26. Let the heart in love decide

God only knows why it's taken me so long to let my doubts go
You're the only one that I want (...)
So come on and give me the chance
To prove I am the one who can walk that mile
Until the end starts.
Adele - One and Only.

*

Estava sentada no sofá da sala da casa do meu pai e Aurora está aqui do meu lado me importunando, como sempre.

- Vamos Ash, por favor, eu quero muito. - Ela insiste mais uma vez para nós irmos à lanchonete.

- Eu já disse que eu estou com preguiça, Aurora. Meu Deus, larga de ser chata, pirralha. - Falo jogando minhas pernas em cima das suas.

- Primeiro, eu odeio quando você me chama de pirralha. Segundo, eu quero sair um pouco, eu não aguento mais ficar aqui com a minha mãe reclamando o tempo todo.

Realmente, desde que cheguei aqui, minha madrasta começou a conversar comigo e com Aurora sobre meu pai, algo que ela faz sempre. Ela reclama sobre algumas coisas e eu tento dar conselhos, mesmo não tendo muita empatia por ela. Tenho que respeita-lá, e não sou uma má pessoa.

- Nem eu. - Digo a verdade e olho para Aurora. - Vou me arrumar.

Me levanto com rapidez e Aurora me segue. Aqui na casa do meu pai tem 3 quartos. Um dele e de Karen, um meu e de Aurora e outro de hóspedes. Quando ele se mudou perguntou se eu queria um quarto só para mim, eu respondi que não. Não venho sempre para cá, então quando venho quero ficar o mais próximo que posso de Aurora e dele. Mesmo vendo ela todo dia.

Depois de ter tomado banho, me maquiado, etc. Desço às escadas e Aurora está sentada no chão calçando o tênis.

- Finalmente a madame acabou. - Ela diz com ironia presente em sua voz. Reviro os olhos e abro a porta.

- Onde vocês vão? - Karen pergunta e eu escondo uma careta de insatisfação.

- À lanchonete, mãe. - Aurora fala e se levanta do chão. - Tchau.

- Ok, tchau meus amores, não cheguem tarde. - Ela chega perto e deposita um beijo na minha bochecha e na de Aurora.

Dou um sorriso e me viro de costas para sair, podendo sibilar com desgosto as suas palavras.

Começamos a andar para lá em um ritmo bem devagar, por causa da minha irmã.

- Aurora, pelo amor de Deus, anda mais rápido.

- Calma Ash, a gente não tá sendo perseguida. - Ela fala com deboche.

- Você não tem certeza disso. - Digo com um sorriso de canto, sabendo que ela vai ficar paranóica.

- Para de falar essas coisas! - Ela diz e me empurra para o lado, enquanto eu começo a gargalhar. - Eu vou ficar olhando para trás toda hora!

- Problema é seu. - Digo ainda rindo.

Aurora parece se tocar de algo e me olha inquieta. Estranho sua atitude e decido perguntar.

- O que houve, garota?

- Então... É que eusótechameiporqueeuqueriavirnalanchonetecomoChriseopapainãoiadeixar. - Ela fala com um daqueles rappers.

- Para de fazer essas coisas, Aurora Elizabeth Gomez! Fala direito. - Digo brava enquanto fecho o zíper da minha bolsa, que tinha percebido estar aberto.

- Não diz meu nome todo! - Ela grita e as pessoas em volta nos olham assustadas e ela fica completamente sem-graça. - É que... - Ela respira fundo antes de me olhar. - Eu só te chamei para cá porque eu marquei com o Chris, e se eu falasse isso para a minha mãe ela não deixaria. Então eu trouxe você para ela achar que estamos juntas.

Ela fecha os olhos e comprime os lábios após dizer isso.

- Me diz que você está zoando com a minha cara, garota. - Respiro fundo e aperto o dedo dos meu pés, típico de quando estou com raiva e estou me segurando para não surtar. - Qual é o seu problema, Aurora?! - Digo explanando toda a minha fúria em cima dela, sem gritar.

- Me desculpa, me desculpa! - Ela sai de perto de mim e faz uma cara arrependida. - Eu não saio com ele há muito tempo, e você sabe como meus pais são. Não vai pra casa, por favor!

- Mas você não tinha o direito de tirar a minha escolha, Aurora. - Falo me acalmando. - Era só você conversar comigo, pois aí eu chamaria alguém para me acompanhar, que droga. Você sabe que eu chego quase ao ponto de odiar mentiras.

- Bom, eu não menti. Eu omiti. - Ela diz arqueando uma de suas sobrancelhas.

- Você quer que eu vá para casa e ainda conte tudo para a sua mãe?

- Você não seria tão X9 a esse ponto.

- Realmente eu não seria, mas tem várias outras formas de te castigar! - Falo com um sorriso falso.

- Ok, ok! - Ela levanta as mãos em sinal de rendição. - O Chris já está lá dentro vem. - Ela vai entrando e puxa minha mão.

Ela vai seguindo até as últimas mesas, que é onde ele está e eu nem faço questão de ir lá cumprimentá-lo. Depois eu vou.

