Jimin se pergunta se eles chegaram a um por engano. Ao contrário do decoro de Deca que remonta a séculos atrás, o interior deste complexo está repleto do mais recente design moderno. Painéis brancos e prateados nas paredes, com móveis modulares acentuados em cores holográficas. Orbes de luz pendentes descem do teto arqueado em alturas incompatíveis.

Seguindo Jungkook, os carregadores os seguindo com um carrinho com as coisas de Jimin, eles passam pela reluzente recepção onde seus dois funcionários abaixam suas cabeças. Jungkook os leva a uma esquina onde fica o elevador. Como a maioria dos edifícios privados, é necessária uma senha e ele insere perfeitamente o que quer que seja.

Enquanto espera a chegada de um dos três elevadores, Jimin escaneia uma tela digital na parede entre um par de portas. Ele pisca de um anúncio de evento de construção para listar a localização de cada andar para comodidades complexas, incluindo suas cinco piscinas, cinco academias, três cinemas, cinco filas de restaurantes, quatro mercearias, três salas de jogos, quatro andares apenas de butiques de roupas, inferno. Ninguém tem que deixar este lugar.

Eles vão até o 87º andar. Jungkook para antes da unidade 8707. Ele pressiona o dedo na maçaneta digital da porta, destrancando-a. Em vez de entrar, ele dá um passo para o lado e aponta para a entrada. Jimin não consegue diferenciar se é sincero ou arrogante.

— Depois de você.

Jimin respira fundo, girando a maçaneta e entrando em sua nova casa.

Ele não avança mais do que alguns passos. Ele esperava algo luxuoso, mas nada poderia tê-lo preparado para o quão grandioso é o apartamento.

Não, não apenas um apartamento. Uma cobertura. É uma cobertura,com janelas do chão ao teto que se estendem por 20 pés de altura com vista para o rio Han, assim como Jungkook disse. O amplo espaço aberto é envolto em pisos e paredes escuras e salpicado com cores frias de rosa e azul. Vidro e móveis arredondados acentuam o design. A sala de estar afunda no chão, delineada em barras de luz brilhantes para iluminar os móveis refinados e aconchegantes do interior. A tela na parede é mais como uma tela de cinema do que como uma televisão pessoal. Bem ao lado da entrada fica a cozinha, com bancadas de pedra-sabão e mais espaço para cozinhar do que Jimin poderia precisar. Com um pé-direito mais baixo, fica intimamente abaixo do loft do andar de cima, cuja escada é ao longo da parede adjacente, feita com degraus individuais de vidro iluminados em neon.

— Está do seu agrado?

Jimin lentamente se vira enquanto entra na cobertura, olhando para o sótão para tentar ver o que ele contém. Atrás da grade da varanda, ele vê um pequeno corredor que leva a algum lugar, com a maior parte do espaço aberto no andar de cima aparentemente todo o seu quarto.

Jimin fica tão surpreso que demora muito para responder à pergunta de Jungkook.

— Minhas desculpas. — Jungkook começa. Os carregadores passam por ele, deixando o primeiro lote de coisas de Jimin antes de sair para recolher o resto. — Eu deveria ter perguntado sobre suas preferências de design de interiores antes de mobiliar o lugar.

Isso tira Jimin de olhar para a decoração.

— Não, não é... está bom. Isso é mais do que bom. É só... muito.

Ele achava que seu apartamento de tamanho médio pago por gorjetas de strip-tease e câmeras era de alta qualidade. De muitas maneiras, era. Mas isso? Esta cobertura é elite.

Quando Jimin estava no ensino médio, ele costumava sonhar com um lugar para chamar de seu, em algum lugar com uma cama grande em seu próprio quarto, sem qualquer outro. Ele imaginou todas as maneiras fofas de decorá-lo, desde as toalhas de banho até as bugigangas do criado-mudo. Quando assinou o contrato do primeiro apartamento, foi a realização de um sonho para ele. Ele se lembra de sua primeira noite depois de se mudar, quando tudo o que tinha era uma mala de roupas e uma única lixeira cheia de tudo o que possuía. Não havia muito espaço para coisas em um orfanato. Tudo o que você pudesse colocar em sua única gaveta designada, em cima e embaixo da cama era tudo o que você tinha.

Para o primeiro apartamento, Jimin comprou um colchão, quatro travesseiros e um jogo de lençóis no mesmo dia. Ele ainda não tinha um edredom, não sabia qual queria e não ia apressar a decisão. Então, naquela noite, ele se esparramou em seu novo colchão queen-size no chão com nada além de lençóis, incapaz de dormir de excitação sabendo que passaria o dia seguinte enchendo sua nova casa.

Olhando para esta cobertura agora, Jimin não consegue acreditar o quão longe ele chegou.

Ele estaria mentindo se dissesse que não era materialista.

