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CAPÍTULO 4
108 D. C; AEGON TARGARYEN.
QUERIDA AEMMA,
Como está o monstrinho que você trouxe ao mundo? Espero que você não esteja falando mal do seu tio Daemon, estou determinado a ser um bom tio.
A guerra está avançando e estamos vencendo, mas gostaria que você viesse e terminasse, seria bom para o reino que seus Reis demonstrassem seu poder. Especialmente agora que ambos têm dragões.
Aceite o presente que mandei para Aegon, é para comemorar o dia do primeiro nome dele. Embora nunca vá se comparar ao presente de Rhaenyra, pensei que Sunfyre ficaria trancado no fosso por toda a vida, mas é bom que ele esteja se recuperando da perda de Baelon.
Não mate Otto até eu voltar, quero fazer as honras.
Assinado,
Daemon.
Uma pequena mão estendeu a mão para pegar o papel e Aemma o jogou longe, olhando para seu filho que franziu a testa, então olhou para ela com um beicinho. O pequeno Aegon descansava confortavelmente contra o quadril de sua mãe como sempre, mas ele era muito curioso para seu próprio bem e toda vez que via algo ele queria segurá-lo e tentar comê-lo.
— As cartas do tio Daemon não são comidas. — Aemma beijou a cabeça do filho.
— Mãe... — Aegon exclamou.
Com um sorriso, Aemma passou o recado para uma de suas criadas, que se apressou em guardá-lo.
— Com fome? — o menino piscou. — Brincar? — não houve resposta. — Dragões?
Um grito de excitação foi ouvido e Aegon começou a bater palmas, claramente querendo ver os dragões. Incapaz de dizer não ao filho, Aemma pediu que Silverwing e Sunfyre estivessem preparados para voar. Enquanto ela se trocava, ela deixou Aegon no chão e o menino imediatamente começou a engatinhar pela sala balbuciando como a criança hiperativa que era, ela não hesitou em pensar que assim que ele aprendesse a andar seria o terror dos sete reinos. Quando estava pronta, carregou o filho e amarrou-o ao peito com um pano preto que ela mesma arrumou como segurança para quando levasse o filho para voar.
Mãe e filho voaram por horas, em nenhum momento Aegon parou de rir e gritar. O menino adorava voar com a família, tanto que já havia voado em quase todos os dragões da família, inclusive nos Meleys. Eles voltaram para a fortaleza quando o menino bocejou indicando que era hora de sua soneca. Aemma foi quem cantou para ele dormir e o colocou para dormir em seu berço, quando Aegon adormeceu Viserys apareceu com um sorriso e Otto Hightower o seguindo.
— Ouvi dizer que foram voar. — o homem aproximou-se do berço para ver o filho — Como foi?
— Foi emocionante. — ela sorriu enquanto observava seu marido acariciar o cabelo de Aegon. — Você poderia se juntar a nós amanhã.
— Claro, claro. — ele prontamente concordou. — Rhaenyra poderia ir conosco também.
Otto ficou para trás ouvindo a conversa do Rei e da Rainha, seus olhos nunca deixando de seguir a Rainha e cada movimento que ela fazia. O homem desconfiava dela, desde o afastamento de Mestre Mellos e antes mesmo disso notara algo estranho com a Rainha. Seu plano de fazer o rei se casar com sua filha foi um fracasso total e agora que havia uma criança envolvida, as coisas ficaram mais complicadas. Embora ele pudesse se livrar do menino não seria uma coisa fácil, não quando a Rainha não o deixa fora de vista por mais de dois minutos, Aegon estava sempre com sua mãe, pai ou irmã. Ele nunca estava sozinho com seus cuidadores.
— Eu estava pensando em fazer uma busca pelo dia do segundo nome de Aegon. — comentou Viserys.
— Acabamos de passar o dia do seu primeiro nome, Viserys. — Aemma o lembrou.
— É melhor preparar tudo com antecedência. — concluiu o homem.
A mulher suspirou derrotada sabendo que não iria mudar a opinião do marido, seus olhos foram para a Mão do Rei e os dois se olharam por alguns segundos antes do homem abaixar a cabeça. Como ela gostaria de poder fazer Silverwing comê-lo vivo.
★
Querido Daemon,
Consegui prender mais duas donzelas, ambas confessaram ter envenenado minha comida quando eu estava grávida de Baelon. Viserys está chateado, do meu quarto posso ouvir Vermithor rugindo querendo queimar tudo. Talvez seja bom mandá-lo para a guerra para liberar toda a sua raiva, você cuidaria dele se eu o mandasse para os Degraus de Pedra?
Eu ouvi de Rhaenys que Laena está se preparando para reivindicar Vhagar, seria ótimo se ela pudesse reivindicá-lo, ela sempre quis um dragão.
