Capítulo 87
Por Emma
O amor é uma coisa engraçada, quando somos crianças achamos um absurdo quando alguém falar que gostamos de outra pessoa, é como se nunca fossemos nos apaixonar, já quando somos jovens, tudo é muito mais intenso, os sentimentos, a desilusão, é como se o mundo girasse em torno daquele sentimento e quando crescemos começamos a entender melhor as coisas, compreender o outro e pode ser a melhor fase, quando se tem ao lado, o amor da sua vida.
— Os dois, podem parar, ou eu vou me demitir — Sarah grita com a gente — podem deixar para se agarrar quando estiverem sozinhos, de preferência em um quarto — ela revira os olhos e rimos da cara dela.
— É difícil resistir, com a noiva mais linda desse mundo ao meu lado — Christian diz e me beija mais uma vez.
— Vocês não deveriam nem está trabalhando, faltam poucos dias para o casamento de vocês, como conseguem? — Apenas damos de ombros, não estou preocupada com isso, tenho as melhores madrinhas do mundo, que estão fazendo tudo por mim.
Desde que Christian e eu assumimos nosso noivado ao público, na verdade, nem precisamos fazer isso, as revistas de fofocas fizeram isso pela gente. Viramos notícia e também bastante cobiçados por empresas de marketing.
Hoje mesmo estamos fazendo fotos para uma empresa de eventos, especificamente, casamentos. E a Sarah está tirando as fotos, já que todos os nossos trabalhos passam pela CatCo e ela agora é oficialmente a fotografa da empresa.
Engraçado como as coisas mudam do dia para noite, parece que foi ontem que vim aqui falar com a tia Maggie avisando que não queria mais saber dessas coisas, hoje estou aqui, trabalhando com eles e ainda arrastando meu noivo junto. É muito estranho chamar ele de meu noivo, já que nunca nem me imaginei casando e eu o odiava.
Meus dias estão sendo bem corridos, faltam algumas semanas para o casamento, os meses se passaram tão rápido, desde o dia que ele me pediu em noivado. A tarde vamos ter a degustação do buffet, no restaurante da família dele. Vamos fazer uma festa simples, se tem umas coisas que eu e ele combinamos, é com o fato de gostar de coisa simples e pequena, só com as pessoas que realmente são importantes na nossa vida. Então vai ser na casa do lago, com apenas nossa família, que por si só, já é enorme e nossos amigos.
Esses dias em Londres, também resolvemos onde vamos morar e como vamos ficar grande parte em Nova York, compramos o loft que é dos meus tios, é um lugar que eu gosto bastante e já moro lá a algum tempo, vai ser perfeito. E já aqui em Londres, que é onde vamos manter residência fixa, apesar de passar pouco tempo, vamos reformar nossos apartamentos e transforma em um só e somos vizinhos, não vamos ter problemas com isso, só a dor de cabeça com a reforma, coisa que sempre odiei, mas vou ter um marido para se estressar por mim, então vou aproveitar.
— As fotos ficaram ótimas, e por incrível que pareça, não quebraram a minha câmera com a feiura de vocês — Sarah diz com um sorriso sarcástico no rosto, acho que irritamos ela.
— Eu sou perfeita, aceite, querida — digo me achando e ela faz careta pra mim. Como eu amo meus amigos.
Agora tenho uma reunião com meu avô. Apesar de já ter uma ideia do que ele vai dizer, não posso faltar, ou ele vai passar um mês jogando isso na minha cara. Ele e meu pai desde que descobriram que eu vou casar, estão tentando fazer eu desistir e vim morar com eles. Não querem aceitar que não sou mais criança.
— Amor, vou ao escritório do vovô e te encontro em duas horas no restaurante da tia Mel, ok?
— Certo, cuidado e não vai cai na onda dele, eu te amo — beijo seus lábios e vou para rua procurar um taxi. E vou direto para empresa dele, que é no centro de Londres. Ele é empresário e tem alguns hotéis, na cidade e até um em Los Angeles, onde eu morava.
— Minha netinha, que saudade de você — vem até mim e beija meu rosto, ontem a noite eu estava na casa dele jantando, igualzinho ao papai.
— Vovô — ele está tentando me convencer a abrir uma filial da Salvatore Ballet Academy aqui em Londres. Apesar de já ter falado mil vezes que não pretendia, ele não entendeu ainda. — Não sabia que gostava de ver vídeos de dança — falo quando vejo a tela do computador dele, com um vídeo da Kathryn McCormick, é uma atriz e dançarina, que por coincidência, ou não, é uma artista, que admiro muito, principalmente na dança, ele não desiste.
