024
CAPÍTULO 24
107-108 D. C; AEMMA ARRYN.
AEGON II TARGARYEN veio ao mundo sem muitos problemas, felizmente para sua família, a criança nasceu saudável em meio a gritos. Desde que segurou o filho pela primeira vez, Aemma não conseguia soltá-lo, sempre o carregava enrolado nos braços para onde quer que fosse. Reunião do Conselho? Aegon estava nos braços de sua mãe ou pai. Público da sala do trono? Aegon estava no colo do pai tentando mastigar uma boneca de pano. Visita de alguém importante? Aegon estava lá brincando com os colares de sua mãe. E se sua mãe e seu pai estivessem ocupados? Aegon tomava seu lugar nos braços de sua irmã mais velha, sua prima Laena, ou da própria Alicent, embora estivessem sempre juntas, então as três passavam a criança o tempo todo.
Aegon adorava estar nos braços de suas pessoas favoritas, incluindo Rhaenys e até mesmo Laenor, o único que não conseguia segurá-lo sem que ele chorasse como se estivesse com dor era Daemon. O irmão do rei só carregou seu sobrinho forçado por outros, especificamente Aemma. Como naquele momento em que sua prima deixou Aegon em seus braços antes de entrar na fortaleza com passos apressados, ignorando seus chamados. Daemon olhou para o garoto que o observava atentamente, como se esperasse que ele fizesse algo que o fizesse chorar.
— Bom, parece que vamos fazer uma visita a Caraxes.
O menino piscou e balançou sua boneca de pano no ar, sorrindo inocentemente. Tio e sobrinho passaram a tarde sobrevoando Caraxes, pela primeira vez desde que o príncipe nasceu parecia que ele se dava bem com o tio, pelo menos até regressarem à fortaleza. Aegon estava meio adormecido, babando no ombro do tio, estava tudo bem até o boneco de pano cair no chão, Daemon não percebeu até que Aegon soltou um gemido.
— Ah! — o garoto gritou, lágrimas escorrendo pelo seu rosto, uma mão estendida em direção ao corredor que eles tinham acabado de sair.
Daemon parou seus passos e olhou para o sobrinho que havia esquecido o cochilo para chorar como se tivesse levado uma pancada. Uma empregada então apareceu com a boneca de pano na mão e deu ao príncipe mais velho um sorriso compassivo.
— Aqui está, meu príncipe. — a mulher ofereceu a boneca ao menino que a pegou, mas ele não parou de chorar.
— Pa! — Aegon gritou.
— Que pulmões você tem. — Daemon mudou de direção. — Quando você crescer poderá comandar um exército sem problemas.
— Mãe!— Aegon sacudiu a boneca e bateu na cara do tio. — Mãe!
— Pequena fera. — Daemon rosnou, tirando a boneca do rosto. — Esta é a última vez que cuido de você.
A sala do trono estava lotada quando eles chegaram, várias vozes podiam ser ouvidas, mas todos ficaram em silêncio ao ouvirem o choro do jovem príncipe. Bastava um olhar para as pessoas para que Aegon escondesse o rosto no ombro do tio, como fazia sempre que havia muita gente.
— Daemon... — Viserys franziu a testa ao ver seu irmão.
Ao ouvir a voz de seu pai, Aegon levantou a cabeça novamente, seus olhos procurando por seu pai nas pessoas, só quando Daemon o virou é que ele foi capaz de encontrá-lo.
— Pa! — gritou o menino, esticando os braços em direção ao trono.
— Seu filho estava tendo um acesso de raiva. — Daemon olhou para o menino que agora sorria como se nada tivesse acontecido.
— Meu filho não faz birras. — Aemma se aproximou e agarrou as mãos do filho que agora olhava para ela. — Não é mesmo, meu rapaz?
Aegon deu um chute no ar quando sua mãe o tirou dos braços do tio, sua risada enchendo o silêncio da sala.
— Obrigada por cuidar dele. — Aemma sorriu para Daemon, acomodando Aegon em seus braços.
— É a última vez. — concluiu Daemon, movendo-se para sair da sala. — Se me der licença, tenho uma guerra para a qual voltar.
Aemma balançou a cabeça e começou a embalar Aegon, que colocou a boneca de pano na boca para mastigá-la. Viserys suspirou e com um aceno de mão pediu-lhes que continuassem com o que estavam fazendo, Aemma aproveitou a oportunidade para sair também. Aegon soltou uma gargalhada e fechou os olhos, pronto para tirar uma soneca sem problemas. Aemma beijou o ombro do filho e acariciou suas costas para ajudá-lo a dormir, só então percebeu que Aegon cheirava a dragão.
Ao chegar em seu quarto encontrou Rhaenyra sentada no sofá comendo uma torta de morango, quando a princesa os ouviu entrar ela olhou para cima e sorriu, seus olhos se voltando para o irmão. Cuidadosamente, Aemma colocou Aegon em seu berço e beijou sua testa antes de cuidar de sua filha. Rhaenyra se aproximou do berço e passou um dos dedos pela bochecha do irmão.
— Eu pensei em levá-lo para passear com Syrax, mas tio Daemon chegou antes dele. — Rhaenyra sussurrou.
— Você pode fazer isso amanhã. — Aemma passou a mão pelos cabelos da filha. — Onde estão Laena e Alicent?