Quanto a Aegon, obrigado pela espada e espero que você mesmo seja o único a treiná-lo quando ele estiver na idade apropriada para começar seu treinamento. Ele cresce cada dia mais, me assusta ver a forma como ele cresce, queria poder congelar o tempo e deixá-lo assim pro resto da minha vida.
Vou esperar sua resposta sobre a ida de Viserys para a guerra.
Com carinho,
Aemma Arryn.
★
— Querida Mysaria,
Gostou das melhorias nos orfanatos? Espero que agora as crianças tenham uma vida melhor, não hesite em pedir minha ajuda se algo mais acontecer.
Muito obrigada pelo presente que você enviou para Aegon, vou garantir que ele o use no dia do segundo nome.
Com a carta, envio-lhe uma cópia da resolução do rei sobre o abuso de crianças na cidade. Viserys ficou indignado quando soube o que estava acontecendo, então você não precisa mais se preocupar com isso, ele vai protegê-los.
Lembre-se de que a posição de Lady of Whispers ainda está aberta para você.
Com carinho,
Aemma Arryn.
— Daemon diz que está ganhando a guerra, mas talvez uma visita não faria mal. — Rhaenyra ergueu os olhos de seu prato quando ouviu sua mãe.
— Você quer participar da guerra? — Viserys perguntou enquanto continuava a alimentar seu filho.
— Eu pensei que talvez você devesse ir. — Aemma estendeu a mão para enxugar a bochecha de Aegon. — Mostrar aos sete reinos que Vermithor não é apenas um ornamento.
Rhaenyra olhou para seus pais, então para seu irmão que estava olhando para o prato de comida com olhos brilhantes. Com cuidado para não chamar a atenção, estendeu a mão e pegou um pedaço de fruta, passando para o irmão que o agarrou alegremente. Aegon gritou alegremente, levando a fruta à boca, chamando a atenção de seus pais.
— Talvez mamãe esteja certa. — Rhaenyra falou. — Seria bom para sua imagem.
Viserys olhou para sua filha e sua esposa, as duas mulheres mais importantes de sua vida olhando para ele em busca de uma resposta. Mas ele poderia recusar? Não, claro que não podia porque elas estavam certas. Nesse mesmo dia ele voou para Driftmark e conversou com sua prima que apenas lhe deu um tapinha nas costas e a aconselhou a trazer o dragão. No dia seguinte, ele nomeou Aemma Rainha Regente e partiu para os Degraus, ignorando os protestos de seu conselho, especialmente de Otto. Quando ele alcançou os Degraus acima de Vermithor, Daemon o cumprimentou com um sorriso divertido, coberto de sangue e cinzas.
— Eu não pensei que você viria. — o mais novo olhou para o dragão de bronze atrás de seu irmão.
— Os sete reinos não devem esquecer quem é seu Rei. — o olhar de Viserys foi para os soldados surpresos e para Lorde Corlys.
— Apenas não vomite, vai haver muito vôo envolvido. — o príncipe zombou.
Nesses momentos, Viserys se perguntava se a amizade entre sua esposa e seu irmão era boa.
★
Querida Aemma,
Para surpresa de todos, Viserys integrou-se bem na guerra, pode não ser um bom soldado, mas é um bom cavaleiro de dragões e um bom estrategista. Como prometido, está bom, sem arranhões. Como estão vocês?
Você está indo bem como Rainha Regente? Espero que você esteja causando o caos na ausência do meu irmão, não deixe esses bastardos pensarem que podem controlar você. Pedi a Mysaria para se juntar à sua corte, não gosto de você e Rhaenyra sozinhas na ausência de meu irmão, embora saiba que Rhaenys visita o tempo todo.
Torture Otto por mim.
Assinado,
Daemon.
— Sua Majestade, se me permite...
— Eu não vou deixar. — Aemma deu a Otto um olhar frio. — Este homem matou meus filhos e tentou matar meu marido e a mim. — sua voz ecoou pela sala do trono. — Ele não merece a misericórdia de ser enviado para a Muralha.
— Vossa Majestade está certa. — Lyonel Strong falou. — Uma traição deste tamanho só pode ser punida com a morte.
— A Cidadela já enviou sua resposta, Majestade. — Mestre Gerardys ergueu um pergaminho. — Mellos foi removido de todos os seus títulos.
— Uma execução pública. — sentenciou a Rainha. — Pendurar a cabeça nos portões da Fortaleza e enviar o resto do corpo para a Cidadela. — ela se levantou do trono. — Para servir de exemplo para quem ousar trair a coroa.
Os presentes começaram a sussurrar na sala e em um canto Alicent observou seu pai, a jovem respirou fundo e assentiu, certificando-se de que estava fazendo a coisa certa. Ela teve que fazer seu pai pagar pelo que fez, mesmo que isso significasse que ele teria que morrer.
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