— Filhinha, sabe o que tenho aqui? — Ele abre a bolsa dele e começa a procurar algo dentro. Será se é agora que ele vai me sequestra? Quando eu era mais nova ele queria me roubar dos meus pais, mas não conseguiu, tentou fazer isso com meus irmãos e com meus primos também, mas nunca conseguiu, só quando ficávamos de castigo, aí ligávamos pra ele e ele ia buscar a gente para passar uma semana com ele. A mamãe dizia que sou assim, porque ele me mimou demais, acho que é verdade.
— Um livro de balé — estreito os olhos pra ele — vovô, sinto te informar, mas o senhor não vai aprender a dançar lendo não, no máximo que o senhor vai conseguir, é saber os nomes das piruetas.
— Não estou querendo aprender a dançar, sua bobinha — ele bate o livro de leve na minha cabeça — eu vim te mostrar o depoimento dessa dançarina aqui — ele abre na última página, mostrando um depoimento da Agrippina Vaganova, uma professora de balé muito renomada — aqui, ela disse que dá aulas fez ela melhorar o humor dela e que ela vive muito melhor agora rodeada de crianças.
— Desde quando morrer de trabalhar é ter uma vida menos estressante?
— Olha garota, eu tentei da melhor forma, mas não adiantou, então vou ser sincero — ele levanta fazendo drama — meus netos me abandonaram, não querem mais saber de mim e agora você só quer saber desse seu noivo, não liga mais para esse velho aqui que te ama tanto.
— Não faz drama vovô, eu vivo em Londres e o senhor deveria ir me visitar em Nova Iorque, tem que começar a viajar mais, curtir a vida e se a vovó disser que não vai, jogar ela na mala e leva a força.
— Você vai com a gente? — Ele abre um sorriso sincero.
— Eu te amo, seu bobão — vou até ele a abraço — eu agradeço muito por todas as oportunidades que o senhor já me deu, mas agora não posso, eu estou feliz e eu juro que vou ser o mais presente possível, não vou abandonar vocês. — Abraço ele — agora vamos, tenho a degustação do jantar do nosso casamento e o senhor vai comigo e vai pagar também, não tenho mais grana. Estou literalmente falida, vovó — faço drama.
Chegando no restaurante vamos direto para cozinha, não sei que preconceito é esse comigo, mas quando são outros noivos, eles fazem uma recepção super fofa, com todas as degustações, eu sei disso, porque vivia aqui comendo de graça. Agora que sou eu, eles vão me colocar na cozinha, eu sempre quis ser uma noiva chique e eles não estão deixando. Quem estou tentando enganar, nunca pensei nem em me casar.
— A perfeita chegou — grito fazendo todos me olharem, mas acho que não se importam muito comigo não, pois nem ligaram — o que tem de bom pra mim, estou morrendo de fome — passo a mão na barriga, já procurando o que comer. Essa vida de dançarina não é pra mim não, vivo passando fome, principalmente em Nova Iorque, porque além da preguiça de fazer comida a Miranda não larga do meu pé, mesmo eu não sendo da companhia dela, se bem que vivo lá dando aulas e agora que percebi que a Miranda está se aproveitando de mim.
— Senta aí e eu sei que veio aqui só para comer e porque é obrigada, mas não pense que vou escolher tudo por você — tia Mel diz enquanto eu coloco um docinho na boca, não dando a mínima para o que ela falou. Eu tenho três chefes de cozinha para fazer isso por mim, porque eu iria perder meu tempo? Para quem não sabe, a minha mãe já foi chefe de cozinha desse restaurante aqui, antes de virar produtora musical, minha vó Marta também, então estou em boas mãos.
— Emma você precisa escolher direito, esse doce não combina com esse — mamãe explica e apenas dou de ombros, quando elas vão se tocar que só estou comendo? — Eu desisto de você.
Depois de um longo tempo, finalmente decidimos o cardápio. Ninguém entende como estou tão calma, eu que não entendo essas noivas que ficam se matando para deixar tudo perfeito, pra mim, estando ao lado das pessoas que amo já é suficiente. Claro que quero uma festa, comemorar, logo porque, vai ser um dos dias mais importantes da minha vida, mas prefiro aproveitar cada momento feliz, simplesmente me divertindo, como estou.
— Amor, me deixa em casa? — Peço a ele. Por ele já estaríamos morando juntos, principalmente em Nova Iorque, mas eu não quis, quero aproveitar cada momento, namorados, noivos e futuramente casados, acho que se a gente já morar juntos agora, não vai mudar nada quando nos casamos.
— Amor, é impressão minha, ou você está cada dia menor? — Christian brinca comigo e resolvo fazer drama para ele parar de ser chato. Começo a fingir que estou chorando e ele me olha sem entender — ei, estou brincado, amor, é brincadeira — ele tenta tirar minhas mãos do meu rosto e começo a rir — você não presta, Emma.
— Eu sei... ah, o vovô e o papai estão tentando tramar para a gente não se casar de novo e querem que eu venha morar aqui em Londres, sem você, óbvio.
