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CAPÍTULO 25
130 D. C; VISERYS TARGARYEN.
QUERIDO DAEMON,
Viserys adoeceu, está muito fraco e os curandeiros acham que ele não conseguirá se recuperar. Depois de anos envenenado, seu corpo não recebe bem esse tipo de doença, apesar de ser apenas uma gripe. Mandei Aemond para o Vale e Daeron para Summerhall, eu não os queria aqui caso algo pior acontecesse, mas graças aos deuses Viserys ainda está estável.
Rhaenys e Corlys chegaram esta manhã, ela decidiu tomar o lugar de Viserys enquanto eu cuido dele, mas acho que é hora de Rhaenyra retornar a Porto Real. Traga as crianças, será bom para Viserys vê-las. Vou esperar mais alguns dias para pedir aos meus filhos que voltem para casa, não quero preocupá-los.
Eu estarei esperando por você.
Com carinho,
Aemma.
★
Rhaenys estava com dor de cabeça, ouvir os lordes reclamarem de coisas que não importavam para ela era demais. Lorde Lyonel estava ao seu lado, parecendo tão cansado quanto ela, o homem certamente esperava ser informado da chegada de seu filho e netos para poder fugir. Felizmente, graças aos deuses, as portas da sala se abriram e Sir Harrold entrou para avisar que Rhaenyra e sua família haviam chegado. Bastou que ela se levantasse para encerrar as audiências do dia.
— Lorde Lyonel, por favor, envie os pedidos mais urgentes à Princesa Rhaenyra. — ela pediu enquanto os dois caminhavam em direção à saída. — E faça com que os relatórios dos orfanatos e escolas cheguem à Rainha o mais rápido possível.
— Claro, princesa, vou providenciar para que suas ordens sejam cumpridas. — o homem assentiu.
— E assim que nossos netos chegarem, tire algumas horas de folga.
Rhaenys sorriu com simpatia para o homem antes de seguir outro caminho, seguindo Sir Harrold até a sala do Rei onde Rhaenyra, Daemon e seus filhos já estavam lá. As portas se abriram e Rhaenys entrou, sorrindo ao ver seus sobrinhos. Daemon não estava lá, então ela presumiu que ele estava com Viserys e Aemma.
— Rhaenyra, bem-vinda de volta ao lar. — Rhaenys a abraçou.
— Esperava regressar em condições diferentes. — admitiu a mais nova. — Mas acho que é algo que já era esperado.
— Por que você não vai esperar pelos seus tios na cova com os dragões? — a mais velha colocou a mão no ombro de Aegon, o jovem. — Eles devem estar chegando.
— Podemos? — Viserys perguntou à mãe, que assentiu.
As quatro crianças despediram-se e saíram da sala com passos silenciosos, como se tivessem medo de perturbar o silêncio que tomava conta da sala.
— Vou me encontrar com o conselho. — Rhaenyra suspirou. — Volto mais tarde.
Rhaenys assentiu e foi em direção à cortina que separava o corredor da cama assim que Rhaenyra saiu. Ela moveu cuidadosamente a cortina e sorriu levemente ao ver Daemon sentado na beira da cama, Aemma estava sentada do outro lado de Viserys segurando um copo do remédio do marido. Os três olharam para ela e ela se aproximou com passos suaves.
— Talvez... Possamos jantar — Viserys falou, como se fosse difícil para ele falar.
— Só nós? — Aemma perguntou, levantando uma sobrancelha.
— Assim como antigamente. — Daemon deu um tapinha na perna do irmão. — Também podemos reclamar das pessoas como antes.
— É mais como criticá-los. — corrigiu Rhaenys.
— É o mesmo.
Três dias depois foram enviadas cartas aos filhos do rei solicitando o seu regresso a casa e em menos de três dias todos estavam na sepultura com as respectivas famílias. A fortaleza encheu-se de gente em questão de dias, tal como antes, só que desta vez foram os jovens que levaram os filhos a correr pela fortaleza, não foram eles que correram por todo o lado. Os quatro filhos do rei foram vê-lo assim que chegaram, cada um com o coração pesado ao ver o pai fraco na cama.
