Capítulo 86
Nossos destinos foram traçados
Na maternidade
- Exagerado - Cazuza.
Por Emma
Às vezes, coisas entram no seu caminho e você tem uma escolha. Enfrenta-las ou você pode adaptar-se e fugir, mas você tem que fazer um ou outro para seguir adiante. O ruim, é que você nunca sabe qual é a certa e que o dia não espera por ninguém.
É que essa coisa que chamamos destino, é apenas a melhor desculpa para fazer essa escolha e seguir nosso caminho, mesmo sabendo que no fim, vamos ter que conviver com o que escolhemos, não importa o que e quem esteja na nossa vida.
Já fiz muito isso, e eu pensei que não teria que fazer novamente, pelo menos por uns longos anos, mas aqui estou eu, peste a desistir de tudo que lutei para conseguir, pelo amor da minha vida. Talvez seja um erro e eu me arrependa, mas agora é o que acho certo e o que vou fazer.
— Você tem certeza disso? — Assinto para Miranda, eu acabei de falar para ela que não vou poder dar aulas aqui, eu vou voltar para Londres — você tem coragem, desistir de um futuro brilhante.
— Eu não diria coragem, burrice talvez — sorrio nervosa, eu realmente não estou acreditando ainda no que estou fazendo.
— Uma burrice linda de se fazer, você vai atrás da sua felicidade, poucas pessoas teriam coragem. Deve ser por isso que existem tantas pessoas amarguradas nesse mundo — ela segura minha mão e diz — espero que você seja muito feliz, você merece muito e saiba que minha academia sempre vai estar de portas abertas para você, meu orgulho, você fez nome aqui dentro e aproveitou tudo que te foi proposto. Agora pode seguir sua vida e não se preocupe, as bolsas para seus alunos continuaram disponíveis — suspiro aliviada e abraço ela.
— Obrigada, nunca vou esquecer, de tudo que a senhora fez por mim.
Quando desistimos de algo que realmente queremos, esperamos que o universo recompense nossa escolha altruísta. Depois de tudo que passamos para ficar juntos, talvez o destino nos recompense com um final feliz.
Por Christian
Às vezes, as estrelas alinham-se para dois velhos amores ficarem juntos. Mas, às vezes elas alinham-se de forma errada e a gente que tem que lutar para alinha-las novamente. Não sei o que essa noite está nos reservando, desistir de tudo por ela, estou indo para Nova Iorque com uma mala, um anel e esperança dela dizer sim.
Eu nunca fiquei tão nervoso em minha vida, hoje eu vou pedir a Emma em casamento. Faz algumas semanas que não vejo ela, estava organizando tudo para minha ida ao encontro dela e ela não sabe de nada, ela acha que vou apenas passar uns dias, mas, na verdade, estou indo para ficar.
Então aproveitei para pedir uma ajudinha para Vicki e a minha afilhada postiça Lilly, desde que voltei com a Emma, ela começou me chamar de padrinho e eu gosto bastante disso. A Emma está meia tristinha esses dias, com saudades daqui e preocupada também com a Emilly, ela diz que não liga, mas sei que desde o incidente com Emilly e a mãe no ano novo, ela ficou assim.
A última vez que vim a Nova Iorque ela me mostrou seu lugar favorito, é na cobertura de um prédio próximo à ponte do blonklyn. Lá conseguimos ver grande parte da cidade, é muito lindo. Ela sempre vai lá para dançar e a noite para ver as estrelas, acho que é o único lugar onde conseguimos isso. Emma normalmente invade, mas como não sou um delinquente como ela, eu aluguei um quarto, e organizei um jantar pra gente.
E vai ser aí que as meninas vão entrar, elas, com algumas criancinhas da turma de balé da Emma estão ensaiando uma dancinha e no final eles vão mostrar algumas plaquinhas com umas frases que definem nosso relacionamento e uma delas vai ser, casa comigo? Elas vão fazer isso em um parquinho perto do prédio, onde vamos conseguir ver tudo por um telescópio e quando ela olhar para trás, vai me ver com o anel, outro né, Emma vai ter dois anéis de noivado agora, sendo que vai ser a terceira vez que a peço em casamento, espero que dessa vez ela leve a sério, porque não conseguiria viver sem ela, não mais.
— Tudo certo com as crianças? — Pergunto pela décima vez a Vicki.
— Se você perguntar de novo juro que desisto de te ajudar, você é muito chato — ela responde irritada — engraçado como a Emma só tem amigas grossas igual ela, estou arranjado viu.