Quando menino, ele sempre foi bem cuidado. Mesmo que seu pai não estivesse por perto, seu pai sempre mandava mais dinheiro para sua mãe do que eles sabiam o que fazer. Jimin era muito jovem para saber o que era muito ou o que não era suficiente. Ele apenas sabia que usar as últimas tendências de estilo era normal. Nunca receber um não quando ele pedia algo era normal. Comer em restaurantes sofisticados várias vezes por semana era normal. Para ele, pelo menos.

Mas então sua mãe morreu. Então seu pai nunca mais apareceu. E o dinheiro deixou de ser transferido para a conta bancária da mãe, já encerrada com a morte dela. Os avós maternos de Jimin não tinham dinheiro para Jimin viver como ele viveu até aquele momento, mas ele teve sua vida confortável, apesar de estritamente orçada. Mas só quando seus avós morreram e Jimin foi enviado para o orfanato que ele entendeu que até mesmo seus avós viveram mais facilmente do que o resto.

Seus ganhos com striptease e câmera deram a ele uma amostra de como era quando sua mãe ainda estava viva. Isso o tirou da miséria que enfrentou no orfanato, onde não tinha nada em seu nome além das roupas do corpo. De repente, ele poderia se vestir como costumava. Ele poderia gastar créditos em um fliperama como costumava fazer. Ele poderia se deliciar em noites divertidas com Namjoon e não ter que comprar a refeição mais barata do cardápio.

Jimin não é um acumulador ou glutão, mas ele aprecia as coisas. Ele não vê nada de errado em ter coisas. E ele realmente gosta de coisas bonitas.

Esta cobertura é bonita.

Depois da vida que ele viveu, é muito para absorver. Jungkook não o conhece bem o suficiente para entender isso.

— Acho que você não entende como isso funciona. — Jungkook diz, passando pela entrada para se acomodar ao lado da cozinha. Jimin entrou na sala de estar, passando a mão pelos sofás macios. — Como seu patrocinador, estou mais do que feliz em lhe dar tudo o que você deseja, incluindo seu gosto em móveis.

Jimin se joga nas almofadas, testando sua elasticidade.

— Contanto que eu te dê o que você quiser?

— Veja? — Jungkook diz. — Você entendeu.

Jimin se levanta para ficar de pé antes de se arrastar ao redor da mesinha de centro baixa.

— E o que você quer, Sr. Patrocinador?

— Patrocinar você. — Jungkook responde simplesmente, ajustando o relógio no pulso. — Então, seria um desperdício para você não tirar vantagem da minha generosidade. Se você odeia o sofá, diga-me que odeia o sofá.

Jimin sobe para o andar principal, a pedra de alguma forma quente sob seus pés. Aquecido, provavelmente.

— Eu não odeio o sofá.

— Para qualquer outra coisa que você odeie, — Jungkook, segurando seu olhar enquanto Jimin se aproxima, — eu posso fornecer outra nova para você.

— E em troca, — Jimin pergunta, — o que você quer como meu patrocinador?

— Que você fique no Decadentia fazendo bem o seu trabalho.

Jimin retém um torcer frustrado de sua boca com a falta de uma resposta clara. Em vez disso, ele vai até Jungkook, imaginando se o homem vai se afastar. Mas Jungkook permanece firmemente plantado enquanto Jimin caminha diante dele, mais perto do que nunca. A única outra vez que eles estiveram tão próximos foi quando ele desajeitadamente esbarrou em Jungkook na cozinha do Deca, mas mesmo assim, ele se afastou no momento em que se endireitou. Agora não. Agora, Jimin praticamente ronrona para ele:

— Mas o que isso significa para você? — Ele pergunta, enquanto circula lentamente Jungkook como um gato.

Isso é o que Jimin deveria fazer como artista representando o Deca. Não importa o que Jungkook disse sobre não patrociná-lo com a intenção de dormir com ele, Jimin ainda tem uma identidade a manter. Então, ele levanta o queixo, olhando para Jungkook com sua diferença de altura de alguns centímetros. É o visual que Jimin tem de melhor, aquele que ele sempre fez. É o visual que melhor encapsula o anjo inocente pelo qual ele recebeu o nome, apenas para ser óbvio que ele pode ir de asas a chifres como o toque de um botão, se assim o desejar. A dualidade é sua especialidade. Os clientes do clube de strip se deliciavam com isso, curtindo sua personalidade travessa velada por um comportamento tímido. Mesmo que Jimin o coloque, é natural para ele. Ele é um artista, afinal. Ele não seria um se atuar fosse difícil para ele.