Aemma os recebeu com beijos e abraços que eles aceitaram de bom grado. A mulher parecia um pouco pálida e cansada, mas sempre ficava ao lado do marido, cuidando dele, mesmo que os filhos pedissem para ela descansar. Quando os quatro se reuniram com os curadores para conversar sobre a saúde do pai, eles não puderam deixar de sentir raiva ao saber que, por causa de traidores que já estavam mortos, seu pai poderia não conseguir se recuperar. No final decidiram fazer um grande jantar para toda a família, aproveitando que o pai estava um pouco melhor.
— Nós organizamos o jantar. — comentou Helaena para a mãe enquanto trançava o cabelo. — Achamos que seria melhor você se distrair um pouco.
— Obrigada, querida. — Aemma sorriu. — Estes dias têm sido um tanto difíceis, mas felizmente seu pai parece estar saindo do estado de fraqueza.
Helaena sorriu e terminou de arrumar o cabelo da mãe colocando a coroa na cabeça. A mais nova se afastou para que a mãe pudesse se ver no espelho e suspirou, lembrando do seu último sonho. Dois dragões voando juntos sobre Porto Real, felizes e despreocupados.
— Devíamos ir. — Aemma se afastou do espelho. — Daemon disse que cuidaria do seu pai.
A mais nova terminou de colocar uma presilha no cabelo e pegou na mão da mãe. Elas chegaram juntas na sala onde a família já estava reunida, só faltavam elas, Daemon e Viserys. Helaena soltou a mão da mãe e foi sentar-se entre o marido e Baela, os três iniciando uma conversa animada. Aemma fez questão de passar por cada um deles, cumprimentando-os até chegar ao seu lugar ao lado de Rhaenys, que sorriu assim que se aproximou.
— Seus filhos se destacaram nisso. — comentou a mais velha. — Você os criou bem.
— Eu fiz o meu melhor. — Aemma sorriu.
— Bem, você fez bem.
Aemma olhou ao redor da mesa e imediatamente encontrou seus filhos, todos os cinco conversando com seus sobrinhos e primos que não viam há meses. Ela certamente fez um excelente trabalho mantendo sua família unida como estava na época. Daemon e Viserys entraram logo depois e tomaram seus lugares, Viserys entre Aemma e Rhaenyra.
— Eu gostaria de brindar. — Daemon se levantou e pegou seu copo. — A minhas primas e meu irmão, eles sempre foram importantes na minha vida e serão até o dia em que eu deixar este mundo.
— Bajulador. — Rhaenys revirou os olhos.
— Quero brindar. — Aemma levantou-se com seu copo. — A todos vocês que estão aqui hoje, cada um de vocês contribuiu para que a família se mantivesse unida e forte, e por isso quero agradecer a vocês. —uma de suas mãos baixou para pegar a do marido. — Mas acima de tudo quero brindar aos meus filhos, minha maior alegria, tenho orgulho de todos os cinco.
— Para cima! — Aegon, o mais velho, ergueu o copo com um sorriso, fazendo todos rirem.
— Obrigado por estarem aqui... — Viserys começou, sua mão apertando levemente a de sua esposa. — Vocês não sabem o quanto fico feliz em ver todos vocês... Aqui.
— Isso vai nos fazer chorar, tio. — Laena fingiu enxugar as lágrimas.
— Acho que de todos eles; Joffrey é o mais capaz de chorar. — acrescentou Alyn.
— Alyn! — Alicent o repreendeu.
As risadas encheram a sala e então eles começaram o jantar. Houve piadas, danças e troca de gritos, mas todos acompanhados de risadas. Toda a família aproveitou o jantar, mesmo quando Viserys teve que ser carregado de volta para seu quarto e Aemma o seguiu logo depois.
Aemma trocou o vestido por roupas de dormir mais leves e foi ver como estava o marido. Viserys estava acordado e olhou para ela assim que ela apareceu pela cortina. Os dois sorriram e ela subiu na cama sem dizer nada antes de pegar o remédio da mesa ao lado e oferecê-lo ao marido.
— Você gostou do jantar? — Aemma perguntou, pegando o copo de volta.
— Foi muito... Bom. —Viserys sorriu e pegou a mão de sua esposa. — Devíamos fazer isso...
— Mais vezes? — ela completou para ele. — Estou de acordo.
Os cinco filhos do Rei entraram no quarto em silêncio e encontraram os pais dormindo, com as mãos unidas sobre os lençóis. Daeron, sem dizer nada, tirou o colete que vestia e deixou-o cair no chão antes de subir na cama.
— Espero que não estejam todos planejando dormir aqui. — a voz do pai os assustou.