Sento em uma das mesas e pego meu telefone na bolsa, será que eu chamo o Justin?

Decido chamá-lo, quero descobrir os motivos dele. Jack ficou muito machucado e Justin parecia querer descontar toda a sua raiva nele. Abro as mensagens e procuro o seu contato.

Eu: oi. tá ocupado?

Bieber: pra você nunca, porque?

Eu: pode vir a lanchonete na Peachtree St. NE? agora.

Bieber: chego em alguns minutos.

Bloqueio a tela do meu telefone e respiro fundo. "pra você nunca", okay, talvez eu tenha surtado um pouco.

Depois de uns 30 minutos, olho para a mesa de Christian e Aurora e vejo eles quase se comendo. Tiro uma foto e começo a rir, vou mostrar a ela depois.

Me assusto quando sinto um movimento rápido ao meu lado. Ao olhar encontro Bieber com o seu sorriso de lado.

- Posso saber o motivo de ter me chamado? - Ele diz.

- Queria conversar. - Falo, colocando os cotovelos na mesa e a mão embaixo do meu queixo, suportando minha cabeça e olhando para ele. - Sobre aquele dia.

Justin não diz nada, apenas solta um gemido em concordância.

- O Jack ficou muito machucado, Justin. Eu não entendi o motivo de você ter batido nele.

- Ele é um idiota, achei que você sabia disso.

E você não é? Penso em dizer.

- Porque ele é? Me fala uma coisa concreta.

Justin abre a boca para falar, porém nada sair dela e ele a fecha novamente.

- Foi o que eu pensei.

Ficamos um tempo em silêncio e uma garçonete vem anotar nossos pedidos.

- Eu vou querer um hambúrguer triplo, sem cebola, uma batata grande e um refri de 700 ml, por favor! - Termino de falar a abaixo o cardápio, que é quase igual ao de outras lanchonetes.

- Morta de fome por besteiras, como sempre. - Justin, ainda me encarando com incredulidade, diz.

- Cala a boca, Bieber. Você pediu dois hambúrgueres.

A garçonete segura o riso e se afasta, dizendo que os pedidos estarão prontos em 10 minutos.

Olho para a mesa de Aurora e Chris e percebo que eles estão somente conversando agora.

- Então eu tô sendo um estepe, certo Gomez? - Justin diz, acho que percebeu Aurora e Chris e deve ter deduzido.

- Talvez. - Digo olhando em seus olhos agora.

Ele solta seu risinho de lado e eu olho para as minhas unhas, que parecem bem mais interessantes agora, para não ser hipnotizada.

- Se eu pedisse, você se afastaria dele? - O olho confusa depois de sua fala. - Do Jack.

- Não. - Falo franzindo meu cenho. - Por que eu me afastaria? Você é tão estranho.

- Ele não é uma boa pessoa, Ash... - Justin diz e bate os dedos nos joelhos.

-  Por que você sempre parece tão inseguro sobre ele, Justin? Pelo amor de Deus, o que ele te fez de tão mal para você falar isso?

- A pergunta é, o que ele - Justin dá ênfase nessa palavra. - te fez de tão mal.

Meu rosto agora demonstra com certeza toda a minha confusão. O que Jack pode ter feito?

- Ah, espera. - Olho para Justin e levanto minhas duas sobrancelhas. - Você não tá dizendo do pedido de término totalmente ridículo de quando tínhamos, sei lá, 9 anos, né Bieber?

- É claro que não Ashley! - Ele fica bravo de repente.

Antes de eu conseguir falar alguma coisa, a garçonete aparece com nossos lanches, logo tenho uma idéia.

- Você poderia embrulhar para viagem, por favor? - Digo com um pequeno sorriso. Ela assente e volta para a cozinha.

- Agora você vai embora, sério? Puta merda. - Justin diz se jogando para traz no sofá e cruzando os braços.

- Você tá parecendo uma criança. - Olho para o lado e percebo que ele está me encarando como se quisesse desvendar a minha alma.

Pela primeira vez começo a encará-lo também, nossos olhos travam uma batalha. Justin não consegue sustentar o olhar em meus olhos por muito tempo, e logo o desce para a minha boca.

- Então você parece uma pedófila.

Sinto minhas bochechas esquentarem e desvio o olhar para a mesa de Chris e Aurora. Os dois estão olhando e apontando para mim e Justin. Fecho a cara no mesmo instante e eles percebem, continuando a comer.

- Aqui está moça. - A garçonete deixa a embalagem em cima de nossa mesa.

- Obrigada. - Sorrio para ela e pago o meu lanche, pegando a única sacola e saindo da lanchonete.

Pego meu telefone dentro da pequena bolsa e mando uma mensagem para Aurora, pedindo para ela me mandar uma mensagem quando estiver indo embora.

- Eu poderia ter pago o seu. - Justin diz já do meu lado, com as mãos dentro do seu moletom.

- Poderia, mas eu paguei antes. - Digo com um sorriso. - Na próxima saída eu dou a conta pra você, pode deixar.