— Isso significa, — Jungkook começa baixinho, a diversão dançando em seus olhos com o atual círculo de Jimin, — que eu chamarei você se eu desejar, mas isso não é agora, querido. — A mensagem é alta e clara. Jimin se vira para disfarçar o embaraço esquentando suas bochechas. — Este lugar é para sua segurança e privacidade. — Jungkook continua enquanto Jimin vai para as enormes janelas, olhando para a ampla varanda adornada com móveis de jardim e vasos de plantas. — É para você encontrar consolo longe do Decadentia. Não vou incomodá-lo aqui, pode ter certeza disso.

Jimin franze a testa, virando-se assim que chega ao vidro.

— Espere. Sério? Achei que este seria o lugar ideal para nos encontrarmos. — Mas se Jungkook realmente não tem interesse sexual nele…

— É para você e apenas para você. — Jungkook confirma.

Jimin o nivela, não convencido.

— Está em seu nome. Suas impressões digitais têm acesso.

— Claro que está em meu nome. Eu estou pagando por isso. E você pode facilmente redefinir a porta. Na verdade, você deve fazê-lo e adicionar suas próprias impressões no momento em que eu sair hoje. E adicione uma senha como backup. Não escolha nada óbvio como seu aniversário.

Jimin bufa bruscamente, usando o mindinho para afastar uma mecha de cabelo.

— Eu não sou tão estúpido.

— Bom, — Jungkook diz. — espero, para o seu bem, que não seja.

Jimin subconscientemente fica tenso com a seriedade repentina de Jungkook. Ele não tem certeza do que fazer com o comentário final do homem. De certa maneira, soa como uma ameaça, mas a dura sinceridade que reveste a expressão de Jungkook evidencia outra coisa.

— Por que você está fazendo isso por mim? — Jimin pergunta.

Jungkook pode patrociná-lo sem comprar uma cobertura luxuosa para ele. Não é uma exigência de um patrocinador. É por isso que os ex-colegas de quarto de Jimin têm patrocinadores enquanto ainda vivem nos dormitórios.

Jungkook levanta uma sobrancelha arrogante.

— Quem disse que era para você? Sou eu quem está patrocinando você. Talvez eu só queira proteger o que é meu.

A resposta arrogante quase arranca uma zombaria de Jimin.

— No entanto, você diz que este lugar é estritamente para mim.

— Isso é. Eu não vou entrar a menos que você me permita.

Jimin caminha até a cozinha, ficando do lado oposto do balcão escuro, onde ele se inclina para apoiar os cotovelos, colocando as bochechas nas palmas das mãos.

— Posso ser honesto?

— Eu preferiria que você fosse.

— Eu não entendo você.

— Você não precisa.

— Não deveria? — Pergunta Jimin genuinamente. — Para agradar você?

— Eu disse que trabalhar bem no Decadentia é tudo o que você deve fazer.

— O que eu não entendo.

— Você deve entender que fazer bem o seu trabalho significa não questionar o raciocínio por trás do seu patrocinador.

Jimin se levanta.

— No entanto, você prefere que eu seja honesto. Não posso fazer isso se me disserem para ficar de boca fechada. Então, qual é?

Jungkook mal inclina a cabeça, como se estivesse considerando a melhor maneira de responder. Quaisquer que sejam os produtos em seu cabelo, não mantenha um fio fora do lugar, mesmo por gravidade.

— Eu não desejo silenciá-lo. — Ele decide. — Mas eu peço... não, vou jogar esta carta uma vez. O que eu quero? — Ele diz. — Eu quero que você não questione meus motivos com você. Curiosidade é bom, mas às vezes é melhor ficar quieto. Você entende?

Jimin pode fazer perguntas sobre Deca. Ele pode perguntar sobre Jungkook. Ele simplesmente não pode perguntar por que Jungkook está escolhendo patrociná-lo. A recusa em explicar em detalhes apenas fortalece o desejo de Jimin de saber, mas não há muito que ele possa fazer além de acenar em compreensão. Ele compreende o comando de Jungkook. Ele simplesmente não entende o raciocínio por trás disso.

— Bom. — Jungkook diz. — Vou deixar você se acomodar. Você pode me ligar ou mandar mensagem com qualquer coisa que precisar. Mas, por enquanto, vou sair.
  
[...]
 
O pequeno hall do andar de cima revela-se não como um hall, mas como um closet sem porta. Ele contém prateleiras e gavetas embutidas, com a parede em sua extremidade um espelho de três lados para que Jimin possa verificar cada ângulo. Há até uma penteadeira com um banquinho macio abaixo da superfície do balcão. Escondida ao lado da entrada está uma lavadora e secadora empilhadas, algo que Jimin inicialmente acha bizarro antes de perceber que é um planejamento genial. Ele não terá que arrastar suas roupas sujas escada abaixo.