Começo a andar de um lado para o outro impaciente, hoje minha namorada, futura noiva, eu espero, teve uma reunião com a Miranda na academia de dança. Então isso vai facilitar nosso trabalho, porque crianças não são muito boas em guarda segredos. Teve um dia que fui comprar sorvete com a Lily e quando chegamos na lanchonete a garçonete começou da em cima de mim e quando chegamos em casa a primeira coisa que ela fez, foi correr e falar para Emma e fiquei uma semana dormindo no sofá. Então é melhor ela longe mesmo.
Por Emma
— O que está acontecendo aqui? — Pergunto quando vejo várias velas acesas pelo ambiente e uma linda mesa de jantar. Vicki me falou estar me esperando aqui, em um apartamento que ela estava visitando, porque pretende se mudar de prédio.
— Olá — escuto uma voz masculina atrás de mim, me viro rápido quando reconheço.
— Christian... O que faz aqui, achei que seu voo tinha sido cancelado e o porquê de tudo isso?
— Shiu... — ele passa os dedos em meus lábios e me puxa para um beijo. Sua boca desliza sobre a minha. Ele se afasta com um pequeno beijo no canto da minha boca, e nós olhamos — espero nunca mais precisar sentir saudade do seu beijo. Tem algumas pessoas querendo te perguntar uma coisa lá fora — estreito os olhos para ele, vou para varanda e procuro no telescópio o que ele quer me mostrar e logo abaixo vejo meus alunos no parquinho, começo a rir. O que eles estão aprontando?
Ele começar a dedilhar a música Where I Stand, da Mia Wray em seu violão e na mesma hora as crianças aparecem dançando e com algumas frases escritas em plaquinhas e já não estou mais conseguindo segurar minhas lágrimas, como eu amo cada uma desses pedacinhos de gente.
A Lily mostra uma com a frase, quer casar comigo? E, mas na frente tem outra menininha com dois papeis com os nomes sim ou com certeza. Olho para trás e vejo ele ajoelhado com uma caixinha e um anel dentro.
— Fingir não te amar, foi a coisa mais difícil que eu já fiz e falar eu te amo, foi a coisa mais perigosa e louca que já fiz, mas valeu a pena, porque você é a coisa mais importante da minha vida — fico olhando para ele sem reação, tentando processar o que está acontecendo ainda — Emma Salvatore, você aceita casar comigo?
— E.. eu... e... — Procuro palavras para descrever o que estou sentindo. O que mais queria agora era dizer, sim, mas o medo em mim não deixa eu fazer isso.
— Emma... — ele me olha triste em ver minha reação.
— Você não está brincando comigo não né? — Pergunto quase chorando. Meu coração batia e minha mente gritou para mim, pedindo-me para arquivar todos os detalhes, daquele momento no qual sonhei tanto. Ele levanta e me abraça cantarolando a letra de uma música.
Parece que conseguimos
Veja o quão longe nós chegamos, meu bem
Podemos ter pego o caminho mais longo
Nós sabíamos que chegaríamos lá algum dia
Eles disseram: Eu aposto que eles nunca darão certo
Mas apenas olhe para nós seguindo em frente
Nós ainda estamos juntos, continuamos firmes e fortes
Estou tão contente por termos conseguido
Veja o quão longe chegamos, meu bem
— Você me ama? — Ele pergunta olhando em meus olhos.
— Se eu te amo? Christian, você foi e sempre será meu único amor, eu não tenho palavras para expressar tudo que sinto, mas não vou nega que tenho muito medo. Só é algo que não passou pela minha cabeça, mas sim, Christian, com certeza eu aceito casar com você.
Ele se inclinasse e encostando nossos lábios, passo as mãos em seu pescoço, por um instante nossas bocas se tocarão em um caloroso beijo. Suspiro quando seus braços me envolvem.
— Eu sonho com isso a semanas, desde a primeira vez que te pedir em casamento a segunda vez também e espero que agora você entenda que é de verdade – seus lábios acariciam e consolam como as mãos fizeram há pouco tempo. – Você lançou uma espécie de feitiço em mim, Emma, que eu não consigo mais te largar, eu te amo.
— Eu te amo, Christian...
— Eu te amo, minha noiva - beijo ele novamente - se eu fosse você iria avisar aqueles pinguinhos de gente eufóricos lá fora, que você aceitou, ou daqui a pouco eles vão subir aqui e dá umas porradas na gente, aah palavras da nossa afilhada que tenho certeza que foi você que ensinou isso a ela — sorrio imaginando ela ameaçando ele, com certeza foi eu que ensinei.
Volto para varanda e levanto minha mão com o anel e todos começam a grita lá de baixo.
— Eu vou casar — grito e ele me segura me rodando no ar. Não acredito muito em destino, mas parece que nossos destinos foram traçados na maternidade.
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