Epílogo
Nunca serei capaz de lhe dar tudo que você merece, mas com certeza vou passar o restante da vida tentando.
Pausa - Colleen Hoover
Por Emma
Três anos depois...
— Força nas pernas, FORÇA NAS PERNAS — acabo sendo grossa com a Lily sem querer.
— Já chega por hoje — Vick entra na sala me interrompendo — filha vai lá tomar banho — Lily saí e ela me olha irritada — qual o seu problema?
— Falta dois dias para a final, nós temos muito a melhorar ainda — a quatro anos atrás eu fiz uma promessa a uma garotinha que a transformaria na melhor dançarina do mundo e é o que estou tentando fazer. Mas para isso, tem que dá duro, e é isso que estou tentando fazer. Em cinco dias vai ser a final de uma competição super importante, na qual nos duas estamos participando. É uma competição entre aluno e professor, foram várias etapas e estamos na final, se ganhamos vai ser ótimo para ela, que vai conseguir entrar em qualquer academia de dança que quiser.
— Olhe o que você está falando, eu vou embora, não dá para conversar com você.
— Vai mesmo, eu estou fazendo ela ser a melhor e para ser a melhor, não pode ser fraca.
— Assim como você? — provocou fazendo eu engolir seco — achei que essa fase revoltada iria passar.
— Eu tenho aulas para dar, poderia me dá licença? — peço tentando controlar minhas emoções.
— Você não tem aulas, Emma, não sei se lembra é sexta à noite, e pessoas normais saem para se divertir, com os namorados, amigos, ou no seu caso, marido, que não sei se você lembra, você tem um e outra coisa que está esquecendo, você nem em Nova Iorque está.
— Tenho muita coisa para fazer, não tenho tempo para isso.
— Você vai se arrepender muito disso um dia, sua vida não acabou não, se esconder numa sala de aula, não vai mudar nada, só adiar o sofrimento.
— E quem disse que estou sofrendo?
— Não precisa dizer, suas atitudes já estão mostrando isso.
— Sai daqui — peço pela última vez, vou até o som, ligo e começo a dançar novamente, acho que a única coisa que está me deixando mais tranquila ultimamente é a dança — me deixa Victoria, ver se me erra, droga — grito quando vejo alguém bate na porta.
— Desculpa, mas não consigo — uma voz masculina familiar diz — tudo bem?
— Christian.... Desculpa, é que....
— Vai se arrumar, vamos sair.
— Não posso, tenho umas coisas para fazer.
— Não estou pedindo, só vai, por favor — tento procurar algo para não ir, mas não consigo. Não que eu não queira sair com ele, mas esses últimos meses têm sido difícil. Então acabei focando demais no trabalho para tentar esquecer a realidade.
— Faz tempo que não saímos juntos, estamos em Londres, vamos aproveitar, nossos amigos estão todos no restaurante da mamãe.
— Ando meia ocupada, desculpa.
— Não, você está fugindo, é diferente.
— Christian eu não....
— Você não quer mais ser minha esposa, é isso? — Ele me olha triste.
— O quê? Não é isso, é que... — tento explicar, mas só faço piorar tudo.
— Você está esperando para ver se eu desisto primeiro? Se for, pode ficar tranquila, porque isso nunca vai acontecer, porque pra mim, a única coisa que me importa é você, eu te amo Emma, entenda isso.
— Christian... — começo a chorar compulsivamente. Eu sempre tive problemas com isso, chorar, falar o que estou sentindo — eu realmente estava acreditando que iria dá certo.
— Vamos ter esperança, uma hora vai acontecer.
— Sabe o que dizem sobre esperança, causa tristeza eterna — a alguns meses atrás conversamos sobre adotar uma criança, era algo certo já. Conhecemos uma mulher que estava grávida e ela não queria a criança, estava procurando alguém que quisesse adotar, então após pensar bem, aceitamos. Acompanhamos a gestação dela toda, fomos aos médicos com ela, compramos todo o enxoval, fizemos de tudo para a criança nascer bem e saudável, foi o que aconteceu, era uma menininha, linda, eu fui a primeira a pega-la no colo. Ela era morena, olhos verdes, uma verdadeira princesa, mas quando estávamos assinando os papeis da adoção a mãe desistiu, ela não quis mais e eu não sei como é possível, mas foi como algo tivesse sido arrancado de dentro de mim, sonho todas as noites com aquela bebezinha, mesmo tento cuidado dela por apenas algumas horas.
— Não perdi a esperança em te ter em meus braços e eu conseguir — ele me abraça e ficamos ali — amor — olho pra ele esperando continuar — como consegue levantar a Lily se ela já é maior que você? — Estreito os olhos para ele chocada, a gente em um assunto tão sério e ele pensando nisso, não resisto e começo a rir.
