34. I'm the bad guy
I heard the truth was built to bend
A mechanism to suspend the guilt is what you will require
And still you've got to dance little liar.
It's just like those fibs to pop and fizz
And you'll be forced to take that awful quiz
And you're bound to trip and she'll detect the fiction on your lips
And dig a contradiction up.
And the clean coming will hurt
And you can never get it spotless
When there's dirt beneath the dirt
The liar takes a lot less time
Artic Monkeys - Dance Little Liar
*
Extasiada. Isso pode explicar a sensação que se apossa do meu corpo há algumas horas. Depois que Justin saiu para conversar com aquele homem, conheci algumas mulheres que trabalham aqui nessa boate. Elas fizeram questão de me ajudar a sair da fossa em que eu aparentava estar.
Elas se aproximaram, perguntando sobre o motivo de eu estar tão desanimada. Disse que tinha acabado de brigar com um amigo e elas entenderam na hora, dizendo que eu precisava de uma boa dose de sex on the beach. Com toda a certeza, não discordei, e junto com essa bebida, as mesmas trouxeram uma garrafa de vodka.
Eu não sou uma inconsequente quando bêbada, então tentei desfrutar do momento. Chris estava por perto e depois do primeiro copo, eu já não me importava com Justin.
Porém, nesse momento, após sair cambaleando de dentro do banheiro, percebi que estou sozinha. Justin não havia voltado, então fui para a pista de dança com duas das meninas, pois a outra precisou voltar ao trabalho, quando um homem se aproximou e sussurrou algo em seu ouvido. Daí em diante, a pista se tornou muito mais confortável e divertida para a minha pessoa, nesse estado.
As meninas, as quais continuarei chamando assim pois esqueci os seus nomes, já não estavam me acompanhando. Agora, depois de alguns minutos ou horas, lembrei de Justin.
- Mas que droga, Bieber. Onde você está? - Pronuncio-me com uma frase desnecessária, pois ele não brotaria do nada ao meu lado só porque disse o seu nome. Decido me afastar das meninas e andar pela festa, que parecia muito boa mesmo depois de várias horas. Vejo uma porta e pensei que ela poderia levar ao lado de fora, então abri a mesma e constatei que era isso mesmo.
Escuto gritos e um arrepio percorre rapidamente o meu corpo, não só por eles, mas também pelo frio do lado de fora. É um beco sem muita iluminação, então do lugar que estou, só consigo ver que há um homem e... Justin!
Quando pensei em ir até lá para saber o que está acontecendo, escuto algo que fez a minha cabeça começar a girar.
- Sabe, Gomez merece saber a verdade garoto. Merece saber que você trafica maconha e outras coisinhas por todo o subúrbio de Atlanta.
Seguro com firmeza na parede, balançando a cabeça, fechando os olhos com força e os abrindo para saber se eu estava escutando e vendo com clareza.
Trafica. Justin.. Trafica.
Não quero saber de mais nada, não aguento mais ficar aqui.
Saindo de lá e fechando a porta com cautela, tento fazer com que a minha visão não fique embaçada pelas lágrimas e pela bebida. Os meninos estavam aqui também, devem saber de algo, podem me levar para casa.
- Ashley, ei. - Alguém segura o meu braço e me vira para si. Só tenho tempo de abaixar a cabeça e segurar um soluço. - O que aconteceu? Estava preocupada, Ryan apareceu desesperado procurando por você.
Pela voz, posso entender que é Stassie, uma das meninas que estavam bebendo comigo há um tempo atrás. Limpo o rosto com as costas das mãos e encaro-a fingindo que a minha vida está um mar de rosas.
- Quero ir embora. Onde estão os meninos?
Franzindo fortemente seu cenho, Stassie limpa minhas lágrimas com os dedos e pergunta algo de novo, que eu não consigo escutar. Como ela provavelmente percebeu, começou a me arrastar para algum lugar.
Drogas, Justin é um traficante.
No fundo do meu coração eu já sabia que havia algo errado, sabia que era algo a ver com drogas. Mas era melhor quando tudo não se passava de suposições.
- Ashley, caramba, onde você tava? - Chaz aparece com o rosto vermelho. - Nossa, eu achei que você tinha desmaiado por aí de tanta vodka que tomou.
- Não é hora. - Stassie diz secamente e me senta no sofá que era o mais afastado da multidão e do som.
- Eu só quero ir embora, tá bom? - A essa altura, eu já tinha fingido que consegui me recompôr e a seriedade tomou conta da minha face. - Vou pegar um ônibus.
- Que ônibus, garota. Cadê o Justin? Não o vejo há um tempo. - Chris, o qual eu não havia percebido a presença até agora, diz.