- Ok. - Bieber diz e passa seu braço direito em volta do meu pescoço. - Para onde iremos, marida?

O QUE? Passo meu braço esquerdo em volta da cintura de Justin, o que parece ele pode ter sido um ato normal, porém eu só queria me segurar em algo para não cair.

Ele me chamou de marida, o nosso apelido antigo. Minhas mãos começam a soar e acho que ele não percebe.

- É... Pra lá, ou não? Não sei, eu... Talvez seja pra lá... - Aponto para trás da gente. - Quer dizer, é pra frente, esquece.

Justin ri e eu simplesmente não tenho reação, continuamos andando por uns minutos, até achar um parque que ele costumava trazer a Jazzy quando ela brigava com o Jax. Ele me chamava também, então eu ficava brincando com ela, até ele ir buscar o Jaxon e fazer eles dois se resolverem.

Justin tira seu braço que estava em volta do meu pescoço e eu me seguro para não reclamar.

Ele se senta e eu faço o mesmo, ao seu lado. Me encosto na árvore e admiro o lago.

- Eu gosto daqui. - Justin diz. - Além de ser um lugar para resolver brigas, é bom pra pensar.

- Verdade. - Digo e vejo que Justin escora seu corpo no meu.

- Você continuou vindo aqui... Depois do tudo? - Ele diz e eu assinto, involuntariamente começando a fazer cafuné em seu cabelo. - Imagino que deve ter escrito bastante por aqui.

Ele sabe do meu diário, e sempre teve uma curiosidade absurda para saber o que eu escrevo nele.

- Com certeza. - Eu não quero conversar agora, só quero aproveitar o momento, eu não sei quando isso vai acontecer de novo.

Justin sorri e fecha os olhos, aproveitando o carinho.

- Eu amo o seu cafuné, mas sei que você ama muito mais o meu. - Ele fala e eu começo a rir.

- Não posso negar.

Olho para Justin pela trigésima vez só hoje e penso diversas vezes sobre o que estou com vontade de fazer. Nossa amizade... Ela suportaria?

Começo a ficar nervosa pois Justin não me encara, espero alguns segundos até que ele o faz. Será que ele vai achar estranho?

Abaixo minha mão do seu cabelo e passo pela lateral de seu rosto, Justin automaticamente escora mais sua cabeça em minhas mãos e curva seus lábios em um sorriso.

Meu coração apaixonado não consegue se controlar agora, ele bate tão forte que eu consigo escutar, e não estou exagerando.

Pela primeira vez eu não vou agir com a razão, e sim com a vontade. Deixar o coração apaixonado decidir.

Viro o rosto de Justin e nossos rostos ficam perigosamente perto um do outro. Passo a língua pelos meus lábios e vejo ele fazer o mesmo.

Ele também quer.

Então o que eu espero por tanto tempo finalmente aconteceu, nossas bocas se encontram. E junto com elas pareço sentir nossos sentimentos se encontrando também.

As mãos de Justin agarram minha cintura e a aperta, logo depois as passa para as minhas costas, elas descem até um certo limite, antes dele as subir novamente. É errado querer que ele as desça mais?

Eu estou em seus braços, porém ainda não acredito nisso, e temo que esse sonho acabe de novo, de modo não resolvido, como tinha acontecido tantas vezes e me causaram tanta dor e sequelas.

Entrelaço minhas mãos no pescoço de Justin e nosso beijo parece ganhar mais velocidade, eu só quero dar o máximo de mim mesma nesse beijo. Eu me sinto totalmente presa à ele.

Bieber se vira completamente e sinto que ele abre um sorriso. Vamos diminuindo a velocidade e encerramos com um selinho.

Eu abro um grande sorriso, porém não abro os olhos. Que isso não seja um sonho.

Finalmente tomo coragem, e quando abro meus olhos não poderia encontrar uma paisagem melhor. Justin me encarando com um grande sorriso.

- Isso... Foi melhor do que eu imaginei. - Justin diz.

Agora a vergonha começa a tomar posse de todo o meu corpo... Eu não acredito que eu e o Justin nos beijamos!

- Que bom... - Eu digo com um pequeno sorriso e coloco as minhas duas mãos em meu rosto, começando a rir.

Justin tira elas da frente do meu rosto e me dá um selinho, encostando na árvore. Ele põe sua mão no meu cabelo e coloca uma mecha atrás da minha orelha.

Se eu pudesse morrer nos braços dele, eu não me importaria.

**

Tradução do trecho da música no início: "Só Deus sabe porque demorei tanto pra deixar de lado minhas dúvidas
Você é o único que quero (...)
Então, vamos lá e me dê a chance
De provar que sou a única que pode percorrer com você o caminho
Até que o fim comece. "

2389 FUCKING PALAVRAS! acho que agora eu me superei.

gostaram do capítulo? rs

como estão sendo as suas férias?

viram que a Selena tá gravando um filme? tô ansiosa demaisss!

If I could just die in your arms
I wouldn't mind...

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top