— Estou sabendo, ele veio me subornar oferecendo a coleção de carrinhos dele, quase aceitei hein, você não vale tanto — olho pra ele boquiaberta e dou uma tapa em seu ombro — aí, doeu.
— Que bom — sorrio e desço do carro correndo para entrada da minha casa e ele vem correndo atrás de mim — Taylor ele quer me bater, não deixa, por favor — me escondo atrás do Taylor para me proteger.
— Acaba com ela Chris, ela está muito danadinha — ele me entrega e fico olhando pra ele sem acreditar, hoje em dia não podemos confiar em ninguém.
Ele vem até mim e me coloca em seu ombro me levando até a piscina.
— Vou sentir saudade, bem que você poderia dormir comigo hoje — ele faz bico.
— Não posso, amanhã vamos voltar para Nova Iorque, quero passar mais tempo com a mamãe e o papai, mas se você quiser pular minha janela de madrugada, eu vou amar — sorrio lembrando dos velhos tempos, quando resolvemos namorar escondidos, apesar de todos saberem.
— Eu te amo, até mais tarde — beijo ele e entro, vou direto para meu quarto tomar banho.
Coloco alguns sais de banho na banheira, faz tempo que não uso ela e estou precisando pensar um pouco, vai ser bom para relaxar. Apesar de por fora está demostrando calma com todos os preparativos, eu confesso que estou apavorada, não pela festa, mas por saber que vou me casar. Alguém bate na porta, olho e é a mamãe com duas taças de vinho.
— Cansada? — Assinto, ela senta no chão ao lado da banheira e me entrega uma taça — o que você tem? — Estreito os olhos pra ela sem dizer nada — não precisa fingir pra mim, te conheço.
— Não sei, será se vou ser uma boa esposa, uma boa mãe?
— Claro que vai, essas coisas, aprendemos juntos, e o mais importante vocês já têm, o amor, o resto a gente dá um jeito — sorrio pra ela - e você vai ser uma boa mãe, sem juízo, mas vai ser, falando nisso, precisamos conversar, não acredito que você fez a Lily ser suspensa da escola, ela me falou o que vocês aprontaram - colo um pouco de vinho na boca sem dizer nada, não acredito que a Lily me entregou, aquela dedo duro.
— A senhora também ficou assim? - tento voltar ao assunto inicial, porque uma mãe boa influencia já sei que não vou ser.
— Eu não tive muito tempo para isso, eu casei um dia após ficar noiva, com um cara que eu não era comprometida e ainda vinha com o pacote completo — ela apronta para mim e começo a rir, lembrando do casamento deles.
— Mas depois vocês se casaram novamente.
— Sim, mas a gente tecnicamente já tinha dado um passo a mais, eu vivia com ele cuidando de você, então não mudou muita coisa, só passamos a morar sozinhos.
— Já se arrependeu em algum momento de ter casado tão cedo? — Ela pensa um pouco antes de responder.
— Sim, quer dizer, não sei se era arrependimento, mas todo casal passa por momento difíceis, em que te faz pensar essas coisas, mas eu olhava para o lado e via o quanto eu era feliz com vocês e eu não trocaria por nada.
— Eu o amo tanto — deito minha cabeça na beira da banheira e ela acaricia meu rosto — na verdade, acho que sempre o amei, não sei como aguentei passar tanto tempo longe.
— Você é muito teimosa, você passou dois anos morando sozinha em Los Angeles só com medo de ver ele, nunca acreditei em você quando falava que era por causa da faculdade, você ganhou uma bolsa na Oxford que é aqui ao lado e você sempre gostou de lá, não veio com medo.
— Você é igual a mim, não pode falar — brinco — você é a melhor mãe do mundo, eu te amo, obrigada por escolher ser minha mãe — ela sorrir, escutamos um barulho como se tivesse alguém entrando no quarto. Ela levanta para ver, mas o Christian entra pela janela usando apenas um short do Mickey.
— Tia.... — Ele diz sem graça ao ver minha mãe — é.... eu.... ahh, vim pegar esse negócio aqui — ele aponta para um dos meus sais de banho. E fico apenas rindo ao ver ele todo enrolado.
- Qual seu problema com a porta - ela diz sem entender, ele levou um pouco a serio o que falei - não, não responda, prefiro nem saber - ela levanta e sai balançando a cabeça negativamente e começo a rir.
- Amor.... eu achei que você estaria me esperando, sozinha - ele fica indignado.
- Que bom que veio - chamo ele para tomar banho comigo - porque quero muito te usar hoje, te amo, meu noivo - sussurro essa ultima parte e o envolvo em um beijo apaixonado.
Hello, oi gente, tudo bem com vocês? Comigo ta tudo maravilhoso! A história está chegando ao final, mas ainda vai ter muita coisa pela frente, espero que tenham gostado e até logo, um beijão e apreciem o Chris só de shorts, Emma tem tanta sorte.
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