- Não me interessa, Christian. - Chris estranha a minha indiferença e o jeito que o chamei, então senta ao meu lado e segura a minha mão. - Só me leva embora.
Ele encara Chaz, que encara Ryan, e logo todos estão com a atenção concentrada em mim. Sem mais aguentar tanta sonsice, abro um pequeno sorriso debochado e não me seguro ao afirmar.
- Vocês sabiam. Vocês sabiam que Justin é a porra de um traficante.
O olhar de espanto surge de supetão na face de todos os presentes, menos de Stassie, que parecia achar que eu já sabia.
- Anjo, desculpa dizer, mas todo mundo sabe. - Ela diz com pena. - Achei que sabia também, sabe, não é grande coisa.
- Pode não ser grande coisa pra você por já estar acostumada com esse mundo, mas pra mim é algo grande sim! Principalmente pelo fato dele ter escondido.
- Ash, eu acho... Eu acho que vocês devem conversar, vou procurar por ele. - Chaz diz.
- NÃO! - Não me importo em gritar, expressando toda a dor que estou sentindo. - Eu não vou conversar com ele sobre merda alguma, se nem um de vocês está disposto a me levar pra casa, eu vou sozinha! Conseguem entender?
Todos ficam em silêncio e continuam assim ao assentir.
- Eu levo, fiquem aqui pra conversar com o Justin. - Ryan ousa dizer.
- Oh, claro. - Ironizo, esfregando as mãos com raiva por todo o meu rosto. - Fiquem aí para consolar o pobre coitado e mentiroso do amigo de vocês.
- Entendemos que você tá chateada, mas não precisa falar assim. Ele te ama. Nós te amamos. - Tentando segurar a minha mão de novo, sem sucesso, Chris fala.
- Me deixem em paz. - Me levanto e saio daquele lugar que só estava servindo para me deixar com uma terrível falta de ar.
Ao mais uma vez ter um choque término, o baque de tudo que acabou de acontecer ocorre no mesmo momento. As lágrimas descem sem controle algum, e mais uma vez eu me pergunto o quão bom seria se eu nunca tivesse ido atrás de Justin.
- Ahm... Vamos? - Ryan diz baixinho, parecendo receoso com qualquer movimento próprio.
- Onde está o seu carro?
- Ali, perto daquele vermelho. - Ele aponta e vou até lá com rapidez. Ryan destranca as portas e me sento.
Fecho os olhos para que eu possa ignorar a pessoa que está comigo pelo resto da viagem.
*
Ao sentir que o carro estacionou, abro meus olhos e constato que estou em frente a minha casa. Sem ao menos dizer algo, saio do carro com pressa em direção a porta. Cambaleios são impossíveis de evitar, tanto que antes que eu consiga chegar a ela, encosto em um poste e fico lá por alguns minutos.
- Tudo bem? - Ryan pergunta e coloca a mão em meu ombro.
- Sim, claro. - O deboche está quase escorrendo pela minha boca.
- Desculpa, Ash... Eu... - Ryan não consegue terminar, pois um alto som de derrape chama toda a nossa atenção.
O carro luxuoso de Justin não demora mais que quatro segundos para parar em nossa frente. Escuto um longo suspiro do garoto ao meu lado.
- Tô indo, depois falo com você. - Ryan diz, o mesmo se aproxima tentando deixar um beijo em minha bochecha, mas eu me esquivo rapidamente.
Eu poderia simplesmente entrar em casa e deixar Justin gritando e chorando em frente a minha porta à noite toda, algo que sei que ele faria por estar aparentemente descontrolado, mas, estou bastante curiosa para saber qual desculpa ele irá inventar para essa grande encenação.
Justin sai do carro como um furacão, com uma expressão pesada de culpa.
- Ashley, me desculpa, me desculpa por ter mentindo! Eu não sabia como te contar, você... Você é a melhor coisa que aconteceu comigo. Eu nunca quis te magoar e... - Ele para de falar e franze fortemente o cenho, ao observar meu sorriso irônico. - Por que está rindo?
Depois disso, a risada presa em minha garganta não demora a vir. Passo um minuto ou mais olhando para ele assim, até que o choro vem. Rapidamente a expressão de incredulidade e divertimento se transforma em dor.
- Eu não consigo acreditar Justin. Você passou todo esse tempo traficando debaixo do meu nariz e eu não percebi. Que eu era uma idiota eu sempre soube, agora ser feita de babaca? - Digo enquanto as lágrimas não param de descer. - Você se dizia meu melhor amigo.
Depois da minha fala, Justin passa sua mão pelo cabelo ao se sentir nervoso, típico.
- Eu não podia, entende? Você poderia correr perigo e...