— Alice está respondendo uma carta de seu irmão e Laena deve estar preparando suas coisas para visitar tia Rhaenys. — ela explicou, afastando a mão de seu irmão quando o menino se mexeu durante o sono.
— Seu pai ainda está ouvindo os pedidos do povo, você deveria ir. — a mais velha beijou a testa da filha. — Deixar que eles te vejam.
Rhaenyra assentiu e deu um beijo de despedida na bochecha de sua mãe. Enquanto esperava o filho acordar da soneca, a Rainha sentou-se para ler as cartas que tinha sobre a mesa. Aegon só acordou quando sentiu fome, a criança se mexeu em seu berço e abriu a boca soltando um gemido antes de começar a chorar. Aemma imediatamente se levantou e foi até ele, assim que ele se viu nos braços de sua mãe Aegon parou de chorar, mas ainda havia lágrimas escorrendo por seu rosto.
— Shh, está tudo bem, querido. — Aemma beijou a testa do filho. — Está com fome?
Aegon gaguejou e acenou com as mãos fazendo sua mãe sorrir. Depois de alimentar o pequeno príncipe, Aemma deu-lhe banho com água morna, embora estivesse mais molhada que ele. Quando Viserys veio ver o que eles estavam fazendo, ele os encontrou no chão, Aegon deitado em cobertores e almofadas, e Aemma ao seu lado falando com ele em sussurros. O menino segurava o cabelo da mãe nas mãos e brincava com ele como se fosse seu brinquedo preferido.
— Vejo que meu príncipe já acordou. — Viserys se agachou ao lado deles, chamando a atenção do filho.
Aegon soltou uma risada e bateu palmas soltando os cabelos da mãe, estendendo as mãos em direção ao pai.
— Rhaenyra se juntou a você? — Aemma perguntou, observando Viserys carregar seu filho.
— Sim, as pessoas ficaram satisfeitas por tê-la lá. — o homem mais velho levantou Aegon no ar, fazendo-o rir. — Já comeu?
— Não o sacuda muito, ele vai acabar vomitando. — Aemma alertou. — Por isso o coloquei deitado.
Aegon chutou e agarrou o colar do pai nas mãos, balbuciando em sua própria língua.
— Rhaenyra foi voar com Syrax. — Viserys sentou Aegon em seu colo. — Laena já estava saindo para que ela a acompanhasse até o porto.
— Pai...da — Aegon deu um tapinha no peito do pai.
— O que foi, meu filho? — Viserys olhou para ele.
Aegon apontou para sua mãe e esticou os braços em direção a ela, pedindo que ela o soltasse.
— Parece que ele prefere você. — Viserys deixou a criança no chão.
— As crianças sempre preferem a mãe. — Aemma abriu os braços para receber Aegon que, assim que tocou o chão, rastejou em sua direção rapidamente. — Não é mesmo, meu filho? Você prefere a mamãe?
— Ma! — Aegon gritou enquanto era levantado.
— Esse é o meu garoto. — Aemma beijou sua bochecha repetidamente, fazendo-o rir.
Alicent apareceu logo após procurar por Rhaenyra, a jovem cumprimentou Aegon com um tapinha na cabeça e saiu tão rápido quanto chegou. Viserys passou o resto do dia com sua esposa e filho, até a hora do jantar, quando Rhaenyra se juntou a eles. Naquela noite, como nas noites anteriores, Aegon dormiu entre seus pais segurando sua boneca de pano favorita. A boneca tinha o formato de um dragão amarelo que deveria ser Sunfyre, um presente de Rhaenyra que ela havia feito depois que seu irmão conheceu o dragão.
Aegon era uma criança feliz, sempre rindo e gritando de felicidade. Todos que o conheciam se apaixonaram por seu sorriso e olhos brilhantes, mas ele também era tímido quando estava perto de muitas pessoas, sempre se escondendo nos ombros dos pais. Para comemorar o seu primeiro ano, o Rei organizou um banquete na Fortaleza e convidou todo o reino. Aegon estava feliz o tempo todo, sendo passado por seus parentes durante toda a noite, sempre nos braços de alguém diferente. Mas sem dúvida o seu lugar preferido era com a mãe, cada vez que a via estendia as mãos e chamava por ela com urgência, o que fazia todos rirem com ternura.
— Ny-ra. — Rhaenyra olhou esperançosa para o irmão.
— Ny...Da. — Aegon exclamou alegremente, sacudindo o barco de madeira que Lorde Corlys lhe dera.
— Ny-ra... — ela corrigiu.
— Nyda. — repetiu o menino.
— Aegon ainda é muito pequeno, tenha paciência com ele. — Viserys deu um tapinha na cabeça da filha. — Em breve ele estará gritando seu nome em todos os lugares.
O menino olhou para o pai e depois para a irmã antes de rir, feliz em vê-los. Rhaenyra sorriu e beijou as bochechas do irmão o fazendo rir ainda mais.
— Meu pequeno raio de sol. — Rhaenyra murmurou. — Eu te amo.
Aegon apertou a mão da irmã, pedindo para ser carregado, e ela o carregou sem hesitação. Aemma olhou para eles da mesa Arryn com um sorriso.
O próximo capítulo será o começo do fim.
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