Ele pensou que seu banheiro seria neste corredor, mas agora sabendo que é seu armário, ele caminha para o outro lado do sótão para abrir as duas portas duplas em seu final. Eles se abrem para um enorme banheiro feito para parecer um spa cavernoso. A única coisa que falta são as estalactites penduradas no teto. O quarto é completo com uma banheira do tamanho de uma jacuzzi, além do chuveiro de vidro grande o suficiente para acomodar confortavelmente três pessoas. Sabonetes e vários outros produtos são cuidadosamente organizados para Jimin usar. Ele sente uma das toalhas macias penduradas entre os dedos.

Saindo do banheiro, ele se senta na beirada de sua cama king size. Ela não afunda como se fosse areia, mas dificilmente é firme demais para o conforto. O loft é projetado de forma semelhante ao andar de baixo, com cores e artesanato combinando. Jimin fica surpreso por não haver um robô Helper em lugar nenhum. Talvez o maquinário encaixotado esteja enfiado em um armário de cozinha esperando para ser retirado e ligado. Jimin tem certeza de que Jungkook pediria um e o faria chegar em uma hora se ele pedisse, mas Jimin não precisa do assistente mecânico.

Os carregadores terminaram de trazer as coisas dele não faz muito tempo. Tudo o que ele precisa fazer é desempacotar.

Em vez disso, Jimin cai de volta na cama, sentindo a espessura do edredom abaixo dele. Provavelmente está cheio de penugem. Ele resiste à vontade de ligar para Namjoon. Seu amigo responderia, mas Jimin não quer perturbá-lo se ele estiver escrevendo ou em uma reunião com seu agente. Então, se contenta em enviar mensagens de texto. Ele tira o celular do bolso, abrindo o recurso da câmera para filmar um pequeno vídeo do loft e do andar de baixo por cima do corrimão.

📩 Jimin
Isso é loucura pra caralho.

Namjoon não responde imediatamente, provando que ele definitivamente estava a todo vapor. Mas ele responde, algum tempo depois, quando Jimin finalmente foi desfazer as malas:

📩 Namjoon
Essa é a casa de Jeon?!?!

📩 Jimin
É MINHA

📩 Namjoon
Manooo....

📩 Jimin
EU SEI.

📩 Namjoon
Faça-me um favor: antes de se instalar, verifique se há microfones e câmeras no local.

📩 Jimin
Ele pode me ver nu no trabalho, por que ele iria grampear este lugar.

📩 Namjoon
Porque no trabalho você está nu para todos, mas no seu novo apartamento você não está nu para ninguém, também conhecido como ele.

📩 Jimin
Ok, pai

📩 Namjoon
Estou falando sério

📩 Jimin
Sim, sim, eu vou, não se preocupe.

Jimin se repreende mentalmente por não pensar em verificar os grampos por conta própria. Deveria ter sido sua primeira prioridade. Em um de seus empregadores anteriores, um patrono havia usado uma sala de champanhe apenas para grampeá-la antes de partir. Demorou duas semanas até que o minúsculo técnico fosse encontrado durante uma limpeza profunda. O perpetrador recebeu apenas uma multa por isso. Jimin ouviu histórias de colegas profissionais do sexo sobre encontros com clientes apenas para descobrir que eles tentaram gravar secretamente seu compromisso, ou como se encontraram em sites incompletos de vídeos obviamente com bugs. Ninguém sequer tenta remover oficialmente esses vídeos. Isso nunca funciona.

Jimin olha ao redor de seu novo apartamento. Ele se lembra da sofisticação arrogante de Jungkook. Parece improvável que alguém como Jungkook granpeie este lugar. Ele não apenas alegou desinteresse sexual por Jimin, mas o ato de observá-lo secretamente através de pequenas câmeras parece abaixo dele. Jimin aposta que se mencionasse isso, Jungkook só iria rir.

Mas ele (JM) não é um idiota. Melhor prevenir do que remediar.

Lembrando-se de todo o seu conhecimento sobre grampos de anos ouvindo sobre isso, ele verifica minuciosamente cada entalhe da cobertura. Os únicos lugares que ele não pode verificar são as aberturas e lâmpadas no alto teto da sala de estar, mas ele supõe que, se não pode alcançá-los, ninguém mais pode.

Ele está suando um pouco de tanto rastejar e espiar quando termina. Certo de que Jeon Jungkook não o está observando secretamente de uma câmera do tamanho de uma unha do dedo mindinho costurada nas toalhas do banheiro, Jimin joga uma bola de sabão com cheiro doce na luxuosa banheira antes de se acomodar na água quente e borbulhante.

Depois de manter as mãos secas, ele pega o celular e finalmente manda uma mensagem para Kkuli.
   
  
 

CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Jungkook e seu mistério. Pobre Jimin e sua curiosidade. O que vocês acham de tudo isso?

Agradeço a todos pela leitura e comentários. Eles me motivam muito. Obrigada ❤️♥️

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