- Para, para de mentir pelo menos uma vez na sua vida! - Não me importo em gritar como uma louca. - Você não teve coragem, só admita. Não teve coragem de contar por saber que eu te compararia com ele!
- Ashley, eu... - Suas lágrimas começam a descer suavemente. - Isso iria te deixar mais triste, e sim, foi por causa do seu tio.
Devastada, a palavra que me descreve agora.
- Você sabe como ele terminou por causa de drogas e depressão, Justin. - Ouso encarar o seu rosto, com escárnio. - Sempre conversei com você sobre isso, sobre como eu nunca gostaria ter que acabar tendo que ver o seu corpo pendurado no seu porão...
Minhas mãos tremem, não consigo continuar a falar.
Justin me olha por longos minutos, sem pronunciar uma palavra. Depois de algum tempo, ele se senta na escada e encara a grama que começa a crescer.
- Quando eu comecei a vender e usar essas coisas, não queria que você tivesse contato com esse mundo. Tanto por perigo, tanto por saber que te machucaria. - Ele me olha rapidamente. - Então o mais fácil foi simplesmente me afastar. Sem explicações, sem passado. Me esquecer de você. Sabia que te deixaria chateada, mas também sabia que era melhor.
- Sua mãe, Justin... Como pôde? Como pôde me falar que Jeremy te ajudou com alguma empresa? Imagino que inventou isso também, não é? Você nem deve ter voltado a falar com ele.
- Ahm... É. Nunca mais falei com o meu pai. - A essa altura, o mais fácil é contar as verdades que ele me disse. - Minha mãe sabe, mas não tinha coragem de me denunciar ou me fazer mudar de ideia.
- Puta merda.
É o que pude falar. Só isso. Não sei o que dizer a ele agora, não sei o que sentir. Justin se superou.
- Vai pra casa.
Decido dizer, não quero mais conversar. Esse dia me esgotou ao máximo. Minha visão ainda está turva, a vontade de vomitar apareceu com toda a força, e a decepção ao olhar para o rosto de Justin também.
- Como é? - Ele diz.
- Não quero conversar agora, Bieber. Nem tão cedo. Quero que me deixe em paz.
Ele assente lentamente, como se tentasse processar as palavras.
Justin se levanta, passa a mão em seu rosto e em sua calça, e me olha pela última vez naquele dia.
Sem dizer mais uma palavra, me viro para a minha porta e entro dentro de casa, fechando-a com toda a força.
Que droga!
*
Tradução do trecho da música no início: "Ouvi dizer que a verdade foi construída para ser dobrada
Um mecanismo para suspender a culpa é o que você exigirá
E ainda assim você terá que dançar, pequeno mentiroso.
É como aquelas mentirinhas estourando e efervescendo
E você será forçado a aceitar esse quiz terrível
E você tende a tropeçar e ela verá a mentira em seus lábios
E escavará em busca de uma contradição.
E abrir o jogo vai machucar
E você nunca poderá apagar essa mancha
Quando há sujeira debaixo de sujeira
O mentiroso leva muito menos tempo"
e aí, amores - se é que ainda existe alguém que leia isso aqui, kkkk.
bom, pra começar, finalmente a Ash descobriu o que acontece na real, né?
segundo: gente, acho que chegou a hora de reescrever Dear Me. não digo só fazer correções, literalmente, reescrever. graças a Deus minha escrita melhorou muito de 2017 pra cá - sim, eu sou uma irresponsável e não ponho um fim nisso vai fazer três anos. eu não consigo simplesmente tirar das plataformas pois bem ou mal, essa fic foi o início do meu amor pela escrita, a primeira vez que concretizei os meus pensamentos em algo que por muito tempo foi o meu refúgio. nunca me veria escrevendo isso, mas hoje em dia, sinto que já não escrevo aqui por amor. sinto que levei a história por um rumo muito complicado e provavelmente enjoativo. percebo isso pois a quantidade de leitores diminuiu MUITO desde o início. e sei que foi completamente culpa minha. não sei mais quantos capítulos irei postar antes de tirá-la do ar, mas podem ter certeza que avisarei antes. Dear Me aparecerá de cara nova.
terceiro: mesmo estando mais de 5 meses (se não me engano) sem postar, DM bateu 15k! eu só tenho a agradecer, sério.
enquanto isso, convido vocês a lerem uma história que publiquei ano passado, chamada Revival. a atualização também não é muito rápida, porém é bem mais que aqui, kkkk.
viram que o casamento do Justin é na segunda? ele aparenta estar tão feliz, e eu estou tão feliz por ele. eu o amo com todo o meu coração.
e a selena voltando a ser ativa no instagram? não foi um surto coletivo, manas.
enfim, obrigada pelo carinho de sempre. amo vocês.
espero que tenham gostado...ツ
xoxo, éshi♡
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top