— Acho que cabemos aqui. — Aegon sussurrou, empurrando Daeron para o lado para se deitar também.
— Claro. — Rhaenyra sentou-se na ponta. — Mas vocês devem se acomodar.
Eles descobriram que, na verdade, todos os cinco podiam dormir com os pais. Aemma havia acordado no meio de uma discussão entre Aegon e Aemond porque o mais velho queria dormir entre os pais porque 'eu sou o mais velho, tenho esse direito'. Ignorando completamente que Rhaenyra era mais velha que ele. No final foi Helaena quem assumiu o lugar entre os pais.
Quando o sol nasceu em Porto Real os curadores foram visitar o Rei e se depararam com a cena dos príncipes invadindo a cama do homem. Eles saíram imediatamente da sala e disseram a Sir Harrold para não deixar ninguém passar. O primeiro a acordar foi Aemond que tentou se mover só para acabar com a mão de Daeron em seu rosto, seu primeiro instinto foi tirar a mão, mas ele se arrependeu quando deslizou pela beirada da cama e acabou no chão com seu irmão em cima dele.
— Vocês estão bem? — a voz sonolenta de Rhaenyra perguntou, mas ela nem se mexeu para ver quem havia caído.
— Sim. — Daeron murmurou, rolando de Aemond para se enrolar no chão.
— Não. — Aemond sentou-se. — Acho que quebrei uma costela por causa de Daeron. — ele chutou seu irmão.
— Ei, deixe-me dormir. — Daeron rolou no chão novamente, virando as costas para o irmão.
— Calem a boca, vocês dois. — Aegon jogou um travesseiro para eles.
— Se vocês estão acordado, podem ir tomar banho. — a voz de Aemma os interrompeu. — Sua irmã e seu pai ainda estão dormindo.
Aemond se levantou do chão e revirou os olhos enquanto observava Aegon se acomodar para continuar dormindo, a única que saiu da cama foi Rhaenyra que ajudou Daeron a se deitar mais uma vez.
— Deixe-os dormir. — a mais velha sorriu para o irmão. — Bom dia.
— Bom dia, irmã. — Aemond sorriu. — Eu deveria ir tomar banho como minha mãe disse.
— Devíamos. — a mais velha assentiu. — Vamos.
Os dois saíram da sala em silêncio. Só algumas horas depois é que o resto acordou, embora tenham tido que arrastar Aegon e Daeron para fora da cama porque se recusaram a se levantar. Viserys tentou convencer sua esposa a deixá-los dormir mais, mas com um único olhar ela o impediu.
Os cinco voltaram na hora do almoço, já bem vestidos e mais acordados. Eles almoçaram com os pais e voltaram para o que estavam fazendo na fortaleza. Daemon visitou seu irmão depois do almoço com Rhaenys e os três convenceram Aemma a ir ao poço do dragão. Eles estavam acompanhados pelos capas brancas e por um dos curadores que ficava por perto caso o rei precisasse dele. Os quatro dragões já estavam na cova esperando por eles. Vermithor foi quem anunciou sua chegada batendo as asas e rugindo, certamente feliz por ver seu cavaleiro depois de vários dias.
— Silverwing, meu amado. — Aemma foi até seu dragão, que a recebeu com um ronronar. — Senti sua falta, querido.
Aemma estava feliz, ela podia ver que visitar seu dragão era bom para seu marido que continuava conversando com a enorme fera de bronze. Vermithor recostou-se ao lado da cadeira de Viserys, ocasionalmente soltando bufos ou ronronados. Se ver seu dragão fosse o que ajudasse seu marido, então ela se certificaria de que ele o visse todos os dias.
— Deixem Vermithor ser livre. — ele pediu aos zeladores. — Deixem-no ocupar o espaço de Silverwing no jardim da fortaleza.
Naquele dia, Vermithor desembarcou na fortaleza, assustando alguns servos que não esperavam que a fera pousasse no jardim. À noite apenas Daeron foi dormir com seus pais, mas quando eles acordaram Aegon estava deitado ao pé da cama e tanto Aemond, Helaena e Rhaenyra haviam movido o sofá para colocá-lo ao lado da cama e dormir nele. Escusado será dizer que todos os três acordaram com dores por todo o corpo.
Acho que vocês já sabem onde isso vai dar... O próximo capítulo é o fim e depois teremos o epílogo.
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