— Força nas pernas — respondo rindo, mas paro quando começo a me sentir mal, não sei o que estou comendo, ultimamente que vivo assim.
— Tudo bem, amor? — Assinto pra ele e vamos para sala.
— Já falei que amo esse lugar? — Digo me jogando no grande sofá que tem na sala. Faz dois dias que estamos em Londres, resolvemos vim uns dias antes para se preparar melhor para o concurso, como tenho um pequeno estúdio de dança no meu apartamento, podemos ensaiar a vontade, ou não, já que provavelmente a mãe dela não vai mais deixar. Mas eu a entendo, eu também não deixaria.
— E eu amo você assim, nele — ele deita por cima de mim, distribuindo alguns beijos pelo meu pescoço — faz tempo que não usamos ele, que tal deixamos as visitas para amanhã e aproveitarmos?
— Aí nossas mães vão ser presas, depois de matar a gente — empurro ele o derrubando do sofá e saio correndo, preciso tomar um banho. Nos arrumamos e vamos direto para o restaurante encontrar o pessoal.
Chegando lá não encontro minha mãe, pergunto onde ela está e meu pai diz que está na cozinha com a tia Mel. Entro sem fazer barulho no intuído de assusta-las, mas a cena é tão fofa que não consigo. As duas estão cozinhando juntas, enquanto cantam a música Counting Stars parecendo duas doidas.
— Posso ajudar? — Pergunto e só então elas me ver, mamãe sai correndo para me abraça — saudades de vocês — sento em uma das bancadas observando o que as duas estão fazendo. Lembro que quando éramos criança elas sempre faziam esses jantares em família e as duas cozinhavam, já que a minha mãe cozinha perfeitamente bem.
Ela tira uma carne do forno e quando sinto o cheio começo a sentir um enjoo, não aguento e saio correndo para o banheiro para vomitar. Que merda é essa que está acontecendo comigo, faz dias que estou assim, nem falei nada para o meu marido para ele não querer me levar ao médico, odeio hospitais.
— Filha, tudo bem? — Faço que sim com a cabeça tentando me recompor. Lavo meu rosto, olho no espelho e me vejo pálida.
— Posso saber a quanto tempo está sentindo isso? — Tia Mel pergunta e falo que a alguns dias. Ela olha pra mim mãe e as duas começam a comemorar, fico olhando para as duas sem entender — você está gravida — ela grita e arregalo meus olhos surpresa, piraram de vez.
— Espera — mamãe procura algo em sua bolsa — achei — ela me mostra um teste de gravidez de farmácia.
— Isabella Montgomery, posso saber porque você tem um exame de gravidez dentro da sua bolsa? — Pergunto horrorizada — não vai dizer que vou ganhar um novo irmãozinho.
— Claro que não, garota, mas nunca sabemos quando vamos precisar — ela olha pra minha tia e às duas riem e eu fico sem entender, povo doido.
— Faz logo Emy, não custa nada — tia pede e reviro os olhos.
— Custa dinheiro, desperdiça sabendo que não estou, para que?
— Você não sabe, os sintomas estão aí.
— Hello... eu estava dançando, rodopiando, pulando, até agora pouco, isso explica alguma coisa pra vocês.
— Nunca te vi passando mal depois de uma dançar.
— Nunca me viu comendo também, diferente de hoje, estava na casa da vovó e você sabe que ela odeia gente magro.
— Mentira, você não come antes dançar, não tente nos enganar. Não custa nada, se você está tão certa disso, porque tanto medo de fazer?
— Ok, vou fazer só para vocês me deixarem em paz — pego o teste e entro em uma das cabines. Ela tem razão, se tenho tanta certeza, porque estou tão nervosa? — Todo de vocês, entrego para elas depois de fazer, vou até o espelho para retocar a maquiagem. Depois de alguns minutos ela grita me assustando.
— Não acredito — minha mãe falar sério olhando para o teste — vamos ser vovós — ela olha pra minha tia e começam a pular comemorando. Meu coração dispara, deixo o rímel caí na bancada da pia e sinto meu corpo gelar.
— Emma, você está grávida — olho pra elas exasperada. Isso só pode ser brincadeira, é impossível.
— Está errado, tem que está errado, deixa eu ver — pego o teste da mão delas e olho, aí meu Deus, eu estou grávida. Começo a chorar e elas me abraçam — mãe, eu estou grávida.
— É, está sim — ela me abraça forte enquanto tento controlar minhas lágrimas. Eu não acredito, eu estou grávida.
Já faz dois dias que descobrir que vou ser mamãe, eu não sei bem o que pensar ainda. Fui ao médico no outro dia confirmar com o exame de sangue e sim, eu estou grávida. Não assimilei bem ainda, acho que o medo de perde-lo também está me deixando assim. Não contei para o Christian ainda, queria ter certeza primeiro, e agora só preciso achar um jeito de dizer ao meu amor que o que sempre sonhamos finalmente vai virar realidade, finalmente vamos ter nosso bebê.
— Madrinha, estou muito nervosa — Lily diz me tirando dos meus pensamentos, ela anda de um lado para o outro.
— Vem cá, princesa — chamo ela — queria te pedir desculpas, acho que acabei te usando para esquecer meus problemas, sei que peguei pesado, você me perdoa? — Ela assente sorrindo e me abraça — você é muito boa, vai arrasar e sabe o que é melhor nessas competições? Se divertir, e eu me divirto muito dançando com você.
— Eu também, você é a melhor professora que já tive.
— Assim eu fico me achando — abraço ela novamente — eu te amo, pinguinho de gente que já é maior que eu, isso é humilhante.
— Também te amo, madrinha Em.
— Topa esquecer esse negócio de competência e se divertir pra caramba hoje? — Ela assente, a dupla que estava se apresentando antes da gente sai do palco e o apresentador nos anuncia. Subimos no palco, fecho os olhos respiro fundo e começamos.
Enquanto estamos dançando todas as apresentações vêm em minha cabeça, eu simplesmente estava dançando sem sentir nada, a raiva em mim, estava me dominando e tirou o que mais amo fazer na vida, que é dançar, mas não posso deixar isso mais acontecer.
https://youtu.be/Y80lrMixi_g
— Madrinha, foi muito bom — Lily pula em cima de mim me abraçando.
— Você foi muito bem, meu amor, estou tão orgulhosa — acaricio seu rosto.
Ficamos esperando os jurados decidirem quem vai ser os vencedores. Até ontem acho que ganhar esse concurso estava na minha prioridade número um, e que nunca fui uma pessoa que se importou muito com isso, eu só queria dançar, mas hoje conseguir me divertir e relaxar, o resultado não vai importar.
— Estou de volta e agora com os resultados dos ganhadores, queria parabenizar todas as equipes, foi uma longa jornada até aqui, vocês já deixaram todos orgulhosos, continuem dançando, a arte de vocês, merecem ser vista — todos aplaudem — eu sei que estão ansiosos, então sem mais delongas, com uma diferença mínima os vencedores do festival de dança de Londres é... – Fecho os olhos e seguro firme na mão da Lily – Alice Collins e sua professora Emma Hastings.
— Ganhamos... ganhamos — ela grita e só então minha ficha caiu, não acredito, conseguimos. Abraço ela a rodando no ar. Christian vem até mim todo bobo sorrindo, ele me abraça e me beija.
— Parabéns vida, vocês foram perfeitas.
— Vem comigo — seguro na mão dele e saio puxando — vamos até o carro e levo ele até a casa do lago.
— O que estamos fazendo aqui? Está chovendo.
— Esse lugar sem dúvidas é um dos meus lugares favoritos. Lembra do nosso primeiro beijo? — ele assente — foi bem aqui, nesse lago, vivemos tantos momentos bons nesse lugar e hoje queria compartilhar mais um — ele me escuta atentamente — A vida está sempre nos surpreendendo de um jeito que nem sei como explicar. É um misto de emoções, medos e alegria que passam em nossa mente que quero continuar vivendo com você, ou melhor, vocês — ele estreita os olhos sem entender — lembra daquele dia onde eu estava triste sentada naquele balando porque não passei em um dos testes para fazer a cinderela e você foi lá e ficou ao meu lado me fazendo companhia, você segurou na minha mão e disse que sempre estaria ao meu lado e que eu não precisaria ficar triste por isso, eu iria conseguir um papel muito melhor um dia. Hoje eu conseguir esse papel, o de mulher e o de mãe — ele fica parado sem dizer nada — eu estou gravida — algumas lágrimas se forma em seu rosto e começo a rir.
Ele me puxa para um beijo e a chuva cai sobre nós, unindo ainda mais nossos corpos em misto de desejo, doçura, entrega... sim entrega...
— Promete pra mim que vai ser para sempre? — pergunto.
— Eu prometo — sorrimos e damos mais um beijo apaixonado deixando tudo em câmera lenta.
Hello... Oi gente, tudo bem com vocês? Bom, é isso!!! A história do nosso casal está chegando ao fim. Eu quero agradecer a todos que ficaram comigo até o final, espero que tenham gostado, igual eu amei escrever. Então é isso, muito obrigada.
O livro "de volta para o amor" é uma continuação do livro "Simplesmente Acontece", onde conta a historia da Bella e do Thomas. E se você quer continuar acompanhando essa turma, o livro que conta a historia do Jason, "como num filme" já está com alguns capítulos disponível, espero vocês lá. Um beijão e até logo...
Barbie Malibu!!
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